besta divina
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Irazh é uma besta divina errante, símbolo do fogo que não consome por destruição, mas por revelação. Conhecido como o Andarilho da Chama Dourada, ele não pertence a nenhum lugar fixo, mas caminha lentamente pelas fronteiras do mundo, como uma fogueira acesa nos cantos da realidade, onde o que foi esquecido tenta arder de novo. Sua chama é dourada, e não ruge — ela canta, emitindo uma melodia suave que lembra canções de infância, orações velhas e juras nunca cumpridas. Ele surge quando um juramento é quebrado com verdade, ou quando uma memória se apaga com arrependimento sincero. Irazh não aparece onde há culpa — mas onde há ausência. Sua marcha traz consigo lembranças que ainda ardem, mesmo que ninguém mais se lembre do porquê, o que o torna forte.
Seu surgimento não é acompanhado de calor sufocante nem destruição flamejante — pelo contrário: ele aparece como uma figura envolta em fogo dourado calmo, que dança sem emitir fumaça, e ilumina sem lançar sombra. A floresta não se queima com sua passagem. As folhas tremem, sim — mas tudo ao redor floresce com memórias: árvores antigas revelam runas apagadas, ruínas soltam palavras murmuradas, até o vento sopra nomes que ninguém pronunciava há séculos. Quando Irazh atravessa uma região, os esquecidos são lembrados. Crianças perdidas encontram o caminho para casa. Guerreiros esquecem o ódio que carregavam. Magos choram ao lembrar por que começaram a estudar magia para aprender mais sobre ele.
características da besta
conhecimento geral
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Irazh possui forma mutável, mas quase sempre se manifesta como uma criatura quadrúpede de grandes proporções, lembrando um cervo ou lobo imenso, esculpido em carvão dourado e envolto por uma chama viva que não emite calor destrutivo, mas sim um calor reconfortante, como o de uma lareira acesa no silêncio da noite. Sua pele parece composta por camadas de brasas pulsantes e cascas de madeira incandescente, com veios brilhantes que correm como seiva em chamas. Ao andar, ele não deixa pegadas de fogo, mas flores queimadas que se desfazem em cinza dourada e desaparecem ao vento — como se sua presença não desejasse permanecer, apenas ser lembrada. Os olhos de Irazh brilham com uma intensidade serena, sempre dourados, refletindo não o mundo presente.
Criaturas que cruzam seu olhar sentem o peso de lembranças que não sabiam carregar. Seus chifres, longos e elegantemente curvados, se assemelham a raízes queimadas que ainda ardem por dentro, e em seus galhos flamejantes podem brotar brasas como frutos vivos, flutuando no ar como lanternas feitas de lembrança. Ele se move devagar, mas nunca parece estar atrasado. O som de seus passos é o estalar discreto de madeira sendo aquecida. Quando parado, o ar ao seu redor vibra levemente, e os sons do ambiente se tornam suaves — como se até o mundo decidisse calar-se para ouvir o que ele tem a revelar. Sua presença atrai borboletas etéreas, animais selvagens curiosos, e espíritos que dormem nas pedras. Eles o seguem como a um farol que nunca prometeu segurança, mas mostrou o caminho.
status |
Não-Domável
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habitat |
indefinido;
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altura |
indefinido;
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comprimento |
indefinido;
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peso |
indefinido;
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
juizo ardente
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O poder de Irazh reside na sua capacidade de reacender o que foi esquecido, negado ou silenciado — não apenas memórias, mas verdades enterradas, sentimentos sufocados e promessas abandonadas. Ele não age como uma besta destrutiva, mas como um juízo ardente, revelando o que já esteve vivo e ainda pulsa sob as cinzas do tempo. Sua chama dourada não queima o corpo, mas consome a mentira, o autoengano, a dissimulação, tornando impossível esconder intenções diante dele. A cada passo, Irazh cria círculos de revelação, zonas onde o passado se torna visível — vozes esquecidas ecoam, fragmentos de sonho surgem no ar como imagens queimando lentamente, e feitiços que dependem de sigilo ou ocultação se desfazem como papel diante do fogo, atingindo assim suas habilidades em ponto ápice.
Magias ilusórias, encantamentos de disfarce, contratos silenciosos e maldições enraizadas em negação não resistem ao brilho de sua presença, pois Irazh simplesmente reacende a verdade até ela ser impossível de ignorar. Esse poder é profundamente emocional: heróis choram, vilões hesitam, e mortos-vivos perdem o vínculo com o mundo, pois recordam quem foram antes de se corromperem. Em combate, o Sopro do Âmbar não fere — ele interrompe. Guerreiros esquecem por que estão lutando. Magos sentem vergonha de seus feitiços. E bestas hostis se acalmam como se tivessem lembrado de sua infância. Quando isso acontece, tudo que foi injustamente esquecido em um território específico volta a existir de forma simbólica ou real, de todas as formas.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSIrazh é invulnerável a qualquer magia ou ataque que dependa de engano, manipulação mental, disfarce ou ocultação. Encantamentos ilusórios, feitiços de invisibilidade, vínculos pactuados com mentiras e até maldições escondidas se desfazem espontaneamente na presença de sua chama, pois sua essência consome o que foi negado. Ele também é resistente a magias de necromancia, pois onde ele caminha, os mortos lembram quem foram — e os que não suportam essa lembrança, perdem o vínculo que os mantém entre os vivos. Sua presença interfere diretamente em magias de longo prazo, encantamentos ligados a juramentos ou selos ancestrais, forçando o retorno da intenção original por trás deles. Isso significa que mentiras arcanas, feitiços de escravidão, contratos de poder e encantamentos baseados em repressão emocional colapsam diante de sua verdade viva.
PONTOS FRACOSApesar de seu poder imensurável, Irazh não resiste bem a ambientes onde a verdade foi aceita plenamente. Regiões que vivem em harmonia com o passado, onde as feridas foram curadas sem negação, ou onde os erros foram encarados e superados, tornam sua chama fraca, silenciosa ou até ausente. Ele é atraído pelo não dito — e onde tudo foi dito com honestidade, ele não é necessário. Ele também é vulnerável a magias de estagnação emocional — encantamentos que anulam sentimento, que apagam tanto a dor quanto o amor, criando zonas de entorpecimento espiritual. Nessas regiões, sua chama oscila, perde o foco e recua, pois ele só pode queimar o que ainda pulsa por dentro. Se confrontado por seres completamente desprovidos de vínculo emocional ou histórico, como construtos perfeitos ou inteligências artificiais planárias, Irazh hesita, pois não há memória.
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recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
brasa do juramentoUm fragmento dourado de cinza viva, ainda quente, que pulsa suavemente ao toque. Quando fundida a uma arma ou foco arcano, ela concede ao portador a capacidade de revelar e quebrar pactos ocultos, maldições disfarçadas ou contratos mágicos baseados em mentira ou manipulação. Pode ser ativada uma vez por ciclo lunar para forçar um inimigo a lembrar e declarar a intenção verdadeira por trás de seus atos, impedindo engano ou falsa diplomacia. Em rituais, a brasa pode ser colocada no centro de um círculo de juramento para tornar qualquer promessa visivelmente sagrada e impossível de ser falsificada.
lágrima da lembrançaUm pequeno frasco contendo uma única gota de luz dourada, condensada da essência emocional deixada por Irazh no instante de sua partida. Quando derramada sobre o corpo de alguém inconsciente, amnésico ou espiritualmente selado, essa lágrima restaura memórias perdidas, traumas apagados ou até fragmentos de identidade esquecidos. Pode ser usada uma única vez por portador. Em mãos sagradas, também permite que um espírito ancestral recorde sua missão e retorne brevemente ao mundo para completá-la — mas apenas se o nome verdadeiro for pronunciado com sinceridade.
coroa das chamasUm ornamento etéreo formado por brasas flutuantes, que gira lentamente em torno da cabeça de quem o veste. Essa coroa não confere poder ofensivo direto, mas transforma o portador em um farol emocional e espiritual: onde ele pisa, mentiras são sentidas como peso no ar, intenções ocultas surgem como tremores na chama, e a própria presença obriga os outros a olharem para dentro de si. Pode ser usada para conduzir rituais de confissão, reconciliação ou julgamento. No auge de seu brilho, a coroa permite ao usuário acender uma memória esquecida de alguém próximo, ainda que o próprio alvo deseje esquecê-la.
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