poder do nada
aura nula
A Aura Nula é um dos fenômenos mais enigmáticos e perigosos do espectro energético de Midrel. Ela não representa ausência de poder — mas sim a anulação absoluta de qualquer tipo de energia ou influência ao seu redor. Ao contrário das auras elementais ou divinais que irradiam presença, calor, luz ou poder, a Aura Nula consome, dissolve e silencia. Tudo o que entra em seu raio de ação perde sua essência: magia se desfaz, bênçãos se tornam inúteis, maldições são desfeitas, e até as próprias leis da realidade vacilam mediante a sua grande capacidade.
Visualmente, ela se manifesta como uma distorção do espaço — como se a luz ao redor fosse sugada, e o tempo hesitasse. Seu centro pulsa com uma cor impossível de definir, um “vazio cromático”, envolto por fragmentos de realidade quebrada. Ecos de sons jamais emitidos se repetem no limite da consciência de quem se aproxima. A Aura Nula não pode ser controlada por qualquer ser comum. Apenas entidades que tocam os limites do vazio ou da anti-essência — como os Desvelados, certos Arcanomantes Ascendidos, ou criaturas do Inominável — conseguem canalizá-la sem serem desfeitos por completo. Ela não é usada para atacar, mas para negar. É o fim da ação, da reação e até mesmo do pensamento mágico.

desbloqueando a aura
poder inicial
Toda aura, por mais poderosa ou insondável que seja, não se manifesta em sua forma completa imediatamente. As auras, por sua natureza antiga e selvagem, exigem mais do que força ou conhecimento: elas pedem resonância. Esse primeiro estágio é conhecido como o Desbloqueio Inicial — um momento onde o portador entra em sintonia com a essência da aura, acessando uma fração de seu verdadeiro poder. É como ouvir o eco de um trovão ancestral antes que a tempestade se revele causando assim o dano total.
  • Ruina Silenciosa
O portador ergue a mão ou apenas fixa o olhar, e uma área à sua frente entra em colapso conceitual. Tudo que ali existe — objeto, som, presença — começa a se esfarelar na ausência, não com violência, mas com um apagamento calmo e inevitável. Criaturas atingidas por esse olhar são arrancadas do fluxo da existência: perdem peso, voz, identidade. Por alguns instantes, não podem ser vistas, lembradas ou sequer registradas por sentidos mágicos ou espirituais. Para o mundo, elas deixaram de estar. Após o fim do efeito, elas retornam... mas algo nelas sempre volta errado, como se tivessem perdido uma peça essencial.
  • Zona da Ausência
A aura se expande e forma uma cúpula opaca, com tonalidades negras que absorvem até a luz ao redor. Dentro desse campo, as leis naturais e místicas começam a se desorganizar. Palavras ditas não ecoam. Lâminas tocam o ar e não produzem som. Feitiços lançados perdem a fonte, e vínculos entre aliados se tornam tênues. O que motiva — fé, ira, esperança — começa a desintegrar. O tempo desacelera levemente, mas não em benefício: é o mundo vacilando diante da negação. Criaturas que dependem de senso de identidade, propósito ou convicção sofrem instabilidade emocional, podendo entrar em colapso. A Zona não fere com força — ela dissolve a razão para continuar lutando.
  • Fragmento do Nada
O portador molda um fragmento escuro que parece ser feito de matéria inexistente, como se o vazio tivesse decidido assumir forma. Ao ser lançado, ele não voa: ele desaparece e reaparece em seu destino, sem trajetória, apenas resultado. Quando atinge um inimigo, o fragmento explode para dentro — uma implosão de ausência que consome significado. Armas atingidas por ele deixam de ser reconhecidas, nomes se apagam da memória, pactos são desfeitos como se nunca houvessem sido feitos. O alvo sente um vazio não físico, mas essencial, como se tivesse esquecido por que existe. Essa habilidade não visa matar, mas arrancar a razão de continuar sendo, de forma geral.

habilidades gerais
conhecendo a aura
Cada aura não é apenas uma manifestação de energia — ela é uma entidade complexa, viva, composta por camadas de poder, ecos antigos e códigos arcanos que se desdobram conforme o portador evolui. Para canalizar toda a essência de uma aura, é preciso mais do que força ou vontade: é preciso respeito, sintonia e legado. Mediante a essa capacidade, por conta da grandiosidade das Auras, as habilidades gerais podem ser desbloqueadas apenas quando o jogador atingir certos graus de prestígio do personagem.
[PRESTÍGIO I - II] Véu do Inexisto - ​​O portador cobre-se com um manto etéreo onde sua presença deixa de ser percebida pelas leis convencionais. Ele não fica invisível — ele simplesmente não é considerado. Sensores mágicos não detectam, ataques guiados falham, e até as memórias de quem o viu começam a se esfarelar. O Véu não impede interação direta, mas exige que o mundo “note” novamente o portador — algo que muitos não conseguem. É o ápice da nulidade passiva, onde a realidade não o reconhece mais.

[PRESTÍGIO III - IV] Anulação Essêncial - ​Quando o portador da Aura Nula ativa essa técnica, ele não quebra, não queima, não rasga. Ele redefine silenciosamente o propósito do alvo ao seu toque. A lâmina de um espadachim, tão imbuída de histórias, glórias e lutas, torna-se apenas ferro — incapaz de cortar, pois não se lembra de ser uma arma. Um feitiço arremessado com precisão, força e fé atinge o ar como um clarão vazio, porque já não sabe o que deveria causar. Um juramento entre irmãos, selado por dor e esperança, torna-se apenas som — como se nunca tivesse valido nada. O mais cruel não é o efeito externo, mas o que acontece dentro da vítima. O alvo sente uma desorientação existencial profunda, como se a lógica do mundo ao seu redor tivesse sofrido uma rachadura imperceptível. Há uma sensação de esquecimento — mas não na mente: no coração. Uma leve vertigem de quem perde o “eixo” do que está fazendo. A espada pesa diferente. O feitiço ressoa estranho. O vínculo parece... vazio. Não é loucura — é o toque da negação.

[PRESTÍGIO IV - VI] Fenda Obscura - ​O portador abre uma ruptura no espaço com os dedos ou olhar, criando um rasgo que não leva a outro lugar — mas a lugar nenhum. Tudo que entra nela não é destruído, apenas apagado: sons não reverberam, luz não se curva, matéria não retorna. Criaturas lançadas ali têm sua existência arrancada das tramas do tempo, e se sobreviverem, voltam marcadas por um vazio que nunca se preenche. A Fenda é um lembrete de que há destinos piores que a morte: o esquecimento da própria realidade. ​Ao ativá-la, o portador da Aura Nula não precisa de esforço: um gesto com os dedos ou um simples olhar que concentra intenção já é o suficiente para rasgar o tecido da realidade. Mas ao contrário de portais, que conectam lugares, ou fendas mágicas, que revelam planos ocultos, essa abertura não revela absolutamente nada. Ela é uma ausência real — uma boca faminta do não-ser. Tudo o que toca essa Fenda Obscura — objetos, luz, energia, som, carne — é tragado sem resistência. Não há explosão. Não há grito. O que é sugado não morre. Morre-se onde há fim. Na fenda, não há fim: apenas cessação e queda de poder.

[PRESTÍGIO VI - VIII] Gravidade do Vácuo - ​A aura do portador ganha massa conceitual. Não física, mas existencial. Tudo ao redor começa a ser puxado para si — ideias, atenções, energias. Feitiços desviam do curso, intenções se deformam, e até os pensamentos dos inimigos se afunilam involuntariamente em torno da presença do portador. A Gravidade do Vácuo é irresistível não por sua força, mas por sua inevitabilidade: é como um buraco negro simbólico que atrai tudo que tenta existir ao redor, corrompendo ou absorvendo com a simples imposição do nada.

[PRESTÍGIO IX - X] Ultima Remoção - ​Esta é a capacidade mais temida. O portador pode escolher um elemento da realidade — uma memória, um nome, um lugar, uma lei da física local — e arrancá-lo. Não há reversão, cura ou reconstrução fácil. O que foi removido deixa de ter registro, reação ou função. Magias baseadas em calor não funcionam mais se o calor foi removido. Líderes perdem autoridade se seus nomes foram esquecidos. E mesmo locais sagrados podem se tornar ruínas vazias se sua origem foi extinta. O custo é alto, pois até o portador sente os ecos da remoção dentro de si. ​O portador não precisa tocar fisicamente. Pode simplesmente escolher. Um nome, um vínculo, uma fonte de poder, um símbolo, um conceito — qualquer fragmento da realidade com valor ou estrutura pode ser expurgado da continuidade do real. O impacto é imediato, mas os ecos se espalham como rachaduras no vidro do mundo.