VIRTUDE DA temperança
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Jophiel, em Midrel, é o Anjo da Temperança, a guardiã da beleza equilibrada, da mente clara e do gesto ponderado. Sua virtude não está em negar os prazeres da vida — mas em saber reconhecê-los com moderação e sabedoria, em ensinar que tudo que é verdadeiro tem seu tempo, sua medida e seu propósito. Onde a Gula devora sem fim, Jophiel contempla com reverência. Onde há excesso, ela devolve harmonia. Seu nome significa “A Beleza de Deus”, mas Jophiel não irradia luxo nem sedução: ela carrega a beleza do que está em ordem, do que está inteiro, do que é suficiente. Seu olhar transmite clareza — não deslumbramento. Sua presença não embriaga — ela acalma os sentidos. É dito que ao cruzar o caminho de Jophiel, até o coração mais inquieto se lembra de respirar.
Sua aparência é elegante, serena, sem exageros. Ela veste um manto fluido de tons claros — ouro envelhecido, âmbar, lilás tênue e branco opalescente — que mudam conforme a luz da alma que a contempla. Suas asas são finas, longas e quase transparentes, compostas de fios de luz tão sutis que parecem se dissolver no ar. Em uma das mãos, carrega o Cálice do Justo Sabor, símbolo do limite e da aceitação: o recipiente que nunca transborda e nunca está vazio. Jophiel é a luz da razão quando os impulsos gritam. Ela é a lembrança do valor de uma pausa entre dois goles, de uma respiração entre duas palavras. Em Midrel, sua virtude é invocada por aqueles que enfrentam o vício, o excesso, o consumo cego — não apenas de comida, mas de poder.
características da besta
conhecimento geral
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Jophiel, em Midrel, manifesta-se como uma entidade de beleza serena e força contida, cuja essência não é dominar, mas harmonizar tudo ao seu redor. Ela não chega com resplendor deslumbrante, mas com equilíbrio tão perfeito que faz com que o caos silencie por si só. Sua presença convida os excessos a se dissolverem. Sua forma é a lembrança viva de que tudo que é belo, verdadeiro e divino tem medida. A aparência de Jophiel é ao mesmo tempo simples e fascinante: uma figura andrógina envolta por um véu de seda dourada e branca, com bordas translúcidas que oscilam entre tons pastel conforme o ambiente espiritual. Seus traços são suaves, proporcionais e levemente irreais — como uma escultura feita de luz que respeita cada curva, cada pausa, cada linha da Criação. Seus olhos irradiam uma luz tênue de âmbar e lilás, que não cega — mas acalma quem a encara, como o brilho de uma lamparina.
Suas asas são longas e abertas, feitas de feixes de energia que lembram fibras naturais ou caules etéreos de plantas celestes. Quando ela se move, o ar ao redor se reorganiza. O som se torna mais claro. A mente se acalma. Tudo ao redor parece respirar junto, sem descompasso. Ela não anda — ela flui, como se fosse parte do próprio tempo medido. Em sua mão direita, Jophiel carrega o Cálice do Justo Sabor, um recipiente feito de cristal celestial e raízes entrelaçadas. Quando inclinado, nunca verte demais, nem de menos. Diz-se que esse cálice tem o poder de revelar o excesso escondido em qualquer coração: ambição, gula, vaidade, compulsão — e pode ser usado tanto para purificar quanto para confrontar. Sua presença física não impõe medo nem reverência imediata — ela desperta consciência. Até os demônios que a encaram, como Beelzebuth, sentem por um instante o vazio que alimenta sua fome infinita. Criaturas corrompidas pelo desejo desmedido percebem, mesmo que brevemente, que não há mais prazer quando tudo já foi consumido. Jophiel é uma entidade de equilíbrio estático, mas jamais passiva. Se algo ultrapassa a medida da Criação, ela age — não com fúria, mas com reajuste inevitável. Um feitiço que consome demais será interrompido. Uma alma que ultrapassou seu próprio limite será detida com suavidade absoluta, como um copo que impede a gota a mais de cair.
pacto angelical
sagrada existência
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O Pacto Angelical com Jophiel, em Midrel, é um compromisso com a medida sagrada da existência, com a consciência de que o poder, o prazer, a beleza e até a bondade, quando em excesso, deixam de ser virtudes e se tornam desequilíbrio. Esse pacto não é selado por promessas barulhentas ou votos extremos — ele nasce no momento silencioso em que alguém, diante da tentação de mais, escolhe o suficiente. Esse tipo de pacto só pode ser estabelecido por aqueles que entenderam, profundamente, o peso dos excessos. Pode ser alguém que já se perdeu em gula, vícios, luxúria, ambição ou conhecimento desmedido, e que, ao tocar o próprio limite, escolheu parar e reequilibrar. Também pode ser selado por quem vive entre opostos — entre a guerra e a paz, entre o sacrifício e o prazer — e compreende que o caminho do meio não é fraqueza.
Quando o pacto é firmado, Jophiel não aparece com luz cegante. Sua presença é percebida como uma calma repentina no coração, como se todas as vozes internas que exigiam mais silenciassem por um instante. E nesse espaço limpo, ela estende o dom conhecido como Mensura Divina, a capacidade de perceber o excesso nos outros, nos ambientes e em si mesmo — e agir para restaurar o equilíbrio. Esse dom permite ao pactuado bloquear compulsões, conter arroubos de magia ou violência, restaurar o foco em aliados tomados pela ambição ou pressa, e até anular por breves instantes os efeitos de encantamentos fundados em desejo excessivo. Em rituais, ele pode purificar substâncias corrompidas por exagero de poder, dissolver poções destrutivas, e estancar rituais arcanos prestes a colapsar por excesso de energia. A marca do pacto é invisível ao olho comum, mas clara para os sensíveis: o portador irradia harmonia. Sua fala soa medida, suas ações nunca são precipitadas, e onde ele passa, a vontade de ultrapassar os próprios limites se torna menor. Pessoas próximas sentem-se menos impulsivas. Sentem-se... plenas. Mas Jophiel exige fidelidade à temperança. Se o pactuado usar seu dom para ganho pessoal, ou agir com soberba, cobrando perfeição dos outros em nome do “equilíbrio”, o vínculo se desfaz. Jophiel não castiga — ela recolhe sua luz, e o portador sente, pela primeira vez, o peso dos próprios excessos caindo de volta.
poder da besta
MENSURA DIVINA
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O poder angelical de Jophiel, em Midrel, é conhecido como Mensura Divina, a Medida Sagrada — uma força sutil e refinada que não brilha com intensidade, mas equilibra com precisão absoluta. Ele não se impõe com força bruta nem subjuga com temor: ele interrompe o excesso antes que se torne ruína, restaura a harmonia sem suprimir, e dissolve o desequilíbrio sem violência. Mensura Divina atua como uma frequência espiritual estável que Jophiel carrega em sua essência. Quando ativado, o poder ajusta o fluxo de energia à sua volta, como se afinasse os elementos do mundo com uma melodia cósmica inaudível. O tempo desacelera até o ponto ideal. Emoções desordenadas se organizam. Magias que extrapolam seus limites são suavemente desativadas ou redirecionadas, como se o universo, por um breve instante, lembrasse do seu ritmo original.
Jophiel não corta. Não cala. Ela harmoniza. Diante de um ser tomado por compulsão, ambição, gula, sede por poder ou obsessão emocional, seu poder envolve a alma como um véu silencioso. E aquilo que era fúria ou desejo desmedido se desmancha — não por repressão, mas por clareza. É como se a própria alma compreendesse que aquilo que busca não é mais necessário, e cede, por vontade própria. Em sua manifestação plena, Mensura Divina pode conjurar o chamado Espelho da Proporção, um reflexo espiritual que mostra ao alvo o quanto ele ultrapassou seu próprio centro. Não se trata de punição, mas de revelação: o mago que abusou do éter vê-se cercado por uma teia de magia que consome sua própria essência. O rei faminto por domínio vê sua imagem inflada, deformada, e percebe o quanto deixou de ser humano. O reflexo é exato — e transformador. O poder também afeta o ambiente: rituais que desequilibram forças naturais falham suavemente, venenos preparados em excesso se tornam inofensivos, e até maldições que distorcem o destino perdem força quando expostas à luz temperada de Jophiel. Ela não nega o uso de recursos — mas impede que eles ultrapassem o ponto da sabedoria. No campo de batalha, Mensura Divina pode reduzir o ímpeto destrutivo de oponentes, fazendo com que ataques movidos por raiva, fome de sangue ou orgulho falhem, hesitem ou simplesmente não se completem. Não por manipulação mental, mas porque o coração do inimigo lembra, mesmo que por um segundo, o valor da contenção.
informações adicionais
peso da luz
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Jophiel, em Midrel, é mais do que a Guardiã da Temperança — ela é o eixo oculto que impede o colapso dos extremos, a balança que pesa não apenas atos, mas intenções, e a luz silenciosa que resplandece não para brilhar mais forte, mas para mostrar quando já é suficiente. Em um mundo impulsionado por ambição, conquistas e excesso, a presença de Jophiel é rara — e, por isso, sagrada. Ela é conhecida nos textos arcanos como "Aquela que Sabe o Peso da Luz", pois nem mesmo o que é bom, justo ou divino escapa ao seu julgamento. A virtude da Temperança, sob seus olhos, não é a negação dos prazeres ou da abundância, mas o domínio sobre o impulso de ir além do necessário. Por isso, Jophiel não combate o erro com força — ela o confronta.
Em Midrel, sua presença é invocada por mestres alquimistas que buscam a proporção perfeita, por mediadores de paz entre nações, e por guardiões de relíquias que não devem ser usadas levianamente. Mas mais do que isso, ela se manifesta nas escolhas pequenas que sustentam o equilíbrio: quando um mago poderoso decide não lançar seu feitiço supremo; quando um rei abdica do trono por saber que o povo precisa respirar; quando uma alma faminta escolhe dividir o que tem. Nessas ações contidas — ela está presente. Seu plano sagrado, Eluriah, é uma dimensão viva de proporção, ritmo e respiração. Tudo ali pulsa em compasso. Não há pressa. Não há excesso. A luz nasce e se põe como se obedecesse a uma partitura divina. Os seres que ali habitam não brilham — fluem. E quem caminha por Eluriah sente, pela primeira vez, como seria viver num mundo sem exagero. Jophiel é silenciosa. Ela raramente fala — e quando o faz, suas palavras são medidas como gotas que quebram rochas com o tempo. Ela não impõe mandamentos. Ela sugere, com leveza e firmeza ao mesmo tempo. E aqueles que a escutam descobrem que não é necessário ter tudo para ser inteiro. Os pactuados de Jophiel — chamados Pesadores da Essência — vivem à margem das disputas, mas são consultados por reis e templos, pois sua visão revela quando algo precioso está prestes a ser perdido por excesso de zelo ou de desejo. São figuras equilibradas, calmas, e ao mesmo tempo firmes: não recuam diante do caos — apenas não reagem ao seu ritmo. Eles lembram ao mundo que o verdadeiro domínio não está em conter os outros.