​​besta titânica
gorak
Gorak é uma força primitiva, uma criatura colapsada entre a matéria e o conceito de "peso". Ele não pertence ao reino dos animais, nem ao dos monstros ou deuses — Gorak é um veto natural àquilo que tenta ir alto demais. Onde o mundo tolera aves, fênix e até dragões, Gorak existe para corrigir os excessos, para lembrar ao céu que existe um solo. Ele não nasce. Ele emerge, como uma montanha que decide andar. Suas costas são compostas de pilares ciclópicos, colunas de pedra retorcida que se estendem em ângulos impossíveis, como se formassem uma catedral quebrada apontando para cima. De longe, pode ser confundido com uma cordilheira em movimento lento. Mas quando se aproxima, não é a terra que treme — é o céu que se curva, o que torna as coisas para quem luta contra ele ainda mais difíceis.
Sua pele parece feita de placas basálticas fundidas com ferro-vivo e cinzas glaciais. Entre elas, respira um vapor escuro e pesado que escorre de fendas rubras em seu corpo — fendas que lembram feridas tectônicas, não cortes. A cada passo, Gorak afunda o solo, mas o som do impacto nunca é ouvido com clareza. Seus olhos são crateras fixas em sua cabeça esculpida como um monumento, e sua boca, uma caverna com estalactites que se movem como dentes. Quando se abre, não emite som — emite ausência de céu. Toda criatura voadora dentro do alcance sente suas asas pesarem como pedra, seus pulmões comprimirem, sua alma vacilar. ​As nuvens desaparecem ao redor de Gorak. A luz do sol é filtrada como se o firmamento quisesse se esconder. 

​características da besta
conhecimento geral
​Gorak é uma entidade titânica, um colosso ancestral que caminha entre a fronteira do mundo físico e a resistência natural da Terra contra o excesso. Ele é chamado de Devorador de Céus não por voar — mas por fazer tudo o que voa cair. Sua existência é uma resposta do mundo à arrogância vertical: torres que tocam nuvens, magos que forçam portais aos céus, máquinas que desafiam os ventos, deuses que descem sem serem chamados. Quando essa linha é cruzada, Gorak desperta. Ele não é uma criatura no sentido tradicional. Não tem sangue, não tem fome, e não segue instintos. Gorak é um lembrete vivo do limite entre o chão e o céu. Seu corpo parece uma cordilheira em movimento, composto por placas de rocha negra, colunas rachadas e espinhos minerais que se estendem para cima.
As primeiras menções a Gorak surgem em fragmentos de pedra anteriores à escrita, desenhadas por culturas que desapareceram sem deixar mais nenhum traço. Em tais representações, ele aparece sempre como uma forma maior que o horizonte, diante de figuras pequenas ajoelhadas — algumas com asas partidas, outras com olhos arrancados. Sacerdotes antigos chamavam Gorak de divindade, os magos de ventos o temem como o fim da ascensão, e em lendas esquecidas, ele é tido como o “peso consciente da Terra”. Seu despertar não vem com trovões — mas com a negação do ar. O mundo fica denso. A atmosfera curva. O céu parece mais baixo. E voar se torna um esforço impossível. Em seu rastro, naves despencam, dragões caem, fênix se calam e os ventos simplesmente cessam mediante ao seu poder.

status
Não-Domável

habitat
indefinido;

altura
80 metros;

comprimento
200 metros;

peso
150.000 toneladas;

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
grande gravidade
O poder de Gorak não reside em fúria, velocidade ou magia explosiva, mas em uma presença tão imensa e absoluta que ele altera as leis naturais ao seu redor. Ele não apenas caminha sobre o mundo — ele redefine o que é possível dentro dele. Seu corpo carrega a força tectônica, a negação do ar, e a rejeição da ascensão. Onde Gorak se move, tudo que tenta subir... cai. Sua habilidade é bem desconhecida, mas dizem que ele utiliza da gravidade como arma, uma onda invisível que percorre o ar à sua volta em intervalos, revertendo toda forma de elevação mágica, natural ou artificial. Criaturas voadoras são puxadas ao chão, levitações colapsam, torres rangem como se fossem dobradas para baixo, e até magias do tipo “voltar ao plano superior” se desintegram como se nunca tivessem sido pensadas.
Gorak não precisa atacar diretamente para causar devastação. Seu corpo colossal, ao se mover, gera deslocamentos de solo que partem vales e erguem muralhas de pedra por onde passa. Quando colunas minerais em suas costas desabam, o impacto não apenas destrói, mas altera a gravidade local, fazendo com que tudo se curve ao chão: edifícios, armas, até pensamentos. Ele absorve e suprime qualquer tipo de energia ligada ao céu, ao vento ou ao espaço aéreo. Conjuradores não conseguem canalizar forças superiores na sua presença. Entidades divinas se silenciam. Feitiços ligados à ascensão espiritual ou dimensional falham como se jamais tivessem sido pensados. Gorak anula a vontade de subir, de desafiar, de ultrapassar os limites.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

Gorak é praticamente invencível em qualquer campo onde a ascensão é valorizada. Sua presença anula o ar, impede o voo, desfaz magias de deslocamento vertical e bloqueia qualquer invocação celestial. Criaturas que dependem de leveza, velocidade ou poder aéreo tornam-se inúteis diante dele. Além disso, sua resistência física é colossal: sua pele rochosa e mineralizada resiste a impactos diretos, calor extremo, trovões, gelo e magias que envolvem pressão atmosférica. Ele não se abala com ilusões, controle mental ou técnicas de distração — pois ele não pensa como uma criatura viva, mas como um fenômeno inevitável. Seu corpo, feito de terra condensada e placas ancestrais, regenera-se lentamente absorvendo o solo abaixo de si. Ao redor dele, o mundo obedece.

PONTOS FRACOS

Apesar de sua magnitude, Gorak é lento, tanto em deslocamento quanto em reação. Ele não responde bem a ataques coordenados em solo firme e nivelado, onde armadilhas e manipulação do terreno podem limitar seus passos. Em locais altamente conectados à terra — como florestas profundas, cavernas sagradas ou ruínas ancoradas em equilíbrio espiritual — sua presença se torna instável. Ele também é vulnerável a magias ou armas que reafirmam o vínculo com o solo em vez de tentarem desafiar o céu: forças que restauram equilíbrio natural, causam erosão dirigida ou quebram estruturas de sustentação mineral podem gerar rachaduras em sua couraça. Além disso, rituais que anulam o instinto de queda ou evocam o “centro do mundo” podem interferir temporariamente em sua influência gravitacional. Gorak é quase invencível… mas apenas onde o mundo o teme, de maneira geral.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

fragmento de coluna

Um pedaço de mineral negro e brilhante extraído de uma das placas dorsais de Gorak. Ao segurá-lo, o portador sente um peso incomum nos ombros, como se algo invisível o prendesse ao solo. Esse fragmento pode ser usado para forjar escudos, armas ou armaduras que impedem voo, teletransporte vertical e levitação ao seu redor. Quando inserido em um núcleo mágico, torna-se um artefato de supressão aérea absoluta, útil contra conjuradores alados, magias flutuantes ou salas encantadas.

coração de pressão

Um núcleo de cristal orgânico e pulsante retirado do interior mineral de Gorak. Ao ser ativado, cria um campo gravitacional estável e pesado ao redor do usuário, impedindo magias de impulso, saltos mágicos e deslocamento dimensional por altura. Também fortalece ataques corpo a corpo realizados com os pés firmemente no solo, como se o mundo inteiro estivesse ajudando o golpe a acontecer. Pode ser incorporado a bastões, marretas ou centros rituais de contenção.

respiração de gorak

Frasco contendo o ar mais denso já recolhido: uma névoa acinzentada engarrafada no instante em que Gorak tombou. Quando liberada, essa substância sela uma área contra qualquer movimentação vertical por alguns minutos — voadores caem, magias perdem altitude e criaturas perdem o fôlego ao tentar subir escadas, saltar ou lançar projéteis em arco. Muito usada em rituais de banimento, selamentos geográficos e emboscadas contra alados. Seu uso excessivo, porém, pode contaminar o campo com "memória de queda", de maneira geral.