​​besta divina
serathor
Serathor é uma das bestas divinas mais raras de se manifestar — ele só desperta quando o ciclo celeste entra em descompasso, geralmente durante eclipses solares ou lunares que coincidem com conjunções proibidas de planos. Conhecido como o Leão do Eclipse, ele não pertence a nenhum firmamento fixo: sua origem é contada em mitos como o momento em que a luz desejou descansar e a sombra aceitou reinar, e desse acordo nasceu Serathor. Ele é uma criatura colossal, com corpo felino esculpido em fuligem de estrelas, cujas patas brilham como brasas apagadas e sua juba se ergue em chamas inversas — luz negra que pulsa com gravidade. Seus olhos são dois astros: um brilha como sol branco, outro como lua sangrenta, e alternam conforme ele ruge, respira ou observa.
​Serathor não caminha: ele flutua entre camadas de existência, deixando um rastro de ausência — locais onde o tempo hesita, a luz se curva, e o calor desaparece. Ele surge quando deuses discordam sobre a ordem, quando o ciclo do dia e da noite é profanado, ou quando portais dimensionais rasgam o céu sem equilíbrio. Ninguém o invoca — ele reage ao desequilíbrio universal como um antídoto natural, um juiz de eras. ​Sua juba emana um campo de neutralidade absoluta: nenhum tipo de magia funciona como esperado em sua presença — apenas aquilo que está perfeitamente equilibrado entre luz e sombra se mantém. ​Sua presença dobra o tempo local, impedindo ataques coordenados, e suas garras podem romper barreiras dimensionais.

​características da besta
conhecimento geral
Serathor é uma criatura divina de proporções celestiais, cuja própria presença rompe a harmonia dos elementos ao redor para, paradoxalmente, restaurá-la. Sua forma é a de um leão colossal, mas sua silhueta está em constante transformação, como se estivesse feita de luz em colapso e sombra congelada. Sua pelagem não é feita de pelos comuns, mas sim de filamentos ondulantes que lembram fragmentos do firmamento: estrelas mortas, cometas apagados e poeira solar girando lentamente ao redor de seu corpo como uma atmosfera viva. A juba é o que mais o distingue — vasta, volumosa e em constante movimento, ela não obedece à gravidade nem à direção dos ventos. Cada fio parece flutuar entre o espaço e o tempo, como se flashes de outros mundos dançassem ao seu redor, tornando-o imparável.
Há registros de profetas enlouquecidos apenas por olhar diretamente para essa juba em expansão, dizendo que nela estavam “as eras que não aconteceram”. Seu rosto é majestoso, feito de traços simétricos e perfeitos, com um brilho inatingível nos olhos. Um de seus olhos brilha com a luz branca dourada do sol em seu ápice, o outro pulsa com a vermelhidão trêmula de uma lua sangrando em eclipse total. Eles não se movem — eles observam tudo ao mesmo tempo. Encarar Serathor é como ser visto por todos os lados de si mesmo. As patas são largas e silenciosas, mas cada passo reverbera como um pulso gravitacional. Elas deixam marcas no solo que não podem ser apagadas nem por tempo nem por magia — em sua presença, o mundo parece lembrar que foi moldado para ciclos, e reage, causando a dizimação.

status
Não-Domável

habitat
indefinido;

altura
indefinido;

comprimento
indefinido;

peso
indefinido;

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
magnitude do eclipse
Serathor manifesta o domínio absoluto sobre os ciclos celestes: dia e noite, luz e sombra, revelação e esquecimento. Ele não manipula os elementos por força bruta, mas por autoridade universal sobre o equilíbrio cósmico. Seu poder principal é o de colapsar sistemas binários — tudo aquilo que depende de polaridade (como fogo e gelo, vida e morte, caos e ordem) é forçado a se reconciliar ou ser desfeito em sua presença. Quando Serathor ruge, o tempo se dobra em torno de si, forçando uma zona de colapso onde a passagem das horas se inverte, acelera ou paralisa — não de forma caótica, mas com propósito: para devolver ao mundo um equilíbrio roubado. Magias que distorcem o tempo, que prolongam a morte, ou que mantêm efeitos em suspensão são interrompidas.
Sua juba libera ondas gravitacionais e luz escura, que se expandem em todas as direções como anéis concêntricos de eclipse. Dentro dessa zona, encantamentos que dependem de luz pura ou trevas absolutas entram em curto, falhando ou transformando-se em efeitos neutros. Guerreiros iluminados demais sentem suas forças equilibradas à força; criaturas mergulhadas em corrupção sentem a escuridão ser arrancada. Tudo é nivelado à essência verdadeira — nem puro, nem profano. Serathor também pode lançar seu poder em forma de colapso geral, um golpe final onde ele funde seus dois olhos em um único clarão que apaga um evento da linha temporal local. Essa habilidade não destrói, mas faz com que algo — um gesto, uma convocação.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

​Serathor é invulnerável a qualquer forma de magia ou ataque que se fundamente em polaridades puras. Magias de luz absoluta, trevas profundas, caos ou ordem extrema são desfeitas ou neutralizadas em sua presença, pois ele representa o ponto de equilíbrio entre tais forças. Encantamentos que mantêm efeitos constantes (como escudos mágicos permanentes, feitiços de imortalidade ou maldições eternas) entram em colapso gravitacional quando ele se aproxima, sendo dissolvidos por seu campo de reconciliação. Seu corpo é feito de matéria astral gravitacional, o que o torna intangível a ataques físicos diretos e capaz de absorver magias através da juba, convertendo-as em pulsos de onda que desestabilizam os conjuradores.

PONTOS FRACOS

​Apesar de sua supremacia cósmica, Serathor não pode manter sua forma em realidades completamente desequilibradas. Locais mergulhados em caos puro, como planos de destruição contínua ou regiões onde o ciclo natural foi quebrado permanentemente, forçam sua essência a se dispersar. Ele também não resiste bem a ambientes onde não há nenhum tipo de oposição — lugares onde só a luz ou só as trevas reinam, onde o tempo não flui ou onde não há contraste entre vida e morte. Nesses lugares, seu corpo celestial começa a se desintegrar lentamente, pois sua existência depende da tensão entre forças contrárias. Além disso, ele não ataca aqueles que representam harmonia absoluta, e por isso, se torna seu ponto fraco dentro de uma batalha geral.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

olho do eclipse

Um fragmento cristalino extraído do núcleo ocular de Serathor, onde luz solar e sombra lunar coexistem. Quando incorporado a um amuleto ou foco mágico, permite ao portador enxergar através de ilusões, disfarces e manipulações dimensionais, revelando a verdadeira natureza das coisas — sejam pessoas, magias ou lugares. Quando usado em rituais, pode trazer à tona uma verdade esquecida, mesmo que tenha sido selada pelos deuses.

juba da noite

Fiapos cintilantes arrancados de sua imensa juba gravitacional, que flutuam em silêncio e brilham com clarões oscilantes. Quando utilizados em vestimentas ou capas, concedem ao usuário resistência a magias de luz e de trevas, anulando efeitos extremos e devolvendo equilíbrio ao corpo e à mente. Se lançados sobre um campo mágico corrompido, os fios purificam a área, apagando magias que perturbam o ciclo.

presas da correção

Fragmentos das presas curvas de Serathor, afiadas como foices cósmicas. Forjadas em armas ou bastões, essas relíquias carregam a habilidade de encerrar feitiços de duração prolongada, como maldições, bênçãos eternas, encantamentos ou selos temporais, ao infligir um único golpe. Em rituais, as presas podem ser enterradas como oferenda para romper ciclos repetitivos, quebrar laços karmicos ou selar portais interdimensionais que não deveriam estar abertos.