​​besta divina
daralnum
Daral’nûm é uma das bestas divinas mais serenas e enigmáticas de todas as existências. Conhecido como o Cervo da Criação Silenciosa, ele é a manifestação viva do renascimento natural, da formação original da vida, do crescimento puro e intocado pelo desejo ou pela destruição. Diferente de entidades que governam florestas, ciclos sazonais ou espíritos animais, Daral’nûm representa o instante anterior à primeira semente, o momento em que a terra ainda respirava sem ser cortada, e a criação brotava não por necessidade, mas por existência serena.​ Seu surgimento não é precedido por alarde. Ele não chega — ele aparece. E quando se faz presente, o mundo ao redor se torna imóvel por reverência. Árvores param de balançar, rios desaceleram, os ventos se calam, de maneira geral.
Toda a natureza silencia como se estivesse esperando que Daral’nûm decidisse o que deve crescer e o que deve descansar. Ele não fala. Ele caminha. E onde pisa, brotam raízes douradas e folhagens antigas, que crescem mesmo sobre pedra e cinza. Daral’nûm surge em momentos raríssimos: quando uma terra morre, quando uma floresta é queimada pela ganância, ou quando uma região clama, sem palavras, para viver de novo. Ele também é chamado, involuntariamente, pelo último suspiro de uma espécie extinta ou pela primeira lágrima de quem abandona a guerra. Sua presença não salva — ela recomeça.​ ​Aqueles que o avistam dizem que esquecem do tempo, da dor, dos propósitos pessoais. Ficam em silêncio. Alguns choram.

​características da besta
conhecimento geral

status
Não-Domável

habitat
indefinido;

altura
indefinido;

comprimento
indefinido;

peso
indefinido;

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
dizimaçao teRRESTRE
Daral’nûm é uma criatura de beleza tão ancestral e absoluta que sua presença parece suspender o conceito de conflito, como se o próprio mundo se recordasse do que era antes da dor. Sua forma é a de um cervo colosso, com mais de cinquenta metros de altura até os galhos que se erguem de sua cabeça, e um corpo de proporções lendárias, construído não com carne ou osso, mas com madeira viva, seiva dourada e folhas eternas que brotam de si a cada passo. Seu corpo é revestido por uma camada de casca suave, curva e entrelaçada como cipós antigos, com regiões que se iluminam suavemente conforme ele se move, revelando veios que pulsam com luz verde-clara e âmbar — a seiva do mundo, correndo como sangue sagrado. Musgos crescem sobre suas patas como se o tempo não o tocasse.
Seus olhos são grandes, límpidos e profundos como lagos imaculados. Neles não há julgamento, apenas consciência total do que vive e do que tenta viver. Encará-lo por tempo demais faz o observador sentir todas as vidas que já floresceram e murcharam ao redor, como se Daral’nûm fosse o próprio campo onde todas as memórias naturais adormecem. A característica mais marcante de Daral’nûm são seus galhos astrais, que nascem de sua cabeça como uma gigantesca coroa de árvores. Não são chifres comuns, mas ramificações vivas que mudam constantemente de formato, brotando flores, frutos, espinhos ou folhas dependendo da terra que ele pisa. Quando em regiões devastadas, seus galhos se cobrem de neblina esverdeada.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

Daral’nûm é invulnerável a toda forma de magia destrutiva ligada à corrupção, decadência ou morte artificial. Feitiços de necromancia, venenos, doenças mágicas, maldições, e toda energia ligada à desolação, à putrefação ou ao colapso vital são absorvidos e desfeitos por sua presença. Ele não apenas resiste — ele transforma tais forças em vida, fazendo com que os feitiços que deveriam feri-lo germinem flores, raízes e novos brotos ao seu redor. Sua simples aproximação desfaz a presença de forças abissais, espíritos corrompidos, zonas amaldiçoadas ou planos de desolação elemental, restaurando o equilíbrio com uma força suave, mas definitiva. Magias que tentem pará-lo com gelo, fogo, eletricidade ou selos também falham, pois nada que atue sobre o mundo contra sua vontade.

PONTOS FRACOS

Apesar de seu poder absoluto na regeneração, Daral’nûm não é um guerreiro, e não reage bem a violência direta e inesperada, especialmente se originada por forças que não desejam destruição, mas mudança. Magias de transmutação bruta, domínio de realidades artificiais (como ilusão pura ou artífices mecânicos), ou tecnologias dimensionais que não corrompem, mas reescrevem, conseguem atravessar suas defesas — pois ele não sabe como reagir a invenções que não pertencem ao ciclo natural. Além disso, Daral’nûm não age contra aqueles que agem com pureza de intenção, mesmo que tentem pará-lo. Criaturas com o coração aberto, que falam com ele ou caminham ao seu lado não sofrem sua influência, e podem até anular sua marcha ao acompanhá-lo com compaixão sincera. Ele não pode ferir o que deseja.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

galho vivo

Um ramo dourado, colhido da ponta de um dos galhos-coroa de Daral’nûm. Ele continua brotando lentamente, mesmo após separado de seu portador, como se ainda sonhasse com o mundo. Quando fincado no solo, transforma um pequeno território morto ou corrompido em terra fértil, pura e protegida de decadência por uma geração inteira. Em combate, pode ser usado como foco ritual para reverter um feitiço destrutivo já lançado, forçando-o a florescer como um efeito de cura ou apaziguamento. Uma relíquia sagrada, mas de uso limitado — pois cada vez que o galho for utilizado, uma parte da alma do usuário será tocada pelo ciclo natural e nunca mais será a mesma.

seiva do silêncio

Guardada em um frasco de cristal translúcido, esta seiva âmbar foi retirada diretamente dos veios pulsantes de Daral’nûm no momento de sua queda. Quando aplicada sobre uma arma, armadura ou grimório, purifica completamente qualquer traço de corrupção, maldição ou vínculo negativo. Também pode ser usada para ungir o corpo de um ser, libertando-o de possessões, pactos sombrios ou doenças mágicas incuráveis. Ao ser usada em um ritual coletivo, a seiva abre um canal direto com os espíritos elementais da terra, permitindo uma conversa com o próprio solo, árvores, rios ou ancestrais naturais.

ultimo passo

Uma flor de pétalas prateadas que nasceu no último lugar onde Daral’nûm pisou antes de desaparecer. Não murcha, não se desfaz e não pode ser replicada por nenhum feitiço. Quando usada corretamente, permite ao portador invocar o "eco da criação" por um instante, restaurando totalmente uma área destruída — um templo, uma floresta, uma vila ou até uma criatura — desde que a terra ainda lembre que aquilo existiu. Em mãos impuras ou egoístas, a flor simplesmente desfaz-se em pó e desaparece no vento, recusando-se a viver.