besta terrena
|
|
Halkaal é mais do que uma criatura: é o eco daquilo que foi esquecido sob a areia. Para os povos nômades que cruzam os desertos antigos, seu nome é sagrado. Eles não o invocam. Não o desafiam. Apenas deixam marcas circulares de sal ao redor de seus acampamentos, esperançando que, se ele passar, passe adormecido. Seu corpo é esguio, felino e lupino ao mesmo tempo — uma silhueta alongada feita para o silêncio absoluto. A pele é composta de placas finíssimas de sal cristalizado, flexíveis como escamas, que refletem a luz do sol em todas as direções. Durante o dia, Halkaal pode atravessar um campo aberto sem ser notado, confundindo-se com a própria miragem. À noite, seu brilho é fosco, translúcido, como se o luar tentasse atravessá-lo sem sucesso, ampliando ainda mais suas capacidades.
Mas seu maior poder não está em sua velocidade, nem em sua força — está no som. Halkaal carrega dentro de seu corpo um órgão de ressonância salina, semelhante a uma harpa cristalina, estendida por todo seu interior. Ao vibrar, esse órgão emite uivos que ecoam com sete frequências distintas, conhecidas como os Sete Sussurros das Areias. Essas ondas são perceptíveis não apenas aos ouvidos, mas à mente. Magos perdem concentração, guerreiros hesitam, e até espíritos são desorientados por esse cântico seco e profundo. Diz a tradição das tribos do Deserto de Vahrdat que Halkaal nasceu do silêncio entre dois deuses que se odiavam. Enquanto um fazia o fogo e o outro invocava a chuva, o espaço entre eles secava tudo em seu caminho.
características da besta
conhecimento geral
|
Entre os andarilhos das areias, Halkaal não é descrito como uma besta comum, mas como um presságio encarnado. Seu nome é sussurrado com reverência por caravaneiros, tribos nômades e templários do deserto. Para alguns, ele é um guardião antigo; para outros, uma punição viva para os que violam as regras da terra esquecida. Halkaal aparece apenas onde o deserto ainda "se lembra" de si mesmo — nas grandes salinas brancas, nas dunas que nunca foram pisadas, ou em regiões onde o vento parece falar com os ossos do passado. Ele é atraído por perturbações: não pelo cheiro de sangue, mas pela vibração espiritual de atos impuros — saques em ruínas, rituais de necromancia, ou o uso irresponsável de fontes de água sagrada. O que mais chama a atenção nos registros sobre Halkaal é seu domínio sobre o som.
Apesar disso, Halkaal raramente ataca por impulso. Ele observa, persegue em silêncio, e só age quando o desrespeito é inevitável. Por isso, é considerado por muitos um espírito de justiça das areias, mais do que uma simples fera. Há relatos de viajantes perdidos que foram seguidos por Halkaal por dias — mas jamais atacados. Quando resgatados, diziam que ele os vigiava... como um juiz paciente. Nenhum corpo de Halkaal jamais foi encontrado. Quando derrotado (se é que isso já ocorreu), ele se desfaz como poeira salgada, sendo absorvido pelo próprio vento. Alguns dizem que ele renasce sempre que o deserto precisa de um novo guardião. Essas criaturas são poderosas e não são fácilmente destrutíveis devido ao seu corpo e é claro as suas habilidades que a transformam em um ser perigoso.
status |
Domável
|
habitat |
Deserto, Dunas
|
altura |
2.5 metros;
|
comprimento |
6.2 metros;
|
peso |
1.200 kg
|
dificuldade |
★★★★★
|
poder da besta
sete areias
|
O Sopro das Sete Areias é o maior dom — e a mais temida manifestação — de Halkaal. Este não é um ataque físico comum, mas um evento espiritual, climático e sensorial, onde o deserto inteiro parece concentrar sua memória, sua fúria e seu silêncio em um único grito seco. Ao ativar esse poder, Halkaal finca as patas no solo e ergue a cabeça para o céu, enquanto seu interior ressoa como um cântico oco. Suas costelas, compostas por filamentos ocos de sal petrificado, vibram em sete frequências diferentes, cada uma representando uma face esquecida do mundo antigo:
a perda, o medo, a culpa, o juramento, a ruína, a promessa... e o silêncio. Quando o uivo explode, uma tempestade em forma de cone se projeta à frente dele, feita de areia ancestral misturada com cristais de sal etéreo.
a perda, o medo, a culpa, o juramento, a ruína, a promessa... e o silêncio. Quando o uivo explode, uma tempestade em forma de cone se projeta à frente dele, feita de areia ancestral misturada com cristais de sal etéreo.
Um redemoinho branco, silencioso no início, e depois carregado de múltiplos ecos, assola o campo de batalha. A luz solar é distorcida, e tudo parece flutuar como numa miragem. Observadores de fora veem apenas uma cortina de poeira resplandecente; os de dentro enxergam distorções, vultos e fragmentos de lembranças pessoais que os confundem. Os povos do deserto acreditam que o Sopro das Sete Areias é a voz do próprio deserto, que através de Halkaal lembra aos vivos o que foi enterrado. Eles dizem que quem sobrevive ao Sopro passa a carregar uma cicatriz invisível no espírito — como se parte do pó antigo se alojasse na alma, tornando-o ainda mais difícil de atingi-lo.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
|
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSHalkaal é, em essência, uma extensão consciente do deserto. Seu maior ponto forte é sua capacidade de se fundir com o ambiente, tornando-se praticamente invisível em regiões arenosas e salinas. Sua pele de sal cristalino refrata luz como uma miragem, dificultando a detecção visual direta — até mesmo por sentidos mágicos. Além disso, sua percepção não depende da visão: ele detecta vibrações no solo, ressecamento no ar e alterações na frequência sonora, o que o torna extremamente difícil de emboscar. Sua voz — seu verdadeiro arsenal — o torna temido mesmo entre criaturas místicas. O Sopro das Sete Areias pode incapacitar um grupo inteiro de conjuradores ou desestabilizar a moral de exércitos ao som.
PONTOS FRACOSPor mais letal que seja sob o sol escaldante, Halkaal depende de duas coisas para se manter ativo: ar seco e som livre. Ambientes úmidos, como florestas tropicais, cavernas gotejantes ou regiões costeiras, enfraquecem drasticamente sua estrutura, dissolvendo as camadas de sal que compõem sua defesa natural e prejudicando sua capacidade de vibrar. Além disso, magias ou dispositivos de silêncio absoluto interferem com sua vocalização, anulando seu sopro e desorientando sua percepção, que é fortemente baseada em ondas sonoras. Enfrentar Halkaal com feitiços de neblina, chuva artificial, umidade extrema ou câmaras antissônicas pode reduzi-lo a uma besta enfraquecida e previsível, atingindo seus próprios objetivos.
|
recompensas da besta
premio de consolação
|
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
cristal do soproFragmento mineral formado dentro da garganta de Halkaal, ressonante com as sete frequências do deserto. Quando polido e engastado em cajados, máscaras ou colares, concede resistência a confusão mental, ilusão auditiva e manipulação de medo.
Também pode ser utilizado em instrumentos mágicos para reproduzir efeitos de distorção sonora e romper encantamentos baseados em concentração. pele de salTiras finas extraídas da couraça cristalina de Halkaal. Leves, translúcidas e refrativas, ideais para confecção de mantos furtivos e armaduras que distorcem luz e som. Portadores ganham vantagem em ambientes desérticos, resistência a calor e redução na chance de serem detectados por magia sensorial. Alquimistas também usam seus cristais moídos em poções de secura espiritual, usadas para interromper possessões ou selar espíritos instáveis em algum lugar.
presas do ventoDuas presas longas e finas com nervuras cortantes, vibrando levemente mesmo após a extração. Usadas como lâminas rúnicas ou núcleos de armas leves, elas causam hemorragia arcana e podem drenar lentamente a energia vital de seres com sangue ou essência líquida. Quando fixadas em punhais rituais, tornam-se instrumentos de exorcismo de desertos, capazes de romper maldições ligadas à seca ou ao esquecimento.
|