Sua alma foi arrancada de um círculo incompleto durante um ritual de banimento que falhou — uma conjuração esquecida por séculos, deixada a meio caminho por magos covardes que fugiram no momento da conjunção. No centro do selo corrompido, algo se formou: não era homem, nem espírito, mas um resquício de tudo que deu errado na história da magia. Kaelstar abriu os olhos pela primeira vez dentro de um erro — e ali decidiu viver. Ele aprendeu rápido. A primeira coisa que compreendeu foi que as leis não eram imutáveis — eram distraídas. A segunda, que ninguém no mundo espiritual respeitava os mansos. A terceira, e mais importante: a palavra certa, dita com a entonação exata, podia fazer até um arcanjo hesitar. Kaelstar não estudou magia. Ele a roubou. Aprendeu-a em suas próprias escolhas.
Viu o véu entre os mundos se rasgar com frequência e nunca teve a decência de costurá-lo. Deixava portais abertos “por curiosidade” e selava demônios em espelhos que depois vendia como decoração barata. Mas havia algo nele que nem os deuses queriam destruir completamente: Kaelstar sabia demais para ser descartado. Sabia onde estavam os ossos da primeira serpente, qual era o nome verdadeiro do medo, e como invocar entidades com dívidas tão antigas que o próprio tempo se recusava a cobrar. O legado que deixou para trás não foi uma herança, mas uma maldição funcional. Cada novo herdeiro acorda sentindo que está sendo observado. Que alguma entidade antiga o confundiu com Kaelstar e agora quer vingança... ou pior: quer negociar. Esse legado não é um dom. É um atalho perigoso entre o mundo material e o abismo onde os acordos não terminam bem.
história do legado
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Não se conhece um nascimento para Kaelstar. Há apenas fragmentos — boatos ditos em tavernas amaldiçoadas, rabiscos em grimórios queimados, e o murmúrio de entidades que falam o nome com temor e respeito. Dizem que ele apareceu pela primeira vez no centro de um ritual falho, onde um grupo de ocultistas tentou aprisionar um espírito antigo, mas invocou algo ainda mais perigoso: um homem que não devia existir, mas que entendia mais do mundo oculto do que os próprios mestres do selo. Kaelstar foi, desde o início, um enigma. Um cigarro aceso onde não havia fogo. Um riso cínico no meio de uma invocação desesperada. Ele não pertencia a linhagem alguma, não venerava divindade nenhuma, e zombava das doutrinas com a tranquilidade de quem já conhecia seus autores.
Não era imortal, mas recusava-se a morrer. Não era bom, mas impedia o mal de triunfar por tédio ou conveniência. Kaelstar era um profanador de pactos, um trapaceiro arcano, alguém que sobreviveu mais pela língua afiada do que pela lâmina ou pelo bastão. Ele selava entidades dentro de garrafas de uísque, traçava círculos mágicos com giz de calçada e modificava rituais com palavrões em vez de encantamentos. Mas o que o tornava perigoso não era sua ousadia. Era o fato de que Kaelstar sempre soube demais. Ele conhecia o nome da sombra que se forma sob o altar. Sabia o cheiro do medo de um arcanjo. Já havia visto a alma do mundo sangrar — e gargalhou quando isso aconteceu. Quando desapareceu, não deixou discípulos. Deixou dívidas. Portais inacabados. Demônios furiosos à procura do "bastardo de palavras afiadas". Mas, de algum modo, deixou também um traço místico, um rastro de poder que gruda em almas dissonantes, em magos marginais, em hereges. Essa figura é extremamente poderosa e de acordo com as lendas, ele foi o responsável por dominar os demônios ao seu redor.
habilidades passivas
primeiro desbloqueio
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Em Midrel, os Legados não são apenas marcas narrativas ou títulos honoríficos — eles são fontes vivas de poder. Ao serem adquiridos, cada Legado desperta habilidades passivas únicas, profundamente ligadas à essência do herói, figura ancestral ou entidade que o originou. Essas habilidades são desbloqueadas automaticamente no momento da compra, como se o próprio mundo reconhecesse o vínculo selado entre o personagem e a história que ele agora carrega. Essas passivas agem de forma constante e espontânea, sem exigir ativação. Cada Legado possui uma ou mais dessas passivas exclusivas, e nenhuma pode ser obtida por outros meios de forma geral.
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insignia do cínico |
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O herdeiro de Kaelstar é um herege sorridente diante do abismo. Sua mente, envolta em camadas de sarcasmo ritual e descrença mística, repele encantamentos como se cada tentativa de controle espiritual fosse uma piada mal contada. Tentativas de manipulação mental, controle da vontade ou imposição ilusória sofrem interferências naturais. Criaturas mágicas hesitam, sacerdotes erram entoações, e feitiços sutis se desfazem no contato com sua presença desacreditada. Essa habilidade é alimentada por uma FÉ dissidente, que não se curva a dogmas; uma RESISTÊNCIA psíquica esculpida por traumas dimensionais; e um CARISMA distorcido, que subjuga o místico com a força da personalidade iconoclasta.
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cicatrizes do véu |
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Ao longo das vidas que herdaram o nome de Kaelstar, o véu entre os mundos foi ferido tantas vezes que pedaços dele ficaram presos à pele, à alma e à aura do herdeiro. Essas cicatrizes arcanas atuam como distorções permanentes no campo mágico ao redor do corpo. Feitiços lançados contra o herdeiro frequentemente sofrem falhas espontâneas, saem do controle ou manifestam efeitos imprecisos — como se o próprio tecido da realidade ao seu redor estivesse remendado às pressas. Essa anomalia é sustentada por uma SABEDORIA profana, nascida da intimidade com o erro místico; por um PODER fragmentado, canalizado de fontes instáveis; e por uma PRECISÃO ritual improvisada, capaz de domar o caos e o poder.
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dívida do observador |
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Em volta do herdeiro, paira o sussurro de pactos antigos — não feitos por ele, mas herdados como maldição ou tributo. Entidades do Submundo, ecos de divindades falidas, e consciências esquecidas do plano astral reconhecem a herança de Kaelstar e o seguem em silêncio. Em momentos críticos — como à beira da morte, diante de selos sagrados ou enfrentando inimigos transcendentes — uma dessas forças pode intervir, causando colapsos místicos, interferências ou até visões incontroláveis. Essa habilidade vibra com uma FAMA infernal, forjada em promessas quebradas; uma FÉ profanada, que não pede permissão para existir; e uma VITALIDADE assombrada, mantida viva por dívidas que ainda respiram e amplificam seu poder.
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habilidades ativas
conhecimento geral
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Em Midrel, os Legados não se limitam a conceder apenas habilidades passivas — eles também despertam habilidades ativas exclusivas, profundamente enraizadas na essência heroica, espiritual ou mítica da figura que originou o legado. Essas habilidades ativas representam manifestações diretas da vontade, do poder ou da memória viva do ancestral, sendo únicas, poderosas e, muitas vezes, transformadoras. Ao adquirir um Legado, o personagem desbloqueia automaticamente uma habilidade ativa vinculada ao núcleo simbólico daquele legado. Essas técnicas carregam um peso narrativo enorme e são respeitadas por todos aqueles que estão ao seu redor dentro de uma missão, aliados ou não.
[NÍVEL I] Risco de Sangue - O herdeiro de Kaelstar não carrega tomos ou pergaminhos. Quando precisa de magia, ele a arranca do momento. Com um corte rápido na palma, traça no ar um símbolo ancestral feito de sangue e intenção. Esse glifo, instável e pulsante, brilha por um breve instante antes de disparar contra o alvo como uma serpente feita de energia crua. Ao colidir, o símbolo explode em um efeito caótico: causa dano espiritual direto, desarma encantamentos ativos ou expulsa maldições menores do alvo. A eficácia da habilidade se molda com base na PRECISÃO ritualística do traço, na FÉ profana que dá forma à magia, e no PODER instável que ferve sob a pele do herdeiro.
[NÍVEL V] Maldição da Boca - Kaelstar dizia que os nomes têm poder. Mas eram as frases malditas que realmente faziam os deuses tremerem. O herdeiro profere um insulto sagrado, uma frase ancestral em uma língua esquecida que sangra na boca, dirigida diretamente à alma do alvo. A maldição o assombra por instantes: ele vê visões do passado de Kaelstar, ouve risos de entidades encurraladas e perde controle parcial de suas ações, tropeçando, hesitando ou tendo lapsos de lucidez. Em alguns casos, sente culpa por atos que não cometeu. Essa habilidade vive no CARISMA maldito do herdeiro, na FAMA oculta herdada pelo nome de Kaelstar, e na SABEDORIA proibida de quem conhece o poder de amaldiçoar com a palavra certa.
[NÍVEL X] Retorno do Favor - Kaelstar acumulou uma legião de favores cobrados, prometidos e não resolvidos — e deixou todos como dívidas místicas para seus herdeiros. Ao estender a mão e entoar o chamado “Tu me deves...”, o portador evoca uma entidade aleatória que ainda carrega dívida com o nome Kaelstar. A criatura aparece por poucos segundos e executa uma ação única: pode atacar, proteger, revelar segredos ou até mesmo sussurrar um nome oculto ao herdeiro. O efeito nunca é garantido, e a entidade pode até zombar do herdeiro antes de agir — mas ela sempre faz algo. Sempre. A habilidade pulsa com a FÉ desequilibrada de um vínculo profano, com a VITALIDADE marcada por selos antigos, e com a FAMA entre espíritos e criaturas que ainda lembram de Kaelstar com um misto de terror e dívida.
[NÍVEL XV] Selo de Giz - Com urgência e instinto, o herdeiro risca um círculo mágico no chão usando qualquer coisa ao alcance — giz velho, carvão de fogueira, vinho derramado, ou até poeira condensada. O selo improvisado brilha por um instante e cria uma barreira invisível que impede a entrada de criaturas extradimensionais, espíritos, ou a execução de magias dentro de seu raio por alguns segundos. Funciona como um selo de contenção emergencial, porém instável: qualquer erro de traçado pode deixá-lo vulnerável. A eficácia depende da PRECISÃO ritual improvisada, da RESISTÊNCIA mental para manter o foco em meio ao caos, e da SABEDORIA forjada na prática suja de rituais.
[NÍVEL XX] Fenda do Véu - Com os olhos semicerrados e palavras desconexas sussurradas entre os dentes, o herdeiro pressiona as duas mãos contra uma superfície sólida — uma parede, um espelho, uma pedra. O ar ao redor se torna denso, o tempo parece hesitar, e uma fissura surge no tecido da realidade, revelando um caminho oculto, uma lembrança residual do local, ou um vislumbre de um possível futuro. O herdeiro pode atravessar por alguns segundos ou apenas espiar o que ninguém mais poderia ver. Por vezes, a fenda fala de volta. Essa habilidade consome energia espiritual intensa, ancorada na FÉ torta que desafia as leis, no PODER canalizado de fontes proibidas, e na SABEDORIA mística de quem conhece os limites da existência — e os atravessa.
[NÍVEL V] Maldição da Boca - Kaelstar dizia que os nomes têm poder. Mas eram as frases malditas que realmente faziam os deuses tremerem. O herdeiro profere um insulto sagrado, uma frase ancestral em uma língua esquecida que sangra na boca, dirigida diretamente à alma do alvo. A maldição o assombra por instantes: ele vê visões do passado de Kaelstar, ouve risos de entidades encurraladas e perde controle parcial de suas ações, tropeçando, hesitando ou tendo lapsos de lucidez. Em alguns casos, sente culpa por atos que não cometeu. Essa habilidade vive no CARISMA maldito do herdeiro, na FAMA oculta herdada pelo nome de Kaelstar, e na SABEDORIA proibida de quem conhece o poder de amaldiçoar com a palavra certa.
[NÍVEL X] Retorno do Favor - Kaelstar acumulou uma legião de favores cobrados, prometidos e não resolvidos — e deixou todos como dívidas místicas para seus herdeiros. Ao estender a mão e entoar o chamado “Tu me deves...”, o portador evoca uma entidade aleatória que ainda carrega dívida com o nome Kaelstar. A criatura aparece por poucos segundos e executa uma ação única: pode atacar, proteger, revelar segredos ou até mesmo sussurrar um nome oculto ao herdeiro. O efeito nunca é garantido, e a entidade pode até zombar do herdeiro antes de agir — mas ela sempre faz algo. Sempre. A habilidade pulsa com a FÉ desequilibrada de um vínculo profano, com a VITALIDADE marcada por selos antigos, e com a FAMA entre espíritos e criaturas que ainda lembram de Kaelstar com um misto de terror e dívida.
[NÍVEL XV] Selo de Giz - Com urgência e instinto, o herdeiro risca um círculo mágico no chão usando qualquer coisa ao alcance — giz velho, carvão de fogueira, vinho derramado, ou até poeira condensada. O selo improvisado brilha por um instante e cria uma barreira invisível que impede a entrada de criaturas extradimensionais, espíritos, ou a execução de magias dentro de seu raio por alguns segundos. Funciona como um selo de contenção emergencial, porém instável: qualquer erro de traçado pode deixá-lo vulnerável. A eficácia depende da PRECISÃO ritual improvisada, da RESISTÊNCIA mental para manter o foco em meio ao caos, e da SABEDORIA forjada na prática suja de rituais.
[NÍVEL XX] Fenda do Véu - Com os olhos semicerrados e palavras desconexas sussurradas entre os dentes, o herdeiro pressiona as duas mãos contra uma superfície sólida — uma parede, um espelho, uma pedra. O ar ao redor se torna denso, o tempo parece hesitar, e uma fissura surge no tecido da realidade, revelando um caminho oculto, uma lembrança residual do local, ou um vislumbre de um possível futuro. O herdeiro pode atravessar por alguns segundos ou apenas espiar o que ninguém mais poderia ver. Por vezes, a fenda fala de volta. Essa habilidade consome energia espiritual intensa, ancorada na FÉ torta que desafia as leis, no PODER canalizado de fontes proibidas, e na SABEDORIA mística de quem conhece os limites da existência — e os atravessa.