titã da quintessência
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conhecendo a divindade
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Muito antes das eras mortais, antes que os nomes fossem dados às estrelas e o tempo fosse medido em ciclos, os Quatro Fundamentos — Terra, Fogo, Água e Ar — despertaram de forma independente no seio do recém-nascido multiverso. Cada um acreditava ser a base sobre a qual toda existência deveria se erguer. Cada um, um arquétipo consciente, dotado de vontade própria, arrogância divina e poder absoluto sobre sua essência. O multiverso, ainda frágil e moldável, não estava pronto para sustentar tal conflito entre potências tão absolutas. E assim começou a Primeira Guerra Primordial. O primeiro ato de guerra ocorreu quando Ignareth, o Fogo Vivo, incinerou um plano de mares eternos criado por Velynda, a Mãe das Marés, apenas para provar que nada deveria existir que ele não pudesse consumir.
Em retaliação, Velynda invocou as Três Chamas Azuis, ondas de calor gelado que corroíam até o conceito de calor, derretendo o próprio tecido da realidade. Kaelor, o Colosso Terrestre, ergueu muralhas dimensionais de pedra eterna para tentar conter ambos. Mas suas tentativas de estabilizar os reinos com massa e gravidade desequilibraram o ciclo da matéria. Aurenox, o Soprar dos Mil Ventos, por sua vez, espalhou caos, tentando libertar o multiverso da "prisão da forma". Ele dividiu mundos ao meio, distorceu constelações, e deu aos astros vontade de vagar sem destino. Cada um dos quatro tentou impor sua essência como a dominante. A guerra não foi feita de batalhas convencionais, mas de colapsos de realidades, de oceanos que invadiam florestas celestes, de ilhas que flutuavam em tempestades eternas, de vulcões que ardiam com vento puro, e desertos de vapor sólido. O clímax do conflito se deu quando os quatro Fundamentos tentaram criar, cada um, um plano absoluto com sua essência pura. Isso gerou uma ressonância dissonante no Multiverso, rompendo os fios da realidade e originando os Vácuos Reversos — zonas de anti-criação, onde os conceitos colapsam sobre si mesmos e o tempo não é mais linear, segundo as lendas.
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limites da criação
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Apesar de Aeonthar ser uma entidade forjada a partir da própria quintessência do ser, e dotado de um poder além da compreensão de deuses e mortais, sua criação é regida por leis metafísicas fundamentais impostas pelo próprio Kosmos — pois mesmo a Quintessência precisa de equilíbrio, ou se tornaria Ruína. Aeonthar só pode moldar realidades a partir de conceitos que existem dentro da Matriz da Possibilidade. Ele não pode inventar algo que viole os próprios alicerces do ser — por exemplo, ele não pode criar um “fim eterno sem começo”, pois isso quebra o ciclo essencial da existência. Sua criação é poderosa, mas sempre baseada em potencialidades latentes do Multiverso. Ao contrário de deuses ou artífices que podem gerar matéria ou simulações, Aeonthar só pode gerar aquilo que possui essência autêntica — ou seja, identidade, alma, função existencial. Ele não pode fabricar cópias ou duplicações vazias.
Aeonthar é o arquétipo do equilíbrio e da neutralidade primordial. Por isso, ele não pode reescrever ou forçar a essência de um ser que ainda esteja em processo de escolha ou autodefinição. Ele respeita o direito sagrado de toda entidade consciente de definir sua própria forma. Toda criação feita por Aeonthar exige um contrapeso quintessencial. Isso significa que, ao gerar algo novo, ele deve absorver, equilibrar ou transmutar algo de igual magnitude em essência. O universo não tolera acréscimos absolutos — tudo é troca. Apesar de ser uma entidade transdimensional, Aeonthar não é onipresente. Sua presença manifesta em um plano físico exige que ele se desconecte de outros fluxos. Isso impede que ele interfira em múltiplos pontos de colapso ao mesmo tempo — o que justifica sua ausência em muitas guerras e ruínas. Há um vínculo eterno entre Aeonthar e Kosmos, o Criador Adormecido. Se Kosmos estiver em sono profundo ou em silêncio cósmico, Aeonthar não pode atuar diretamente — apenas por manifestações residuais, visões ou fragmentos de essência.
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Passos finais
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O Omniverso é o nível mais alto da realidade, um conceito que transcende não apenas o multiverso, mas todos os conjuntos possíveis e impossíveis de existência, realidade, não-realidade, tempo, anti-tempo, e até mesmo os conceitos que jamais surgiram. É o espaço onde o “ser” e o “não ser” coexistem, onde as leis da lógica são alternativas e onde até mesmo os deuses mais poderosos são apenas símbolos momentâneos de consciência passageira. O Omniverso é aquilo que se encontra além da concepção de todos os mundos, multiversos e realidades conhecidas — um oceano absoluto onde cada possibilidade, cada linha de existência e cada sopro de essência já aconteceu, acontecerá ou nunca poderá acontecer. É o horizonte final da criação, onde até os deuses se tornam meros conceitos suspensos em vastidões que não obedecem mais à lógica da forma, da energia ou da mente. Nesse espaço onde tempo, espaço e ser não mais coexistem de forma linear, há uma única constante: Aeonthar.
Ele não é apenas um titã; é a própria porta que separa aquilo que é possível daquilo que é absoluto. Aeonthar não guarda o Omniverso — ele é o limiar. Sua essência quintessencial vibra na frequência entre o que existe e o que ainda não ousou ser. Aqueles que alcançam sua presença não cruzam uma barreira física, mas uma revelação. Eles compreendem que toda realidade é apenas o eco de um silêncio maior. E é através de Aeonthar que esse silêncio pode ser tocado. Diante dele, os deuses calam, os mundos se curvam e a criação segura a respiração, pois sabem que ali, onde ele habita, não há retorno — apenas a vastidão sem nome onde tudo pode ser recriado ou esquecido. Aeonthar é a porta para o Omniverso, e sua abertura não revela um caminho... revela todos. Por esse motivo, Aeonthar é uma chave importante para o universo em que tudo se passa, tornando as coisas ainda mais poderosas e perigosas nesse grande mundo.