besta eterea
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Iszarel não é caçado, encontrado ou invocado. Ele manifesta-se apenas onde o tempo se dobra, onde os ecos do mundo tremem por algo que não foi dito, não foi lembrado ou não foi curado. Seu surgimento ocorre em pontos onde a realidade vacila: corredores esquecidos de templos sonolentos, bibliotecas sussurrantes, corredores que já foram andados em sonhos... ou em ruínas que ninguém admite lembrar. À primeira vista, Iszarel é uma cortina viva de luz branda, flutuando ao vento de um plano onde não há ar. Seu corpo vibra como seda em água, fragmentando-se em fios translúcidos que brilham com tons de aurora e cinzas de crepúsculo. Seus membros são longos, mas inconsistentes — cada passo parece o reflexo de um passo anterior, como se ele estivesse seguindo a si mesmo, em atraso.
Ele não possui boca, mas a máscara que flutua no centro de seu ser emite ressonâncias de significado puro, compreendidas mais pela alma do que pelos ouvidos. Às vezes, essa máscara tem uma fenda que se move como um sorriso calmo, outras vezes, se parte em linhas luminosas que brilham com fragmentos de vozes esquecidas — talvez suas… talvez suas vítimas. Iszarel não ataca da forma tradicional. Ele se aproxima devagar, e o mundo muda com ele. Sons se tornam ecos antes de serem emitidos. Palavras se repetem, imagens se sobrepõem, lembranças esquecidas emergem do nada. Ele incita colapsos internos, não com agressão, mas com presença. Ele mostra, sutilmente, o que foi perdido — e deixa a vítima lidar com isso.
características da besta
conhecimento geral
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Iszarel, o Véu Suspenso, é uma entidade que desafia as leis da existência estável. Não é propriamente classificado como vivo, morto, espírito ou constructo — ele é o que resta quando a realidade se desfaz levemente nos cantos da mente e do espaço. É por isso que seu nome raramente aparece em grimórios comuns ou bestiários elementares. Os que o conhecem não o descrevem — o recordam. E mesmo isso, com dificuldade. Estudiosos do Plano Etéreo, oniromantes e cartógrafos do Véu sugerem que Iszarel é uma espécie de eco consciente de formas que já existiram em mundos esquecidos, entidades que foram apagadas da história por alguma ruptura planar. Quando a lembrança de algo ou alguém é extinta, mas a emoção permanece, um fragmento sensível à ausência pode dar origem.
Ele costuma surgir em locais onde o mundo parece suspirar. Ambientes onde houve grande tristeza, onde os mortos não foram lembrados, ou onde uma ruptura espiritual silenciou o tempo. Sua presença não é anunciada com ruídos — mas com atrasos. Palavras se repetem. Sombras não seguem seus donos. A luz pisca sem fonte. E os pensamentos, de repente, não seguem mais uma linha, mas se espalham, como ecos em um salão de espelhos. Iszarel não é agressivo por natureza. Ele testa, desestabiliza, e observa. É como se buscasse em cada ser a pergunta: "Você se lembra de quem você era, quando ainda estava inteiro?" — e se não houver resposta, ele mostra versões alternativas de quem a pessoa poderia ter sido. Isso causa colapsos existenciais, surtos oníricos ou, nos casos mais graves, uma perda completa.
status |
Não-Domável
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habitat |
Templos
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altura |
2.8 metros;
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comprimento |
indefinido;
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peso |
indefinido;
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
eco profundo
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Iszarel não fere diretamente — ele dilui a realidade, desfazendo a linha firme entre o que é e o que poderia ter sido. Quando ativa seu poder, o ar ao redor torna-se denso como sonho, as cores se distorcem e os sons começam a se repetir com atraso. Nesse instante, múltiplas versões de sua forma aparecem ao redor do campo, cada uma vagamente diferente, como reflexos imperfeitos em poças espelhadas. Esses ecos não são ilusões comuns — são possibilidades reais de sua existência, instabilidades que se alimentam da dúvida e da memória dos oponentes. Algumas dessas manifestações reagem como se fossem Iszarel, outras permanecem imóveis, olhando. E pior: para cada mente perturbada presente, mais cópias surgem, permitindo que suas capacidades se tornem ainda mais poderosas.
Durante esse estado, ataques físicos, mágicos ou sensoriais têm alta chance de atingir a versão errada, dissipando-se em névoa e luz pálida. Magos tentam lançar magias e veem seus próprios feitiços se desviarem, combatentes tentam golpear e sentem a lâmina atravessar uma figura oca, sem peso, que olha com a máscara rachada. Além da distorção visual, o Eco de Si Mesmo invade a mente dos oponentes. Visões surgem: memórias antigas, possibilidades não vividas, rostos esquecidos. A vítima se vê confrontando versões dela mesma — fracassadas, corrompidas, ou nunca realizadas. Em combates longos, isso enfraquece a vontade, reduzindo resistência emocional e anulando feitiços que dependem de foco de quem está lutando diretamente contra ele.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSIszarel é quase impossível de atingir com precisão. Sua forma é instável, etérea e mutável, como um feixe de lembrança envolto em luz viva. Ataques físicos e mágicos com alvos fixos frequentemente falham, pois ele dobra sua presença entre ecos, criando múltiplas versões de si que confundem até os olhos mágicos mais treinados. Ele não possui corpo físico, então armas materiais passam por ele sem resistência real, e mesmo magias de impacto se desfazem ao contato, como se tentassem ferir o vapor do tempo. Além disso, Iszarel é um predador de memórias emocionais. Ele se fortalece ao redor de mentes instáveis, corações partidos ou espíritos marcados por culpa. Nestes casos, seus ecos se multiplicam, e suas distorções se tornam mais agressivas, pois ele se alimenta dos seus medos.
PONTOS FRACOSApesar de sua aura impenetrável, Iszarel precisa de desordem emocional e espaço etéreo para existir. Em locais de forte estabilidade espiritual — como templos sagrados, lugares onde a memória é viva (como túmulos venerados), ou câmaras de verdade absoluta — sua forma enfraquece e começa a se fixar contra sua vontade. Quando isso acontece, ele torna-se vulnerável por breves instantes, e pode ser atingido por magias de luz, ordem, revelação e foco absoluto. Luz intensa e harmônica, especialmente aquela produzida por fontes divinas, alquímicas ou memoriais (como a chama eterna de um juramento cumprido), atravessa seus véus e queima seus ecos. Iszarel também é sensível a verdades pronunciadas com total convicção — palavras que carregam vínculos reais, como votos juramentados, nomes esquecidos lembrados, ou segredos libertos.
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recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
véu quebradoUm fragmento do tecido de luz que compõe a "pele" de Iszarel. Flutua mesmo sem vento, emitindo um brilho fraco que se intensifica quando memórias esquecidas são tocadas ao seu redor. Quando costurado a um manto, permite ao usuário tornar-se parcial ou totalmente intangível por breves segundos, atravessando paredes, sombras ou ilusões. Também pode ser usado em encantamentos para esconder a presença espiritual do portador, tornando-o indetectável por clarividência, previsão e feitiços.
máscara de reflexoUma réplica imperfeita da máscara opalina que flutua no centro do rosto de Iszarel. Ao ser usada, reflete não a imagem do portador, mas versões alternativas dele mesmo — versões que poderiam ter existido. Em rituais ou combates, a máscara pode ser ativada para confundir inimigos, que enxergam múltiplas projeções falsas do usuário, dificultando alvos precisos. Também é usada por oniromantes para acessar memórias ancestrais bloqueadas ou induzir visões de futuros.
eco condensadoUm globo translúcido que pulsa com uma névoa interna de luz e som abafado. É um resíduo psíquico cristalizado, gerado quando Iszarel se desfaz após ancorar-se em emoções humanas profundas. Pode ser usado como reagente em feitiços de manipulação temporal, como pausas momentâneas no tempo, ecos de ações repetidas ou conjurações que reverberam segundos após serem lançadas. Em rituais secretos, o Eco pode ser quebrado diante de alguém para revelar uma memória esquecida à força — um uso perigoso.
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