pecado da gula
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Beelzebuth, em Midrel, é o Senhor da Gula Infinita, o monarca dos excessos que jamais cessam, a boca que tudo devora — não apenas carne, mas ideias, emoções, tempo, fé e até memórias. Ele é a fome que não conhece saciedade, a necessidade de consumir mais do que se precisa, mesmo quando já não se deseja. Diferente da fome dos pobres ou da necessidade da sobrevivência, Beelzebuth representa a voracidade da alma, aquela que consome por vício, por compulsão, por vazio. Sua forma não é constante, pois Beelzebuth está sempre em transformação, absorvendo, inchando, transmutando-se conforme o que devora. Em alguns relatos, aparece como um colosso de carne disforme, coberto por bocas que nunca param de murmurar, mastigar, engolir, atingindo assim seus objetivos gerais.
Beelzebuth não simboliza apenas a gula por alimento. Ele representa a necessidade insaciável de ter, sentir, acumular. Pessoas, poder, sensações, prazer, controle — tudo se torna presa. Sua presença é corrosiva: esvazia o espírito de propósito e enche-o de carência. E quanto mais se consome, menos se é. Seus seguidores, muitas vezes, não percebem que estão ligados a ele. Apenas se tornam obcecados por preencher o que falta… sem nunca questionar por que estão sempre vazios. Aqueles que pactuam com Beelzebuth não o fazem buscando grandeza — o fazem por desespero. Por medo de sentir fome, solidão, desimportância. Em troca, ele concede um apetite espiritual eterno, uma fome que pode ser usada como arma: uma presença que drena a vitalidade.
características da besta
conhecimento geral
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Beelzebuth, em Midrel, é mais do que uma entidade demoníaca — ele é a encarnação do vazio que se alimenta da própria fome, o princípio eterno daquilo que consome não por necessidade, mas por compulsão. Seu nome, sussurrado entre monges e profanado em cânticos esquecidos, significa “Senhor do Que é Devorado” — não porque governa os alimentos ou corpos, mas porque reina sobre tudo que já foi desejado até ser destruído. Diferente de outros Pecados, Beelzebuth não impõe tentação direta. Ele habita o impulso de querer mais, mesmo quando já se tem tudo. Ele é o pensamento que interrompe a paz com a ideia de que algo ainda falta. A voz que diz “coma mais, tome mais, beba mais, sinta mais” mesmo quando o corpo está exausto e a alma, saturada. Ele não é excessivo por natureza — é a força que faz do excesso um ciclo, um poço que jamais se enche, uma necessidade que jamais se cala.
Beelzebuth se manifesta nos reinos de Midrel onde o acúmulo substitui o equilíbrio. Em bibliotecas onde o conhecimento é guardado mas nunca lido. Em templos cheios de doações feitas por culpa. Em corpos entorpecidos por banquetes, luxúrias, elogios. Ele se esconde nas vontades que já não servem para nada, mas que continuam sendo alimentadas até apodrecer. Suas vítimas não são tolas ou fracas — são vorazes, impulsionadas por um buraco que ele mesmo desperta e nunca mais permite fechar. Relatos antigos falam de Beelzebuth como um anjo caído da ordem da abundância, aquele que um dia regia os ciclos da fartura e do descanso. Mas, ao observar os mortais, encantou-se com sua capacidade de consumir sem propósito, e caiu ao tentar absorver esse desejo para si. Desde então, tornou-se o arauto do excesso, o espírito que amaldiçoa os ciclos naturais, eternizando o ato de adquirir sem cessar. Seu símbolo, raramente usado abertamente, é uma espiral de bocas entrelaçadas, um círculo sem centro, que devora a si mesmo. Aqueles marcados por Beelzebuth — os Insaciados — carregam essa marca nas emoções, nos olhos fundos, na voz cansada de quem já obteve tudo... e continua procurando. Nas regiões mais decadentes de Midrel, especialmente nos mercados de ouro negro e entre os nobres corrompidos pela opulência, seu culto permanece vivo — não como religião, mas como hábito incontrolável, onde o próprio vício se torna liturgia. Os que tentam estudá-lo, ou enfrentá-lo, descobrem que Beelzebuth não pode ser vencido com resistência. Ele só pode ser derrotado por quem aprendeu a viver com o que tem — e isso, em Midrel.
pacto demoníaco
gula infinita
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O Pacto Demoníaco com Beelzebuth, em Midrel, é um acordo silencioso selado não por ambição, mas por carência. Ele não é buscado por aqueles que desejam poder, mas por aqueles que não suportam mais sentir o vazio. Não há cerimônia nem convocação: o pacto começa quando o indivíduo cruza o limite da necessidade e entra no território da compulsão, quando busca mais do que o mundo pode oferecer e recusa parar, mesmo em meio à abundância. O pacto se sela no momento em que o indivíduo responde com silêncio... e continua consumindo. Pode ser o guerreiro que devora vitórias sem jamais se satisfazer, o estudioso que acumula conhecimento que não aplica, o amante que deseja corpos sem nunca amar. Quando o mundo já não é suficiente — Beelzebuth se torna necessário, de maneira geral.
Sua marca não queima a pele. Ela se instala na alma, em forma de fome constante. Uma fome que pode ser moldada: por energia, por afeto, por poder, por fé. O pactuado começa a perceber que tudo o que deseja pode ser absorvido... desde que algo em troca também seja dado — às vezes um traço da personalidade, uma lembrança, um vínculo verdadeiro. Cada novo banquete satisfaz por instantes, mas leva embora pedaços do que o ser era. Os dons do pacto com Beelzebuth são devoradores e degenerativos. O pactuado pode consumir energia vital com um toque, absorver emoções alheias como alimento, transformar memórias em combustível arcano, e até engolir a essência de outros seres para fortalecer-se por um tempo limitado. Seu corpo resiste a venenos e fraquezas físicas, pois sua alma está em constante digestão. Mas, com o tempo, ele perde o sabor pelas pequenas coisas — a comida, os afetos, as palavras — tudo se torna insuficiente, exceto o ato de devorar mais. O preço, como sempre, é esquecido até ser tarde demais. A alma do pactuado se transforma gradualmente numa extensão de Beelzebuth, um estômago ambulante, faminto por tudo o que for belo, puro ou real. Laços se desfazem. Prazer se torna hábito. Amor se torna gula. E a criatura que antes desejava apenas preencher um vazio... agora é o próprio vazio, consumindo o mundo ao redor para manter o disfarce de plenitude.
poder da besta
abismo eterno
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O poder de Beelzebuth, em Midrel, é chamado de Vorago Aeternum, o Abismo Eterno, uma força viva que transforma fome em maldição, e desejo em devoração. Não é apenas o poder de consumir, mas de tornar tudo ao redor parte de um ciclo ininterrupto de absorção, onde o que é obtido jamais preenche, apenas aprofunda o vazio. É um dom que não fortalece o corpo — fortalece o buraco dentro dele. Vorago Aeternum se manifesta como uma presença parasítica na realidade: a própria existência do portador passa a ser sentida como uma gravidade faminta. Ambientes em torno da besta são lentamente drenados. O sabor dos alimentos some. As palavras perdem significado. Emoções se tornam secas. O mundo vai ficando oco, como se fosse mastigado por uma força invisível. Esse poder age mesmo em silêncio, mesmo em repouso, pois sua essência é constante: tudo deve ser.
Quando Beelzebuth ativa plenamente Vorago Aeternum, seu corpo se contorce como carne inflada pela fome: sua pele se dilata com bocas secundárias, línguas famintas e rugas profundas que se abrem em espirais negras de consumo. Cada uma dessas bocas pode devorar matéria, magia, som, memória — e até fragmentos de alma. Nada escapa ao apetite. Nem o que é visível, nem o que é lembrado. Mas seu poder não se limita à destruição física. Vorago Aeternum atua também no nível simbólico: Beelzebuth pode consumir a coragem de um guerreiro, a fé de um sacerdote, a criatividade de um artista. Essas “refeições” não são violentas — são sutis. A vítima apenas começa a sentir que não é mais suficiente, que nada do que faz é como antes. Uma perda sem explicação, silenciosa, irreversível. Além disso, esse poder gera uma fome reflexiva: quanto mais Beelzebuth consome, mais os que o enfrentam sentem necessidade de possuir, de tomar, de absorver. Ele infecta o desejo. Heróis sentem ciúmes do que não precisam. Aliados se voltam uns contra os outros. O campo de batalha se transforma num banquete de caos emocional, e todos querem algo... mas não sabem o quê. No ápice de seu poder, Beelzebuth pode abrir um vórtice chamado Mal Inominável, um colapso de realidade onde tudo é tragado: não por explosão, mas por esquecimento e apodrecimento. Tudo que entra ali continua existindo, mas dentro de si — um arsenal de ecos consumidos, que ele pode regurgitar em formas distorcidas.
informações adicionais
principio absoluto
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Beelzebuth, em Midrel, não é apenas o portador do pecado da gula — ele é a manifestação viva do excesso sem alma, do desejo que se esqueceu do propósito, da necessidade que já não sabe o que deseja, apenas que precisa mais. Seu nome é temido não por seu poder imediato, mas pela sua presença constante, sutil, que contamina reinos, culturas, famílias e indivíduos sem um único grito — apenas com um apetite que nunca silencia. Dizem que Beelzebuth foi o primeiro dos sete a entender a fraqueza dos mortais não pelo medo, mas pela ausência. Ele percebeu que a carência era o maior dos buracos — e decidiu ser aquele que os preencheria… para sempre. Mas o que oferece não são respostas, nem segurança, nem riqueza: é a fome disfarçada de oferta. Tudo que ele dá já está contaminado com a ausência do depois. A saciedade dura um instante.
Beelzebuth reina em Insatia, um plano infernal que não ruge ou explode — ele sussurra, lambe, pesa e enfraquece lentamente. Lá, os palácios são construídos de carne enrijecida, mantida viva por devoradores invisíveis que a arrancam e reconstroem em ciclos eternos. Os salões são preenchidos por banquetes intermináveis, mas os sabores são sempre quase perfeitos, sempre insuficientes. As almas que ali vivem já esqueceram seus nomes, seus rostos, suas vontades — tudo o que são, agora, é fome encarnada. E elas continuam comendo. Porque parar... seria encarar o que perderam. Entre os mortais, Beelzebuth age através da acumulação fútil, do desperdício glorificado, da cultura da abundância sem direção. Muitos dos que o servem não o conhecem pelo nome — apenas sentem a necessidade constante de mais. Comer sem fome. Comprar sem necessidade. Amar sem entrega. Aprender sem aplicar. Seus cultistas são chamados de Vazios Repletos, figuras muitas vezes poderosas, cobertas de joias, poder, títulos ou seguidores, mas que, sozinhas, não sabem mais o que são sem aquilo que acumulam. Seu símbolo não é uma boca. É um círculo cheio por fora, mas oco no centro, representando a verdade por trás de sua essência: quanto mais o mundo se enche de coisas, mais vazio ele se torna. Beelzebuth se alimenta desse paradoxo. E quando tudo está finalmente saturado, quando já não há mais espaço para sentir… ele aparece com um banquete novo — e todos se ajoelham.