besta divina
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Myzrael é uma das bestas divinas mais enigmáticas e temidas pelos que estudam as leis do espaço e da realidade. Conhecida como a Serpente do Horizonte Partido, ela habita o limiar — o lugar entre o fim do céu e o começo do mar, entre onde termina o plano visível e começa o impossível. Sua existência não está presa a um único mundo ou dimensão, pois Myzrael desliza por entre os véus que separam os reinos, contorcendo-se ao longo das costuras da realidade. Dizem que Myzrael surgiu no instante em que o horizonte foi percebido pela primeira vez — quando uma criatura olhou para longe e perguntou o que havia além. Seu corpo representa essa pergunta eterna, e sua presença física rasga o firmamento por onde passa. Ver Myzrael ao longe é ver o mundo falhar por um momento: montanhas se curvam.
Seu corpo não tem fim conhecido. Ele se desenrola pelo ar, pela terra e pela água, como uma fita viva de escamas prismáticas que refletem versões diferentes da realidade — em cada escama, pode-se ver um mundo distinto, um tempo alternativo, uma escolha não tomada. Myzrael não se move como uma criatura normal: ela dobra o mundo para que ele a acomode. E onde ela se curva, o real se reescreve. Myzrael não caça. Ela ouve chamados, sejam de deuses, magos ou fenômenos cósmicos. Ela aparece quando portais se abrem sem bênção, quando universos colapsam sobre si mesmos ou quando alguém desafia as margens da existência. Seu nome é usado em rituais proibidos, nos quais é preciso aceitar o risco de dobrar a própria realidade.
características da besta
conhecimento geral
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Myzrael é uma entidade divina associada ao mistério da distância e da fronteira — não apenas geográfica, mas dimensional, espiritual e perceptiva. Ela é cultuada em silêncio por navegadores de realidades, profetas errantes e civilizações que se perderam entre planos. Conhecida como a Serpente do Horizonte Partido, sua presença marca o rompimento do que se entende como “o fim das coisas”: onde o mundo termina, é onde ela começa a existir. Antigas escrituras a descrevem como “o traço que se move”, “a linha que pensa” ou “o corpo do além”. Sua essência não pertence a um só plano — ela atravessa mundos com naturalidade, deslizando pelas dobras do espaço-tempo como se o universo fosse um manto que ela mesma costura e descostura. Myzrael não tem início nem fim visível.
Seu culto é proibido em diversas culturas, pois invocá-la ou estudar seus rastros significa encarar as falhas da realidade: os pontos onde o que é conhecido se desfaz. Quando Myzrael passa, mapas tornam-se inúteis, rotas se deslocam, e até a gravidade se curva à sua passagem. Conjurações que envolvem teletransporte, manipulação de tempo ou abertura de portais ficam instáveis em sua presença — pois ela é o caminho entre todas as coisas, e não aceita atalhos sem permissão. Ela surge raramente, e quase nunca com violência. Seu aparecimento marca um ponto de transição profunda, como o início de uma nova era, o fim de uma profecia ou o nascimento de algo que alterará os planos para sempre. Muitas vezes, sua chegada não é percebida pela vista, mas pelos efeitos: um sol que se move em linha reta.
status |
Não-Domável
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habitat |
indefinido;
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altura |
indefinido;
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comprimento |
indefinido;
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peso |
indefinido;
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
movimento destinado
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O poder de Myzrael reside na sua essência como ser de transição entre mundos, linhas e realidades possíveis. Ela não age através da destruição direta, mas sim através da distorção fundamental daquilo que o mundo entende como espaço, distância e destino. Onde ela se move, a realidade se curva para acomodá-la — e tudo que tenta permanecer rígido… quebra. Seu corpo funciona como um eixo entre planos: cada uma de suas escamas, que se estendem por dimensões inteiras, contém um reflexo de um universo alternativo. Quando ameaçada, Myzrael pode girar uma seção de seu corpo, substituindo o espaço ao redor com uma versão paralela — fazendo com que o inimigo lute contra si mesmo em outra linha temporal, ou simplesmente se perca em uma realidade onde a batalha jamais começou.
Seu olhar, raro de ser visto, é um facho ondulante de energia prismática que dissolve estruturas fixas — muralhas se tornam areia, encantamentos se tornam sons, o chão vira céu. Essa habilidade, conhecida por estudiosos como movimento destinado, não destrói o que toca, mas reinterpreta, forçando a realidade a aceitar uma nova versão daquilo que está presente. Uma arma pode virar lembrança. Um guerreiro, ideia. Um feitiço, eco. Ela pode dobrar distâncias ao redor de si — o que está longe se aproxima sem mover, e o que está perto se desfaz em horizonte falso. Tentativas de atingi-la fisicamente ou com feitiços são frequentemente desviadas por dobra planar: projéteis e magias são engolidos por fissuras invisíveis.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSMyzrael é quase intocável por meios convencionais. Ela não ocupa um único ponto fixo do plano físico, deslocando partes de seu corpo entre realidades de forma contínua. Isso a torna imune a ataques físicos diretos, feitiços direcionais e habilidades baseadas em espaço, linha de visão ou alcance definido. Magias que dependem de distância — como projéteis mágicos, encantamentos de raio ou explosões de área — simplesmente falham ou reaparecem em locais aleatórios, muitas vezes retornando contra o próprio conjurador. Ela também não pode ser contida por selos de aprisionamento planar, barreiras dimensionais ou campos anti-magia fixos, pois sua existência atravessa os limites dessas estruturas. Além disso, Myzrael é invulnerável a manipulações temporais, já que seu corpo se desloca simultaneamente entre diferentes.
PONTOS FRACOSApesar de sua natureza inatingível, Myzrael não resiste bem à ancoragem total. Ambientes consagrados por votos de estabilidade, terras seladas por rituais de fixação cósmica ou locais onde a realidade foi consolidada por grandes pactos universais limitam sua influência. Em tais lugares, suas dobras espaciais se tornam mais lentas, e partes de seu corpo podem ficar presas temporariamente, tornando-se vulneráveis a ataques concentrados. Ela também demonstra instabilidade diante de objetos ou entidades que simbolizam absolutismo, como espadas que representam o destino inevitável, runas de verdade inalterável, ou relíquias que não pertencem a nenhum plano — pois esses elementos não reconhecem a transição, e agem como estacas fincadas.
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recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
escama do vórticeUma escama prismática arrancada de um fragmento visível do corpo de Myzrael. Ao ser fixada a um artefato ou usada como talismã, permite ao portador dobrar o espaço entre dois pontos curtos, fazendo com que distâncias de até alguns metros sejam percorridas instantaneamente sem uso de teletransporte convencional. Em combate, pode ser ativada para evitar um golpe ao fazer o usuário reaparecer em outra posição do plano, como se tivesse escorregado por entre realidades. Em rituais, a escama serve como chave planar, abrindo passagens seguras.
fragmento da linhaUm fio de luz dourada e azul, obtido ao fechar o círculo que Myzrael deixou em sua partida. Esse fragmento, quando costurado a pergaminhos, roupas ou grimórios, concede ao portador a capacidade de negar completamente efeitos baseados em previsão, destino ou repetição mágica — anulando profecias, adivinhações ou magias que tentem repetir o mesmo feitiço múltiplas vezes. Também pode ser usado como fio ritualístico para costurar fragmentos de realidades quebradas, corrigindo rasgos dimensionais, fechando portais instáveis ou unificando memórias dilaceradas.
olho do horizonteUm pequeno orbe translúcido que pulsa com visão instável, como se contivesse o nascer e o pôr do sol ao mesmo tempo. Quando usado em meditação ou conjuração, permite ao portador ver múltiplas possibilidades futuras de uma ação específica, escolhendo instintivamente a melhor rota — seja para evitar armadilhas, prever traições, ou planejar ataques em batalhas complexas. Porém, o olho só pode ser usado uma vez por dia, pois as realidades vistas exigem uma troca subconsciente: um segredo do usuário se perderá entre os planos.
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