besta divina
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Ophiuchus é uma das bestas primordiais mais antigas e temidas do cosmo, reconhecida por muitos como o elo vivo entre os mundos superiores e os abismos esquecidos. Também chamada de A Serpente do Mundo, O Abraço Celeste ou A Coluna Infinita, Ophiuchus não foi criada — ela emergiu do entrelaçamento da primeira ascensão com a primeira queda, quando o céu desejou conhecer o fundo do abismo e a terra quis tocar as estrelas. Seu corpo é tão vasto que cruza planos inteiros, enrolando-se pelas raízes do mundo, pelas montanhas sagradas, pelas estrelas mortas e pelas almas perdidas. É dito que seu corpo forma o eixo oculto de toda a existência, que seus anéis definem as órbitas do tempo, e que cada volta de sua espiral representa uma era da realidade prestes a se repetir ou ser esquecida.
Ophiuchus não se revela com facilidade. Suas manifestações são sentidas primeiro como presságios: mares que recuam sem aviso, eclipses que duram mais do que deveriam, constelações que piscam em sequência, e sonhos onde os que dormem ouvem um chiado que imita a própria voz. Quando ela se ergue, parte do mundo se curva com ela, e aquilo que era reto se torna espiralado — inclusive o tempo. Diferente de dragões ou serpentes míticas de destruição, Ophiuchus não impõe sua presença com fúria, mas com permanência. Onde ela passa, as leis do mundo se reorganizam em círculos. Magias perdem seus começos e finais. Histórias recomeçam no meio. Ciclos que deveriam ter terminado são reiniciados — e o que já havia sido vencido.
características da besta
conhecimento geral
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Ophiuchus é uma criatura colossal e quase impossível de se contemplar em sua totalidade. Seu corpo se estende como uma serpente infinita, de escamas cintilantes que parecem refletir não apenas a luz, mas memórias do céu e da terra — fragmentos de constelações, imagens de cidades perdidas, símbolos de mitos que já não são contados. Suas escamas não têm cor fixa: em constante mutação, elas oscilam entre o negro do vazio, o dourado do eterno e o branco absoluto da luz primordial. Algumas parecem feitas de pedra viva, outras de cristal líquido, e há trechos de seu corpo que simplesmente não refletem nada, como se fossem partes esquecidas da criação. Seu corpo nunca é totalmente visível em um só plano. Ele pode emergir das nuvens, atravessar uma montanha, mergulhar num oceano e ressurgir no céu.
Em regiões sagradas ou amaldiçoadas, pedaços de sua cauda ou de seu tronco surgem como colunas naturais, confundidas com formações geográficas, pois ele se entrelaça com o mundo há tanto tempo que se tornou parte de sua paisagem. A cabeça de Ophiuchus é grande como uma catedral e esculpida em simetria divina. Ela lembra ao mesmo tempo uma serpente, um dragão e um astro em combustão, com olhos como poços de tempo comprimido — esferas que giram em espiral, mostrando passado, presente e futuro em movimento lento. De suas narinas não sai fumaça, mas vento circular, que sopra em padrões que imitam mandalas, confundindo a direção do espaço. A boca raramente se abre. Quando o faz, revela fileiras de presas que não terminam em ponta, mas em runas vivas, pulsantes.
status |
Não-Domável
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habitat |
indefinido;
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altura |
indefinido;
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comprimento |
indefinido;
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peso |
indefinido;
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
dizimaçao teRRESTRE
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Ophiuchus não ataca com mordidas, veneno ou força bruta. Seu poder reside na manipulação do ciclo essencial de todas as coisas: nascimento, crescimento, queda e renascimento. Ela é a encarnação viva da espiral cósmica — onde o tempo não corre em linha reta, mas se dobra em voltas infinitas. Quando Ophiuchus se move, a realidade à sua volta se curva com ela, e tudo que estava destinado a terminar começa a se repetir com variações inevitáveis. Seu corpo cria campos de distorção onde fins tornam-se começos: magias que acabaram retornam com força renovada, criaturas derrotadas ressurgem em versões ligeiramente diferentes de si mesmas, e ferimentos mortais se fecham apenas para reabrirem mais tarde, como se a dor estivesse tentando cumprir um padrão incompleto. Armas amaldiçoadas tornam-se puras.
Ela é capaz de enlaçar uma criatura com seu olhar ou seu corpo e forçá-la a reviver um momento crucial da sua história — não como ilusão, mas como reencarnação parcial daquele instante, afetando mente, corpo e alma. O alvo se vê reagindo como reagiu antes… ou como teria reagido se tivesse feito uma escolha diferente. Isso quebra estratégias, desestabiliza magos experientes e faz com que até deuses vacilem diante de memórias que julgavam superadas. Além disso, Ophiuchus influencia a estrutura dos planos ao seu redor. Com sua presença, as barreiras entre mundos se enfraquecem, permitindo que ecos de existências paralelas vazem para o campo de batalha: versões antigas de guerreiros, fragmentos de civilizações mortas.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSOphiuchus é invulnerável a magias que operam em linha reta — seja no tempo, na lógica ou no propósito. Feitiços de dano direto, maldições de final único, bênçãos com prazo definido e magias que funcionam com início, meio e fim são distorcidas em sua presença, sendo recicladas, espelhadas ou revertidas. A cada ataque repetido contra ela, o mundo ao redor aprende com o erro, adaptando-se como se a própria realidade estivesse se corrigindo. Ela também é intocável por manipulação dimensional direta. Teletransportes falham, conjurações surgem no lugar errado, e invocações se dobram sobre si mesmas, pois o espaço em torno de Ophiuchus não segue as regras normais da distância ou do plano físico. Estruturas mágicas e encantamentos que dependem de posicionamento, direção ou foco espacial colapsam de forma geral.
PONTOS FRACOSApesar de sua vastidão e poder cíclico, Ophiuchus é vulnerável à ruptura consciente do padrão. Guerreiros ou magos que abandonam suas rotinas previsíveis — que quebram juramentos, mudam convicções, ou renunciam ao próprio estilo de luta — tornam-se imprevisíveis até mesmo para ela. A espiral precisa de um fio a seguir. Sem isso, ela hesita. Ela também enfraquece em locais onde a linha reta prevalece: pontes eternas, trilhos de pensamento puro, ruínas de ideias únicas, ou templos dedicados à ordem absoluta. Nestes lugares, o mundo resiste a ser dobrado, e sua influência perde força. Além disso, sentimentos resolvidos a desarmam: quando alguém aceita o fim com plenitude, quebra o ciclo. Quando alguém nega o recomeço e permanece parado por escolha, a serpente perde sua função diante daquela alma.
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recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
anel da espiralUma joia feita de escama curva, eternamente girando em rotação lenta ao redor do próprio vazio. Ao ser usada, permite ao portador reiniciar uma única ação já feita — seja um golpe, um feitiço, uma decisão ou até uma fala — como se estivesse voltando ao instante anterior, com pleno conhecimento do que ocorreu. No entanto, cada uso aproxima o portador de um ponto de não retorno, onde passado e presente se confundem. Em rituais, o anel pode ser usado para cancelar uma escolha maldita, como um pacto, uma marca ancestral ou um destino profetizado, de maneira geral.
fragmento do olhoUm pequeno globo de cristal escuro com traços de ouro que se movem dentro dele em espiral. Ao ser carregado, concede ao usuário visões recorrentes do mesmo evento futuro, mas com variações diferentes, permitindo prever ameaças com base em seus possíveis desdobramentos. Ele não mostra um caminho certo, mas múltiplos ecos de uma mesma escolha. Durante o uso em combate ou meditação, o fragmento pode ser ativado para travar um inimigo em um momento de repetição, forçando-o a reviver um erro ou hesitar diante de uma ação futura já prevista.
cálice da vitóriaFeito da borda interna de uma vértebra de Ophiuchus, este cálice parece conter um líquido que gira lentamente mesmo vazio. Ao ser preenchido com qualquer substância — sangue, água, vinho ou lágrimas — e oferecido em um ritual, o cálice permite ao usuário conversar com uma versão anterior de si mesmo, de uma linha temporal que não aconteceu. Essa comunicação pode revelar conselhos, avisos ou dores que foram evitadas. Também pode ser usado para encerrar um ciclo maldito, permitindo que alguém morra em paz, que um artefato encerre seu fardo, ou que uma linhagem seja encerrada com honra.
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