besta terrena
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Poucos já viram Cervagron e retornaram com a sanidade intacta, não por medo, mas pela intensidade da presença que emana desta besta — uma fusão viva entre cervo, árvore e espírito primitivo. Para os povos das florestas profundas, ele não é apenas uma criatura: é um relicário ambulante da própria essência da vida selvagem. Com um porte imponente e sereno, Cervagron atravessa as florestas como se flutuasse, suas patas largas mal tocam o solo antes que brotem folhas e raízes sob seus cascos. Sua pele é uma tapeçaria viva de natureza, entremeada por líquens antigos, flores luminescentes e pequenas vinhas que se entrelaçam sobre seu dorso como oferendas silenciosas. Dizem que pássaros raros o seguem, e animais se aquietam em sua presença — pois ele representa o ápice da harmonia natural.
Seus chifres são o que mais se destaca: longos, espiralados e ramificados como as copas de carvalhos eternos. Alguns xamãs acreditam que cada ponta representa uma era esquecida da floresta. Esses chifres não são apenas armas, mas condutores de uma força de renovação imemorial. Cervagron não é violento por natureza. Ele observa de longe, testa intrusos, e apenas age com agressividade quando a floresta está ameaçada — seja por necromancia, extração mágica, ou desrespeito aos ciclos naturais. Sua presença é sentida antes de ser vista: o ar torna-se mais fresco, o cheiro de madeira molhada se espalha, e um silêncio respeitoso cai sobre os arredores, uma criatura bela que pode causar grande dano.
características da besta
conhecimento geral
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Entre os estudiosos de bestas e os povos que vivem próximos a florestas intocadas, Cervagron é amplamente reconhecido como uma entidade de equilíbrio, mais do que uma simples criatura. Ele aparece nos registros de druidas, nos cânticos de bardos silvestres e nos murais de templos abandonados como um símbolo da continuidade cíclica da vida selvagem, aquele que vigia o nascimento, a morte e o renascimento da natureza. Seu nome está ligado a ritos antigos de purificação: tribos isoladas que desejam restaurar florestas devastadas realizam oferendas simbólicas de folhas, raízes e sangue animal em clareiras silenciosas, esperando que Cervagron os observe — e, se for digno, abençoe o solo com sua presença silenciosa, permitindo que essa criatura seja uma criatura poderosa.
Caçadores experientes sabem que persegui-lo é um erro fatal: Cervagron não pode ser caçado, apenas encontrado — e apenas por quem a floresta permitir. E mesmo os que o avistam, raramente conseguem se lembrar de seu verdadeiro tamanho, forma ou direção. Alguns descrevem-no como maior que árvores; outros, como um vulto que desaparece entre as sombras verdes. Alquimistas, por sua vez, valorizam profundamente os resquícios deixados por sua passagem: um fio de líquen dourado que brilha à noite, uma flor nunca antes vista que nasce em seus rastros ou um fragmento de madeira vítrea que caiu de seus chifres. Esses itens são usados em poções de cura, encantamentos de restauração e até magias de controle do clima, tornando as coisas ainda mais difíceis para quem tenta caçar essa criatura.
status |
Não-Domável
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habitat |
Florestas, Vales
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altura |
2.8 metros;
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comprimento |
3.2 metros;
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peso |
640 kg
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
raiz de velhaterra
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Quando o equilíbrio da floresta é violado, Cervagron invoca a força das raízes primordiais do mundo, adormecidas desde os tempos antigos. Com um pisar firme e silencioso, ele finca seus chifres no solo e fecha os olhos — e então, o chão ao seu redor pulsa como se respirasse. Em instantes, raízes colossais e cobertas de musgo brotam das profundezas, rompendo a terra em espiral, abraçando o campo de batalha com força e sabedoria ancestral. Essas raízes se entrelaçam, erguem muralhas vivas, aprisionam inimigos, quebram conjurações profanas e devolvem ao terreno seu vigor original. Aqueles pegos pelas raízes não apenas ficam imobilizados: sentem um peso espiritual esmagador, como se estivessem diante de uma força que não luta por si, mas pela memória da vida, atingindo assim seus objetivos.
Contam os sábios silvestres que, quando o primeiro homem corrompido tentou incendiar Velhaterra para abrir espaço às pedras, Cervagron desceu do véu das folhas eternas, e com ele, a própria floresta se revoltou. Foi então que, pela primeira vez, a Raiz de Velhaterra se ergueu: raízes tão velhas quanto o tempo despontaram do solo, quebrando muralhas, silenciando feitiços e engolindo toda a corrupção sem deixar rastro. O campo de batalha se tornou um jardim intocado, e os ventos silenciaram em reverência. Após esse evento, Velhaterra foi dividida pelas eras, esquecida em fragmentos — mas a essência da raiz permaneceu viva em Cervagron, renascendo com cada novo ciclo.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSCervagron é a encarnação da floresta viva, e seu maior trunfo está na simbiose natural que mantém com o ambiente ao seu redor. Em regiões de vegetação abundante — bosques, selvas, clareiras e florestas encantadas — ele se torna virtualmente invulnerável a ataques de longa duração. As árvores ao redor o protegem com sombras densas, o solo regenera suas feridas, e raízes o alimentam com energia vital contínua. Além disso, a presença de flora vigorosa aumenta sua percepção, permitindo que ele sinta presenças ocultas, ilusões ou espíritos invisíveis.
Quando em pleno domínio de seu habitat, Cervagron é um defensor implacável, um guerreiro silencioso que pode curar-se, esconder-se e atacar sem ser notado. PONTOS FRACOSContudo, Cervagron não sobrevive longe da essência verde. Em desertos, pântanos pútridos, regiões queimadas ou campos profanados por necromancia, ele perde gradativamente sua força.
Suas habilidades naturais tornam-se mais lentas, suas raízes falham ao tentar se conectar ao solo, e sua energia vital começa a definhar. Longe das árvores e do solo fértil, ele fica vulnerável, mais previsível, e incapaz de se regenerar. Seus chifres, que servem como condutores de poder, se tornam apenas estruturas pesadas e ornamentais, perdendo parte de sua capacidade mágica. Além disso, magias que desidratam ou consomem energia vital (como fogo arcano, peste sombria ou devoração espiritual) afetam Cervagron mais do que a maioria das bestas, por atacarem diretamente o que ele é, no geral. |
recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
lagrima de musgoPequenas esferas verdes translúcidas, semelhantes a gotas de seiva, que brotam das vinhas de Cervagron quando ele entra em estado de comunhão com a floresta. Ao serem colhidas com rituais corretos, preservam o poder de cura das raízes antigas, podendo ser usadas em poções regenerativas que curam não só feridas físicas, mas também corrupção mágica, envenenamentos e maldições naturais.
Dizem que uma única lágrima pode florescer tudo. chifre espectralUm fragmento dos chifres sagrados de Cervagron, raramente deixado para trás após grandes rituais naturais. Este fragmento carrega em si o sopro espiritual da floresta original, vibrando com uma energia que purifica e repele criaturas profanas ou artificiais. Quando fundido a armas ou bastões, concede ao portador a capacidade de canalizar feitiços de renovação, dissipar magias necromânticas e até invocar raízes por instantes durante combate.
flor do silêncioUma flor pequena, luminosa e intangível, que nasce por poucos minutos após a passagem de Cervagron por uma clareira. Não pode ser colhida por mãos impuras, pois se desfaz como névoa ao toque de intenções violentas. Ao ser armazenada em frascos espirituais ou comprimida em cristais arcanos, funciona como uma âncora de tranquilidade, silenciando efeitos de medo, confusão e ilusões mentais. Muito usada por guardiões mentais, monges e curandeiros místicos.
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