besta eterea
|
|
Uma entidade etérea nascida do cruzamento entre o último instante do crepúsculo e o primeiro suspiro do sonho. Ela não arde em chamas físicas, nem se eleva em explosões de luz, mas se desfaz e se refaz no limiar da percepção, onde a realidade ainda está decidindo se é dia ou noite, vida ou fim. Sua presença é etérea no sentido mais puro: um corpo feito de vapor de estrelas, com plumas que se movem como fumaça em águas calmas. Ela possui asas largas e flutuantes, que não batem, mas se abrem devagar como véus de névoa, estendendo-se por dezenas de metros antes de se dispersarem. Seu canto não é som, mas vibração — uma impressão no ar que se sente na alma antes de alcançar o ouvido. E onde ela canta, tudo desacelera. Os conflitos cessam. A memória se aquece trazendo um poder físico.
Arieth não nasce do fogo, mas do esquecimento da dor. Ela ressurge em lugares marcados por grandes perdas — aldeias abandonadas, templos esquecidos, cemitérios onde ninguém mais visita. Surge quando um lamento se torna antigo demais para ser lembrado, e então, em vez de ecoar, ela paira. Seu voo é lento, quase imóvel, como se o mundo girasse ao seu redor sem alcançá-la. Onde ela passa, os mortos sonham com beleza, e os vivos, com paz. Ela não confronta diretamente. Seu poder se manifesta como um ciclo de renascimento emocional. Ser tocado por uma de suas penas é ser atravessado por uma lembrança perdida, um afeto esquecido, uma versão de si mesmo que nunca foi concluída. Alguns voltam melhores e se tornam mais poderosos.
características da besta
conhecimento geral
|
Arieth é lembrada — quando é lembrada — como a Fênix que não se ergue das cinzas, mas das brumas deixadas pelas lágrimas que nunca caíram. Ela é uma entidade etérea que não nasce da destruição, mas daquilo que não chegou a ser: despedidas engolidas, promessas não feitas, amores que não encontraram tempo para começar. Diferente das fênix elementais associadas ao fogo e ao renascimento físico, Arieth pertence a uma camada do plano etéreo onde as emoções se dissolvem antes de se tornarem memória. É ali que ela paira, leve, difusa, feita de plumas quase transparentes, névoas suaves e cintilação fraca — como o reflexo de uma chama antiga na água calma. Sabe-se que Arieth não aparece em meio a batalhas, nem quando o coração está em fúria ou desespero, em grande estilo.
Ela só pode ser sentida quando tudo cessa: depois do luto, após a última palavra não dita, quando o mundo ficou em silêncio e ainda há algo no peito que pesa. Ela não traz respostas, nem conserta o passado — apenas faz com que ele se desfaça com ternura. Entre os oniromantes e bardos que viajam entre planos, há histórias de encontros com Arieth durante sonhos lúcidos, sempre em lugares de transição: uma ponte sob névoa, uma escada que não leva a lugar algum, um campo de cinzas com flores intocadas. Quando ela aparece, os viajantes não lembram da conversa — mas acordam em paz, como se um nome tivesse sido devolvido sem som, ou um abraço oferecido sem corpo. Acredita-se que Arieth carrega em seu canto todos os sons que nunca foram ditos: nomes jamais pronunciados.
status |
Não-Domável
|
habitat |
Céus, Templos
|
altura |
3.5 metros;
|
comprimento |
7.0 metros;
|
peso |
indefinido;
|
dificuldade |
★★★★★
|
poder da besta
incandescência silenciosa
|
Arieth não ataca com força, velocidade ou destruição. Quando ativa seu poder, ela abre lentamente suas asas e libera uma onda de bruma luminosa que se espalha em silêncio absoluto. Não há som, vento ou calor. O ambiente simplesmente muda. Cores se apagam suavemente, sombras se tornam suaves demais para projetar forma, e o tempo parece desacelerar não por feitiço, mas por sentimento. A Incandescência Silenciosa não cega, não queima e não empurra. Ela toca. Quem está dentro do campo de Arieth é tomado por uma onda de serenidade profunda, como se lembrasse repentinamente de algo importante que havia esquecido sentir. Magos perdem a concentração não por falha — mas porque percebem que a magia que iriam conjurar talvez não seja necessária, de forma geral.
Guerreiros abaixam a arma, tomados por uma emoção que não sabem nomear. Criaturas de puro impulso hesitam, pois perdem por um instante o fio da raiva. No centro do campo, Arieth paira. Se alguém tenta atacá-la com ódio, esse ódio se desmancha antes de alcançar. Armas se tornam pesadas. Vozes se calam. E aqueles mais sensíveis — ou mais feridos — podem cair de joelhos, tomados por lágrimas silenciosas de coisas que nunca foram ditas. É comum que, após o fim do efeito, os alvos não se lembrem exatamente do que sentiram… apenas que sentiram algo verdadeiro, íntimo e profundo. A Incandescência Silenciosa não inflige dor, não destrói corpos, não aniquila. Ela desarma intenções violentas pela reconciliação interior, que pode atingir tudo que toca.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
|
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSArieth não é uma criatura de combate direto, mas sua presença altera profundamente o campo ao seu redor. Sua principal força é emocional e psíquica, atingindo o centro da alma dos seres com serenidade irresistível. Dentro de sua área de influência, feitiços impulsivos, magias de fúria, habilidades baseadas em trauma ou rancor se dissipam antes de serem lançados. A própria vontade de ferir diminui. Isso faz dela um antídoto vivo contra entidades violentas, mortos-vivos atormentados, e criaturas ligadas ao desespero. Sua forma etérea a torna imune a ataques físicos diretos. Espadas atravessam seu corpo sem resistência, projéteis a atravessam como se atravessassem neblina.
PONTOS FRACOSA força de Arieth está na aceitação, e por isso, sua presença enfraquece diante de vontades absolutamente resolutas. Aqueles que enfrentam seus traumas de forma consciente, que sabem exatamente o que estão fazendo — seja por dever, fé ou disciplina — podem resistir à sua influência. Guerreiros focados, conjuradores com votos sagrados ou entidades regidas por equilíbrio absoluto têm maior imunidade à sua aura. Além disso, Arieth não é imune à dispersão mágica de alta escala. Magias que rasgam o tecido do plano etéreo, feitiços de exílio forçado, ou rituais de selamento que envolvem tempo, destino ou reinício podem empurrá-la de volta para seu estado normal.
|
recompensas da besta
premio de consolação
|
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
pluma de nevoaUma pena translúcida deixada por Arieth ao final de uma aparição. Ao toque, emite um calor suave e constante, como o calor do colo de uma memória feliz. Quando costurada em vestes, concede resistência a magias baseadas em fúria, medo ou dor. Em rituais, é usada para induzir estados de aceitação profunda, sendo especialmente eficaz em cerimônias de luto, libertação emocional ou renascimento interior.
cinza de sentimentoResíduo delicado de uma bruma que se desfez onde Arieth pairou. Armazenada em frascos de vidro opaco, essa cinza pode ser usada como ingrediente alquímico para poções que revelam memórias esquecidas, fragmentos de sonhos inacabados ou a verdade emocional por trás de decisões antigas. Quando lançada em um círculo mágico, purifica emoções represadas dentro do espaço, tornando-o neutro.
fragmento de cantoUm cristal pálido que pulsa levemente quando em silêncio absoluto. Formado no momento em que Arieth canta sem voz, esse fragmento carrega a essência de sua vibração etérea. Pode ser inserido em instrumentos rituais, colares ou grimórios, conferindo ao portador proteção contra interferências espirituais e clareza emocional em situações de confusão. Também pode ser usado uma única vez para selar um pacto, encerrando-o com paz definitiva, sem necessidade.
|