​​ANCESTRAL Da ÁGUA
arian
Arian, o Ancestral da Água, é a encarnação da fluidez eterna, da memória líquida do mundo e da essência que permeia todas as coisas vivas. Ele não possui uma forma fixa, mas sim uma presença que se adapta — ora maré serena, ora tempestade voraz, ora neblina silenciosa que sussurra segredos do passado. Arian não é apenas um ser — é a própria corrente da origem, o ciclo da chuva e da maré, o sopro que atravessa os véus do tempo carregando tanto cura quanto destruição. Quando manifesta sua forma, Arian é grandioso e etéreo. Seu corpo é composto por águas translúcidas entrelaçadas com correntes de energia azul-celeste e prateada, moldando uma silhueta que se estende como um manto de oceano vivo. Seus olhos são redemoinhos espirais que refletem imagens do passado.
Arian habita os recantos mais profundos da Dimensão da Água, conhecida como Nymmeris, um plano fluido onde a gravidade e o tempo são maleáveis como as próprias ondas. Lá, não há terra firme — apenas arquipélagos flutuantes de corais vivos, catedrais feitas de gelo suspenso e abismos insondáveis onde criaturas esquecidas nadam desde a primeira chuva do cosmos. Nymmeris é um plano silencioso e denso, onde cada gota carrega uma lembrança e cada correnteza uma emoção. Arian é o guardião do Limiar da Memória, o ponto onde todas as águas de todos os mundos convergem em um redemoinho eterno. É dito que aquele que mergulha ali vê sua alma refletida em cada gota — e apenas os que estão em harmonia com a própria verdade.

​características da besta
conhecimento geral
Arian, o Ancestral da Água, possui uma forma que jamais permanece a mesma por muito tempo. Sua estrutura é fluida e majestosa, composta de massas d’água translúcidas entrelaçadas com correntes vivas de luz azul profunda e cintilações prateadas. Seu corpo pode se expandir por quilômetros como um oceano vertical, ou condensar-se em um vulto esguio envolto por névoa e maré. Não possui ossos, nem carne — mas sim movimento, densidade e fluxo. Ele é líquido em essência e mutável em alma. Seus “membros” são moldados por tentáculos aquáticos, braços ondulantes que se movem como serpentes marinhas feitas de correnteza, sal e pressão. Às vezes, parte de seu corpo solidifica-se em gelo antigo, talhado por geometrias que desafiam a lógica, para depois derreter e escorrer como lágrimas do mundo. Em seus ombros e costas, espirais de água e espuma giram em ciclos contínuos, como redemoinhos encantados que flutuam no ar ao seu redor, emitindo sons que lembram cânticos de baleias distantes e tempestades contidas.
Seus olhos são vórtices: duas espirais líquidas girando sem cessar, refletindo imagens do passado, do presente e do que ainda está por vir — mas embaralhados, como se o tempo fosse uma maré sem direção fixa. Quando Arian fixa o olhar em algo, é como se o próprio destino daquilo fosse dissolvido, desmanchado em ondas de lembrança. Seu toque não machuca fisicamente — ele inunda. Ele entra pelos poros, pelos pulmões, pelos sonhos. Pode afogar sem submergir, pode silenciar com uma gota. Ele arrasta, reconstrói ou apaga. Arian não deixa rastros de destruição visível como uma besta flamejante ou um colosso de pedra — ele transforma tudo em fluxo: rios onde havia terra firme, brumas onde antes havia muralhas, silêncio onde antes havia dor. Sua presença altera a umidade do ar, faz o solo pulsar com água subterrânea, faz as marés mudarem mesmo em mundos distantes. Em sua aproximação, criaturas aquáticas surgem em sua esteira: cardumes de luz, serpentes líquidas, medusas feitas de névoa e gelo, todas filhas de sua respiração. Arian não emite sons secos — sua voz é uma melodia submersa, e seus silêncios são mais densos que a própria fala. Ele não precisa se impor: a água escorre, envolve e desfaz. Ele não quebra. Ele dissolve.

​localidade da besta
dimensao da água
A Dimensão da Água, em Aeridia, o Mundo Além, é conhecida como Nymmeris, o Reino Abissal da Memória. Este plano não é feito de terra e mar como os mundos mortais, mas de camadas intermináveis de água viva, pressões insondáveis e silêncio líquido que guarda os segredos da existência. Nymmeris não é apenas um oceano infinito — é um arquivo fluido da criação, onde cada gota contém uma lembrança, um eco de um gesto esquecido, um nome há muito submerso. Aqui, a gravidade não é fixa, e o espaço se move com as marés. Não há céu, apenas véus cintilantes de névoa aquática, onde criaturas-luz deslizam como constelações submersas. As correntes mudam com o pensamento e a emoção: lugares se movem, desaparecem, ressurgem. Alguns chamam isso de “o pulso de Nymmeris” — um ciclo de fluxo constante, onde tudo vive, evapora e retorna.
Catedrais de corais vivos, infinitamente altos, sustentam bolsões de água doce e salina, e nas profundezas mais densas existem abismos tão antigos que brilham com escuridão líquida — não por falta de luz, mas por excesso de passado. Em suas fossas mais silenciosas repousam as Primeiras Bênçãos, formações cristalinas geradas a partir de lágrimas cósmicas, seladas com runas que só podem ser lidas por entidades que ainda lembram o som da primeira chuva. Nymmeris é o lar de entidades anfíbias ancestrais, peixes-luz com inteligência psíquica, medusas oraculares e leviatãs de gelo que jamais emergiram para o plano físico. Muitos deles são filhos do próprio Arian ou extensões dele mesmo, fragmentos conscientes de sua essência líquida. No centro oculto da dimensão existe o Espelho Abissal, um vórtice onde todas as águas convergem, rodopiando em espiral infinita. A lenda diz que ali mora o verdadeiro núcleo de Arian, o Olho da Maré, que vê todas as lembranças da existência — mesmo aquelas que foram esquecidas de propósito. Quem ousa mergulhar nesse núcleo pode reviver todas as vidas que tocou... ou se perder para sempre em memórias que não lhe pertencem, de toda forma.

​poder da besta
agua ancestral
Água Ancestral é a substância primordial que deu origem a todos os fluxos, ciclos e correntes que permeiam os mundos de Aeridia. Antes mesmo da luz tocar a criação, antes das chamas arderem ou das pedras se firmarem, havia movimento — e esse movimento era feito de Água Ancestral, uma essência líquida e consciente que não obedecia a forma, mas sim ao ritmo da existência. Ela não é simplesmente um líquido. A Água Ancestral é memória viva: cada gota contém ecos de palavras não ditas, emoções jamais compreendidas, e imagens de mundos que ainda não nasceram. É o elemento do reflexo puro — aquilo que mostra o que é, o que foi e o que poderia ter sido, sem julgamento. A água que hoje corre nos rios, chove sobre os campos e alimenta os oceanos é apenas uma sombra diluída dessa fonte original, pois a Água Ancestral permanece intocada.
Nas profundezas insondáveis de Nymmeris, a Dimensão da Água, repousam bolsões ocultos de Água Ancestral — lagos sem fundo, mares que não seguem marés, prismas líquidos que flutuam em pleno abismo. Aqueles que se aproximam sentem suas memórias sendo puxadas para fora do corpo, suas emoções diluídas e reordenadas como correntes cruzadas. A Água Ancestral não obedece à física, nem à vontade de mortais ou deuses. Ela se move por lembrança e intenção. Se tocada por alguém que mente, ela se enrijece como cristal e repele. Se tocada por alguém sincero, ela se molda, acolhe e revela verdades que nem mesmo o portador sabia carregar. O poder que dela emana é chamado de Corrente da Origem, capaz de desfazer encantamentos, curar feridas da alma, e até afogar conceitos — como orgulho, ódio ou tempo. Os maiores oráculos de Aeridia falam que, em tempos de ruína, a Água Ancestral subirá aos céus e choverá sobre os mundos, apagando as guerras, as mágoas e os nomes, deixando apenas o silêncio e o recomeço. Diz-se que Arian, o Ancestral da Água, foi o primeiro a emergir de suas profundezas — não criado, mas decantado, nascido do ponto onde a Água Ancestral encontrou consciência. Ele carrega em si sua pureza, e é o único capaz de invocá-la plenamente.

​​informações adicionais
conexao aquatica
Conexão Aquática é o elo sagrado entre a alma de um ser e o ciclo eterno da Água Ancestral. Não se trata apenas de controlar mares ou invocar chuvas, mas de tornar-se parte do fluxo original, da dança invisível entre emoção, memória e transformação. Aqueles que possuem essa conexão não apenas manipulam a água — eles fluem com ela. Essa ligação se desperta em indivíduos profundamente sensíveis ao mundo, capazes de ouvir os sussurros das correntes e perceber nas ondas mais do que som: intenção. O despertar da Conexão Aquática é quase sempre precedido por um trauma, um renascimento ou um mergulho espiritual tão profundo que dilui o ego e reconecta a essência do ser com o grande oceano da origem. Em vez de poder bruto, essa conexão exige entrega, vulnerabilidade, escuta. A água não responde a quem comanda — responde a quem compreende.
Os que carregam essa conexão são chamados em Aeridia de Filhos do Espelho, pois refletem o mundo ao seu redor como superfícies calmas ou revoltas — absorvendo dores, ampliando alegrias, e carregando, mesmo sem querer, as lembranças de tudo e todos que tocaram. Suas emoções se projetam ao ambiente: tristeza pode causar chuvas que caem apenas ao seu redor, raiva invoca torrentes violentas, e paz pode silenciar tempestades ao longe. Fisicamente, quem tem essa conexão apresenta alterações sutis: olhos que brilham com reflexos ondulados mesmo na escuridão, pele que umedece sem razão aparente, e pulsações que lembram o som de marés. Algumas de suas lágrimas podem purificar ou curar, enquanto outras podem afogar maldições no silêncio da água. A Conexão Aquática permite atravessar lagos como se caminhasse por neblina, dialogar com criaturas marinhas de forma instintiva, e ler memórias presas em gotas, fontes ou oceanos. Quando plenamente desenvolvida, essa conexão oferece a capacidade de fundir-se ao próprio fluxo da existência, tornando-se intangível como bruma, ou devastadora como uma onda ancestral. Mas como tudo que flui, a Conexão Aquática exige equilíbrio. Aquele que se perde demais em suas emoções corre o risco de ser engolido pelas águas internas, tornando-se um reflexo sem forma, uma alma submersa nos abismos de Nymmeris, vagando entre lembranças e solidão, de maneira geral.