nono bahamut
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Kaerthys é a personificação viva da solidez, do crescimento inexorável e da beleza implacável da mineralidade. Conhecida em lendas antigas e modernas como a Besta dos Cristais, é a guardiã de tudo que se forma lentamente nas entranhas da terra, o espírito que habita as cavernas profundas, os abismos esquecidos e as montanhas que escondem corações de pedra pura. Mais do que uma criatura, Kaerthys é a própria força mineral, que molda lentamente mundos inteiros, erguendo muralhas intransponíveis, afiando picos e selando passagens com barreiras de cristal indestrutível. Em sua forma verdadeira, Kaerthys manifesta-se como um titã quadrúpede, de proporções continentais, cuja pele é inteiramente recoberta por placas de cristal facetadas, em tons ancestrais.
De seu dorso, erguem-se espirais maciças de cristal que se projetam como obeliscos naturais, girando lentamente em torno do próprio eixo, emitindo uma ressonância vibrante e hipnótica que reverbera através das rochas por quilômetros. Seu crânio é alongado e angular, inteiramente coberto por uma máscara de diamante bruto, com olhos de um azul translúcido e profundo, como duas geodas que ocultam segredos ancestrais. As mandíbulas são poderosas, revestidas de cristais serrilhados capazes de despedaçar montanhas, mas raramente abertas em agressão, pois Kaerthys age com a lentidão e a paciência dos processos geológicos que representa, tornando a batalha contra essa entidade ainda mais difícil do que pode parecer.
características da besta
conhecimento geral
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Kaerthys, a Besta dos Cristais, é uma entidade que encarna a solidez absoluta, a estabilidade eterna e a beleza geométrica que nasce das profundezas da terra. Sua morfologia é monumental, mas não caótica: cada elemento de sua forma é um arranjo preciso, como se sua própria existência obedecesse a leis cristalográficas naturais, refletindo padrões perfeitos de simetria e harmonia mineral. Seu corpo é composto por uma carapaça maciça de cristais facetados, que se interligam como uma armadura viva e flexível. As placas que recobrem sua pele não são homogêneas, mas apresentam cores e texturas que variam conforme a profundidade da crosta terrestre onde se manifesta: na superfície, exibe quartzos transparentes e espelhos de mica; mais fundo, amostras maciças de ametista, calcita dourada ou obsidiana negra e reluzente. As junções entre essas placas não possuem falhas visíveis, e, quando se movem, produzem um som grave e reverberante, como o retinir de milhares de fragmentos minerais chocando-se eternamente.
De seu dorso e membros projetam-se estruturas verticais e espirais, semelhantes a obeliscos, lâminas ou colunas naturais, que giram lentamente sobre si mesmas. Esses espinhos e torres cristalinas não são apenas defesa ou ornamento, mas também funcionam como receptores e emissores de energia telúrica, canalizando as pulsações do núcleo terrestre para alimentar e proteger Kaerthys. A cada passo que dá, o solo ao seu redor se transforma: rachaduras se fecham, minerais emergem à superfície, e agulhas de cristal crescem espontaneamente, como uma extensão consciente de seu corpo. Sua cabeça é angular e maciça, formada por uma máscara de cristal bruto, translúcida e multifacetada, que refrata a luz ambiente em padrões caleidoscópicos, criando halos de cor que giram ao redor de sua presença. Em meio a essa máscara, dois olhos geométricos brilham intensamente: esferas de um azul profundo e límpido, como as geodas mais puras, que não piscam, mas que se expandem ou retraem conforme suas emoções. Não há boca visível, pois Kaerthys não se comunica por palavras, mas sim por ressonância: suas intenções são transmitidas através de vibrações que percorrem o solo e o ar, invadindo corpos e mentes como ondas sísmicas. Seus membros são espessos e poderosos, terminando em garras cristalinas longas e perfeitamente simétricas, que se afunilam como pontas de lança. Com elas, Kaerthys é capaz de partir montanhas, escavar abismos ou erigir muralhas instantaneamente. Cada movimento de suas patas deixa marcas inconfundíveis no solo: não pegadas comuns, mas padrões geométricos perfeitos, como mandalas lapidares, que testemunham a passagem de algo que não pertence ao reino orgânico, mas sim ao coração mineral.
pacto da besta
fusao lapidar
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Firmar um pacto com Kaerthys, a Besta dos Cristais, é aceitar uma transformação profunda, uma fusão com a essência mineral que não apenas concede poder, mas molda o próprio ser em uma extensão da ordem lapidar que ele representa. O pacto com Kaerthys não é selado por palavras ou sangue, mas pela ressonância: uma sintonia absoluta entre o coração do pactuante e o Núcleo Cristalino da Besta. O ritual que consagra esse vínculo é conhecido como a Fusão Lapidar. Para realizá-lo, o aspirante deve adentrar uma câmara geológica viva — uma caverna ou abismo onde Kaerthys tenha manifestado parte de seu corpo cristalino — e permanecer imóvel, completamente exposto à pressão e à vibração mineral por sete ciclos completos do mundo (dias, luas ou estações, conforme o plano onde ocorre). Durante esse período, o corpo do pactuante começa a endurecer, sua pele adquirindo um brilho translúcido, enquanto sua mente entra em um estado de hibernação consciente, onde os limites entre carne, pedra e espírito se tornam indistintos.
Quando Kaerthys reconhece a ressonância perfeita entre sua matriz e o ser do aspirante, um fragmento do Núcleo Cristalino se desprende — um prisma puro, pequeno, mas de complexidade infinita — e se insere no peito do pactuante, integrando-se ao seu corpo, fundindo-se aos ossos, ao sangue e à alma. A partir deste instante, o pactuante torna-se um Guardião Lapidar, um arauto da estabilidade e da preservação geológica, vinculado para sempre ao ritmo lento e inexorável da cristalização. O Guardião Lapidar adquire imediatamente a capacidade de invocar o Cristal Vivo, manipulando minerais ao seu redor com o simples ato de pensar, podendo erigir muralhas, lançar espinhos cristalinos, aprisionar inimigos em geometrias puras ou reforçar seu próprio corpo com camadas de proteção quase impenetráveis. Sua pele torna-se parcialmente mineral, fria ao toque, translúcida em certas partes, e seus olhos passam a exibir multifacetas, como geodas ocultas que refletem e refratam a luz. Mais do que poderes físicos, o pacto concede uma longevidade incomum: o Guardião passa a envelhecer segundo um ritmo geológico, sua existência se estendendo por séculos ou milênios, embora ao custo de uma gradual redução na intensidade emocional e fisiológica, pois seu corpo e mente começam a operar segundo a lógica do cristal: estável, paciente, silencioso. Porém, este pacto possui um preço inevitável. O Guardião Lapidar se torna prisioneiro da terra: quanto mais utiliza os dons de Kaerthys, mais sente a necessidade de permanecer próximo a ambientes minerais puros — cavernas, montanhas, desertos cristalinos — e longe de espaços efêmeros e caóticos, como cidades humanas ou florestas orgânicas.
poder da besta
cativeiro lapidar
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O poder absoluto de Kaerthys, a Besta dos Cristais, é conhecido como o Cativeiro Lapidar, uma manifestação da força mineral em sua forma mais pura e intransigente: o domínio total sobre a cristalização da matéria e da energia. Este poder não se limita a manipular cristais já existentes, mas a criar, moldar e impor a estrutura cristalina sobre qualquer coisa, seja viva ou inerte, física ou espiritual. Quando Kaerthys ativa o Cativeiro Lapidar, a própria terra responde: vibrações subterrâneas se propagam em todas as direções, enquanto o ar ao redor se torna denso, impregnado por finíssimos fragmentos minerais que se aglutinam rapidamente. O solo se fratura e floresce em colunas, espinhos e muralhas de cristal que brotam instantaneamente, formando prisões geométricas de precisão absoluta, com superfícies lisas como vidro.
O poder manifesta-se como uma onda silenciosa de cristalização: uma expansão súbita e imparável que recobre o terreno em formas facetadas, erguendo torres prismáticas, estalactites translúcidas e domos reluzentes que aprisionam qualquer coisa ao seu alcance. Seres vivos enredados por essa força são imediatamente encapsulados em blocos cristalinos translúcidos, suspensos no tempo e na ação, como esculturas eternas. Dentro dessas prisões, não há dor nem movimento: apenas uma estase perfeita, como se a essência da criatura fosse incorporada à própria arquitetura da terra. Além do aprisionamento físico, o Cativeiro Lapidar possui um aspecto metafísico ainda mais aterrador: Kaerthys é capaz de cristalizar conceitos e energias. Fluxos mágicos são congelados em redes geométricas, feitiços são interrompidos, linhas de poder são seladas sob camadas de mineral indestrutível. Até mesmo emoções extremas, como raiva ou medo, podem ser encapsuladas, retiradas de indivíduos e solidificadas como pequenas gemas vibrantes que Kaerthys recolhe e incorpora ao seu corpo como novos fragmentos autônomos. A área de influência do Cativeiro Lapidar é imensa: pode se estender por quilômetros, transformando paisagens inteiras em desertos cristalinos ou florestas lapidares onde cada folha, tronco e gota d'água se converte em esculturas de quartzo, ametista ou jade. Após a ativação total deste poder, o ambiente jamais volta a ser o mesmo: o que foi cristalizado torna-se parte de um monumento eterno, uma extensão silenciosa e imóvel. Defensivamente, este poder cria barreiras impenetráveis: o cristal gerado não se desfaz com calor, ácido, força física ou magia comum. Seus padrões moleculares são tão densos e perfeitos que qualquer tentativa de ruptura apenas resulta em novas ramificações e expansões da estrutura.
informações adicionais
eternidade lapidada
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Kaerthys, a Besta dos Cristais, é mais do que uma criatura monumental ou uma entidade guardiã: ele é a expressão primordial da eternidade mineral, um ser que representa a resistência absoluta contra o tempo, a entropia e a destruição. Enquanto o fogo consome, a água corrói e o vento dispersa, Kaerthys preserva, cristalizando tudo ao seu redor numa estrutura perfeita e inquebrantável, onde a passagem dos milênios não produz desgaste, mas apenas torna mais bela e pura a forma que ele impôs. Diversos povos subterrâneos, como anões, gnomos ou criaturas silúricas, veneram Kaerthys como o Patrono da Pedra, um espírito que protege os veios minerais, as cavernas sagradas e as redes cristalinas que sustentam a estabilidade.
Em muitas culturas antigas, ele é retratado não como uma fera monstruosa, mas como o Coração Vivo da Terra, um deus silencioso que pulsa sob os continentes, mantendo o equilíbrio do planeta através de sua presença imóvel e inviolável. É dito que Kaerthys não se move a não ser que seja necessário: ele permanece por eras inteiras adormecido, em posição de repouso absoluto, confundido com as próprias montanhas, até que uma ameaça ao equilíbrio geológico ou uma violação grave aos limites da mineração e da exploração desperte sua consciência mineral. Quando isso acontece, não há força que possa resistir à sua marcha lenta e inexorável, enquanto o solo se enche de torres cristalinas que surgem como lanças de defesa natural. O surgimento de Kaerthys na superfície é sempre precedido por sinais inequívocos: o crescimento espontâneo e acelerado de formações cristalinas em locais inesperados, o endurecimento progressivo do solo, e o surgimento de ressonâncias graves e contínuas que reverberam através das rochas, como um cântico subterrâneo ancestral. Aqueles que conhecem essas advertências sabem que devem recuar, pois Kaerthys não distingue entre culpados e inocentes quando a integridade do mundo mineral está em jogo. A sua filosofia é simples e imutável: tudo deve encontrar sua forma mais estável. Por isso, ele não busca exterminar ou destruir por fúria, mas por necessidade. A cristalização que impõe não é um castigo, mas uma elevação: ele transforma o efêmero, o frágil e o vulnerável em estrutura pura e eterna, tal como a natureza converte madeira morta em fósseis ou pressiona carvão até transformá-lo em diamante.