SEXTO bahamut
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Elyzhaar é um Bahamut envolto em mistério e superstição, conhecido através das eras como o Bahamut dos Corvos, o Senhor das Alas Negras e Guardião dos Presságios. Diferente de seus irmãos colossais que dominam elementos ou forças destrutivas, Elyzhaar personifica o ciclo do pressentimento, da morte iminente e da inteligência estratégica que observa do alto, sem pressa, sem fúria, mas com uma paciência que se estende por séculos. Onde corvos se reúnem em grande número, onde um céu enegrece sem tempestade, ali Elyzhaar é lembrado — ou invocado. Em sua forma dracônica, Elyzhaar é uma criatura de porte titânico, mas dotada de uma elegância sombria e contida. Seu corpo é revestido de escamas negras opacas, tão foscas que absorvem completamente a luz, formando uma silhueta.
Ao contrário de outros Bahamuts de formas reptilianas clássicas, Elyzhaar apresenta uma anatomia híbrida: asas vastas e densas de penas negras, irregulares e ásperas, que exalam um odor de chuva e terra molhada, enquanto seu corpo alongado é esguio, com patas terminadas em garras curvas e afiadas, semelhantes às de uma ave de rapina. Sua cabeça é coroada por um par de chifres delgados, entrelaçados como galhos secos, enquanto sua face, alongada e angular, possui um bico ósseo, semelhante ao de um corvo gigantesco, de onde se projeta uma língua bifurcada capaz de emitir chamados guturais que ressoam por léguas. Seus olhos, de um vermelho profundo e opaco, não brilham; são poços de sangue coagulado, fixos.
características da besta
conhecimento geral
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Elyzhaar, o Bahamut dos Corvos, carrega em sua anatomia a perfeita síntese entre a majestade dracônica e a figura arquetípica do corvo, representando não apenas um ser físico, mas uma presença que encarna o presságio e o julgamento inevitável. Seu corpo colossal é alongado e esguio, menos musculoso e robusto do que outros Bahamuts, mas dotado de uma leveza predatória, como se sua massa fosse composta mais de sombras e ar do que de carne e osso. As escamas que recobrem sua estrutura são negras e opacas, absorvendo a luz ao invés de refletir, como um manto vivo de trevas comprimidas que não permitem que qualquer claridade denuncie sua aproximação. Duas vastas asas se erguem de suas costas, não membranosas como as dos dragões tradicionais, mas formadas por milhares de penas longas, densas e irregulares, que mais se assemelham a lâminas de obsidiana do que a estruturas naturais.
Cada batida dessas asas não apenas desloca o ar, mas o envenena, espalhando uma névoa fina de penugem escura que intoxica e confunde aqueles que ousam permanecer próximos. Quando recolhidas, as asas formam uma capa que envolve quase todo o seu corpo, tornando-o uma silhueta indistinta no horizonte, como uma montanha viva que se confunde com as sombras de uma noite sem lua. Sua cabeça é alongada, semelhante ao perfil de um corvo gigantesco, com um bico ósseo, forte e afiado, capaz de dilacerar rochas e aço com a mesma facilidade com que perfura carne. Os olhos são profundos e opacos, vermelho-escuros como sangue coagulado, fixos e serenos, mas carregando uma carga psíquica esmagadora: ao encarar suas vítimas, Elyzhaar projeta imagens de futuros possíveis, ruínas e mortes que muitas vezes paralisam antes mesmo de o ataque físico ocorrer. Em sua garganta, um sistema complexo de sacos ressonantes permite que ele emita sons guturais que se confundem com o grasnar de milhares de corvos, um canto dissonante e quebrado que reverbera como uma sinfonia fúnebre, capaz de induzir terror ou atordoamento em qualquer ser vivo que o escute por mais de alguns instantes. Seu peito é recoberto por uma camada espessa de penas sobrepostas, onde o calor do corpo se dissipa constantemente, criando uma corrente ascendente de ar frio que confunde as aves e os ventos próximos. As patas de Elyzhaar são longas e arqueadas, semelhantes às de uma ave de rapina, com garras recurvadas e afiadas como ganchos forjados, capazes de capturar presas inteiras, esmagando-as sob uma força imensa e levando-as às alturas para, então, soltá-las e vê-las despedaçar-se.
pacto da besta
corvo eterno
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Firmar um pacto com Elyzhaar, o Bahamut dos Corvos, é submeter-se à natureza inevitável do presságio, tornando-se um arauto do destino que paira sobre todas as coisas, silencioso, vigilante, imparcial. Esse pacto não se sela com fogo, sangue ou violência, mas com um olhar: o momento em que Elyzhaar fixa seus olhos profundos e opacos sobre o aspirante e, através desse olhar, sem pronunciar palavra, imprime no âmago da alma do pactuante a Marca do Corvo Eterno. Essa marca não é visível, mas se manifesta como uma mudança profunda no corpo e na mente. O pactuante passa a carregar dentro de si a essência do corvo, assumindo traços físicos e espirituais que o aproximam da Besta: os olhos tornam-se mais escuros, ganhando reflexos avermelhados em certas luzes, e sua pele adquire uma frieza cadavérica, como se o calor vital estivesse sempre um passo atrás. Penas negras podem surgir, discretamente, ao longo de seus braços, ombros ou costas, e em momentos de tensão ou poder máximo, uma sombra indistinta de asas se projeta atrás de sua silhueta, mesmo que fisicamente.
Ao receber a Marca, o pactuante transforma-se num Arauto do Presságio, ganhando a capacidade de evocar fragmentos do Véu dos Corvos de Elyzhaar, invocando bandos de aves negras que podem atuar como mensageiros, espiões ou mesmo como armas vivas, dilacerando ou sufocando seus inimigos. Sua ligação com a morte se intensifica: pode sentir o momento exato em que a vida se esvai de um ser, perceber o aroma invisível da decomposição antes que ela comece, e invocar presságios — flashes de futuros prováveis ou inevitáveis, que pode oferecer como advertência, maldição ou guia para quem desejar. Mais do que poderes, o pacto com Elyzhaar impõe uma profunda alteração existencial: o pactuante torna-se um ser que caminha entre o mundo dos vivos e o reino silencioso dos presságios, uma figura solitária, cercada sempre por corvos, mesmo que inconscientemente os atraia, e que jamais pode permanecer por muito tempo em um só lugar, pois onde ele habita, as pessoas começam a perceber os sinais, os pequenos indícios do fim, e o medo se instala. O preço deste pacto não é a perda de poder ou vitalidade, mas a incapacidade de se desconectar do destino alheio. O pactuante passa a perceber, incessantemente, os possíveis desfechos fatais de tudo ao seu redor: de pessoas, cidades, florestas, e até de relações e ideias. Este fardo é silencioso, mas esmagador: tudo que vê se converte num potencial presságio, e muitas vezes, o Arauto não pode ou não deve intervir, pois compreende, como Elyzhaar, que algumas mortes e fins são necessários. O vínculo é eterno: uma vez marcado pelo Bahamut dos Corvos, o pactuante jamais será livre.
poder da besta
veu dos corvos
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O poder absoluto de Elyzhaar, o Bahamut dos Corvos, é conhecido como o Véu dos Corvos, uma manifestação que transcende a força bruta e atua como um domínio inevitável sobre percepção, espaço e destino. Quando Elyzhaar ativa esse poder, ele não apenas convoca bandos de corvos como criaturas físicas, mas libera uma porção de sua própria essência, espalhando-se pelo céu e pela terra como uma nuvem viva e consciente, composta por milhares — às vezes milhões — de corvos espectrais que se fundem e se separam conforme sua vontade. Ao erguer suas asas negras, Elyzhaar provoca uma alteração imediata no ambiente: o céu se obscurece, mesmo que seja dia, e uma penumbra sufocante se instala. A temperatura cai subitamente, e o ar se torna denso, preenchido por penas negras que caem silenciosamente, como neve de sombra. Não há som de bater de asas; apenas o ocasional e sincronizado crocitar gutural, como um cântico fúnebre que reverbera na mente dos que presenciam a cena, enfraquecendo suas defesas emocionais.
Sob o Véu dos Corvos, Elyzhaar se torna intocável e onipresente dentro do espaço que ele próprio delimita. Ele pode manifestar sua forma física em qualquer ponto dessa nuvem viva, ou fragmentar-se, assumindo múltiplos aspectos simultaneamente: partes de sua consciência podem surgir como olhos flamejantes no meio da massa escura, ou como garras feitas de penas compactadas que dilaceram inimigos antes mesmo que eles percebam de onde vieram os golpes. O Véu se move como uma tempestade pensante, envolvendo fortalezas, cidades inteiras ou campos de batalha, abafando sons, quebrando comunicações, isolando grupos, desorientando exércitos e cortando rotas de fuga. Este poder é mais do que um ataque — é uma reconfiguração do espaço sob a vontade de Elyzhaar. O interior do Véu não obedece às regras comuns de orientação: aqueles que entram ou são capturados pela nuvem negra perdem completamente o senso de direção, como se caminhassem em círculos infinitos, enquanto a pressão e a densidade das asas e corpos dos corvos comprimem, asfixiam e consomem lentamente, como um predador que saboreia a presa antes de acabar com ela. Além disso, Elyzhaar pode utilizar o Véu como um instrumento de profecia e maldição: ao envolver um alvo específico com parte de sua essência corvídea, ele induz visões terríveis e inevitáveis do futuro — não como ilusões, mas como fragmentos reais de possibilidades que o próprio Bahamut contempla, mostrando ao condenado o presságio que jamais poderá evitar. Muitos que são expostos a essas visões enlouquecem, outros desistem de lutar, e alguns, os mais obstinados, correm para acelerar ou tentar, inutilmente, escapar do destino que Elyzhaar lhes revelou.
informações adicionais
principio absoluto
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Elyzhaar, o Bahamut dos Corvos, é mais do que uma besta colosal; ele é a personificação viva do presságio inevitável, do ciclo silencioso e sombrio que antecede a ruína e do olhar inescapável que observa tudo de longe, sem pressa, sem compaixão, apenas com a certeza do fim. Para muitas culturas, Elyzhaar não é apenas uma criatura, mas um fenômeno metafísico, a consciência que paira acima de tudo o que está prestes a morrer ou a ser esquecido. Ele não busca glória, não se regozija na destruição, e tampouco lamenta a decadência: sua natureza é puramente contemplativa, como o corvo que sobrevoa os campos de batalha antes do fim, esperando pacientemente o último suspiro. Em diversos mitos, Elyzhaar é considerado o Guardião dos Caminhos de Cinza, aquele que guia não os vivos, mas os instantes finais que antecedem a morte, como quem observa o vento curvar as últimas folhas antes da chegada do inverno. Ele não conduz almas, mas vigia o espaço que resta entre o grito e o silêncio, entre o último passo e a queda inevitável. Sua presença nunca é direta.
Embora muitas culturas o temam, há também quem o reverencie como um deus da sabedoria oculta, pois Elyzhaar detém os presságios que moldam o mundo e enxerga os fios do destino com clareza absoluta. Seus corvos, que são partes fragmentadas de sua consciência, viajam incansavelmente pelos mundos, assistindo, aprendendo, e registrando cada pequeno fim, cada grande colapso. Em algumas tradições arcanas, é dito que Elyzhaar não fala, mas que, para quem tiver coragem e silêncio suficientes para escutar, ele transmite suas mensagens através do canto dissonante de seus corvos, revelando segredos sobre guerras futuras, traições iminentes ou mesmo o dia exato da morte de quem ouve. Existem poucos, pouquíssimos, que ousam buscar um pacto direto com Elyzhaar, pois compreendem que se aproximar dele é expor-se ao olhar nu e absoluto do destino, sem máscaras, sem ilusões. Aqueles que se arriscam sabem que não terão como evitar a revelação daquilo que mais temem: não a morte em si, mas o momento exato em que ela se aproxima e a certeza de que nada poderá ser feito para impedir. Por isso, cultos dedicados a Elyzhaar não são grupos de fanáticos violentos, mas sim sociedades silenciosas, compostas por místicos, oráculos, assassinos e andarilhos, todos marcados pela aceitação da efemeridade da vida e pela reverência ao voo negro que sempre retorna. Elyzhaar nunca se apressa, nunca demonstra fúria. Ele pode pairar sobre uma cidade por dias, semanas, antes de finalmente invocar o Véu dos Corvos e selar o presságio que todos já sentiram, mas que ninguém teve coragem de nomear. Sua aproximação é acompanhada não pelo estrondo ou pela chama, mas pelo crescente vazio, pelo esgotamento das cores, pelo desaparecimento gradual dos sons, até que reste apenas o farfalhar das penas negras e o crocitar ritmado que acompanha as últimas batidas.