pecado da avareza
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Mammon, em Midrel, é conhecido como o Suserano da Ganância Dourada, a encarnação viva do desejo de possuir, acumular, controlar e jamais dividir. Ele não representa a simples cobiça material — ele é a fome infinita por domínio através do que se possui, seja ouro, terras, poder, pessoas ou conhecimento. Onde Baal reina pela imagem, Mammon reina pelo valor atribuído, pelas correntes invisíveis que o mundo cria quando aprende a medir tudo. Mammon não se manifesta como um monstro grotesco, mas como um senhor magnificamente adornado, envolto em mantos de tecidos vivos costurados com moedas encantadas, e coroado com diademas feitos de contratos quebrados. Ele se torna o salvador daqueles que desejam sempre mais e a ruina dos que não possuem nada, visto que sua alma se torna o valor.
Em sua presença, até o ar parece pesar mais — como se cada respiração devesse ser paga. Palavras tornam-se promissórias, promessas viram dívidas, e até mesmo os sentimentos podem ser negociados. Mammon não impõe — ele oferece oportunidades. Sempre com um sorriso, sempre com um contrato, sempre com cláusulas ocultas. Não há calor em sua ganância, apenas lógica perfeita, fria e inegociável. Dizem que Mammon caminhou entre os primeiros reinos de Midrel não como um demônio, mas como um conselheiro. Aos reis, ensinou o medo da escassez. Aos sábios, ofereceu conhecimento embalado em ouro. Aos pobres, sussurrou que a dignidade era peso morto. E desde então, o mundo jamais se libertou da ideia.
características da besta
conhecimento geral
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Mammon, em Midrel, é reconhecido como o Arquiteto da Ganância Eterna, a entidade que sustenta e alimenta o alicerce oculto de todos os impérios, guildas mercantis, bancos e câmaras de poder. Ele não nasceu como um deus ou um espírito, mas como uma ideia que se recusou a morrer: o desejo de ter mais, não para usar, mas para possuir acima de todos. Desde os primórdios, Mammon não buscou adoradores — buscou negociadores. Não prometeu glória — prometeu estabilidade, lucro, segurança. E assim, sem jamais precisar se impor, tornou-se indispensável. A figura de Mammon não é temida nas ruas como a de outros demônios — ela é respeitada nos salões de mármore, nas bolsas, nos cofres e nos registros que ninguém ousa abrir. Ele se manifesta sempre com elegância impecável, seja como um banqueiro de voz calma, um advogado de contratos impecáveis, um emissário de propostas irrecusáveis ou um investidor silencioso. Seu nome raramente é invocado, mas sua influência está em toda transação feita com ambição.
Mammon é um senhor de regras e cifras. Seu poder cresce não com o ouro em si, mas com o valor atribuído às coisas. Quando alguém deseja algo a ponto de traí-lo, comprá-lo ou hipotecar sua alma, mesmo que metaforicamente, Mammon já está presente. Ele transforma tudo em bem negociável — até mesmo o tempo, o sangue e os sentimentos. Seu domínio se manifesta quando o mundo para de perguntar "o que é certo?" e passa a perguntar apenas "quanto custa?". É dito que há livros invisíveis circulando pelo mundo, conhecidos como os Livros de Cobre, onde Mammon registra todas as dívidas existenciais — não apenas financeiras, mas espirituais. Esses livros não são vistos com os olhos, mas pesam nos ombros daqueles que prometeram algo a si mesmos e nunca cumpriram. Os magos que estudam sua essência dizem que ele não oferece milagres, apenas acessos. Sua energia, chamada de Auriam, circula como contratos não assinados, aguardando o momento certo. E quando o nome de alguém aparece nas linhas ocultas de um pergaminho dourado, não há como apagar — apenas renegociar. Mammon, portanto, não é o fim do mundo — é o que acontece antes da queda, quando todos acreditam que estão mais seguros do que nunca, o que não é verdade.
pacto demoníaco
riqueza abundante
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O Pacto Demoníaco com Mammon, em Midrel, não se inicia com velas negras ou círculos de sangue — mas com um acordo feito em silêncio, selado no instante em que alguém decide que o que tem já não basta. Ao contrário de pactos marcados por dor ou poder arcano descontrolado, o pacto com Mammon se estabelece com sutileza e elegância: ele oferece exatamente o que o indivíduo deseja... em termos impecáveis e cláusulas inofensivas à primeira leitura. Mammon não exige servidão. Ele propõe parceria. Tudo vem com aparência de equilíbrio: “você me dá o que tem de sobra e eu te dou o que você ainda não alcançou.” Mas é sempre uma troca desigual disfarçada de oportunidade. O preço nunca é claro — e nem precisa ser, diretamente.
Pois ele não cobra no início. Ele permite que a alma se acostume ao lucro, à abundância, ao poder de comprar influência, lealdade, conhecimento, beleza. E quando o pactuante já não consegue mais viver sem isso, é então que ele passa a dever. O selo desse pacto é invisível, mas se manifesta nas finanças, nas palavras e nas ações. Tudo ao redor do conjurador começa a render: negócios florescem, aliados aparecem, sorte parece constante. Porém, também surgem obrigações ocultas, pequenas decisões imorais que parecem necessárias para manter o ritmo. E a cada concessão feita em nome do progresso, mais controle Mammon conquista sobre o que a pessoa valoriza. No ápice do pacto, o indivíduo já não negocia apenas com moedas ou poder físico. Negocia com a própria essência. Troca tempo de vida por influência política. Troca amor verdadeiro por estabilidade emocional falsa. Troca memórias dolorosas por autoridade incontestável. E Mammon, calmo, sorri diante de cada contrato assinado com plena convicção, pois nunca força — ele apenas oferece. Se rompido, o pacto não causa maldição imediata. Ao invés disso, tudo que foi construído começa a colapsar lentamente. Os que foram comprados se afastam. Os aliados percebem as mentiras, de maneira geral, que atingem tudo o que está diante de seu caminho.
poder da besta
ouro profanado
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O poder de Mammon, em Midrel, é conhecido como Auriam Profanus, o Ouro Profanado — uma força primordial que não cria destruição direta, mas corrói o valor verdadeiro das coisas até que tudo possa ser comprado, vendido ou trocado. Diferente de poderes caóticos e agressivos, Auriam Profanus age como uma infecção luminosa, revestida de riqueza, que transforma tudo em recurso. Mammon não precisa levantar muralhas, lançar feitiços ou convocar exércitos. Onde sua influência se instala, as leis da troca se tornam absolutas. Emoções tornam-se mercadorias. Vínculos são negociáveis. Vidas podem ser pesadas em balanças místicas e trocadas por crescimento pessoal. O mundo ao redor do portador de seu poder começa a se reorganizar como uma contabilidade espiritual, onde até o tempo passa a ter cota.
Com Auriam Profanus, Mammon pode converter qualquer forma de energia — vital, arcana, emocional ou simbólica — em materialidade concreta. Isso significa que ele pode transformar dor em relíquias, memórias em moedas, juras em contratos selados com energia viva. Aquilo que tem valor subjetivo passa a ser absorvido e quantificado por sua presença, e ao ser monetizado, perde sua pureza original. Não há mais amor — há valor afetivo. Não há mais fé — há investimento devocional. Quando Mammon manifesta seu poder em forma plena, o chão se cobre de ouro líquido, e tudo ao redor começa a ser revestido por uma aura de luxo opressora. O brilho é tão intenso que seduz, hipnotiza, faz esquecer os princípios. O campo de influência de Auriam Profanus cria uma zona onde ninguém consegue distinguir necessidade de desejo. Todos querem algo — e Mammon tem algo a oferecer. Esse poder não é agressivo no início. Mas, à medida que se expande, ele torna as almas dependentes, como se a realidade só tivesse sentido se algo pudesse ser ganho com ela. O conhecimento se torna barganha. A justiça se torna investimento. O sacrifício se torna uma compra disfarçada. E, quando tudo o que era sagrado passa a ter um preço, Mammon não precisa fazer mais nada — o mundo se vende por si mesmo.
informações adicionais
matriz silenciosa
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Mammon, em Midrel, não é apenas o senhor da ganância — ele é a matriz silenciosa de toda estrutura que se sustenta em valor distorcido. Sua influência é tão profunda que muitas vezes os próprios reinos não percebem que seguem seu ritmo. Governos, guildas mercantis, templos enriquecidos, ordens de magos obcecadas por artefatos raros — todos, em algum momento, tocaram sua sombra dourada sem saber. Diz-se que Mammon foi o primeiro a transformar emoções em contratos, a extrair poder da necessidade, a tornar a ausência em fonte de lucro. Quando um povo passa fome e outro lucra com isso, seu nome é invocado. Quando um rei aumenta impostos para manter seu luxo, sua presença se firma no trono. Quando um mago troca a essência de um dragão por um favor político, Mammon sorri. Não porque ele deseja o mal — mas porque o valor suplantou a verdade.
No coração de sua dimensão, Aurum Abyssum, há um cofre que não contém moedas, mas juramentos quebrados. Ele pulsa com o som de negociações perdidas, promessas feitas por ambição e lealdades vendidas. Dentro dele estão seladas almas que foram barganhadas por coisas tão pequenas quanto segurança, reconhecimento ou medo de recomeçar. Algumas estão conscientes — outras são apenas números em um balanço eterno. Seus seguidores, os Tesauristas, muitas vezes nem sabem que o servem. Eles se tornam obcecados por contabilidade, por controle, por contratos cada vez mais vantajosos. Seus olhos brilham não com malícia, mas com exatidão. Eles não roubam. Eles compram com perfeição cruel. E à medida que crescem, passam a ver as pessoas como ativos, a compaixão como risco, e o mundo como um mercado universal. Rituais ligados a Mammon não usam sangue — usam assinaturas. Pactos com ele muitas vezes são feitos por gestos simples: um contrato não lido, uma promessa feita por medo de perder, uma troca na qual se renuncia à dignidade. Ele nunca aparece à força. Ele é convidado por escolha. O culto a Mammon não exige igrejas. Ele floresce nos corredores do poder, nos mercados das almas, nos salões de política e estratégia, nos cofres que jamais são abertos. Seus sacerdotes vestem trajes finos, falam com palavras medidas, nunca prometem — apenas oferecem. E seus olhos brilham com a frieza do metal polido. Cada sorriso deles é um recibo. Cada saudação, um poder.