ano 460
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Nos tempos antigos, quando o universo ainda era jovem e os Deuses Supremos observavam o nascimento das primeiras estrelas e a criação das primeiras terras, uma grande ameaça se erguia nas sombras do mundo. Um mal primordial, sem forma e sem nome, vagava pela existência, espalhando caos e desolação por onde passava. Era um mal tão vasto e imenso que, ao se aproximar dos reinos de luz, engolia toda a esperança e corroía as almas dos seres imortais. Nada poderia detê-lo, pois sua essência era a pura destruição, o negador de toda ordem e harmonia. Para conter essa ameaça, os Deuses Supremos, temendo pelo futuro da criação, reuniram todo o seu poder e sabedoria. Em um conselho silencioso, entre os ventos estelares e as marés da eternidade, decidiram criar uma prisão infinita. A pedra, que não poderia ser tocada por mãos mortais, foi forjada com fragmentos da própria essência da criação e imbuída com o poder das mais antigas forças misticas.
Esta pedra, conhecida como a Pedra do Mundo, foi então lançada nas profundezas de um abismo além de qualquer tempo ou espaço, onde nem mesmo os olhos divinos poderiam alcançar. Sua superfície era lisa e negra, como a própria noite sem estrelas, mas em seu interior brilhava um poder incalculável, pulsando como o coração de um Deus adormecido. Dizia-se que ela continha todos os males do mundo — as doenças, as pragas, as guerras, as sombras e os tormentos que uma vez ameaçaram consumir tudo. A lenda conta que, em seu poder insondável, a Pedra do Mundo não apenas aprisionou o mal primordial, mas também selou os desejos mais profundos e destrutivos dos próprios Deuses, que, temendo que sua curiosidade ou fraqueza pudessem um dia liberar o mal novamente, estabeleceram um pacto eterno de vigilância e silêncio. O que restava do mal aprisionado na pedra era um eco distante de tudo o que poderia destruir o mundo que conhecíamos.
Com o passar dos milênios, a Pedra do Mundo foi esquecida por muitos, embora os mais antigos entre os mortais e imortais mantivessem em segredo seu poder. Alguns sábios sussurravam que, quando o equilíbrio entre os mundos se desestabilizasse, a pedra poderia ser liberada, trazendo consigo os horrores de um apocalipse há muito adormecido. A caixa de Pandora do mundo, que, ao ser aberta, não apenas libertaria o mal, mas traria também a promessa de uma nova era de caos e sofrimento.
ano 470
perigos contidos
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Dentro da Pedra do Mundo, onde os Deuses Supremos selaram os maiores horrores conhecidos e desconhecidos, repousam não apenas as sombras da destruição, mas também entidades e forças que desafiam a própria compreensão. Cada fragmento de mal dentro dessa prisão mística é um reflexo do caos que uma vez ameaçou destruir a ordem dos mundos. Um desses horrores, que ficou gravado nas lendas antigas, é um espírito de trevas que surgiu de um dos momentos mais sangrentos da história de Varkitan. Este ser era um dos antigos seguidores de Morghul, o Senhor das Sombras, um mago negro cujos feitos ecoaram pela história como uma advertência de como a sede pelo poder pode consumir até mesmo as almas mais poderosas. Com uma magia que desafiava as leis da natureza e manipulava as forças da morte, ele criou um exército de mortos-vivos, sombras e criaturas de pesadelos, marchando pelas terras de Yronspark, a cidade de ferro. Seu objetivo era simples: dominar toda a região de Varkitan e, através de um ritual proibido, liberar o poder ancestral de Morghul sobre os reinos mortais. Durante a grande guerra que se seguiu, as forças das várias regiões de Varkitan se uniram para combater o crescente exército das trevas. Reinos inteiros caíram diante das legiões, e as noites se tornaram longas e tenebrosas, onde o silêncio da morte pairava sobre os campos de batalha. Contudo, foi com a intervenção dos próprios Deuses que a balança da guerra se inclinou. Os celestiais, que sentiam o peso do mal se espalhando pelo mundo, desceram das alturas para combater o seguidor de Morghul.
Mesmo com sua magia negra, a capacidade de comandar os mortos e controlar a essência da morte, ele não foi capaz de resistir à força da união divina. Os Deuses, com sua sabedoria ancestral, impuseram-lhe um castigo terrível. Em um ritual que queimou os céus e fez as estrelas tremerem, eles encerraram seu espírito dentro da Pedra do Mundo, juntamente com os horrores que ele havia criado. Mas a prisão que o aprisionou não foi simples: a essência da sua magia negra foi fundida à pedra, tornando-se parte do mal que ali repousava, adormecendo, mas não sendo destruída Agora, dentro da Pedra do Mundo, o espírito do mago permanece, preso nas correntes de sua própria criação. O poder sombrio que ele manipulava, capaz de ressuscitar os mortos e corromper aqueles com um simples toque, foi selado em sua essência. Dentro da prisão, ele aguarda o momento certo para ser libertado, buscando uma oportunidade para se vingar dos Deuses e retomar seu domínio.
Aqueles que buscarem a Pedra do Mundo, atraídos pela lenda de seus poderes, podem despertar não apenas o espírito desse mago negro, mas também as legiões de mortos que ele comanda, trazendo com eles um terror antigo, mais feroz do que qualquer um poderia imaginar, e até então algo impossível de ser rompido. As advertências sobre a Pedra do Mundo se espalham como um sussurro nas sombras... Se a pedra for aberta, o mal que ali dorme não será apenas o retorno de um mago corrompido, mas o retorno de todos os horrores que ele trouxe, mais poderosos e destruidores do que nunca... O equilíbrio do mundo inteiro estaria em jogo.
ano 480
inimigos continentais
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Após a derrota do antigo seguidor de Morghul e a contenção das forças das trevas dentro da Pedra do Mundo, o equilíbrio em Varkitan foi restaurado, e os impérios finalmente começaram a se recuperar das cicatrizes deixadas pela grande guerra. A aliança entre as regiões, forjada na batalha, trouxe uma era de paz temporária, onde as cicatrizes da guerra começaram a se curar e os reinos floresceram novamente. As terras que antes estavam mergulhadas em caos e escuridão, agora eram prósperas, mas uma sombra persistia, e essa sombra tinha nome: Yronspark. Yronspark, a cidade de ferro, o coração da antiga força do mago sombrio, nunca se recuperou completamente. Embora seu imperador sombrio tenha sido derrotado e sua influência direta tenha sido anulada, o mal que permeava a cidade não desapareceu. Os resquícios da magia de Morghul, que uma vez haviam corrompido o império, ainda estavam impregnados nas pedras da cidade, nas almas de seus nobres, e nas fundações de seus antigos castelos. A cidade, ainda cheia de forjas e forjadores de armas, continuava a pulsar com o eco de uma escuridão que se recusava a desaparecer.
Os nobres de Yronspark, mesmo após a queda de seu imperador sombrio, continuaram a se alimentar das vestígias dessa magia negra. Eles buscavam poder nas sombras, desejando alcançar a imortalidade ou a supremacia sobre os outros reinos. Muitos deles haviam sido tocados pela magia proibida de Morghul, e agora, longe do controle direto do imperador, tomaram para si os resquícios das antigas artes. Com isso, começaram a realizar rituais secretos, manipular as forças das trevas e buscar formas de tornar Yronspark uma nação autossuficiente e temível, capaz de desafiar os outros impérios. O que antes era uma cidade de pura destruição, uma forja de mortos-vivos e guerreiros corrompidos, agora tornou-se um lugar de intriga e traição. As famílias nobres de Yronspark não mais se viam como simples governantes, mas como guardiões das artes sombrias. Eles mantinham uma fachada de normalidade, participando de alianças e tratados com os outros impérios, mas seus verdadeiros objetivos eram mais obscuros. Sob o brilho das lâmpadas de ferro, eles se reuniam em santuários escondidos, onde ainda praticavam as artes de Morghul, aprimorando sua magia negra e tentando reviver o poder que outrora os guiou para a glória.
Yronspark tornou-se, assim, a inimiga silenciosa de todos os impérios. Apesar de não haver mais um imperador sombrio para liderar as forças das trevas, a cidade mantinha sua influência maligna, uma ameaça velada, aguardando o momento certo para se levantar novamente. Nenhum reino ou império poderia confiar plenamente em Yronspark, pois sabia-se que seus nobres ainda estavam imersos nas profundezas das trevas, sempre em busca de poder. Seus exércitos, compostos por mercenários e antigos seguidores do império sombrio, estavam prontos para ser acionados, e suas forjas continuavam a criar armas poderosas, algumas com encantamentos amaldiçoados, que tornavam os guerreiros de Yronspark imbatíveis no campo de batalha. E assim, enquanto os outros impérios reconstruíam suas terras e buscavam manter a paz, Yronspark se erguia como uma sombra disfarçada de prosperidade, esperando o momento certo para reivindicar seu poder e retomar a conquista que uma vez foi sua. Os nobres de Yronspark alimentavam-se das trevas, sabiam o que estava oculto, e suas ambições nunca foram completamente abandonadas.
ano 490
limitando o futuro
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Com o passar do tempo, o futuro de Varkitan tornou-se cada vez mais incerto. Os impérios estavam em constante equilíbrio instável, com Yronspark e seus nobres alimentando-se das artes das trevas, enquanto outros reinos lutavam para manter a paz e reconstruir o que fora perdido. Mas em meio a essa incerteza, havia uma nação que se mantinha firme, não apenas pela força de seus exércitos, mas pela sabedoria e poder de sua liderança: Midrel. Midrel, a terra que antes parecia desprovida de um grande poder, emergiu como um bastião de estabilidade e prosperidade. Sob o comando de Jezrahel, o filho direto de Salomão, o grande rei sábio e justo da antiga lenda, o império cresceu ainda mais forte. Jezrahel, cujo nome significava força, não era apenas um monarca de força e liderança, mas também um farol de sabedoria e fé. O legado de seu pai, Salomão, estava impresso em cada decisão, em cada decreto, e no modo como ele guiava seu povo. Sua visão para Midrel era de um futuro glorioso, sustentado pela justiça, sabedoria e a contínua busca pelo equilíbrio para que nada viesse a sair de seu controle.
Jezrahel herdou de seu pai não só o trono, mas também o manto da sabedoria divina, que o tornava capaz de tomar decisões que estavam além da compreensão dos outros governantes. Ele mantinha a harmonia entre as regiões, restaurando a paz mesmo quando as forças das trevas tentavam abalar as fundações do continente. Seu reinado era marcado pela busca do equilíbrio entre o mundo material e espiritual, um líder que governava com discernimento e, ao mesmo tempo, com o poder de um guerreiro. Enquanto os outros impérios se viam envolvidos em disputas internas e lutas pelo poder, Midrel continuava a florescer sob a liderança de Jezrahel. Sua cidade, o coração de Midrel, era uma representação viva da sabedoria e da força, com suas estruturas de mármore e ouro brilhando sob o sol. O povo de Midrel, leal a seu monarca, acreditava que a proteção divina acompanhava seu reino, guiados pela sabedoria de Salomão que agora se manifestava na descendência do rei. Contudo, o futuro de Varkitan ainda permanecia turvo. As sombras de Yronspark continuavam a se estender, e as tentativas de reviver o império sombrio pairavam como uma ameaça constante. Mas com Jezrahel no comando, Midrel se preparava não só para proteger suas fronteiras, mas também para ser um farol de esperança e justiça em nosso mundo.
O reino sabia que, enquanto Jezrahel liderasse, as forças das trevas não triunfariam. O nome do filho de Salomão se tornaria sinônimo de uma nova era de governança iluminada, onde a sabedoria e o poder divino se entrelaçavam para moldar o destino de todo o continente. Mas os ventos do futuro estavam longe de ser previsíveis, e Jezrahel sabia que sua jornada como líder de Midrel ainda estava firme.
ano 500
renascer do sol
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E assim, após eras de conflitos e sombras persistentes, o sol renasceu sobre Varkitan. Os céus voltaram a brilhar com um azul límpido, e os ventos sopravam com a promessa de renovação. As chamas da guerra haviam se apagado — por ora — e, em meio aos campos floridos e montanhas silenciosas, novos aventureiros começaram a surgir. Jovens de todas as regiões, atraídos pelos contos antigos, pelas lendas esquecidas e pelos sussurros de poder que ainda ecoavam entre ruínas ancestrais, cruzavam o continente em busca de glória, propósito… e destino. Esses viajantes, muitos sem saber, caminhavam sobre terras consagradas por batalhas divinas, por pactos secretos e pelos fragmentos do poder de antigos deuses. Midrel, como sempre, se manteve como o coração palpitante da esperança. Sob o sábio reinado de Jezrahel, o herdeiro direto de Salomão, a cidade abria seus portões àqueles dispostos a lutar por um futuro melhor. No entanto, com o renascimento de tantas almas determinadas, algo ancestral também despertou.
Das profundezas esquecidas, em um lugar onde nem os deuses ousavam sondar, A Presença se ergueu. Ninguém sabe ao certo sua origem. Alguns dizem que é uma centelha deixada por Kosmos, o primeiro sopro de criação. Outros acreditam que seja o eco do próprio Coração do Mundo, uma consciência adormecida que apenas desperta em momentos de ruptura absoluta. Mas todos os grandes videntes, clérigos e magos concordaram em uma coisa: A Presença é a chave. Seu despertar foi sentido como uma onda de energia que atravessou todo o continente. As estrelas pareceram piscar com mais intensidade naquela noite, e as criaturas antigas estremeceram em seus túmulos selados. Yronspark, que silenciosamente tramava sua ascensão, sentiu a mudança — e temeu. Pois A Presença era a única força capaz de impedir o retorno total do domínio sombrio que uma vez residiu no mundo.
Mais do que um ser, A Presença era uma convergência. Um ponto de equilíbrio entre o que já foi, o que é, e o que poderá ser. Sua natureza era além do bem e do mal, mas sua vontade inclinava-se à preservação do mundo. Com sua consciência reativada pelo surgimento de tantas novas almas corajosas, ela começou a agir, a influenciar, a guiar os passos daqueles que estavam destinados a enfrentar Yronspark. Com isso, a nova era começou. Os reinos ainda cicatrizavam suas feridas. Yronspark afiava suas lâminas nas sombras. Mas a luz havia retornado. E com ela, a esperança se manifestava na forma de aventureiros, líderes, e da antiga e agora desperta Presença, que seria essêncial para tudo nessa nova era.
A história geral continua nos momentos atuais...