pecado da ira
|
|
Asmodeus, em Midrel, é o Ardor Eterno do Desequilíbrio, a besta que encarna não apenas a luxúria em sua vertente mais ardente, mas também o caos emocional, o vício sem contenção e o prazer que ultrapassa o corpo para corroer a alma. Ele é o fogo que arde não para iluminar, mas para consumir, aquele que transforma afeto em obsessão, prazer em compulsão e amor em possessão. Enquanto Sitri molda o desejo com beleza e ilusão, Asmodeus queima com intensidade, sem máscaras, sem limites, sem misericórdia. Sua presença não é sedutora como a de outros pecados — é incômoda, sufocante, quente demais para ser negada e tarde demais para ser recusada. Onde ele caminha, os sentimentos perdem equilíbrio. Emoções se inflamam. O que deveria ser ternura se transforma em domínio.
O que deveria ser paixão se transforma em adoração febril. Ele é o rei dos excessos, o senhor de tudo que não conhece moderação — sejam prazeres carnais, vícios mentais, ou dependência emocional profunda. Asmodeus aparece de formas distintas, mas invariavelmente poderosas: às vezes como um ser de corpo esculpido em cinzas vivas, outras vezes como um humanoide flamejante, coroado por espinhos rubros e olhos que queimam como fornalhas infernais. Seu corpo pulsa, e a terra se aquece com sua simples aproximação. Sua voz é como vapor quente entrando pelos pulmões: ela seduz, mas também sufoca. Ela promete prazer, mas exige tudo. O pacto com Asmodeus, diferentemente de Sitri, não nasce do desejo de ser desejado.
características da besta
conhecimento geral
|
Asmodeus, a Besta do Ardor Eterno, é uma criatura forjada no fogo do desejo incontrolável e da paixão sem freios. Sua presença em Midrel não é apenas sentida — ela é imposta. Quando Asmodeus se manifesta, o ar se torna denso, os sentidos se aguçam, e tudo ao redor pulsa com uma intensidade esmagadora. Ele não é feito de carne ou pedra, mas de calor e movimento, uma anatomia viva de brasas encantadas, músculos tensionados por chamas internas, e ossos negros como carvão sagrado. Seu corpo é uma escultura em constante combustão. Chamas escorrem entre suas juntas como suor, os olhos não têm íris, apenas luz vermelha líquida que vibra com desejo e raiva entrelaçados. De sua pele — que não é pele, mas uma camada escura de metal vulcânico e tecido flamejante, de maneira geral.
Asmodeus não anda: ele se projeta com poder. Cada passo provoca calor no chão, cada movimento libera uma névoa ardente que entorpece a razão. Quando se aproxima de uma alma frágil, seus sussurros surgem como vozes internas, transformando vontades em impulsos. Sua presença provoca excitação e medo simultâneos — não se sabe se é adoração, submissão, pânico ou puro delírio. E talvez seja tudo ao mesmo tempo. Ele carrega uma longa cauda flamejante, semelhante à de um escorpião, cujas pontas se bifurcam e serpenteiam ao seu redor como serpentes ígneas. Suas mãos, de dedos longos e finos, são capazes de elevar temperatura com um toque, ou de marcar com brasas o nome de quem ousar pactuar. Sua voz não tem tom fixo: ela se adapta ao que mais desperta desejo em quem o escuta, ora como um canto sedutor, ora como uma ordem inevitável. Em batalha, Asmodeus não precisa ferir com violência. Seu calor consome a vontade do inimigo, quebra defesas, faz o próprio corpo do adversário se entregar. Armas se tornam pesadas. Encantamentos falham. Sentimentos se embaralham. Pois o verdadeiro campo de guerra de Asmodeus não é o solo — é o coração do oponente. Sua beleza é aterradora, mas não ideal. Ela carrega cicatrizes, assimetrias fascinantes, e formas que parecem ter sido moldadas por um desejo antigo, esquecido, impossível de nomear. Tudo em sua existência é vibração: ele não é uma imagem — é uma sensação viva, de maneira geral.
pacto demoníaco
rendiçao da razão
|
O Pacto Demoníaco com Asmodeus, em Midrel, não é selado com tinta, sangue ou juramento formal — ele é selado com a rendição da razão. Ele nasce no instante em que um ser — mortal, divino ou abissal — deixa de buscar equilíbrio, e escolhe sentir tudo até o limite. Até que o prazer se torne dor, a dor se torne prazer, e o corpo, a alma e a mente não saibam mais onde terminam um e começam os outros. Asmodeus não aparece com promessas suaves. Ele surge como uma tempestade de sensações, um calor interno que cresce a cada escolha impensada, cada paixão cultivada sem controle, cada vício assumido com orgulho. O pacto se forma quando o indivíduo deseja tanto algo que está disposto a destruir tudo para tê-lo. Não há negociação — há combustão. E quando a vontade entra em ebulição, Asmodeus se apresenta. Não com palavras, mas com presença. A própria alma do pactuante queima em resposta.
A marca do pacto não é visível aos olhos comuns, mas se manifesta no corpo como febres recorrentes, olhos que brilham em momentos de excitação intensa, e uma energia que exala como fumaça quente. O pactuado se torna um ponto de caos emocional, um ímã de paixões e desejos que provocam obsessão nos outros. Vozes se tornam mais intensas ao redor dele. Toques deixam marcas. Presenças colapsam. Asmodeus não oferece domínio sobre o fogo — ele transforma o pactuado no próprio fogo. Os dons concedidos são destrutivamente sedutores. O portador do pacto pode provocar êxtase com um olhar, desarmar inimigos com um toque, transformar gritos em cantos de rendição. O corpo se torna mais resistente à dor — pois aprende a extrair prazer dela. Emoções são ampliadas ao ponto de se tornarem armas: luxúria que envenena, raiva que incendeia, prazer que paralisa. Ele pode despertar paixões avassaladoras que levam à loucura, ou se alimentar da energia dos que se rendem ao desejo que ele exala. Mas o preço é alto. A linha entre o que é sentido e o que é real começa a se desfazer. O pactuado se torna dependente da intensidade. Sentimentos mornos tornam-se insuportáveis. Amor calmo é rejeitado. Paz vira um fardo. Ele precisa do risco, do impacto, do êxtase — e quando isso lhe falta, ele entra em colapso interno. Seu corpo continua vivo, mas seu espírito grita em agonia por não queimar como antes.
poder da besta
fogo devorador
|
O poder de Asmodeus, em Midrel, é conhecido como Ignis Vorax, o Fogo Devorador — uma força primitiva que transcende o calor físico para consumir tudo que é emocional, espiritual e instintivo. É uma energia que não se espalha apenas pelas chamas visíveis, mas que incendeia o interior do ser, fazendo com que cada emoção se torne absoluta, cada sensação se transforme em vício, e cada desejo perca o limite até se tornar inescapável. Ignis Vorax não se manifesta como uma explosão. Ele começa com um calor crescente nos pensamentos, nas vontades, na carne. Aqueles sob a influência desse poder sentem as próprias emoções se expandirem ao ponto de se tornarem intoleráveis — não porque são ruins, mas porque são grandes demais para caber dentro de um só corpo. Um beijo pode parecer um êxtase eterno. Uma ofensa, uma razão para destruir o mundo. Uma perda, um cataclismo. Asmodeus transforma a alma em pólvora e cada sentimento em faísca.
Esse fogo não obedece às leis normais da magia ou da matéria. Ele pode brotar de dentro do coração de um inocente e consumir uma cidade. Pode se prender a um nome e persegui-lo em forma de obsessão, febre, delírio. Pode marcar um lugar com paixão tão intensa que o solo se torna amaldiçoado com desejo eterno. As chamas de Ignis Vorax não deixam cinzas — deixam ecos, impressões que se repetem, que retornam, que contaminam. Quando Asmodeus invoca Ignis Vorax em plenitude, o mundo ao seu redor se curva à vontade do prazer como se fosse uma lei natural. Barreiras mentais colapsam. Resistência mágica é derretida. Inimigos se apaixonam por sua dor, aliados se tornam rivais por amor, e multidões entram em frenesi apenas por vê-lo respirar. Tudo sente mais. Tudo reage mais. Tudo se queima — e pede por mais. Mas o aspecto mais temido de Ignis Vorax é seu poder de conversão emocional. Ele pode transformar o amor puro em obsessão cega. A fé em delírio. A piedade em submissão. E sobretudo, pode fazer com que um ser deseje a própria destruição — desde que seja intensa o suficiente. Pois sob esse poder, até a agonia é bela... desde que venha acompanhada de paixão.
informações adicionais
pai da guerra
|
Asmodeus, em Midrel, não é apenas um demônio — ele é um estado febril eterno, uma força antiga que habita o plano emocional dos seres vivos como uma combustão constante que nunca se apaga. Ele existe onde o controle se dissolve, onde o desejo toma a frente da razão, e onde a alma — embriagada pelo que sente — aceita se incendiar para continuar sentindo. Entre os eruditos da Torre de Elion e os conjuradores do sul, Asmodeus é descrito como um coração exposto, palpitante, envolto por anéis de carne e fogo, cujos batimentos não seguem ritmo fixo — pois eles aceleram com a presença da luxúria, da ira, da inveja, da paixão. Ele não é sedução como Sitri, nem ilusão como Baal. Ele é intensidade bruta, vício puro, compulsão exaltada, o ápice da emoção despida de consciência. Onde sua influência toca, as estruturas morais apodrecem. O amor vira posse. O prazer vira necessidade. O desejo vira dependência.
Amantes se matam em nome de um toque negado. Fiéis abandonam seus deuses para sentir uma única emoção real mais uma vez. E tudo isso ocorre sem que Asmodeus precise levantar um dedo — pois ele habita no meio do impulso. Não é raro que artistas, músicos, bardos, ou líderes carismáticos sejam tocados por sua essência. Não por escolha, mas por desequilíbrio. Ao produzirem ou sentirem com intensidade demais, se tornam portais inconscientes por onde o calor de Asmodeus escoa, espalhando paixões profundas por onde passam. Alguns abraçam essa febre e se tornam seus servos — conhecidos como os Filhos do Ardor. Eles não seguem doutrina, nem dogma. Vivem em êxtase permanente, e vêem o mundo como um campo de combustão emocional onde tudo existe para ser sentido até o limite. No plano infernal de Incandur, onde Asmodeus reina, não há noite. O céu é rubro, o solo pulsa como carne quente, e os rios são de calor líquido que provoca sensações ininterruptas em quem os toca. As almas que ali são arrastadas não gritam por dor — gritam por mais. Mais intensidade. Mais êxtase. Mais sofrimento. Mais prazer. Até perderem a forma, tornando-se faíscas conscientes eternamente presas em ciclos de combustão emocional. Mas há um segredo sussurrado apenas entre os arcanistas mais ousados.