Antes dos julgamentos, antes do pecado e da promessa, houve a curiosidade. Antes da culpa ser escrita, houve a pergunta. Havael é o nome verdadeiro — ou esquecido — da que caminhou entre raízes e descobriu que o fruto não era veneno, mas despertar. Diferente das lendas que a retratam como a origem da queda, Havael é vista pelos Antigos como a primeira consciência livre do ciclo. Não nasceu do barro, mas sim da vibração do barro moldado; não foi criada como sombra, mas como resposta. Onde Adameth era substância, Havael era pulso. Ela foi o sopro que respondeu ao sopro, o eco que não se calou. Seu despertar não foi manso — foi fome de saber, sede de mundo. Ela olhou para o fruto proibido e viu ali um espelho: não um erro, mas uma chance. E ao escolher o saber mais, ela rompeu seu próprio silêncio.
Expulsa não por erro, mas por transgressão da ordem estabelecida, Havael caminhou por terras áridas, férteis, ancestrais. Com a dor do desterro, aprendeu a ouvir as vozes das pedras, os murmúrios das folhas, os cânticos do sangue. Se fez mãe não apenas de filhos, mas de linhagens, de legados, de memórias. Deu à luz as primeiras palavras que curam, as primeiras palavras que cortam. Ela não reinou nem guerreou, mas plantou. Semeou não apenas jardins, mas caminhos onde escolhas são raízes. A árvore do início não era maldita — era um símbolo. O fruto, uma chave. A serpente, uma lição. Havael compreendeu cada um como parte de si, pois ela nunca buscou pureza, e sim totalidade.
Seu legado ressurge em quem recusa o silêncio confortável, em quem questiona o mundo, mas também cuida dele. Em quem reconhece que errar faz parte de crescer. história do legado
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Quando a Criação ainda era um espaço sem nome, feito de silêncio expectante, houve um gesto que rasgou o equilíbrio — um olhar que se recusou a obedecer. Onde outros aceitaram a dádiva da existência como destino, Havael questionou. Não por rebeldia cega, mas por algo mais profundo: o chamado da plenitude. Os anciãos da serpente narram que foi Havael quem deu o primeiro passo fora do centro, afastando-se da harmonia estática do Jardim Primordial — não como pecado, mas como ruptura necessária. Ela não quebrou o ciclo. Ela o iniciou. Pois antes da dúvida, não havia tempo. Antes da escolha, não havia morte. Antes da fratura, não havia retorno. Ela foi a primeira a sair — e por isso, a primeira a ensinar o caminho de volta, amplificando ainda mais suas capacidades gerais.
Na cosmologia oculta de Midrel, essa fratura inicial despertou Ouroboros. A Serpente do Infinito dormia nos véus do ser, indiferente. Mas ao ver Havael consumir o fruto do saber e se afastar do eterno, a serpente se curvou — e mordeu a própria cauda. Assim nasceu o ciclo. Assim nasceu o tempo. Assim nasceram as eras. Havael não foi amaldiçoada. Foi abençoada com um peso que poucos suportam: a consciência da dor, da mudança e da liberdade. E por isso, ela foi esquecida, distorcida, silenciada nos textos sagrados. Porque sua história é perigosa. Porque sua história ensina que a criação continua, que o divino não está pronto — está crescendo. O Ouroboros carrega o símbolo de Havael em sua origem, pois ela é a única que caminhou fora do anel e ainda assim permaneceu parte dele. Ela é a sombra da luz que guia o retorno, o solo fértil nas bordas da revelação. Enquanto Adameth representa a forma estável, Havael é a mutação. Enquanto os deuses impõem leis, ela pergunta se elas ainda servem. O Legado de Havael é dado àqueles que ousam ver o mundo com olhos próprios, de forma geral.
habilidades passivas
primeiro desbloqueio
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Em Midrel, os Legados não são apenas marcas narrativas ou títulos honoríficos — eles são fontes vivas de poder. Ao serem adquiridos, cada Legado desperta habilidades passivas únicas, profundamente ligadas à essência do herói, figura ancestral ou entidade que o originou. Essas habilidades são desbloqueadas automaticamente no momento da compra, como se o próprio mundo reconhecesse o vínculo selado entre o personagem e a história que ele agora carrega. Essas passivas agem de forma constante e espontânea, sem exigir ativação. Cada Legado possui uma ou mais dessas passivas exclusivas, e nenhuma pode ser obtida por outros meios de forma geral.
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pulso da terra |
O herdeiro de Havael caminha com uma sintonia invisível às vibrações do mundo. Mesmo em silêncio, sabe quando algo está errado — ou prestes a mudar. Esse instinto desperto permite detectar presságios, armadilhas, intenções ocultas e criaturas que fingem o que não são. A passiva se ancora na SABEDORIA instintiva que percebe sem lógica, na FÉ sensorial que se apoia no sentir antes do ver, e na PRECISÃO emocional, que afina o corpo à mais leve dissonância.
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pele do jardim |
A herdeira carrega em sua pele a memória da terra antes da queda, e por isso, é naturalmente resistente a venenos, corrupções, maldições leves e influências mentais derivadas de dominação. Criaturas místicas sentem respeito ao tocá-la, como se lembrassem de algo que veio antes da linguagem. A passiva é sustentada por uma VITALIDADE regenerativa, uma RESISTÊNCIA psicoespiritual e uma FÉ inconsciente, enraizada nos ciclos naturais e nas verdades não ditas.
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semeadura inconsciente |
Tudo que a herdeira toca — seja fisicamente ou com palavras — tende a deixar sementes de mudança. Aliados próximos regeneram pequenas quantidades de energia ou foco após interações com ela, e ações simbólicas (como proteger, escolher ou guiar) são amplificadas. Inimigos tocados por ela sentem um desconforto profundo, como se estivessem sendo vistos por dentro. Essa influência sutil se manifesta por meio de um CARISMA orgânico, uma SABEDORIA relacional, e uma FÉ silenciosa que se propaga como raiz.
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habilidades ativas
conhecimento geral
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Em Midrel, os Legados não se limitam a conceder apenas habilidades passivas — eles também despertam habilidades ativas exclusivas, profundamente enraizadas na essência heroica, espiritual ou mítica da figura que originou o legado. Essas habilidades ativas representam manifestações diretas da vontade, do poder ou da memória viva do ancestral, sendo únicas, poderosas e, muitas vezes, transformadoras. Ao adquirir um Legado, o personagem desbloqueia automaticamente uma habilidade ativa vinculada ao núcleo simbólico daquele legado. Essas técnicas carregam um peso narrativo enorme e são respeitadas por todos aqueles que estão ao seu redor dentro de uma missão, aliados ou não.
[NÍVEL I] Fruto da Transgressão - Ao erguer as mãos e invocar a memória do primeiro gesto consciente, a herdeira de Havael faz surgir diante de si um fruto vivo, translúcido e pulsante, envolto em um brilho que muda de tom conforme a intenção de quem o contempla. Este fruto é um catalisador espiritual: ao ser oferecido de livre vontade a um inimigo, pode provocar visões perturbadoras de suas escolhas passadas, enfraquecendo sua moral, desestabilizando seus poderes e forçando uma reflexão violenta — uma abertura espiritual que, se rejeitada, se transforma em confusão. A força dessa habilidade está enraizada em FÉ instintiva, CARISMA arquetípico (capaz de induzir transformação em outro ser) e SABEDORIA sensível, pois o efeito nunca é igual — e depende da vontade de quem escolhe morder.
[NÍVEL V] Véu Rasgado - Quando a herdeira ativa esta habilidade, seus olhos se tornam espelhos vivos, refletindo não o que está à frente, mas o que está escondido por trás. Ela não apenas dissipa ilusões — ela corta simbolicamente os véus de mentira, encantamento, pactos enraizados ou selos mentais, tornando temporariamente visível tudo aquilo que foi construído para permanecer invisível. Essa habilidade se ancora em uma PRECISÃO espiritual profunda, aliada ao PODER ancestral de ver sem ser cega, e à FÉ imaculada de que a verdade é sagrada, mesmo quando fere.
[NÍVEL X] Antes da Palavra - Quando ativada, a herdeira pousa seus pés no solo e respira de forma ritualística, expandindo finíssimas raízes de energia translúcida que se ligam à terra, às pedras, à madeira e ao corpo de aliados próximos. É como se sua carne se tornasse uma ponte viva entre o grupo e o próprio mundo. Durante o tempo de ativação, ela compartilha parte de sua RESISTÊNCIA e VITALIDADE com o grupo, fortalecendo a estabilidade de seus companheiros diante de empurrões, atordoamentos, magias de desequilíbrio ou rituais de expulsão. Ao final, a energia absorvida pode ser liberada como uma cura modesta em área ou utilizada para reanimar alguém caído com sopro de consciência. A habilidade é sustentada por uma SABEDORIA maternal, uma VITALIDADE resiliente como floresta ancestral, e uma RESISTÊNCIA simbiótica, pois ela se torna parte do mundo e doa a si mesma sem reservas.
[NÍVEL XV] Raiz da Vida - Ao erguer os olhos e pronunciar o idioma esquecido que moldou a primeira emoção entre os seres, a herdeira emite um canto sem forma, feito de murmúrios antigos que ecoam diretamente nas almas daqueles ao redor. Este canto não depende de som — mas de presença. Para inimigos, soa como um zumbido lancinante, um eco perturbador que interrompe rituais, desestabiliza feitiços mantidos e mina a concentração, especialmente de magos, clérigos e conjuradores de natureza mental. Para aliados, cada sílaba pronunciada ressoa como afirmação de propósito, concedendo pequenos bônus temporários em moral, resistência mental e foco. Essa habilidade exige um equilíbrio delicado entre CARISMA ritualístico, SABEDORIA ancestral do verbo vivo e FÉ que sabe que nem tudo se diz com a boca, mas com a alma.
[NÍVEL XX] Dança do Retorno - Em um momento de crise, a herdeira gira levemente os pés no chão e começa a executar uma sequência de movimentos ancestrais, imitando a primeira dança da Serpente, a que moldou o ciclo. Seus braços desenham espirais no ar, e seus passos seguem padrões sagrados herdados do Ouroboros. O campo inteiro sente a reverberação: inimigos presos no alcance repetem ações compulsivamente, como se enfeitiçados pela lembrança de erros antigos; aliados ganham uma chance de tentar novamente algo falho, como um movimento, uma fuga, uma ação vital. O efeito místico se manifesta por breves segundos, mas o impacto pode mudar o rumo da batalha. Ao fim, a serpente simbólica se fecha sobre si mesma e desaparece. Essa dança exige FÉ cíclica, PRECISÃO arquetípica, e PODER ancestral simbólico, pois ela não é apenas ação — é uma evocação viva de que todo fim é recomeço, desde que a escolha seja feita.
[NÍVEL V] Véu Rasgado - Quando a herdeira ativa esta habilidade, seus olhos se tornam espelhos vivos, refletindo não o que está à frente, mas o que está escondido por trás. Ela não apenas dissipa ilusões — ela corta simbolicamente os véus de mentira, encantamento, pactos enraizados ou selos mentais, tornando temporariamente visível tudo aquilo que foi construído para permanecer invisível. Essa habilidade se ancora em uma PRECISÃO espiritual profunda, aliada ao PODER ancestral de ver sem ser cega, e à FÉ imaculada de que a verdade é sagrada, mesmo quando fere.
[NÍVEL X] Antes da Palavra - Quando ativada, a herdeira pousa seus pés no solo e respira de forma ritualística, expandindo finíssimas raízes de energia translúcida que se ligam à terra, às pedras, à madeira e ao corpo de aliados próximos. É como se sua carne se tornasse uma ponte viva entre o grupo e o próprio mundo. Durante o tempo de ativação, ela compartilha parte de sua RESISTÊNCIA e VITALIDADE com o grupo, fortalecendo a estabilidade de seus companheiros diante de empurrões, atordoamentos, magias de desequilíbrio ou rituais de expulsão. Ao final, a energia absorvida pode ser liberada como uma cura modesta em área ou utilizada para reanimar alguém caído com sopro de consciência. A habilidade é sustentada por uma SABEDORIA maternal, uma VITALIDADE resiliente como floresta ancestral, e uma RESISTÊNCIA simbiótica, pois ela se torna parte do mundo e doa a si mesma sem reservas.
[NÍVEL XV] Raiz da Vida - Ao erguer os olhos e pronunciar o idioma esquecido que moldou a primeira emoção entre os seres, a herdeira emite um canto sem forma, feito de murmúrios antigos que ecoam diretamente nas almas daqueles ao redor. Este canto não depende de som — mas de presença. Para inimigos, soa como um zumbido lancinante, um eco perturbador que interrompe rituais, desestabiliza feitiços mantidos e mina a concentração, especialmente de magos, clérigos e conjuradores de natureza mental. Para aliados, cada sílaba pronunciada ressoa como afirmação de propósito, concedendo pequenos bônus temporários em moral, resistência mental e foco. Essa habilidade exige um equilíbrio delicado entre CARISMA ritualístico, SABEDORIA ancestral do verbo vivo e FÉ que sabe que nem tudo se diz com a boca, mas com a alma.
[NÍVEL XX] Dança do Retorno - Em um momento de crise, a herdeira gira levemente os pés no chão e começa a executar uma sequência de movimentos ancestrais, imitando a primeira dança da Serpente, a que moldou o ciclo. Seus braços desenham espirais no ar, e seus passos seguem padrões sagrados herdados do Ouroboros. O campo inteiro sente a reverberação: inimigos presos no alcance repetem ações compulsivamente, como se enfeitiçados pela lembrança de erros antigos; aliados ganham uma chance de tentar novamente algo falho, como um movimento, uma fuga, uma ação vital. O efeito místico se manifesta por breves segundos, mas o impacto pode mudar o rumo da batalha. Ao fim, a serpente simbólica se fecha sobre si mesma e desaparece. Essa dança exige FÉ cíclica, PRECISÃO arquetípica, e PODER ancestral simbólico, pois ela não é apenas ação — é uma evocação viva de que todo fim é recomeço, desde que a escolha seja feita.