VIRTUDE DA PACIÊNCIA
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Raphael, em Midrel, é o Anjo da Cura Silenciosa e da Virtude da Paciência, o Guardião das Marés Lentas do Tempo, aquele que não exige pressa, não impõe força, e jamais abandona um ser que ainda carrega dor. Onde a Ira se levanta em chamas súbitas, Raphael chega como uma brisa morna que persiste até apagar o incêndio. Seu nome significa "Deus Cura", mas sua cura não está apenas no corpo — ela está no tempo que ele oferece, no espaço seguro onde a alma pode respirar, no olhar que diz: "você ainda está aqui, e isso basta." Raphael não interrompe o sofrimento com milagres imediatos. Ele se senta ao lado dele. Espera com você. Caminha junto até que o peso se torne suportável. E é nessa constância serena que reside o seu poder.
Sua aparência é reconfortante e firme: um manto longo de verdes translúcidos e dourados vivos, que se move como folhas ao vento, cobrindo seu corpo como uma promessa de abrigo. Os olhos de Raphael não brilham — eles acolhem. São como lagos calmos, que refletem sem julgar. Suas asas são extensas e feitas de penas que se dissolvem em luz conforme se afastam do corpo, como se seu próprio ser estivesse sempre em processo de cura. Em Midrel, Raphael é invocado em hospitais sagrados, em rituais de restauração emocional, e nos momentos em que a fúria interna ameaça devorar tudo. Ele é aquele que, mesmo quando o guerreiro já não acredita em redenção, permanece ao lado — não oferecendo palavras, mas presença, de forma geral.
características da besta
conhecimento geral
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Raphael, em Midrel, não é uma besta no sentido comum — mas sim uma entidade celeste de presença tão serena, tão profundamente constante, que sua manifestação se impõe não pelo poder visível, mas pela paz inevitável que ela traz. Entre os Anjos Arquetípicos das Virtudes, Raphael é o Curador Paciente, a força que permanece ao lado da alma ferida sem exigir que ela se apresse para melhorar. Sua forma é alta, esguia e envolta em um manto fluido de verde-claro, dourado opalino e tons de jade vivo, que se movimentam como se respirassem junto ao mundo. Seus pés tocam o chão com suavidade, como quem pisa na terra de um jardim sagrado, e por onde ele passa, as folhas se voltam para ele, os ventos cessam, e o calor da luz não queima.
Seus olhos são profundos como lagos calmos. Não há julgamento neles — apenas paciência. São espelhos onde cada ser, ao se olhar, enxerga seu próprio sofrimento... mas sem culpa, sem vergonha. Seus braços, longos e firmes, carregam um báculo curvo feito de madeira viva e cristal dourado, símbolo do tempo curativo e da presença constante. As asas de Raphael são imensas, compostas de penas que parecem feitas de luz líquida, e quando se abrem, o ambiente ao redor desacelera — não porque ele impõe lentidão, mas porque a alma cede, finalmente, ao descanso. Ele não fala com voz de comando. Sua voz é um cântico contido, que ressoa na mente de quem precisa ouvir, como se viesse de dentro da própria lembrança. E onde outros invocam urgência, Raphael traz tempo: tempo para respirar, para chorar, para se refazer. Sua simples presença desarma a pressa, desfaz o pânico e sustenta a fé dos que estão à beira da queda. Entre os próprios celestiais, Raphael é chamado de O que Espera Mesmo Quando Todos Vão Embora. Sua força não está na conquista nem na transformação súbita, mas na constância, no abraço que não solta, na capacidade de permanecer mesmo quando não há esperança visível. Ele já esperou por almas por séculos — e continuará esperando enquanto houver qualquer centelha.
Em combate, Raphael não ataca. Mas sua presença desarma a fúria. Feridas cauterizam sozinhas sob seu olhar. Maldições se suspendem na sua luz. Criaturas enlouquecidas pela dor começam a se aquietar. Ele é a pausa que salva.
Em combate, Raphael não ataca. Mas sua presença desarma a fúria. Feridas cauterizam sozinhas sob seu olhar. Maldições se suspendem na sua luz. Criaturas enlouquecidas pela dor começam a se aquietar. Ele é a pausa que salva.
pacto angelical
linha do tempo
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O Pacto Angelical com Raphael, em Midrel, não é selado por necessidade de poder, nem por desejo de glória. Ele acontece quando alguém, em meio à dor, escolhe não se entregar à pressa, à raiva ou ao desespero. Quando, mesmo ferido, alguém decide esperar com fé. É nesse instante — calmo, solitário e cheio de silêncio — que Raphael se aproxima. Não com luz ofuscante, mas com presença serena, como quem senta ao lado da dor e sussurra: “Eu estou aqui.” Este pacto não exige juramentos — exige presença firme diante do sofrimento. Raphael só estabelece vínculo com aqueles que compreendem que curar não é apagar a ferida, mas atravessá-la com dignidade. O pacto se inicia quando o ser age com paciência não apenas com os outros, mas com si mesmo. Quando aprende a ouvir antes de julgar. A esperar antes de reagir. A caminhar ao lado de quem está atrasado... sem deixá-lo para trás, de forma geral.
Ao firmar o pacto, o indivíduo recebe o dom sagrado conhecido como Tempus Lenis, o Tempo Suave. Esse poder permite ao pactuado acalmar forças desequilibradas, retardar o avanço de maldições, conter surtos emocionais, e até suspender temporariamente estados extremos como fúria, desespero, febre ou corrupção espiritual. Ele não impõe, não suprime — ele oferece pausa. E essa pausa, muitas vezes, salva tudo. Com um toque ou até mesmo com a presença silenciosa, o pactuado pode desacelerar o ambiente ao redor, fazendo com que decisões impensadas percam força, feitiços impulsivos falhem, e criaturas dominadas pela raiva tenham espaço para recuperar o controle. Ele também é capaz de sustentar a vida em corpos à beira da morte, mantendo a alma ligada até que a cura seja possível — mas sem invadir o destino natural, apenas ganhando tempo. Esse dom, no entanto, cobra um preço sutil. O pactuado jamais pode agir por impaciência, nem acelerar processos que precisam de tempo. Se tentar “curar à força”, ou agir com pressa movido por orgulho ou vaidade, Raphael se afasta imediatamente. O vínculo é sustentado por presença constante e humildade diante da lentidão da vida. Aqueles que honram o pacto tornam-se guardadores de esperança, seres que não mudam o mundo com velocidade, mas com constância. Eles estão nos bastidores das grandes vitórias, amparando os que caem, levantando os que demoram, esperando os que ninguém mais quer esperar.
poder da besta
tempo suave
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O poder de Raphael, em Midrel, é chamado de Tempus Lenis, o Tempo Suave, uma força sagrada que não quebra correntes com fúria, nem cura feridas com milagres instantâneos — mas sustenta a alma no momento em que tudo parece desabar, oferecendo tempo, espaço e fôlego para que a cura verdadeira aconteça. É o dom que não salva com força, mas com constância. Tempus Lenis age como um véu de serenidade que envolve corpos, emoções e ambientes. Quando Raphael manifesta seu poder, o mundo ao redor parece se desacelerar. As dores cessam brevemente. O sangue continua a fluir, mas mais devagar. O choro perde a urgência. A fúria se transforma em um sussurro de memória. E nesse intervalo entre o desespero e a decisão, o ser tem a chance de escolher diferente. A chance de se preservar.
Raphael pode usar seu dom para prolongar a vida de quem está prestes a morrer, mantendo o espírito unido ao corpo enquanto a cura não chega. Pode acalmar corações tomados pela fúria, aplacar surtos mentais, silenciar temporariamente maldições que corroem de dentro para fora. E, em sua forma mais pura, pode interromper temporariamente o avanço do sofrimento, criando um espaço onde o corpo não piora, onde a dor não cresce, e onde a alma consegue respirar. Mas Tempus Lenis não é uma força de negação. Raphael não apaga feridas: ele concede tempo para que o ser as compreenda, as aceite, e as atravesse com dignidade. Por isso, seu poder é mais eficaz em quem não nega sua dor — mas deseja, sinceramente, se reconstruir. Em um mundo que deseja curas rápidas, Raphael não entrega alívio imediato. Ele entrega a chance real de reconstrução. Quando ativado em batalha, esse poder envolve aliados em uma aura branda de luz esverdeada e dourada, dificultando a ação de impulsos destrutivos e tornando impossível, por alguns instantes, qualquer ato movido por ira, pressa ou desespero. Armas pesam mais. Feitiços acelerados falham. Criaturas agressivas hesitam. Porque tudo que é movido por urgência perde força diante da calma que Raphael impõe. O ápice de seu dom se manifesta como o Refúgio da Cura Silenciosa, um campo sagrado onde nenhuma magia corrompida pode entrar, onde o tempo corre mais devagar e onde a alma, finalmente, descansa. Não é um campo de proteção física — é um espaço onde o coração consegue, pela primeira vez, baixar as defesas e recomeçar do zero.
informações adicionais
caminhos temporais
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Raphael, em Midrel, não é apenas o Anjo da Cura — ele é o Guardião da Paciência Celestial, a personificação do tempo misericordioso que espera a alma amadurecer sem pressa, sem julgamento, sem abandono. Sua virtude é a mais silenciosa entre as sete, e por isso, muitas vezes, a mais esquecida. Mas em momentos de grande sofrimento, quando a pressa do mundo esmaga a esperança, é a presença de Raphael que se faz mais necessária — e mais sagrada.
Diz-se que ele foi o primeiro a aprender que nem toda dor pode ser arrancada. Algumas precisam ser acolhidas, compreendidas, e atravessadas. Raphael, então, se tornou o guardião do intervalo entre a queda e o reerguimento. Ele não impede que o ser caia — mas sempre está lá para garantir que o tempo de levantar ainda exista.
Diz-se que ele foi o primeiro a aprender que nem toda dor pode ser arrancada. Algumas precisam ser acolhidas, compreendidas, e atravessadas. Raphael, então, se tornou o guardião do intervalo entre a queda e o reerguimento. Ele não impede que o ser caia — mas sempre está lá para garantir que o tempo de levantar ainda exista.
Ao contrário de outros arcanjos, Raphael não desce com legiões nem se impõe com clarões. Ele vem em forma de presença. Um silêncio que desce sobre o peito. Uma lembrança súbita de que o sofrimento não é eterno. Um sopro que faz com que o guerreiro hesite antes de cometer uma injustiça. Uma lágrima que cai sem que a alma entenda por quê. Ele age dentro. E por isso, sua ação é duradoura. Em Midrel, Raphael é reverenciado em jardins de recuperação, em templos ocultos de cura emocional e até em batalhas, quando alguém se ajoelha não para pedir poder, mas para aguentar mais um pouco. Entre os pactuados mais antigos, há um ditado: "Se você ainda respira, Raphael ainda está com você." Seu domínio, Aestharet, não é feito de ouro ou muralhas — mas de caminhos eternos entre árvores, rios, luz suave e cânticos baixos. Ali, o tempo não cura pela distância, mas pela escuta. Almas cansadas vão até Aestharet não para esquecer o que viveram, mas para lembrar quem eram antes de tudo doer. E então voltam diferentes. Com menos pressa. Com mais paz. Os que servem sob sua bênção em Midrel são chamados de Guardiões do Intervalo, pois entendem que as curas mais profundas acontecem entre os grandes momentos. Eles sustentam aldeias traumatizadas, consolam os que perderam fé, e sabem quando não é hora de falar — apenas de estar presente. Suas armas são palavras pausadas, mãos firmes e olhos que escutam. Suas maiores vitórias raramente são vistas. Mas sempre são sentidas.