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mundo luminoso
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LYTHERIUM

Lytherium é um reino onde a luz não é apenas uma forma de energia: ela é viva, consciente e extremamente volátil. Esta dimensão nasceu de fragmentos rejeitados do nascimento das estrelas — resíduos de luz pura que, não encontrando lugar no universo, se aglutinaram em um plano próprio, à margem da criação. Mas aqui, a luz não ilumina. Em vez de revelar, ela esconde. O brilho em Lytherium é tão intenso, tão absoluto, que cega os olhos, confunde a mente e dissolve as formas. Tudo neste mundo parece envolto em véus de claridade sufocante, onde figuras espreitam e estruturas titânicas se ocultam, indistintas, como silhuetas em meio a uma tempestade de luz. Em Lytherium, não existem sombras. Nenhuma linha escura delimita as coisas. Sem sombras, sem contraste, os viajantes perdem rapidamente sua percepção de espaço e tempo. Uma cidade imensa pode estar diante deles, mas seus contornos se misturam à luz branca tão perfeitamente que parece não haver nada. Uma criatura pode rugir a poucos metros, e eles veriam apenas a ondulação de um brilho anômalo.
  • Governante Iluminado
Lyssentara não é uma criatura no sentido convencional. Ela é a personificação da primeira centelha de luz rejeitada pela criação — uma consciência nascida do excesso, daquilo que era tão intenso que nem mesmo os deuses primordiais ousaram manter. Negada pelo cosmos, Lyssentara cresceu isolada, moldando Lytherium como seu reino de esquecimento e cegueira, onde a luz não mais guia, mas consome. Sua aparência é tão contraditória quanto o próprio mundo que governa, o que a torna bem poderosa.

​​limites do mundo
mecanica da existencia

Em Lytherium, a luz não é apenas uma manifestação física — ela é viva, volátil, consciente de quem ousa pisar em suas terras infindas. Enxergar neste reino não é um direito natural, mas uma conquista da alma. Cada viajante que adentra suas fronteiras é imediatamente privado dos sentidos comuns, lançado em um oceano de brilho absoluto onde a visão torna-se inútil e traiçoeira. Ali, a luz não revela: ela esconde. Ela sussurra formas, molda miragens, dança ao redor da mente como serpentes de prata, testando a força da vontade daquele que tenta atravessar seus domínios. Apenas dominando a arte esquecida de esculpir a luz com a mente é que alguém pode sobreviver em Lytherium. Esse processo não é aprendido através de fórmulas ou escolas, mas através do próprio embate entre desejo e medo. A luz viva sente as emoções dos viajantes. Ela responde ao terror escondido nas memórias, às cicatrizes ainda abertas, às ânsias disfarçadas.
Para os fracos de espírito, cada passo se transforma em uma descida ao abismo: monstros de luz surgem do nada — bestas sem rosto, labaredas de formas distorcidas, espectros fulgurantes que jamais existiram em carne, mas que são reais o bastante para devorar a mente de quem os vê. Essas criações não podem ser combatidas com lâminas ou feitiços comuns, porque não existem fora da percepção. Atacar um monstro de luz sem reconhecer que ele é uma projeção do próprio medo é como lutar contra a própria alma: quanto mais se teme, mais se fortalece o inimigo. Assim, Lytherium se torna um campo de batalha íntimo, um reflexo do espírito. Os fortes, aqueles cuja vontade é como ferro aquecido pelo fogo da certeza, descobrem lentamente a verdadeira arte de caminhar sob a luz viva. Aprendem a domar as correntes de brilho ao seu redor, a separar a ilusão da realidade, a esculpir corredores de claridade mais tênue para enxergar através das camadas de engano. Cada gesto, cada pensamento puro, molda a luz como um cinzel invisível, desvelando caminhos, cidades ocultas, passagens secretas e tesouros esquecidos. Mas essa conquista tem seu preço. Em Lytherium, não basta vencer o medo uma única vez. A luz está viva, mutável, caprichosa. Cada emoção, cada pensamento vacilante, cada lembrança mal resolvida é um convite para que novas ilusões se formem.

​conhecimentos extras
GUARDIOES DA LUZ

Nas extensões sem fim de Lytherium, onde a luz devora as formas e o tempo se dissolve na claridade viva, vagueiam os Lutharins, os Guardiões da Luz Perdida. Eles não possuem corpos que a mente possa compreender. São espectros forjados de luz pura e instável, cada um oscilando como uma chama líquida, vibrando com uma intensidade que parece atravessar as próprias barreiras da percepção. Suas presenças não são anunciadas por sons ou sombras, pois Lytherium não concede tais pistas; a aproximação de um Lutharin é sentida como uma súbita distorção na luz, uma pulsação opressora que faz o ar se tornar pesado e denso ao redor dos viajantes. Os Lutharins existem para proteger o equilíbrio frágil desta dimensão. Eles não caçam por ódio ou por fome no sentido mundano. São atraídos por aqueles que, cegos pelo desespero ou pela arrogância, tentam impor uma visão sólida e absoluta em um mundo onde a percepção é fluida e viva. A luz de Lytherium não tolera rigidez; ela exige adaptação, humildade diante daquilo que não pode ser totalmente entendido por qualquer ser vivo.
Quando um Lutharin se aproxima, ele não ataca da maneira brutal que muitos viajantes esperançosos poderiam esperar. Sua aproximação é silenciosa, sutil, quase imperceptível. Ele penetra lentamente nas defesas mentais de sua vítima, deslizando como água fervente através das rachaduras da alma. Então, como um rio invisível, começa a absorver a consciência do intruso, drenando memórias, sentimentos e pensamentos, até que o viajante não passe de um casulo vazio, uma casca sem nome perdida nas areias de quartzo de Lytherium. Diz-se que cada Lutharin carrega dentro de si uma memória ancestral — o eco apagado de uma estrela caída, uma fagulha do que existiu antes do primeiro alvorecer do cosmos. Esses ecos são o que sustentam suas existências e também o que os torna infinitamente tristes. Em seus interiores tumultuosos, cada Lutharin guarda uma sinfonia esquecida de mundos que jamais nasceram, de vidas que nunca tiveram a chance de brilhar. Aproximar-se demais de um Lutharin, mesmo sem intenção hostil, é ouvir — não com os ouvidos, mas com a alma — fragmentos dessas melodias impossíveis, sons tão antigos e puros que podem rasgar a mente como tecido podre. Pouquíssimos conseguiram interagir com os Lutharins e sobreviver. 

​ACESSO AO MUNDO
portoes DA LUZ

Antes que qualquer viajante possa adentrar as profundezas insanas de Lytherium, ele precisa encontrar — e sobreviver à travessia — dos Portões da Luz. Eles não são portões no sentido físico: não possuem batentes, nem ferragens, nem muralhas que os sustentem. São duas colunas titânicas de luz condensada, erguidas como lanças eternas em meio ao horizonte branco e indistinto, onde a claridade é tão densa que o próprio ar parece se liquefazer em ondas cintilantes. Cada coluna pulsa com uma intensidade viva, uma batida silenciosa que ecoa diretamente na alma de quem se aproxima. De longe, parecem ser apenas parte da paisagem brilhante, indistinguíveis do oceano ofuscante que é Lytherium. Mas à medida que o viajante avança, a luz se torna consciente de sua presença, moldando-se, retraindo-se, até revelar a passagem impossível: um espaço entre os dois pilares onde a luz não apenas brilha, mas vibra como uma muralha de emoções condensadas.
Os Portões da Luz não se abrem. Eles exigem uma aceitação. Não se passa através deles por força ou por inteligência; passa-se ao ser reconhecido pela própria luz viva. Antes da travessia, a luz dos Portões varre o interior da mente do viajante, expondo seus medos mais ocultos, suas mentiras mais bem guardadas, suas esperanças mais fracas. Aquele que mente a si mesmo verá a luz se solidificar diante de seus olhos, tornando o caminho intransponível, bloqueado por labaredas brancas que queimam sem calor, mas com dor. Aquele que aceita suas fraquezas, que caminha com a alma nua, sem esconder-se, verá a luz vibrar em compasso com seu espírito, permitindo-lhe atravessar. A travessia pelos Portões da Luz é um rito de transformação. A mente é despida, a identidade é desafiada. Durante o breve — e eterno — momento em que se caminha pelo corredor cintilante, o viajante ouve sussurros, não de vozes, mas de fragmentos de si mesmo, palavras que talvez nunca tenha dito, desejos que nunca ousou admitir. Algumas almas frágeis jamais chegam ao outro lado. Perdem-se no próprio reflexo, absorvidas pela luz viva, transformadas em novos ecos que ficam vagando para sempre entre os pilares.