​​ANCESTRAL Do ar
kelor
Kelor, o Ancestral do Ar, é a personificação suprema da liberdade, do invisível e do sussurro entre os mundos. Ele não possui limites fixos, não está preso a forma ou direção — Kelor é o próprio vento em sua essência pura, aquele que atravessa os véus da realidade sem ser contido por muros, fronteiras ou leis naturais. Enquanto Slyrak arde, Vampos sustenta e Arian flui, Kelor dança. Ele é o movimento que antecede a palavra, a brisa que desperta consciências, a corrente que ergue os voos dos deuses e dissipa as trevas da estagnação. Sua presença raramente é vista — mas é sempre sentida. Ele é o instante entre o silêncio e o som, o bater de asas antes do salto, o eco que ressoa onde ninguém falou. ​Quando assume forma, é etérea, mutável, composta de correntes translúcidas e redemoinhos de luz azulada.
Seus olhos, quando surgem, são como fendas que revelam o céu infinito, e sua voz é ao mesmo tempo sussurro e trovão — uma fusão de todos os ventos do mundo. Ele pode ser um vulto aéreo, uma silhueta alada de tempestade ou simplesmente estar — como uma presença viva que envolve e observa. Kelor habita a Dimensão do Ar, conhecida como Sylphareon, um reino suspenso acima dos véus do tempo, onde não há solo, apenas ilhas flutuantes, correntes atmosféricas conscientes, e luzes etéreas que se dobram à vontade do vento. Lá, as leis não se fixam: tudo se move, tudo se adapta, e até o pensamento flutua. Sylphareon é o lar de seres alados ancestrais, dragões do céu sem peso, harpias místicas, e aves feitas de puro som e luz.

​características da besta
conhecimento geral
Kelor, o Ancestral do Ar, não possui uma forma fixa ou definida — ele é a própria inconstância tornada entidade. Seu corpo nunca repousa por completo; é feito de nuvens translúcidas, vendavais entrelaçados e fragmentos de luz que vibram em padrões circulares. Ele pode parecer uma figura alada com longos mantos de bruma, ou se dissolver num instante, transformando-se em uma tempestade de ventos e sons. Seu corpo não toca o chão, mas se ergue acima de tudo, pairando como uma ideia viva, inalcançável por qualquer força terrestre. Sua "pele" é composta por camadas de correntes aéreas em diferentes velocidades, que se sobrepõem em espirais harmônicas, ora suaves como seda em movimento, ora velozes como lâminas invisíveis. Há momentos em que ele é apenas um vórtice etéreo no céu, rodeado de penas douradas que não pertencem a nenhum pássaro, dançando ao seu redor como símbolos.
Seus olhos, quando se tornam visíveis, são círculos perfeitos de turbilhão: redemoinhos vivos que refletem tempestades distantes, amanheceres esquecidos e até memórias flutuantes de vozes perdidas. Encarar esses olhos é como ver a própria alma se mover com o vento — um mergulho no que não pode ser contido. Sua presença é leve, mas jamais ignorada. Quando Kelor se aproxima, o ar muda: torna-se mais rarefeito, vibrante, e repleto de ecos. Sussurros começam a surgir do nada, vozes entrelaçadas no próprio vento, carregando mensagens esquecidas ou intuições ainda não formuladas. O som de sua passagem pode ser uma brisa gentil... ou um trovão que racha os céus. Kelor não toca com força — ele arranca com suavidade. Pode roubar o fôlego de um ser com uma carícia invisível, ou desintegrar muralhas com um estalo de pressão. Ele não golpeia: ele desloca, desarma, desestrutura. Seus movimentos não seguem lógica física — ele atravessa barreiras, dobra o espaço, e pode surgir onde o ar flui. Sua essência é onipresente, pois onde há ar, há Kelor. ​Quando desejado, suas asas se expandem em torvelinhos monumentais, cobrindo horizontes inteiros, e fazendo com que o ar estremeça como se a própria atmosfera estivesse respirando mais fundo.

​localidade da besta
dimensao do ar
A Dimensão do Ar, conhecida em Aeridia como Aurephar, é um plano sublime, sem peso, onde a realidade é moldada pelo movimento, pela liberdade e pela impermanência. Não existem continentes fixos, nem mares, nem céu acima ou chão abaixo — em Aurephar, o espaço é fluido, esculpido por ventos conscientes e trajetórias que jamais se repetem. Tudo voa. Tudo vibra. Tudo canta. Aurephar é formado por ilhas flutuantes cobertas por vegetações suspensas, florestas de brumas, e estruturas ancestrais feitas de cristal aéreo que ressoam com o sopro do mundo. Algumas dessas ilhas são imóveis, servindo como santuários do silêncio celestial. Outras viajam em rotas circulares, guiadas por correntes invisíveis que obedecem não a mapas, mas à intenção dos que respiram o plano com verdade, ampliando seu poder.
O ar não é apenas um meio — ele é vivo, atento, sensível ao som, à memória e à emoção. Brisas sutis revelam lembranças esquecidas. Rajadas mais intensas podem cortar aço ou erguer cidades inteiras em poucos instantes. As nuvens não são apenas vapor: algumas têm consistência firme como algodão mineral, outras cantam melodias ancestrais quando tocadas pelo vento certo. Em Aurephar, até o silêncio respira. O céu é plural. Há múltiplas camadas atmosféricas, cada uma com cores e densidades diferentes. As zonas mais elevadas, conhecidas como Zéfiros Eternos, são tão rarefeitas que só seres de alma leve conseguem alcançá-las. Lá, o tempo desacelera, os sons se estendem, e a percepção se torna absoluta — como se o vento entregasse todos os segredos de uma só vez. Ao centro do plano, onde todos os fluxos convergem, repousa o lendário Olho do Céu, uma espiral de vento suspenso onde a matéria se dissolve e o espírito se liberta. É dito que ali se ouve o primeiro sopro de Aeridia, e que o próprio Kelor, o Ancestral do Ar, se manifesta como um colosso invisível de vento puro, pairando sobre esse coração etéreo. Suas palavras não são sons, mas pulsações na atmosfera, entendidas com o corpo e sentidas com a alma. As criaturas de Aurephar são tão mutáveis quanto o plano. Existem serpentes de ar que brilham como relâmpagos, fênix de névoa e titãs alados que se alimentam de som.

​poder da besta
vento ancestral
Os Ventos Ancestrais são as primeiras correntes que cruzaram os véus da criação, soprando antes mesmo que existissem montanhas a esculpir ou árvores a tocar. Eles não nasceram de climas ou pressões, mas da vontade do movimento puro, da necessidade do universo de respirar. São vestígios vivos do primeiro fôlego que deu origem à existência, ainda livres, ainda conscientes, ainda percorrendo os mundos com propósitos que só o tempo entende. Em Aurephar, a Dimensão do Ar, os Ventos Ancestrais não são apenas força atmosférica — são entidades sensíveis e eternas, que carregam vozes esquecidas, canções de estrelas mortas, sussurros de verdades que não cabem nas palavras. Cada um possui um nome perdido, uma personalidade distinta, e um caminho que segue não por destino, mas por intenção fluida, melhorando sua força.
Há ventos que carregam memórias — quando passam, fazem os viajantes lembrarem-se de quem eram antes do nascimento. Outros são mensageiros: cruzam planos e fronteiras, levando ideias, emoções ou ordens silenciosas entre seres que jamais se encontraram. Há também os ventos sentinelas, que cercam o núcleo de Aurephar e defendem o Olho do Céu, desintegrando qualquer presença que deseje aprisionar o livre fluxo da existência. Esses ventos jamais obedecem. Eles aceitam ou ignoram. Nenhuma magia os domina, nenhum encantamento os retém. Aqueles que tentam usá-los como ferramenta são deixados à deriva, com a alma esgarçada como bandeiras em guerra. Mas os que se conectam com pureza, com intenção leve e espírito livre, podem ouvir os Ventos Ancestrais como uma orquestra cósmica — um cântico do eterno movimento. Quando um deles sopra por Aeridia, mudanças profundas ocorrem: vozes silenciam, portais se abrem, e até a gravidade hesita. Os povos antigos acreditam que os Ventos Ancestrais não pertencem a um plano, mas são os fios invisíveis que unem todos os mundos, como nervuras do grande pulmão da vida. Há quem diga que os Ventos Ancestrais são pedaços do próprio Kelor, espalhados pela eternidade, e que um dia, quando tudo que for fixo tiver se quebrado, eles se reunirão novamente para erguer o último céu. Outros acreditam que são vozes de uma entidade ainda mais antiga, uma que nunca teve corpo, apenas sopro — e que esses ventos são seus dedos estendidos, tocando realidades como harpas.

​​informações adicionais
conexao aerea
Conexão Aérea é o vínculo invisível entre a alma e o movimento primordial — uma ligação direta com os Ventos Ancestrais e com a essência pura de Aurephar, a Dimensão do Ar. Diferente de outras conexões elementais, que se firmam em substâncias tangíveis, a Conexão Aérea não se enraíza, não flui, não queima. Ela suspende, expande e liberta. É um pacto silencioso com aquilo que não pode ser tocado, apenas sentido no espaço entre um pensamento e outro, entre um passo e o próximo impulso. Aqueles que despertam essa conexão não o fazem por força ou desejo — mas por leveza. A Conexão Aérea se revela àqueles que aprenderam a desapegar, a escutar o que não foi dito, a dançar com o vazio ao invés de temê-lo. Seus portadores não buscam domínio sobre os ventos: eles se tornam parte do fluxo. Seu corpo não se curva à gravidade como os outros — ele escuta o céu. Em momentos de silêncio, podem sentir as correntes atmosféricas ao redor, identificar mudanças nas emoções de uma sala pelo deslocamento do ar.
Fisicamente, os conectados ao ar costumam ter presença leve, mas inquieta. Seus cabelos parecem se mover mesmo quando não há brisa. Seus olhos carregam tons que mudam conforme a luz — às vezes cinzentos como nuvens, outras vezes claros como céu de alvorada. Seus movimentos são naturais, quase etéreos, como se dançassem mesmo ao andar. Mas não se engane: dentro deles há tempestades, redemoinhos de pensamentos e percepções que nenhum ser comum seria capaz de conter. A Conexão Aérea permite ao portador acessar as trilhas celestes, percorrer caminhos entre planos suspensos, flutuar entre ideias e lugares com a mesma fluidez. Mas mais do que levitação ou controle dos ventos, ela oferece a capacidade de ser o espaço entre as coisas — de escapar sem ser visto, de atravessar barreiras sem quebrá-las, de se tornar uma ausência tão pura que confunde até os olhos da realidade. Essa conexão, no entanto, é frágil em sua profundidade. Quanto mais forte se torna, mais difícil é manter-se preso ao mundo material. Muitos conectados sentem dificuldade de criar raízes, de se fixar em rotinas ou compromissos. O vento chama, constantemente. Às vezes em sonhos, às vezes em lembranças, às vezes em músicas que ninguém mais ouve. Se não houver equilíbrio, o portador pode se perder em si mesmo — desaparecendo para o mundo, ainda que seu corpo continue presente em suas capacidades.