Antes que os nomes dos deuses fossem gravados em pedra, antes que o tempo fosse contado em ciclos solares, havia a Lua — e sob ela, caminhava Aradia, a primeira entre as bruxas. Ela não se apresentou como profetisa, nem se ajoelhou diante de reis ou torres de marfim. Aradia falava com as árvores, ouvia os gritos do mundo através das marés, lia o futuro em reflexos quebrados e caminhava entre os sonhos dos mortais como quem flutua em névoa. Era temida, reverenciada, esquecida — e então redescoberta, geração após geração, sempre sob o manto da noite. Diz-se que Aradia nasceu sob um eclipse onde o mundo se calou por um minuto inteiro. Os lobos uivaram para o leste. As águas recuaram das margens. E uma criança, de olhos prateados, respirou sem chorar. As parteiras fugiram e ela nasceu.
Ela cresceu entre as sombras, aprendendo não com mestres, mas com os ecos dos que ousaram buscar conhecimento proibido. Aradia dominou a arte dos véus — aquilo que existe entre a vigília e o sono, entre a verdade e a mentira, entre a vida e o que há depois. Com um gesto, podia transformar memórias em labirintos. Com um sussurro, fazer reis duvidarem de sua coroa. Mas nunca feriu sem propósito. Sua missão era mais sutil: mostrar que todo mundo vive cercado por ilusões — e que a pior delas é acreditar que não se está sendo observado. Durante séculos, tentou manter-se fora das guerras do mundo. Preferia proteger os esquecidos: órfãos, párias, mulheres expulsas por fé ou sabedoria. Criou refúgios em florestas encantadas, fundou ordens secretas sob o luar e espalhou seus feitiços por pergaminhos escondidos nos sonhos, se tornando sua própria presa.
história do legado
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O Legado de Aradia não está cravado em pedra, não repousa em relíquias douradas e não foi transmitido por sangue. Ele vive no que não se vê. Na última névoa que cobre o campo ao anoitecer. No brilho branco da lua refletido em olhos fechados. No intervalo entre um pesadelo e o despertar. Ele não é herdado — é sussurrado. Aradia não buscou a eternidade. Ela não quis ser lembrada. Mas o mundo nunca esquece uma verdade que se recusa a morrer. E Aradia era verdade — uma verdade oculta, ancestral, subterrânea. Quando foi queimada, não deixou cinzas. Deixou ecos. Deixou véus. A essência de seu ser — da mulher que lia o destino nas marés e costurava encantamentos com fios de sombra — não se desfez. Fragmentou-se. A energia de Aradia se diluiu como fumaça, espalhada entre os sonhos do mundo.
O Legado de Aradia não se impõe. Ele observa. Espera. Sussurra. E quando encontra alguém que se move entre sombras não por medo, mas por respeito ao invisível, ele desperta. No início, são apenas intuições estranhas: saber quando não se está sozinho. Sonhar com florestas onde não se esteve. Sentir a presença de alguém que já morreu — e entender o que ela quer. Com o tempo, essas sensações se intensificam. O portador vê através de ilusões. Lê intenções nos silêncios. Percebe as frestas entre os mundos. E, um dia, descobre que também pode tocá-las. Aradia então surge — não como uma aparição, mas como uma lembrança que nunca foi sua. E o pacto se forma. Sem palavras. Sem contratos. Apenas um véu que se levanta... e nunca mais retorna ao lugar. Quem carrega o Legado de Aradia se torna guardião do limiar: entre vida e morte, verdade e sonho, razão e mistério. Não pertence completamente a este mundo — nem a outro. Passa a se mover como ela: com leveza, astúcia, compaixão e perigo. Mas o legado não é livre de maldição, amplificando ainda mais suas capacidades.
habilidades passivas
primeiro desbloqueio
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Em Midrel, os Legados não são apenas marcas narrativas ou títulos honoríficos — eles são fontes vivas de poder. Ao serem adquiridos, cada Legado desperta habilidades passivas únicas, profundamente ligadas à essência do herói, figura ancestral ou entidade que o originou. Essas habilidades são desbloqueadas automaticamente no momento da compra, como se o próprio mundo reconhecesse o vínculo selado entre o personagem e a história que ele agora carrega. Essas passivas agem de forma constante e espontânea, sem exigir ativação. Cada Legado possui uma ou mais dessas passivas exclusivas, e nenhuma pode ser obtida por outros meios de forma geral.
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véu de mundos |
Com um gesto delicado e um sussurro em uma língua que só o silêncio compreende, o portador desfaz os limites entre o plano físico e o espiritual. Por alguns instantes, torna-se intangível à matéria — atravessa paredes, evita ataques físicos, desaparece de correntes ou amarras. Não é invisibilidade, mas ausência. Durante o efeito, apenas magias espirituais ou encantamentos de revelação podem tocá-lo. Essa habilidade é possível graças à FÉ profunda do portador na existência além da carne, à sua FURTIVIDADE quase sobrenatural, e à SABEDORIA ancestral, que o conecta ao fluxo invisível.
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sussurro da lua |
O personagem fala diretamente à mente de uma criatura, invocando palavras que não são suas — são fragmentos da consciência de Aradia. O alvo é envolvido em uma visão hipnótica, um pesadelo moldado a partir de seus próprios medos ocultos. Durante a duração, o inimigo hesita, erra ataques ou confunde aliados com oponentes. Se falhar em resistir, ficará paralisado em transe. Essa habilidade é sustentada pela FÉ xamânica do herdeiro, que canaliza vozes além da razão, pelo PODER onírico que manipula imagens subconscientes, e pelo CARISMA misterioso que faz até mentiras parecerem profecias.
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nevoa da bruxa |
O portador convoca uma névoa prateada que se espalha rapidamente pelo campo, obscurecendo a visão, abafando sons e bloqueando rastros físicos e mágicos. Criaturas hostis dentro da névoa têm dificuldade em localizar o herdeiro ou seus aliados, enquanto a presença do próprio portador se funde com a névoa — atacando de qualquer direção como uma sombra viva. Essa habilidade nasce da FURTIVIDADE total que permite fundir corpo e bruma, da SABEDORIA ritualística herdada de Aradia, e de uma VITALIDADE branda mas resiliente, que sustenta o feitiço enquanto ele caminha entre a fumaça como um vulto intocável.
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habilidades ativas
conhecimento geral
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Em Midrel, os Legados não se limitam a conceder apenas habilidades passivas — eles também despertam habilidades ativas exclusivas, profundamente enraizadas na essência heroica, espiritual ou mítica da figura que originou o legado. Essas habilidades ativas representam manifestações diretas da vontade, do poder ou da memória viva do ancestral, sendo únicas, poderosas e, muitas vezes, transformadoras. Ao adquirir um Legado, o personagem desbloqueia automaticamente uma habilidade ativa vinculada ao núcleo simbólico daquele legado. Essas técnicas carregam um peso narrativo enorme e são respeitadas por todos aqueles que estão ao seu redor dentro de uma missão, aliados ou não.
[NÍVEL I - II] Ritual da Noite - O personagem traça três símbolos arcanos no ar e pronuncia um nome esquecido, mergulhando o campo em escuridão viva por alguns segundos. Não é apenas ausência de luz — é a supressão dos sentidos. Durante esse tempo, inimigos perdem a noção de direção, som e tempo, como se estivessem sonhando acordados. Enquanto isso, o herdeiro de Aradia move-se livremente, atacando sem ser detectado e influenciando os pensamentos dos que afundam na névoa.
Essa habilidade é alimentada por uma SABEDORIA ritualística refinada, pela FÉ nas forças ocultas que se movem em silêncio, e pela FURTIVIDADE natural do herdeiro, que dança entre os véus como se fosse parte deles.
[NÍVEL III - IV] Espelho de Luar - O portador invoca um fragmento espectral de Aradia — um espelho flutuante e prateado que reflete não a aparência, mas a verdade interior de quem o encara. Ao ser ativado diante de um inimigo, o espelho revela seu maior medo, sua culpa ou seu desejo negado. Isso causa confusão, desorientação, e pode até forçar o alvo a reviver um trauma, deixando-o vulnerável por alguns instantes. O espelho dura até ser destruído ou até refletir sua última verdade. Essa habilidade é possível graças ao PODER onírico e emocional do herdeiro, à sua SABEDORIA ancestral, capaz de traduzir símbolos em efeitos mentais, e ao CARISMA hipnótico que transforma visões em profecias.
[NÍVEL IV - VI] Chama Prateada - Com um sopro e um gesto suave, Aradia invoca uma pequena chama de cor cinzenta-azulada. Ao tocar o chão, ela se espalha em círculos ao redor do portador, traçando runas que selam o espaço em um campo silencioso. Dentro dessa área, magias são distorcidas, palavras perdem sua força, e criaturas que dependem de aura, invocação ou foco sofrem penalidades severas. A chama não queima o corpo, mas sim a presença mágica. Essa habilidade depende de uma FÉ profunda, que reconhece a Lua como fonte de poder, de um PODER mágico que opera em camadas ocultas, e de uma VITALIDADE constante, pois manter a chama exige resistência espiritual ininterrupta.
[NÍVEL VI - VIII] Passo do Véu - Ao ativar esta habilidade, o personagem desfaz sua conexão física com o mundo por alguns segundos. Seu corpo torna-se fumaça prateada, seu som desaparece, e sua essência atravessa o campo como uma brisa. Ele pode se reposicionar livremente, atravessar paredes, ou aparecer atrás de inimigos sem emitir qualquer presença detectável. Ao reaparecer, pode executar um golpe ou conjuração imediata com vantagem total.
Este efeito é possível pela sinergia entre FURTIVIDADE extrema, uma AGILIDADE fluida quase incorpórea, e uma SABEDORIA conectada ao fluxo liminar entre planos.
[NÍVEL IX - X] Eclipse da Bruxa - Num momento de ruptura, quando a ameaça ao mundo é inegável, o herdeiro pode erguer os braços e chamar o Eclipse Silencioso — uma invocação suprema herdada do último ritual de Aradia. A Lua negra aparece no céu (mesmo durante o dia) e cobre o campo com um manto profundo. Inimigos perdem suas conexões com buffs e fontes mágicas externas, não podem se comunicar e veem apenas sombras. Aliados, por outro lado, sentem-se guiados por um instinto puro, como se uma força antiga os envolvesse e protegesse. Essa habilidade só pode ser ativada com uma FÉ transcendental, um PODER de canalização pleno, e uma FAMA oculta, pois apenas aqueles reconhecidos pelas sombras da Lua são dignos de cultua-la.
Essa habilidade é alimentada por uma SABEDORIA ritualística refinada, pela FÉ nas forças ocultas que se movem em silêncio, e pela FURTIVIDADE natural do herdeiro, que dança entre os véus como se fosse parte deles.
[NÍVEL III - IV] Espelho de Luar - O portador invoca um fragmento espectral de Aradia — um espelho flutuante e prateado que reflete não a aparência, mas a verdade interior de quem o encara. Ao ser ativado diante de um inimigo, o espelho revela seu maior medo, sua culpa ou seu desejo negado. Isso causa confusão, desorientação, e pode até forçar o alvo a reviver um trauma, deixando-o vulnerável por alguns instantes. O espelho dura até ser destruído ou até refletir sua última verdade. Essa habilidade é possível graças ao PODER onírico e emocional do herdeiro, à sua SABEDORIA ancestral, capaz de traduzir símbolos em efeitos mentais, e ao CARISMA hipnótico que transforma visões em profecias.
[NÍVEL IV - VI] Chama Prateada - Com um sopro e um gesto suave, Aradia invoca uma pequena chama de cor cinzenta-azulada. Ao tocar o chão, ela se espalha em círculos ao redor do portador, traçando runas que selam o espaço em um campo silencioso. Dentro dessa área, magias são distorcidas, palavras perdem sua força, e criaturas que dependem de aura, invocação ou foco sofrem penalidades severas. A chama não queima o corpo, mas sim a presença mágica. Essa habilidade depende de uma FÉ profunda, que reconhece a Lua como fonte de poder, de um PODER mágico que opera em camadas ocultas, e de uma VITALIDADE constante, pois manter a chama exige resistência espiritual ininterrupta.
[NÍVEL VI - VIII] Passo do Véu - Ao ativar esta habilidade, o personagem desfaz sua conexão física com o mundo por alguns segundos. Seu corpo torna-se fumaça prateada, seu som desaparece, e sua essência atravessa o campo como uma brisa. Ele pode se reposicionar livremente, atravessar paredes, ou aparecer atrás de inimigos sem emitir qualquer presença detectável. Ao reaparecer, pode executar um golpe ou conjuração imediata com vantagem total.
Este efeito é possível pela sinergia entre FURTIVIDADE extrema, uma AGILIDADE fluida quase incorpórea, e uma SABEDORIA conectada ao fluxo liminar entre planos.
[NÍVEL IX - X] Eclipse da Bruxa - Num momento de ruptura, quando a ameaça ao mundo é inegável, o herdeiro pode erguer os braços e chamar o Eclipse Silencioso — uma invocação suprema herdada do último ritual de Aradia. A Lua negra aparece no céu (mesmo durante o dia) e cobre o campo com um manto profundo. Inimigos perdem suas conexões com buffs e fontes mágicas externas, não podem se comunicar e veem apenas sombras. Aliados, por outro lado, sentem-se guiados por um instinto puro, como se uma força antiga os envolvesse e protegesse. Essa habilidade só pode ser ativada com uma FÉ transcendental, um PODER de canalização pleno, e uma FAMA oculta, pois apenas aqueles reconhecidos pelas sombras da Lua são dignos de cultua-la.