​​besta eterea
auvhar
Uma entidade etérea que não avança com violência nem domina com presença — ele chega onde o fim já começou. Auvhar não causa a morte, não destrói com as mãos, nem fala em voz alta. Ele apenas aparece quando algo ou alguém já está destinado a encerrar, e acelera esse desfecho com sua simples passagem. Sua forma é alta, magra e curvada, como um andarilho em constante movimento, com pernas longas e braços ocultos sob mantos esvoaçantes de cor acinzentada, que sempre parecem estar sendo levados por um vento que ninguém mais sente. Sua cabeça é envolta em um elmo sem face, com uma fenda horizontal onde brilha uma luz pálida e constante, como um pôr do sol congelado no tempo. Por onde Auvhar caminha, tudo que está por terminar se apressa para que finalize com mais rapidez.
Diz-se que ele percorre estradas esquecidas, cidades moribundas, relacionamentos em silêncio e templos onde a fé já se foi — não como caçador, mas como testemunha silenciosa do fim inevitável. Seu toque não mata, mas antecipa. O guerreiro prestes a tombar cai mais cedo. A lâmpada prestes a falhar pisca e se apaga. O ciclo que estava por se encerrar… termina ali mesmo. Entre os viajantes do Véu e os arcanistas que estudam fenômenos de colapso, Auvhar é chamado de a dobra final — o passo entre o penúltimo suspiro e o último. Ele não pode ser convocado nem expulso, pois não age por vontade própria: ele apenas cumpre a ordem natural que já está escrita. Sua presença nunca é permanente. Ele surge e caminha alguns metros.

​características da besta
conhecimento geral
Auvhar é uma das entidades etéreas mais antigas e menos compreendidas. Ele não é um espírito da morte, nem um arauto de destruição. É uma presença do encerramento natural, o reflexo do que já está por terminar, a encarnação do ponto final que o mundo hesita em aceitar. Ele não impõe o fim — ele apenas permite que ele aconteça. Entre os estudiosos do Véu, Auvhar é classificado como uma “entidade de ressonância terminal”: um ser que não age por vontade própria, mas por sincronia com o fim de coisas maiores — ideias, eras, sentimentos, reinados, histórias. Seu surgimento nunca é antecipado com precisão. Ele aparece como uma brisa em ruínas, um vulto nas costas de alguém que já sabe que não há volta. Sua aproximação é sutil, mas definitiva: uma presença que não pode ser detida.
Relatos de sua manifestação coincidem com momentos históricos onde ciclos se encerraram de maneira abrupta, porém estranhamente serena. A última lâmina forjada por um clã milenar. O beijo final entre dois amantes amaldiçoados. A última nota de uma canção que nunca teve final escrito. Auvhar estava presente, não como força atuante, mas como testemunha inevitável. Seu rastro não é destruição — é silêncio completo. Alguns o descrevem como um andarilho que nunca olha para trás. Outros afirmam que ele observa tudo com olhos invisíveis, como se já soubesse o desfecho de todas as histórias. Há um consenso entre os que sobreviveram à sua passagem: Auvhar nunca apressa o tempo. Ele apenas remove os laços que ainda tentavam impedir o fim causando assim a dizimação de tudo.

status
Não-Domável

habitat
Templos, Ruínas

altura
2.8 metros;

comprimento
4.0 metros;

peso
indefinido;

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
passo final
Auvhar não ataca com violência, nem impõe força ou dor. Seu poder se manifesta no momento em que ele dá um passo à frente — apenas um — e tudo ao seu redor sofre a quebra inevitável do que já estava por acabar. Esse passo, envolto em silêncio e vento parado, emana uma onda invisível de encerramento que atravessa o plano etéreo, físico e espiritual ao mesmo tempo. O Passo Final não destrói de forma explosiva. Ele acelera o fim que já estava escrito, seja em feitiços que estavam por expirar, corpos prestes a sucumbir, ciclos que estavam em colapso ou estruturas que sustentavam o que deveria ter sido encerrado há tempo. Magias protetoras desvanecem como se tivessem sido conjuradas há dias. Maldições antigas perdem o vínculo, se tornando assim mais perigosos do que o normal.
Esse poder afeta também vínculos emocionais, espirituais e psíquicos. Pactos desfeitos há muito tempo se encerram com peso real. Alianças falsas se rompem. Máscaras caem. Nomes que não deveriam mais ser ditos desaparecem das mentes. Tudo aquilo que estava sustentado por negação ou prolongamento artificial cede diante da marcha inevitável de Auvhar. Durante o uso do Passo Final, o campo ao seu redor entra em um estado de suspensão: o som se apaga, o ar não se move, a luz parece se tornar mais opaca. É nesse espaço que o tempo conclui o que precisava. Guerreiros veem seus últimos golpes errando o alvo porque o combate não tem mais sentido. Conjuradores sentem seus grimórios fecharem sozinhos. E os que estavam prestes a fugir se paraliza.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

A maior força de Auvhar reside em sua natureza inexorável e silenciosa. Ele não precisa lutar, gritar ou ameaçar. Seu poder se manifesta no instante em que dá um único passo — e nesse momento, tudo ao redor que já estava por acabar simplesmente chega ao fim. Magias protetoras se dissipam como se tivessem sido mantidas por tempo demais, maldições antigas perdem o vínculo com seus hospedeiros, estruturas que deveriam ter ruído há séculos finalmente colapsam. Esse fim não é violento, mas inevitável, e se espalha pelos planos físico, espiritual e etéreo de forma simultânea. Auvhar atravessa o campo de batalha como uma presença silenciosa, onde o tempo se cala e a luz perde o brilho, deixando tudo mais difícil.

PONTOS FRACOS

Apesar de seu poder assombroso, Auvhar não pode tocar no que ainda vive com plenitude. Tudo aquilo que floresce, que pulsa com vitalidade ou que se ergue com frescor está além de seu alcance. Seu poder apenas acelera o fim que já se iniciou, jamais impõe um desfecho forçado. Magias recém-lançadas, vínculos recém-formados ou corpos ainda firmes em sua força não são afetados. Além disso, a ativação de seu dom exige um passo consciente e ritualmente deliberado. Se Auvhar for impedido de caminhar ou for forçado a se mover sem intenção, o Passo Final não ocorre. Seu poder depende desse movimento solene, quase cerimonial. Outra fraqueza está em sua própria neutralidade. ​Ele não impõe medo com violência, e sua presença pode passar despercebida por aqueles que não compreendem a gravidade do que significa vê-lo.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

fragmento da inércia

Este artefato espectral é translúcido, como vidro coberto de névoa. Ele emite uma vibração imperceptível ao toque comum, mas quando aproximado de magias temporais ou ilusões que dependem da percepção do tempo, o fragmento pulsa, criando um campo de imobilidade momentânea. Em equipamentos, concede resistência contra manipulações temporais, prevenindo efeitos como aceleração, paralisia mágica ou dilatação temporal. 

resíduo do fum

Em sua forma natural, parece um fino pó de cor cinzenta prateada que escapa mesmo de frascos selados, como se procurasse constantemente o lugar certo para desaparecer. Este resíduo carrega em si a energia do desligamento inevitável. Quando utilizado em rituais, permite o encerramento imediato de contratos místicos, pactos demoníacos ou maldições prolongadas que se mantêm apenas por resistência.

vestígio final

A miscelânea mais temida, o Vestígio do Último Passo é praticamente invisível a olho nu, mas sente-se sua presença como um arrepio constante quando está próxima. Pode ser canalizada em armas, insígnias ou selos de execução. Quando ativada, ela não destrói uma defesa ou quebra uma barreira. ​Um escudo mágico explode em estilhaços como se tivesse resistido demais. Um encantamento de invulnerabilidade falha silenciosamente, como se sua duração tivesse se esgotado segundos antes.