Ninguém sabe ao certo quem foi Grigori. Alguns o chamam de o Sussurrador, outros de o Guardião Caído, e há quem diga que ele era apenas um homem comum que passou a ouvir o mundo em silêncio. O que se sabe é que ele olhava para aquilo que os outros fingiam não ver — e não desviava o olhar. Era um observador da realidade como ela é: fragmentada, fluida, cheia de pequenas rachaduras por onde a verdade escapa. Grigori era bibliotecário de sonhos, curandeiro de vazios, e cronista de rituais que ninguém mais ousava registrar. Ele vagava entre cidades adormecidas, recolhendo relatos de aparições, conjurações falhas, pactos esquecidos e sombras que falavam com vozes familiares. Dizia-se que onde ele passava, o tempo ficava denso, os espelhos suavam e os mortos cochichavam.
Numa noite onde o céu parecia dobrar-se sobre si mesmo, ele fez o que nenhum outro vigia fizera: entrou por uma fenda que não foi feita para passagem. E ali, segundo dizem, ele trocou seus olhos por clarividência, sua memória por mapas impossíveis, e sua alma por uma presença que até hoje sussurra com ele. Não voltou como homem. Voltou como intérprete de tudo que há entre o mundo e o que está por trás dele. Desde então, o Legado de Grigori se manifesta em pessoas que sentem demais os espaços vazios, que ouvem ecos em ruínas, ou percebem símbolos onde não há tinta. Eles sabem que algo mais respira por trás do mundo — e herdam a coragem e a maldição de ver esse algo de frente. Vêem. E são vistos. Carregar esse legado é ser uma interseção viva entre o mundo consciente e o oculto, entre a realidade que todos aceitam viver naquele momento.
história do legado
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Ele não nasceu em templo, nem foi marcado por estrelas. Grigori era um homem comum — talvez um escriba, um andarilho ou apenas um espectador da vida. Mas ele possuía algo que o diferenciava de todos: o dom de não desviar o olhar quando a realidade se dobrava. Onde outros ignoravam sussurros nas paredes ou sombras que se moviam sozinhas, Grigori prestava atenção. Observava. Registrava. E com o tempo, compreendia. Diziam que ele mantinha anotações de sonhos alheios, traçava mapas a partir das linhas que só se viam no nevoeiro, e anotava datas que nunca aconteceram. Seus diários não tinham ordem, e sua caligrafia mudava conforme a página — às vezes clara como a luz da manhã, outras ilegível como um pesadelo, tornando tudo ao seu redor ainda mais complicado de se lidar.
Mas um dia, Grigori foi chamado. Não por vozes. Não por entidades. Mas pelo próprio véu, cansado de ser observado. Ele foi além da fronteira. Não como um invasor, mas como um escolhido — ou um tolo. E quando retornou, já não era apenas um homem. Trazia nos olhos fragmentos do que viu. Carregava consigo a linguagem do entrelugar, as palavras que ligam o que é com o que poderia ter sido. Seus passos já não soavam como os dos mortais, e as sombras que o seguiam o faziam por reverência. O Legado de Grigori não é transmitido por sangue, nem por aprendizado. Ele desperta. Em pessoas que veem demais. Em crianças que falam com paredes. Em estudiosos que descobrem anotações que não fizeram. Nos que percebem rachaduras no real e, em vez de selá-las, decidem espiar. Ser herdeiro de Grigori é carregar uma herança de olhos abertos. É sentir que a realidade é apenas uma máscara, e saber que por trás dela há algo... atento. É perceber que você também está sendo observado, mesmo quando está só. É saber demais, e mesmo assim seguir — porque o véu precisa de guardiões.
habilidades passivas
primeiro desbloqueio
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Em Midrel, os Legados não são apenas marcas narrativas ou títulos honoríficos — eles são fontes vivas de poder. Ao serem adquiridos, cada Legado desperta habilidades passivas únicas, profundamente ligadas à essência do herói, figura ancestral ou entidade que o originou. Essas habilidades são desbloqueadas automaticamente no momento da compra, como se o próprio mundo reconhecesse o vínculo selado entre o personagem e a história que ele agora carrega. Essas passivas agem de forma constante e espontânea, sem exigir ativação. Cada Legado possui uma ou mais dessas passivas exclusivas, e nenhuma pode ser obtida por outros meios de forma geral.
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olhos entre mundos |
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O herdeiro de Grigori desenvolve uma percepção intuitiva dos limites entre o visível e o oculto. Mesmo em silêncio ou na escuridão, ele sente presenças do outro lado, reconhece ilusões instintivamente e percebe quando a realidade sofre pequenas distorções. Essa percepção transcende sentidos comuns e se manifesta em pressentimentos precisos e sonhos proféticos fragmentados. Essa habilidade nasce da SABEDORIA vigilante, sustentada pela FÉ silenciosa de quem sabe que há mais entre o real e o irreal, e por uma VITALIDADE mental que o mantém lúcido.
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marca da travessia |
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Após atravessar a fronteira do real, o herdeiro adquire uma aura sutilmente fora de sintonia com o mundo. Isso o torna parcialmente resistente a encantamentos de manipulação mental, visões ilusórias e maldições espirituais, pois seu espírito já está acostumado a flutuar entre verdades conflitantes. Criaturas sobrenaturais hesitam diante dele, reconhecendo nele um "irmão do limiar". Essa resistência é fruto de sua RESISTÊNCIA psíquica, CARISMA ritualístico involuntário e da SABEDORIA distorcida herdada de Grigori.
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observador constante |
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Mesmo em descanso, o herdeiro capta detalhes, movimentos e padrões que escapam aos olhos comuns. Ele detecta armadilhas, mentiras sutis, alterações mágicas em locais sagrados ou profanados — como se sua mente estivesse sempre em estado de escuta profunda. Isso o torna um vigia implacável e um decifrador de mistérios ancestrais. Essa habilidade é sustentada por uma PRECISÃO analítica incomum, combinada com SABEDORIA interpretativa e uma FÉ meticulosa, forjada pela certeza de que tudo deixa rastros, até o invisível, amplificando ainda mais o poder.
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habilidades ativas
conhecimento geral
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Em Midrel, os Legados não se limitam a conceder apenas habilidades passivas — eles também despertam habilidades ativas exclusivas, profundamente enraizadas na essência heroica, espiritual ou mítica da figura que originou o legado. Essas habilidades ativas representam manifestações diretas da vontade, do poder ou da memória viva do ancestral, sendo únicas, poderosas e, muitas vezes, transformadoras. Ao adquirir um Legado, o personagem desbloqueia automaticamente uma habilidade ativa vinculada ao núcleo simbólico daquele legado. Essas técnicas carregam um peso narrativo enorme e são respeitadas por todos aqueles que estão ao seu redor dentro de uma missão, aliados ou não.
[NÍVEL I] Véu Ancestral - O herdeiro estende a mão e traça uma linha invisível no ar. Onde antes havia apenas espaço, uma fenda surge — uma rachadura entre o plano real e o limiar oculto. Durante alguns segundos, o que está escondido se revela: inimigos em furtividade são expostos, magias ilusórias são rasgadas, e entidades imateriais se tornam visíveis e vulneráveis. Quem estiver dentro do raio da fenda sente a pressão de estar sendo observado por algo além do mundo. Essa habilidade requer PRECISÃO no gesto, SABEDORIA profunda sobre o mundo oculto, e FÉ corajosa para abrir o que não deveria ser aberto.
[NÍVEL V] Palavra Inexistente - O herdeiro pronuncia, em tom grave e contido, uma palavra que não pertence a nenhuma língua conhecida — um som captado de sonhos antigos ou extraído do espaço entre pensamentos. Essa palavra provoca um colapso sutil nos arredores: magias fracassam, construções ilusórias desmoronam, e criaturas de origem mágica sofrem desorientação mental, como se suas bases conceituais estivessem sendo dissolvidas.
A potência do efeito vem de um CARISMA anômalo, da SABEDORIA que decifra o indizível, e da FÉ que compreende o poder do silêncio pronunciado com intenção.
[NÍVEL X] Domínio da Vigilia - Ao ativar esta habilidade, o herdeiro mergulha numa espécie de estado ampliado de percepção consciente. Seus olhos brilham com um reflexo opaco e todos os seus sentidos se aguçam além dos limites naturais. Durante o efeito, ele pode prever ações imediatas de inimigos, reconhecer pontos fracos em barreiras mágicas e rastrear presenças com precisão absoluta. É como se ele estivesse vendo um segundo antes do agora. Essa habilidade é impulsionada por SABEDORIA tátil, PRECISÃO sobre-humana, e VITALIDADE mental que sustenta sua conexão.
[NÍVEL XV] Reflexo Quebrado - O herdeiro cria uma cópia fragmentada de si mesmo, feita de névoa, símbolos e ecos. Essa cópia não é perfeita, mas se move com autonomia e confunde inimigos — podendo atacar, bloquear ou agir como isca. Além de gerar caos tático, ela carrega um fragmento da consciência do herdeiro, permitindo que ele veja através de seus olhos por alguns instantes. Ao ser destruída, ela emite uma onda sonora que afeta criaturas imateriais ou espirituais.
Essa habilidade exige PODER ritualístico, SABEDORIA fragmentária, e um CARISMA sombrio, que impõe sua existência mesmo onde não deveria haver forma.
[NÍVEL XX] Espelho da Transmigração - O herdeiro invoca um espelho etéreo flutuante, polido como se fosse feito de luz condensada. Ao ativá-lo, ele pode trocar instantaneamente de lugar com outro ser vivo ou morto dentro de um raio médio, mesmo que invisível ou protegido por barreiras. A inversão ocorre de forma fluida, como se ambos fossem puxados para o reflexo um do outro. Pode ser usado ofensivamente (colocando um inimigo em uma posição vulnerável) ou defensivamente (retirando um aliado em perigo). Essa habilidade demanda PRECISÃO mágica extrema, VITALIDADE espiritual, e FÉ no equilíbrio entre os mundos, pois cada troca desequilibra levemente o tecido entre os planos, amplificando suas capacidades.
[NÍVEL V] Palavra Inexistente - O herdeiro pronuncia, em tom grave e contido, uma palavra que não pertence a nenhuma língua conhecida — um som captado de sonhos antigos ou extraído do espaço entre pensamentos. Essa palavra provoca um colapso sutil nos arredores: magias fracassam, construções ilusórias desmoronam, e criaturas de origem mágica sofrem desorientação mental, como se suas bases conceituais estivessem sendo dissolvidas.
A potência do efeito vem de um CARISMA anômalo, da SABEDORIA que decifra o indizível, e da FÉ que compreende o poder do silêncio pronunciado com intenção.
[NÍVEL X] Domínio da Vigilia - Ao ativar esta habilidade, o herdeiro mergulha numa espécie de estado ampliado de percepção consciente. Seus olhos brilham com um reflexo opaco e todos os seus sentidos se aguçam além dos limites naturais. Durante o efeito, ele pode prever ações imediatas de inimigos, reconhecer pontos fracos em barreiras mágicas e rastrear presenças com precisão absoluta. É como se ele estivesse vendo um segundo antes do agora. Essa habilidade é impulsionada por SABEDORIA tátil, PRECISÃO sobre-humana, e VITALIDADE mental que sustenta sua conexão.
[NÍVEL XV] Reflexo Quebrado - O herdeiro cria uma cópia fragmentada de si mesmo, feita de névoa, símbolos e ecos. Essa cópia não é perfeita, mas se move com autonomia e confunde inimigos — podendo atacar, bloquear ou agir como isca. Além de gerar caos tático, ela carrega um fragmento da consciência do herdeiro, permitindo que ele veja através de seus olhos por alguns instantes. Ao ser destruída, ela emite uma onda sonora que afeta criaturas imateriais ou espirituais.
Essa habilidade exige PODER ritualístico, SABEDORIA fragmentária, e um CARISMA sombrio, que impõe sua existência mesmo onde não deveria haver forma.
[NÍVEL XX] Espelho da Transmigração - O herdeiro invoca um espelho etéreo flutuante, polido como se fosse feito de luz condensada. Ao ativá-lo, ele pode trocar instantaneamente de lugar com outro ser vivo ou morto dentro de um raio médio, mesmo que invisível ou protegido por barreiras. A inversão ocorre de forma fluida, como se ambos fossem puxados para o reflexo um do outro. Pode ser usado ofensivamente (colocando um inimigo em uma posição vulnerável) ou defensivamente (retirando um aliado em perigo). Essa habilidade demanda PRECISÃO mágica extrema, VITALIDADE espiritual, e FÉ no equilíbrio entre os mundos, pois cada troca desequilibra levemente o tecido entre os planos, amplificando suas capacidades.