besta terrena
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Quando as montanhas tremem sem motivo aparente, quando os vales sagrados racham mesmo sob o silêncio das eras, e quando o calor sob os pés se torna uma vibração constante que ressoa no osso, os antigos sussurram um nome que não deve ser acordado: Targoss. Ele não surge como outras criaturas. Ele emerge. Primeiro, um tremor suave, como o respirar de um gigante enterrado. Depois, o som grave de pedra contra pedra, não como desmoronamento — mas como estrutura viva se reorganizando. O solo afunda, placas se erguem, e no centro de tudo isso, o colosso que carrega o núcleo da terra entre suas costelas abre seus olhos minerais e se levanta como uma memória geológica viva. Targoss é mais que um monstro — ele é um fragmento consciente da crosta profunda, moldado por poder e grandiosidade.
Seu corpo é formado por rochas de diferentes eras, empilhadas como placas tectônicas em constante fricção, com veios de magma resfriado circulando lentamente sob sua pele, como se ele fosse uma montanha em forma de besta. Seus passos fazem mais do que estremecer o solo — eles reescrevem o relevo. Árvores caem ao seu redor não por sua vontade, mas por não saberem como existir diante de algo tão antigo. Rios mudam de curso para não tocar seus pés. O ar fica denso, carregado de poeira ancestral, como se a própria atmosfera se curvasse em reverência. Targoss não ataca por fúria. Ele é a encarnação do que a terra faz quando tem o bastante — quando os mortais escavam demais, ferem demais, ou despertam segredos esquecidos pelo tempo.
características da besta
conhecimento geral
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Targoss, o Núcleo Errante, é conhecido entre geomantes, anciões das montanhas e magos primordiais como uma das entidades mais antigas e perigosas que ainda habitam os planos físicos. Ele não é mencionado em tom comum — seu nome é tratado como um eco, uma advertência. Não se fala em Targoss durante escavações, nem se pronuncia sua existência nos salões de pedra. Não por superstição, mas porque sua simples lembrança é suficiente para despertar os sentidos do mundo profundo. Acredita-se que Targoss surgiu antes dos continentes terem nome. Sua existência precede as raças e até os próprios deuses, como uma anomalia consciente que dorme no manto inferior da terra, envolto por pressão e calor, imóvel por eras. Ele não possui laços com o bem ou o mal — ele simplesmente é a resposta.
Seus movimentos são lentos, mas cada passo tem consequências sísmicas. Onde ele pisa, o solo se parte. Onde ele repousa, nascem montanhas. Há regiões inteiras que foram redesenhadas por sua passagem — planícies que se tornaram cordilheiras, cidades que viraram vales rachados, rios desviados por muralhas de pedra erguidas involuntariamente por seu caminhar. Targoss não segue trilhas — ele as cria. Entre as ordens mais antigas, há quem o veja como o espírito vivo do equilíbrio continental. Druidas do manto profundo acreditam que ele é o regente da pressão, da resistência e do silêncio mineral. Já magos imperiais o consideram uma maldição autorregenerativa do mundo, um lembrete brutal de que nem tudo pode ser extraído sem custo, visto que ele é bem poderoso.
status |
Não-Domável
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habitat |
Montanhas, Ravinas
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altura |
12 metros;
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comprimento |
18 metros;
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peso |
200 toneladas;
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
colapso da crosta
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Colapso de Crosta é o poder que define Targoss, o Núcleo Errante — não como um mero monstro, mas como a manifestação física do desequilíbrio tectônico do mundo. Ele não desfere esse ataque por raiva, mas por necessidade geológica. Quando Targoss se impõe no centro de um território instável ou profanado, sua couraça pulsa em círculos lentos e sua estrutura inteira se enrijece como uma montanha prestes a ruir. Então, com um rugido que não vem da garganta, mas do atrito de suas placas, ele ergue seu corpo colosso e desaba no solo com um impacto que ecoa como uma cratera nascida. No momento em que sua massa toca a terra, o mundo rasga. O chão sob seus pés explode em ondas concêntricas, como se placas tectônicas reais se libertassem da contenção milenar de alto poder.
Aliados e inimigos são igualmente afetados — magia não detém o colapso, pois ele não é mágico. É natural. Estruturas ruem, terrenos planos tornam-se campos fragmentados, e até zonas encantadas são desestabilizadas pelas vibrações. Qualquer tentativa de conjuração que exija estabilidade ou concentração é corrompida por microtremores que percorrem os ossos, e armaduras pesadas tornam-se prisões em meio ao colapso dinâmico do campo. Durante o auge do impacto, por breves segundos, Targoss revela seu núcleo incandescente, pulsando sob camadas abertas de rocha viva — uma brecha de poder e também uma janela de vulnerabilidade. Mas atacar o núcleo é um risco mortal: ele emana calor suficiente para deformar armas mágicas.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSO corpo de Targoss é composto por placas de rocha viva, metais ancestrais e minerais que absorvem impacto. Armas comuns, magias diretas e explosões mágicas são neutralizadas com facilidade. Ele é praticamente imune a danos convencionais. A composição mineral de sua pele desfaz energias arcanas ao contato. Magias ofensivas puras são absorvidas ou desviadas. Magos que dependem de poder bruto terão dificuldade para feri-lo. A presença de Targoss altera completamente o ambiente. Ele cria tremores constantes, rachaduras, mudanças topográficas e campos instáveis que impedem conjuração precisa e movimentação tática. O campo vira uma extensão do seu corpo. Targoss se cura lentamente ao absorver minerais e estruturas do ambiente. Montanhas, ruínas, paredes e até o solo alimentam seu processo de recomposição.
PONTOS FRACOSDurante o uso de seu poder Colapso de Crosta ou no processo de regeneração, seu tórax se abre, revelando um núcleo ígneo vivo. Essa é sua maior vulnerabilidade, embora chegar até ele seja extremamente arriscado devido ao calor e à instabilidade. Targoss é uma criatura colossal e pesada. Seus ataques são lentos, diretos e poderosos, mas fáceis de prever. Combatentes velozes, teletransportadores ou voadores conseguem manobrar ao seu redor com vantagem. Áreas consagradas por deuses da terra, purificadas com rituais antigos ou protegidas por geomancia sagrada bloqueiam sua regeneração e desestabilizam suas camadas minerais. Feitiços que afetam vibração e harmonia, como desintegração, som ou frequência luminosa, penetram suas defesas com maior eficácia. Targoss depende do terreno para se sustentar.
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recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
coração da crostaUm fragmento fragmentado do núcleo ígneo de Targoss, ainda pulsando com calor interno e vibração constante. Essa relíquia mineral-metalizada é utilizada como reagente de forja lendária, capaz de alimentar fornalhas eternas ou de dar forma a armas que vibram com energia tectônica. Qualquer lâmina feita com esse núcleo ignora resistência física comum e pode provocar rachaduras no solo a cada golpe.
cristal de pressãoFormado nas camadas externas de Targoss, esse cristal cresce apenas onde a pressão da terra é absurda. Carrega em sua memória as vibrações de eras inteiras. Quando fundido em escudos ou armaduras, diminui consideravelmente o impacto de ataques físicos e mágicos de empuxo ou impacto direto. Runas feitas com pó desse cristal são usadas em selos protetores de muralhas, fortalezas e rituais de contenção mágica, pois bloqueiam até mesmo tremores dimensionais.
fragmento de ossaturaParte da espinha mineral de Targoss, essa peça não é só resistente — ela absorve elementos da terra e armazena traços de energia do ambiente onde repousa. Quando integrada a bastões, grimórios rúnicos ou construções místicas, permite a conexão direta com o campo geológico local, amplificando magias de terra, pedra e metal. É usada por engenheiros mágicos e geomantes para criar muros vivos, golems minerais ou plataformas flutuantes.
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