Antes das eras serem medidas, antes das linhas do mundo serem traçadas, existia apenas fragmentação. Povos erguidos em colinas de orgulho. Sacerdotes que cantavam verdades distintas. Deuses rivais com nomes semelhantes, e rios que dividiam onde deviam unir. Foi nesse tempo que se ergueu Narmekhet, nascido do encontro do deserto e do nilo, filho de dois povos, duas linhagens, dois céus. Era chamado de Rei ainda criança, mas sua grandeza não estava no sangue — e sim na decisão. Pois ao contrário dos reis da guerra, Narmekhet decidiu reinar sobre todos, não por conquista, mas por fusão. Unificou os tronos opostos não com espada, mas com símbolo. Criou a Coroa Dupla — um artefato divino, metade branca, metade vermelha — e a colocou sobre sua cabeça para mostrar que não existia nada acima de Hajfkar.
Mas seu poder não parava na unificação. Narmekhet escreveu leis onde antes havia violência, codificou cultos em rituais eternos, ergueu pirâmides de ouro e silêncio, e estabeleceu a Ordem como um princípio vivo. Foi ele quem ensinou que o rei não está acima do povo — ele é a forma visível da alma de sua nação. Ao final de sua vida, quando o Sol desceu até sua câmara mortuária para saudá-lo, Narmekhet não morreu: se tornou um pilar eterno da civilização. Sua alma se dividiu entre os deuses que ele reconciliou, e sua vontade se inscreveu nas pedras que ainda cantam nos ventos do sul. O Legado de Narmekhet desperta nos que sentem o impulso de ordenar o que está quebrado, de governar com símbolo e sabedoria, e de erguer estruturas que resistem ao tempo, à dúvida e à ruína. Eles não marcham como conquistadores, mas como fundadores.
história do legado
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Muito antes da contagem dos anos, quando o mundo ainda era dividido por rios que não se tocavam e crenças que se contradiziam, não existia um único povo, nem uma única verdade. Existiam fragmentos: tribos isoladas em desconfiança, deuses que disputavam o céu, nomes que morriam ao atravessar montanhas. Era um tempo de múltiplas auroras, mas sem sol — luzes que não se uniam. Foi então que surgiu Narmekhet, filho do silêncio entre as margens. Diz-se que nasceu de uma mãe do Norte e de um pai do Sul, e que em seu choro, dois ventos diferentes se encontraram. Desde criança, sua presença reunia opostos. Onde ele passava, disputas cessavam. Onde falava, palavras rivais se fundiam. E então, quando os reis ainda guerreavam por fronteiras que o tempo apagaria, Narmekhet decidiu agir.
Ao unir os tronos do Alto e do Baixo Reino, ergueu a Coroa Dupla, uma junção impossível de dois poderes, duas linhagens, dois deuses. Não a criou para ostentar — a criou como símbolo vivo de que a unidade é mais forte do que a supremacia. Quando a colocou sobre a cabeça, o mundo mudou. Não havia mais dois povos: havia uma só civilização. Mas Narmekhet não parou na união política. Ele escreveu os primeiros códigos, traçou os primeiros mapas verdadeiros, edificou templos que olhavam para o mesmo sol e decretou que todo altar deveria ser parte de um só templo: o templo do mundo ordenado. Criou a arquitetura, a lei, a ideia de Estado. Fundou uma ordem onde o rei era menos senhor e mais espelho — reflexo do equilíbrio entre as forças que sustentam a terra e o céu. No fim de sua vida, não morreu como os mortais. Entrou numa pirâmide sem porta, cujos corredores foram feitos de tempo petrificado. E lá, adormecido, continua reinando no plano das formas ideais — onde cada cidade sonha em ser seu reflexo e cada rei tenta, em vão, repetir o gesto inaugural da Coroa Dupla.
habilidades passivas
primeiro desbloqueio
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Em Midrel, os Legados não são apenas marcas narrativas ou títulos honoríficos — eles são fontes vivas de poder. Ao serem adquiridos, cada Legado desperta habilidades passivas únicas, profundamente ligadas à essência do herói, figura ancestral ou entidade que o originou. Essas habilidades são desbloqueadas automaticamente no momento da compra, como se o próprio mundo reconhecesse o vínculo selado entre o personagem e a história que ele agora carrega. Essas passivas agem de forma constante e espontânea, sem exigir ativação. Cada Legado possui uma ou mais dessas passivas exclusivas, e nenhuma pode ser obtida por outros meios de forma geral.
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pilar da coroa |
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O herdeiro de Narmekhet não precisa erguer a voz, nem levantar o punho. Sua presença é uma estrutura invisível que sustenta o ambiente. Onde há divisão, ele inspira conciliação. Onde há caos, ele evoca estabilidade. Seus aliados se reúnem instintivamente ao seu redor, como colunas em torno de um templo. A ordem não é imposta — ela se manifesta. Diante dele, até os mais inquietos sentem o peso de algo maior: a certeza de que há uma base firme sob seus pés. Essa força silenciosa o torna um núcleo de estabilidade em qualquer grupo, reforçando laços e acalmando hostilidades. Essa habilidade brota da autoridade espiritual de sua FÉ e da imponência magnética de seu CARISMA, que tornam sua figura um ponto de convergência natural entre vontades dispersas.
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leis esquecidas |
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As civilizações gravam suas leis em pedra, mas o tempo as carrega em poeira, nos ventos dos desertos antigos. O herdeiro de Narmekhet escuta essas correntes invisíveis. Onde outros enxergam escombros ou silêncio, ele ouve os ecos das doutrinas originais. É capaz de decifrar rituais esquecidos, entender a lógica de labirintos ancestrais e ativar estruturas mágicas como quem reencontra o próprio lar. Essa sabedoria é menos intelectual e mais espiritual — um reconhecimento instintivo da geometria sagrada do mundo. Ao invocar essa compreensão, o herdeiro pode desativar armadilhas místicas, interpretar símbolos arcanos, compreender arquitetura sagrada ou realinhar zonas mágicas desestabilizadas. Essa habilidade nasce do entrelaçamento entre sua SABEDORIA refinada e a profunda FÉ que o conecta aos fundamentos da criação.
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trono entre homens |
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Narmekhet foi o primeiro a erguer um trono que não estava acima do povo, mas entre os mundos. Seu herdeiro continua essa tradição. Ele não é apenas um governante entre homens, mas um emissário entre planos. Onde quer que vá, é percebido por entidades maiores como alguém que compreende o pacto entre o visível e o invisível. Espíritos o escutam. Deuses o respeitam. E mesmo criaturas de planos opostos hesitam antes de agir contra ele, reconhecendo na sua aura o selo antigo do Unificador. Ao caminhar, ele abre canais com planos divinos, tornando-se capaz de invocar respeito, tolerância ou pacto, mesmo em circunstâncias onde qualquer outro seria ignorado ou destruído. Essa ponte viva é sustentada por sua FÉ que ascende e por seu CARISMA que ancora — tornando-o um trono que caminha entre reinos.
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habilidades ativas
conhecimento geral
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Em Midrel, os Legados não se limitam a conceder apenas habilidades passivas — eles também despertam habilidades ativas exclusivas, profundamente enraizadas na essência heroica, espiritual ou mítica da figura que originou o legado. Essas habilidades ativas representam manifestações diretas da vontade, do poder ou da memória viva do ancestral, sendo únicas, poderosas e, muitas vezes, transformadoras. Ao adquirir um Legado, o personagem desbloqueia automaticamente uma habilidade ativa vinculada ao núcleo simbólico daquele legado. Essas técnicas carregam um peso narrativo enorme e são respeitadas por todos aqueles que estão ao seu redor dentro de uma missão, aliados ou não.
[NÍVEL I] Decreto da Pedra - O herdeiro ergue a mão com a solenidade de quem determina não apenas ações — mas fundamentos. Ao pronunciar palavras que vibram com o peso da criação, ele invoca o Decreto da Pedra Primeira, a mesma força que separou o céu da terra na aurora dos reinos. Quando ativado, esse decreto transforma o espaço ao redor do herdeiro em uma zona de pureza e estabilidade. Por três turnos, magias caóticas tornam-se imprecisas, invocações falham parcialmente e qualquer distorção da realidade é corrigida pelo campo da ordem. Aliados dentro da zona sentem a mente clarear, a alma se alinhar, e as decisões se tornarem certezas. Esta capacidade é sustentada pela SABEDORIA que compreende o mundo e pela FÉ.
[NÍVEL V] Pilar do Reino - Com um movimento lento e cerimonial, o herdeiro finca no campo de batalha um Pilar Eterno, símbolo da fundação de reinos duradouros. O obelisco que emerge — seja visível, feito de pedra e luz, ou espiritual, de energia geomântica — representa o centro de gravidade moral e estrutural da cena. Enquanto estiver ativo, aliados em seu raio recebem regeneração espiritual leve, estabilidade emocional e proteção contra feitiços de confusão, loucura ou ruptura interior. Os inimigos sentem o peso do símbolo e são tomados por uma hesitação ritual, como se não estivessem autorizados a violar aquele espaço. A durabilidade do Pilar está diretamente conectada à VITALIDADE do herdeiro e ao poder de sua FÉ, que o alimenta como uma chama ancestral.
[NÍVEL X] Voz da Coroa - Ao ativar essa habilidade, o herdeiro não fala como homem — fala como trono, como pilar, como ideia que os deuses aceitaram em silêncio. A Voz das Coroas Gêmeas é uma ordem que ressoa além da linguagem: é reconhecida por mortais, feras e espíritos como uma verdade que não se discute. Ele pode silenciar conjuradores, fazer líderes hostis recuarem, ou impor um cessar-fogo em uma cena onde o caos ameaçava devorar tudo. Por um turno, qualquer ser racional é forçado a ouvir — e, se não obedecer, é castigado espiritualmente por desafiar a harmonia. Essa habilidade só pode ser ativada quando o herdeiro estiver de pé e consciente, sustentada pela força unida de seu CARISMA inquebrantável e sua SABEDORIA.
[NÍVEL XV] Quatro Pilares - O herdeiro marca o solo com um gesto cerimonial em quatro direções cardeais, traçando um quadrado invisível onde a realidade se curva à estrutura ideal. Dentro desse campo, as regras deixam de ser absolutas — tornam-se ritualmente moldáveis. Por três turnos, o herdeiro pode aplicar “ajustes sagrados” à realidade: suspender efeitos que se repetiriam, inverter a relação entre causa e consequência de um evento (como um inimigo ferindo a si mesmo após atacar), impedir a entrada de entidades desordenadas ou fixar uma ação como obrigatória (como “ninguém pode mentir aqui”). Este campo de doutrina viva é sustentado pela SABEDORIA geomântica do herdeiro, somada à sua FÉ ordenadora.
[NÍVEL XX] Ascenção da Coroa - Este é o ápice do legado — o momento em que o herdeiro deixa de ser governante e torna-se governo, revelando sua natureza sagrada ao mundo. Durante a Ascensão da Coroa Viva, o corpo do herdeiro se banha em luz ritual: dourada, firme e sutil como o amanhecer sobre uma cidade recém-criada. Por dois turnos, o herdeiro se torna a encarnação do Trono da Coroa Dupla. Toda sua fala se torna decreto, suas decisões ganham prioridade sobre o caos, e aliados ao seu redor recebem imunidade ao medo, à dúvida e à manipulação. Inimigos de vontade fraca se ajoelham ou hesitam em atacá-lo, tomados por uma reverência ancestral. Neste estado, ele não é mais uma peça do mundo — ele é a estrutura em torno da qual o mundo se reequilibra. Sustentada pela união absoluta entre FÉ, CARISMA e VITALIDADE, essa forma é o reflexo vivo do poder que, um dia, unificou o impossível em seus limites.
[NÍVEL V] Pilar do Reino - Com um movimento lento e cerimonial, o herdeiro finca no campo de batalha um Pilar Eterno, símbolo da fundação de reinos duradouros. O obelisco que emerge — seja visível, feito de pedra e luz, ou espiritual, de energia geomântica — representa o centro de gravidade moral e estrutural da cena. Enquanto estiver ativo, aliados em seu raio recebem regeneração espiritual leve, estabilidade emocional e proteção contra feitiços de confusão, loucura ou ruptura interior. Os inimigos sentem o peso do símbolo e são tomados por uma hesitação ritual, como se não estivessem autorizados a violar aquele espaço. A durabilidade do Pilar está diretamente conectada à VITALIDADE do herdeiro e ao poder de sua FÉ, que o alimenta como uma chama ancestral.
[NÍVEL X] Voz da Coroa - Ao ativar essa habilidade, o herdeiro não fala como homem — fala como trono, como pilar, como ideia que os deuses aceitaram em silêncio. A Voz das Coroas Gêmeas é uma ordem que ressoa além da linguagem: é reconhecida por mortais, feras e espíritos como uma verdade que não se discute. Ele pode silenciar conjuradores, fazer líderes hostis recuarem, ou impor um cessar-fogo em uma cena onde o caos ameaçava devorar tudo. Por um turno, qualquer ser racional é forçado a ouvir — e, se não obedecer, é castigado espiritualmente por desafiar a harmonia. Essa habilidade só pode ser ativada quando o herdeiro estiver de pé e consciente, sustentada pela força unida de seu CARISMA inquebrantável e sua SABEDORIA.
[NÍVEL XV] Quatro Pilares - O herdeiro marca o solo com um gesto cerimonial em quatro direções cardeais, traçando um quadrado invisível onde a realidade se curva à estrutura ideal. Dentro desse campo, as regras deixam de ser absolutas — tornam-se ritualmente moldáveis. Por três turnos, o herdeiro pode aplicar “ajustes sagrados” à realidade: suspender efeitos que se repetiriam, inverter a relação entre causa e consequência de um evento (como um inimigo ferindo a si mesmo após atacar), impedir a entrada de entidades desordenadas ou fixar uma ação como obrigatória (como “ninguém pode mentir aqui”). Este campo de doutrina viva é sustentado pela SABEDORIA geomântica do herdeiro, somada à sua FÉ ordenadora.
[NÍVEL XX] Ascenção da Coroa - Este é o ápice do legado — o momento em que o herdeiro deixa de ser governante e torna-se governo, revelando sua natureza sagrada ao mundo. Durante a Ascensão da Coroa Viva, o corpo do herdeiro se banha em luz ritual: dourada, firme e sutil como o amanhecer sobre uma cidade recém-criada. Por dois turnos, o herdeiro se torna a encarnação do Trono da Coroa Dupla. Toda sua fala se torna decreto, suas decisões ganham prioridade sobre o caos, e aliados ao seu redor recebem imunidade ao medo, à dúvida e à manipulação. Inimigos de vontade fraca se ajoelham ou hesitam em atacá-lo, tomados por uma reverência ancestral. Neste estado, ele não é mais uma peça do mundo — ele é a estrutura em torno da qual o mundo se reequilibra. Sustentada pela união absoluta entre FÉ, CARISMA e VITALIDADE, essa forma é o reflexo vivo do poder que, um dia, unificou o impossível em seus limites.