Ravel não buscava sabedoria. Ele queria o controle daquilo que a sabedoria escondia. Era chamado de herege, bruxo, profeta, louco, e por vezes — mestre. Os títulos o divertiam, mas eram irrelevantes. O que importava era o impacto de suas palavras no mundo invisível, o modo como o éter curvava-se à sua presença, e como os próprios símbolos mágicos tremiam ao serem lidos por ele. Nasceu em meio ao silêncio de uma biblioteca enterrada, e cresceu recitando nomes que jamais haviam sido pronunciados em voz alta. Criou ordens secretas, destruiu tradições arcanas, escreveu tratados sobre o Caos com o sangue de deuses menores, e abriu portais apenas para rir daquilo que veio do outro lado. Mas o que separava Ravel dos outros místicos não era o conhecimento — era a ousadia de aplicá-lo sem pedir.
Ele criou ordens ocultas onde os discípulos aprendiam a invocar entidades com danças matemáticas, a moldar realidades através da negação consciente, e a costurar símbolos com carne, saliva e loucura. Por onde passava, os espelhos estalavam e os livros reescreviam parágrafos em línguas que sequer possuíam alfabeto. Muitos o chamaram de profeta. Outros, de blasfemo. Os mais atentos sabiam: Ravel não servia forças ocultas — ele as enganava, dominava e redefinia. Tinha olhos para ver os véus, mas também dedos para rasgá-los. Nunca acreditou em paraísos, apenas em portais — e fazia deles passagem e morada. Hoje, o legado de Ravel não é lembrado em templos, mas desperta em mentes inquietas, que se recusam a repetir fórmulas, que veem símbolos em rachaduras e ouvem verdades no zumbido dos pensamentos gerais de seu poder.
história do legado
|
|
|
O mundo o temia antes mesmo de conhecê-lo, e com razão. Ravel não era um mago, nem um sacerdote. Era uma pergunta perigosa feita ao tecido do real: e se a divindade fosse apenas um reflexo? E se as leis cósmicas fossem sugestões mal redigidas? Sua vida inteira foi uma recusa ao silêncio — uma rebelião contra o véu imposto pela tradição, pelos dogmas, pelas fórmulas que domesticaram o invisível. Dizem que seu nascimento foi anunciado por símbolos gravados sozinhos nas paredes de um templo abandonado. Outros afirmam que ele já caminhava entre os homens há séculos, trocando de corpo e de nome, sempre carregando consigo a mesma obra inacabada: o códice vivo do Abismo, um grimório que reescreve as leis da realidade conforme a vontade de seu portador, amplificando suas capacidades.
Ravel estudou todos os caminhos possíveis. Enfrentou ordens secretas, profanou selos, fundou religiões apenas para observá-las se degenerarem em vício e hierarquia. Ele queria algo maior. Não o controle sobre os outros — mas o domínio sobre o próprio verbo, a capacidade de falar e fazer o mundo tremer. Para Ravel, a Vontade era a única verdadeira forma de magia. E essa Vontade só podia florescer quando o homem deixasse de temer os deuses, e passasse a criar os seus próprios. Sua jornada foi uma linha contínua de transgressão sagrada: escreveu encantamentos com o próprio sangue, invocou entidades com palavras que vinham em sonhos, e ensinou a si mesmo como decifrar linguagens esquecidas em delírios. Enfrentou as forças do alto e do abismo sem se curvar a nenhuma — pois acreditava que ambas eram faces de um único erro primordial: a ideia de que o homem deveria obedecer. Ravel desapareceu numa noite em que todos os espelhos do mundo embaçaram. Desde então, seu legado não se transmite por sangue, mas por ruptura, amplificando suas capacidades.
habilidades passivas
primeiro desbloqueio
|
|
Em Midrel, os Legados não são apenas marcas narrativas ou títulos honoríficos — eles são fontes vivas de poder. Ao serem adquiridos, cada Legado desperta habilidades passivas únicas, profundamente ligadas à essência do herói, figura ancestral ou entidade que o originou. Essas habilidades são desbloqueadas automaticamente no momento da compra, como se o próprio mundo reconhecesse o vínculo selado entre o personagem e a história que ele agora carrega. Essas passivas agem de forma constante e espontânea, sem exigir ativação. Cada Legado possui uma ou mais dessas passivas exclusivas, e nenhuma pode ser obtida por outros meios de forma geral.
|
|
escrita votiva |
|
O herdeiro de Ravel manifesta, de forma inconsciente, fragmentos de fórmulas ocultas — símbolos esquecidos que surgem no ar, na pele, ou em superfícies ao seu redor, como se o próprio plano astral escrevesse com ele. Esses signos, mesmo quando incompletos, influenciam rituais próximos, tornam conjurações mais instáveis para inimigos, e fortalecem encantamentos criados pelo próprio herdeiro. Essa habilidade é sustentada pela SABEDORIA arcano-transcendental, pela PRECISÃO simbólica em seu pensamento, e por uma FÉ desvinculada de dogmas, guiada apenas por sua Vontade dentro dos limites de seu personagem.
|
|
|
eco da palavra |
|
A presença do herdeiro reverbera no plano sutil. Quando ele fala com intenção, suas palavras carregam peso místico, afetando mesmo aqueles que não as compreendem. Isso faz com que seres espirituais, criaturas mágicas e usuários de feitiços hesitem ao tentar agir contra ele, como se algo invisível os advertisse. Esse eco é uma sombra da linguagem primordial que Ravel tentou traduzir — e falhou gloriosamente. A habilidade nasce de um CARISMA ritualístico profundo, de uma FAMA como transmissor do verbo secreto, e de uma SABEDORIA que desafia as barreiras entre o som e o sagrado.
|
|
|
sopro da rasura |
|
Ravel entendia que corrigir era tão poderoso quanto criar. O herdeiro deste legado, ao entrar em campos mágicos corrompidos, maldições antigas ou encantamentos complexos, atua como uma força de reescrita inconsciente — sua simples presença provoca falhas em rituais inimigos, tornando-os suscetíveis a colapsos, inversões ou lentidão. É como se ele carregasse um fragmento de apagamento sagrado, herdado da recusa de Ravel em aceitar o destino traçado. Essa passiva se ancora na RESISTÊNCIA espiritual à autoridade mística, na FÉ herética que molda e desfaz leis sagradas, e na PRECISÃO oculta com que ele caminha entre linhas e símbolos.
|
habilidades ativas
conhecimento geral
|
|
Em Midrel, os Legados não se limitam a conceder apenas habilidades passivas — eles também despertam habilidades ativas exclusivas, profundamente enraizadas na essência heroica, espiritual ou mítica da figura que originou o legado. Essas habilidades ativas representam manifestações diretas da vontade, do poder ou da memória viva do ancestral, sendo únicas, poderosas e, muitas vezes, transformadoras. Ao adquirir um Legado, o personagem desbloqueia automaticamente uma habilidade ativa vinculada ao núcleo simbólico daquele legado. Essas técnicas carregam um peso narrativo enorme e são respeitadas por todos aqueles que estão ao seu redor dentro de uma missão, aliados ou não.
[NÍVEL I] Palavra Desvinculadora - Ravel dizia que toda prisão começa com um nome. Ao erguer os olhos e liberar uma sílaba esquecida da linguagem primordial — uma palavra que existia antes da gramática e que foi removida da realidade por medo — o herdeiro rasga pactos, selos, bênçãos, feitiços ou vínculos mágicos em seu alvo. A palavra vibra como um sussurro do abismo, se alojando na estrutura mágica do encantamento e fazendo com que este imploda por negação simbólica. O som da Palavra Desvinculadora não pode ser repetido por ninguém que não carregue o legado — e aqueles que o ouvem sentem uma náusea que não vem do corpo, mas da alma. A habilidade exige PRECISÃO ritualística, SABEDORIA profunda para reconhecer o nome certo, e uma FÉ transgressora capaz de falar sem temer a consequência.
[NÍVEL V] Manuscrito do Vazio - O herdeiro traça com os dedos — ou com qualquer instrumento ritual — uma mandala incompleta no ar ou no solo, um símbolo que não finaliza o ciclo, e portanto nega o fluxo da realidade. Quando ativado, ele projeta uma zona esférica por alguns metros ao redor onde leis místicas entram em suspensão: magias falham, pactos tremem, e até entidades celestiais sentem-se deslocadas. Os sons diminuem, a luz oscila, e o próprio tempo hesita por breves segundos. Essa distorção é imperfeita, instável e hostil a todos — inclusive ao próprio herdeiro — mas representa a essência do legado: reformular a existência pela ausência. A habilidade se ancora na SABEDORIA dimensional, no PODER da não-forma ritual, e na PRECISÃO simbólica, pois um erro no desenho pode criar rupturas irreversíveis nos limites de sua capacidade.
[NÍVEL X] Convocação do Nome - Em vez de chamar um demônio conhecido, um espírito ancestral ou qualquer forma reconhecível, o herdeiro entoa o nome de algo que ainda não tem identidade, mas que existe no espaço entre ideias. A entidade invocada não possui corpo fixo, nem objetivo claro. Ela surge como fumaça com olhos, sombra com garras, ou espelhos que respiram — e realiza uma ação espontânea, caótica e poderosa: pode destruir um selo, atacar o mais ameaçador dos inimigos, ou proteger o herdeiro com uma muralha feita de imagens. Após a ação, dissolve-se como se nunca tivesse estado ali. O ato depende de uma FÉ incondicional no que não pode ser compreendido, de PODER bruto canalizado de fontes não-lineares, e de VITALIDADE espiritual, pois mesmo chamar o que não tem nome fere os canais místicos do conjurador de forma geral.
[NÍVEL XV] Glifo Autoconsciente - Ao tocar o chão, a parede ou mesmo o ar condensado de um espaço carregado de magia, o herdeiro desenha um símbolo — vivo, pulsante, cheio de intenção. Esse glifo não precisa de monitoramento, pois possui sua própria consciência rudimentar: ele observa, calcula e escolhe o momento certo para agir. Ao identificar uma ameaça, explode com energia simbólica pura, desorientando o inimigo e quebrando encantamentos ao redor. O glifo pode cegar, paralisar ou até induzir uma breve visão mística ao inimigo, como se ele encarasse os olhos do próprio Ravel. Essa habilidade se ancora na PRECISÃO absoluta do traço simbólico, na SABEDORIA de construir ideias com forma, e na FÉ que acredita que até símbolos merecem vontade própria, amplificando suas capacidades.
[NÍVEL XX] Reescrita Dolorosa - Essa é a habilidade que define o herdeiro: a permissão de editar o real. Ao tocar um inimigo ou sua sombra, e sussurrar três versos do Códice Invertido, o herdeiro altera algo fundamental na essência do alvo — o som do nome, o eco da aura, o padrão da respiração mágica. O mundo hesita ao reconhecê-lo. Magias que dependem de afinidade não funcionam. Aliados o confundem com um estranho. Até os próprios pensamentos do alvo vacilam. Ele se sente desconectado do mundo por um instante — como se não fosse mais "ele". A habilidade exige SABEDORIA metafísica absoluta, pois o toque deve ser feito com conhecimento do que será desfeito; FÉ arrogante, pois só um tolo sagrado ousaria corrigir a Criação; e um CARISMA descomunal, pois sem presença, até o Abismo ignora seu autor e permite que a ação aconteça.
[NÍVEL V] Manuscrito do Vazio - O herdeiro traça com os dedos — ou com qualquer instrumento ritual — uma mandala incompleta no ar ou no solo, um símbolo que não finaliza o ciclo, e portanto nega o fluxo da realidade. Quando ativado, ele projeta uma zona esférica por alguns metros ao redor onde leis místicas entram em suspensão: magias falham, pactos tremem, e até entidades celestiais sentem-se deslocadas. Os sons diminuem, a luz oscila, e o próprio tempo hesita por breves segundos. Essa distorção é imperfeita, instável e hostil a todos — inclusive ao próprio herdeiro — mas representa a essência do legado: reformular a existência pela ausência. A habilidade se ancora na SABEDORIA dimensional, no PODER da não-forma ritual, e na PRECISÃO simbólica, pois um erro no desenho pode criar rupturas irreversíveis nos limites de sua capacidade.
[NÍVEL X] Convocação do Nome - Em vez de chamar um demônio conhecido, um espírito ancestral ou qualquer forma reconhecível, o herdeiro entoa o nome de algo que ainda não tem identidade, mas que existe no espaço entre ideias. A entidade invocada não possui corpo fixo, nem objetivo claro. Ela surge como fumaça com olhos, sombra com garras, ou espelhos que respiram — e realiza uma ação espontânea, caótica e poderosa: pode destruir um selo, atacar o mais ameaçador dos inimigos, ou proteger o herdeiro com uma muralha feita de imagens. Após a ação, dissolve-se como se nunca tivesse estado ali. O ato depende de uma FÉ incondicional no que não pode ser compreendido, de PODER bruto canalizado de fontes não-lineares, e de VITALIDADE espiritual, pois mesmo chamar o que não tem nome fere os canais místicos do conjurador de forma geral.
[NÍVEL XV] Glifo Autoconsciente - Ao tocar o chão, a parede ou mesmo o ar condensado de um espaço carregado de magia, o herdeiro desenha um símbolo — vivo, pulsante, cheio de intenção. Esse glifo não precisa de monitoramento, pois possui sua própria consciência rudimentar: ele observa, calcula e escolhe o momento certo para agir. Ao identificar uma ameaça, explode com energia simbólica pura, desorientando o inimigo e quebrando encantamentos ao redor. O glifo pode cegar, paralisar ou até induzir uma breve visão mística ao inimigo, como se ele encarasse os olhos do próprio Ravel. Essa habilidade se ancora na PRECISÃO absoluta do traço simbólico, na SABEDORIA de construir ideias com forma, e na FÉ que acredita que até símbolos merecem vontade própria, amplificando suas capacidades.
[NÍVEL XX] Reescrita Dolorosa - Essa é a habilidade que define o herdeiro: a permissão de editar o real. Ao tocar um inimigo ou sua sombra, e sussurrar três versos do Códice Invertido, o herdeiro altera algo fundamental na essência do alvo — o som do nome, o eco da aura, o padrão da respiração mágica. O mundo hesita ao reconhecê-lo. Magias que dependem de afinidade não funcionam. Aliados o confundem com um estranho. Até os próprios pensamentos do alvo vacilam. Ele se sente desconectado do mundo por um instante — como se não fosse mais "ele". A habilidade exige SABEDORIA metafísica absoluta, pois o toque deve ser feito com conhecimento do que será desfeito; FÉ arrogante, pois só um tolo sagrado ousaria corrigir a Criação; e um CARISMA descomunal, pois sem presença, até o Abismo ignora seu autor e permite que a ação aconteça.