VIRTUDE DA castidade
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Haniel, em Midrel, é a personificação viva da Virtude da Castidade, não como negação do desejo, mas como a sublimação do impulso em intenção pura, a elevação do afeto à sua forma mais luminosa, livre de possessão, ego ou corrupção. Onde a luxúria de Sitri seduz e Asmodeus consome, Haniel convida ao encontro verdadeiro entre almas, sem exigência, sem escravidão, sem máscara. Chamado de “A Estrela Velada”, Haniel é um dos anjos mais enigmáticos da Alta Corte Celeste. Sua presença não impõe, mas irradiaria uma aura de integridade serena, que desarma os excessos e traz paz até mesmo aos corações em conflito. Seu nome, que significa “Graça de Deus”, reflete sua essência: Haniel não reprova o desejo — ele o redireciona, guiando-o à sua fonte mais elevada, onde amor e reverência.
Sua forma é andrógina e serena, com vestes feitas de bruma cristalina, que brilham com tons prateados e azul-claros, como as manhãs que ainda não despertaram por completo. Os cabelos fluem como névoas suaves, e seus olhos têm o brilho suave da lua cheia: não penetram — acolhem. A voz de Haniel não comanda: ela sussurra o que o ser já sabe em silêncio, mas ainda não teve coragem de aceitar. Haniel representa a inteireza emocional, o amor que não se baseia em carência ou controle, mas em admiração, cuidado e liberdade. Em Midrel, sua influência é sentida nas relações profundas que florescem mesmo em tempos de guerra; nos votos silenciosos de fidelidade entre almas que não se tocam; nos momentos em que alguém deseja… e escolhe.
características da besta
conhecimento geral
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Haniel, em Midrel, não é uma besta no sentido comum da palavra, mas uma entidade celeste tão elevada que sua manifestação se aproxima de um mistério vivo — uma presença que revela sem invadir, que toca sem prender, e que transforma sem destruir. Como Guardião da Virtude da Castidade, Haniel representa a pureza emocional e a beleza da intenção limpa, aquela que nasce antes do desejo e que sobrevive mesmo depois do toque. Sua forma é etérea e translúcida, como se fosse feita da própria luz da alvorada. Haniel pode assumir uma aparência masculina, feminina ou sem gênero algum, sempre envolto por véus de bruma perolada que se movem como respirações suaves. Seu corpo é esguio, elegante, sem ostentação — como uma promessa de equilíbrio antes mesmo de ser cumprida. Onde outros anjos são fontes de poder visível, Haniel é o reflexo da serenidade que não precisa provar sua força.
Duas asas largas se estendem para os lados, feitas de partículas prateadas que não brilham com intensidade, mas com suavidade contínua, como a luz da lua refletida na água. Quando ele se move, não há som de vento ou explosão de energia — há apenas silêncio, e esse silêncio é mais eloquente que qualquer palavra. Sua voz, quando ouvida, não ecoa fora da mente — ela floresce dentro do coração, como se fosse o próprio pensamento mais íntimo ganhando forma. O que ele fala nunca impõe: ele pergunta, e o ser que ouve sente a resposta brotar sozinho, sem necessidade de argumento. A aura de Haniel é calmante, porém firme. Criaturas corrompidas por luxúria, desejo possessivo ou obsessão, ao seu redor, sentem os próprios impulsos se dissolverem como névoa diante do sol. Não porque são negados, mas porque são revelados como vazios. Haniel não sufoca o desejo — ele o purifica. Ele carrega um artefato simbólico: o Véu de Mirial, uma faixa luminosa que repousa sobre seus braços. Diz-se que esse véu, quando estendido sobre alguém, revela sua verdadeira intenção ao tocar ou se aproximar de outro ser. Ele é usado não para julgamento, mas para despertar consciência. Muitos que ousaram enfrentar Haniel, movidos por paixão corrompida, fugiram não por medo — mas por vergonha de terem visto a si mesmos sem disfarces. Haniel jamais levanta a mão em combate. Ele desfaz a violência antes que ela comece. Seus passos desarmam tensões, suas palavras restauram a lucidez, sua presença dissolve impulsos destrutivos. Aqueles que o encaram sentem o peso de seus próprios desejos... e, por fim, aprendem a carregá-los com nobreza.
pacto angelical
respeito a castidade
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O Pacto Angelical com Haniel, em Midrel, é selado não com fogo ou luz — mas com respeito, autocontrole e entrega sem posse. Não é um voto de abstinência, nem uma promessa de negação dos desejos terrenos. Ao contrário, o pacto com Haniel nasce quando um ser escolhe amar com liberdade, tocar com reverência, e desejar com consciência. É a aliança com a pureza da intenção, não com a rigidez do corpo. Esse pacto se firma no momento em que alguém recusa usar o afeto como ferramenta de dominação. Quando, diante de um impulso ardente, a alma decide manter o outro inteiro — não por medo, mas por honra. Quando há poder para seduzir, mas a escolha é guiar. Quando há atração, mas o gesto é cuidado. Haniel observa esse momento... e sussurra.
A partir desse instante, o ser pactuado torna-se portador do dom sagrado chamado Lux Casta, a Luz Casta — uma força que purifica, acalma e realinha a energia emocional de tudo ao seu redor. Em sua presença, paixões desequilibradas se apaziguam, obsessões perdem força, e as intenções ganham clareza. O portador pode dissipar ilusões construídas sobre atração, desmanchar vínculos fundados em posse ou carência, e proteger aqueles que estão sendo manipulados por desejos deturpados. Este dom é particularmente poderoso contra as forças de Sitri e Asmodeus, pois a luz de Haniel não combate a luxúria — ela a revela como sombra do que deveria ser amor. Pactuados podem quebrar encantamentos sensuais, desfazer laços ilusórios entre vítimas e seus manipuladores, e despertar a consciência de quem perdeu a si mesmo em nome de paixão sem alma. Mas o pacto exige firmeza interior. O portador jamais poderá usar o dom para controlar afetos alheios. Não pode tocar com intenção ambígua. Não pode mentir sobre o que sente. Se o fizer, o dom se desfaz como névoa diante do sol, e Haniel se afasta — não com raiva, mas com lamento silencioso. No entanto, se o vínculo for mantido com integridade, Haniel oferece ao seu eleito mais do que poder espiritual: oferece leveza, a rara dádiva de caminhar no mundo sem ser prisioneiro de ninguém — e sem escravizar ninguém. No plano celestial, os pactuados que cumprem sua missão são recebidos em Alae Lucis, onde as almas repousam em espelhos tranquilos e veem a si mesmas sem culpa.
poder da besta
luz imaculada
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O poder de Haniel, em Midrel, é chamado de Lux Casta, a Luz Imaculada, uma energia tão sutil quanto poderosa, que não fere, não domina e não seduz — mas revela, acalma e purifica. Haniel não se impõe sobre os outros: ele dissolve o que não é verdadeiro, como uma brisa clara que limpa os véus da ilusão emocional e devolve às almas a paz esquecida. Lux Casta age diretamente sobre os impulsos desordenados, especialmente os que nascem da luxúria desequilibrada, da obsessão, do desejo de posse e da manipulação afetiva. Ao ser ativado, o poder não se manifesta como um golpe ou uma explosão, mas como uma onda de serenidade absoluta, que atravessa as camadas mais íntimas do ser e faz com que o desejo corrompido.
Quando Haniel libera sua luz, os sentidos se silenciam, os pensamentos se organizam, e até os corações em desespero lembram que o amor não é dor, que o toque não é domínio, e que o afeto não pode existir sem liberdade. Essa energia tem o poder de desfazer ilusões mágicas baseadas em sedução, libertar criaturas dominadas por encantamentos libidinosos, e até reverter transformações físicas causadas por paixões corrompidas, como deformações, maldições ou vínculos arcanos baseados em prazer contaminado. No auge de seu poder, Haniel pode conjurar o chamado Espelho Sereno, uma manifestação etérea onde a alma do alvo é refletida em sua forma emocional mais verdadeira. Diante desse espelho, todas as máscaras caem. O sedutor revela sua solidão, o manipulador encara sua carência, o apaixonado vê seu medo de abandono. Não há ataque — há clareza. E essa clareza, mais do que qualquer arma, quebra correntes que jamais poderiam ser rompidas pela força. Lux Casta também pode proteger. Ao envolver um ser com sua luz, Haniel é capaz de selar seu campo espiritual contra invasões sensuais, contra impulsos incontroláveis, e até contra desejos que venham de fora. Essa luz age como um véu inquebrável, uma barreira de dignidade que transforma o corpo num templo inviolável. Mas esse poder não se presta à repressão. Haniel não apaga o desejo — ele o devolve ao seu estado puro, limpo de obsessões, liberto de vícios. Ao seu lado, até mesmo os seres mais marcados pelo prazer egoísta reencontram o valor da espera, da ternura, da contemplação do outro como um ser.
informações adicionais
graça serena
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Haniel, em Midrel, é reverenciado como o Portador da Graça Serena, o Anjo da Virtude da Castidade, mas seria um erro pensar que ele representa repressão ou negação. Haniel não vem para calar o desejo — ele vem para elevá-lo, purificá-lo, restaurá-lo à sua forma mais nobre: o afeto que respeita, o amor que acolhe, o desejo que não exige, mas honra. Nas tradições mais antigas, Haniel é descrito como o Reflexo da Alma antes da Queda, aquela parte esquecida dos seres que ainda sabe como amar sem ferir, desejar sem dominar, e tocar sem deixar cicatrizes. Em Midrel, ele raramente se manifesta em sua forma gloriosa — não por fraqueza, mas porque a sua luz não precisa se mostrar para iluminar. Basta que ela exista. Haniel não pertence às legiões guerreiras nem aos coros judiciais. Ele pertence ao sussurro, àquilo que ocorre antes da decisão impensada, no instante em que alguém poderia escolher corromper, mas respira fundo.
Sua presença é sentida nos altares silenciosos, nos primeiros encontros entre dois seres que se veem de verdade, nas madrugadas em que alguém decide resistir à carência em vez de machucar outro só para sentir algo. Seu domínio espiritual é conhecido como Alae Lucis, as Asas da Luz, um plano celestial onde os sentimentos existem em estado puro, não filtrados pelo corpo, nem pela vaidade, nem pelo medo. Lá, cada emoção é uma forma viva — e só quem tem clareza de intenção consegue enxergar sem se ferir. É dito que as almas que passaram por Alaes Lucis não amam menos… mas amam melhor. Em Midrel, os que se alinham à virtude de Haniel — os chamados Guardiões do Véu Intacto — não vivem isolados do mundo, mas profundamente imersos nele. São conselheiros, guias, mestres, e até amantes — mas sempre com clareza, com consciência, com reverência pelo outro. Eles carregam uma aura de leveza rara: olhá-los é lembrar que é possível se aproximar de alguém sem atravessá-lo. Haniel é especialmente oposto aos demônios da luxúria — Sitri e Asmodeus — não por força, mas porque seu poder anula o deles na raiz: ele remove o vazio que os alimenta. Onde eles inflamam carência, Haniel acende completude. Onde eles corrompem o toque, Haniel o torna gesto sagrado. Mas atenção: o dom de Haniel não é infalível. Ele exige integridade emocional e fidelidade à verdade. Pactuados que tentam manipular afetos ou usar sua aura para sedução perversa perdem o vínculo de forma imediata — e sentem, por contraste, o peso da ausência de luz. Haniel não pune. Ele apenas se afasta. E no silêncio deixado por sua ausência, muitos caem por si mesmos.