décimo bahamut
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Tharnoz é a mais aterradora e enigmática das entidades dracônicas: o Bahamut do Vazio, a manifestação pura do nada absoluto, da ausência de forma, matéria e até mesmo de conceito. Ele não é uma criatura no sentido tradicional, mas uma presença anti-existencial, uma entidade que habita o espaço onde não há luz, cor, som ou pensamento — a antítese viva de tudo que é e que pode ser. Seu nome é pronunciado apenas com temor, como um suspiro sufocado que resiste a ser apagado pela ausência que ele representa. Em sua forma verdadeira, Tharnoz não possui contornos fixos: sua silhueta é instável, oscilando entre o dragão colossal de proporções cósmicas e a dissolução completa numa massa amorfa de sombras que não refletem luz, mas a devoram, atingindo assim seus limites mais supremos.
Quando assume uma configuração mais concreta, surge como um Bahamut negro, recoberto por uma pele opaca e fosca, semelhante a um buraco negro vivo, que consome incessantemente tudo o que se aproxima. As escamas não brilham, não possuem textura definida, mas são segmentos de um vazio que se molda conforme sua vontade. Seus olhos são duas fendas infinitas, onde não há globo ocular, mas uma ausência completa de existência. Olhar diretamente para eles significa ter a alma despedaçada e tragada para o não-ser, uma experiência que nenhuma criatura viva pode suportar sem perder-se para sempre. De sua boca aberta não emerge fogo ou hálito, mas um vórtice silencioso, uma sucção implacável que desfaz matéria, energia e até magia.
características da besta
conhecimento geral
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Tharnoz, o Bahamut do Vazio, possui características que o distinguem de todas as demais entidades dracônicas, não apenas pela sua forma colossal, mas pela própria natureza paradoxal de sua existência: ele não é feito de matéria, mas de ausência — um vazio moldado, uma entidade que ocupa espaço sem realmente estar nele, um buraco na estrutura da realidade que, mesmo assim, move-se, observa e aniquila. Sua morfologia, quando assume uma aparência perceptível, é a de um dragão titânico, mas seu corpo é composto por uma substância negra absoluta, não como tinta ou sombra, mas como a ausência completa de luz e cor. Sua superfície é lisa e fria, sem textura aparente, absorvendo completamente qualquer luz que o toque, sem jamais refletir ou revelar detalhes. O olhar para sua pele causa desorientação visual, como se os olhos fossem tragados para um abismo.
As escamas que revestem seu corpo não possuem bordas visíveis, apenas zonas de escuridão com densidades variáveis, que se movimentam lentamente em fluxos contínuos, criando a ilusão de que Tharnoz está sempre em processo de desfazer-se e refazer-se, como se o próprio conceito de forma física estivesse sendo constantemente negociado em sua presença. Sua cabeça é alongada e angular, com traços austeros e ameaçadores. Não possui olhos no sentido convencional: onde deveriam estar, abrem-se dois vórtices negros, tão profundos e densos que a luz que entra jamais retorna. Encará-los significa ter a mente tragada por uma força que ultrapassa o entendimento, e até mesmo entidades imortais sentem-se fracas diante desse olhar que não vê, mas apaga. Das laterais de sua mandíbula, estendem-se apêndices longos e afiados, semelhantes a chifres ou antenas que se curvam para trás, formados não por osso, mas por fragmentos de espaço colapsado, que distorcem a realidade ao seu redor. Sua boca, quando se abre, revela não dentes, mas um abismo pulsante, uma garganta que não conduz a órgãos internos, mas ao núcleo de anti-existência que constitui Tharnoz: o Epicentro de Vácuo. O tronco de Tharnoz é maciço e desprovido de ornamentos. A cada movimento, emana uma pulsação gravitacional que arrasta detritos, poeira e até mesmo luz para si, como uma estrela morta prestes a consumir tudo em sua órbita. Seu tórax parece sólido, mas é instável: áreas inteiras de seu corpo colapsam e se recompõem continuamente, como uma massa de energia negativa. Criaturas próximas a ele começam a sentir a densidade do mundo diminuir, como se suas próprias existências estivessem sendo sugadas, sua presença se esvaindo, até que, finalmente, são aniquiladas sem traço, como tudo que Tharnoz decide consumir e causar a destruição.
pacto da besta
inexistencia eterna
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Firmar um pacto com Tharnoz, o Bahamut do Vazio, não é um ato de conquista ou negociação, mas uma rendição total e irreversível ao não-ser. Diferente de outras entidades que oferecem poder em troca de lealdade ou sacrifício, Tharnoz não exige nada — ele apenas aceita ou aniquila. Aproximar-se dele é uma escolha de quem deseja abdicar da própria individualidade e dissolver-se na essência do Vazio, tornando-se uma extensão silenciosa da ausência que ele representa. O pacto é conhecido nas tradições ocultistas mais antigas como a Entrega ao Não-Ser. Para realizá-lo, o aspirante deve penetrar voluntariamente em uma zona de anulação deixada por Tharnoz — um local onde a realidade já foi apagada: um campo onde a luz não entra, o som não ecoa e a matéria parece frágil, como vidro à beira da ruptura. Ali, o aspirante deve permanecer imóvel, abrindo mão de toda resistência, toda identidade e todo desejo de permanecer.
Quando a rendição é completa, Tharnoz manifesta-se não como figura corpórea, mas como uma presença: um frio absoluto, uma pressão que esmaga e extingue, mas que, em raríssimos casos, encontra no aspirante um receptáculo adequado. Aquele que suporta o processo sem enlouquecer ou desfazer-se por completo torna-se o que as lendas chamam de um Vazio Encarnado — uma criatura cuja alma foi fundida a uma fração infinitesimal do Epicentro de Vácuo de Tharnoz. Este ser passa a carregar em seu peito um Fragmento de Ausência, uma fissura invisível que o conecta permanentemente ao Bahamut do Vazio. Esse vínculo concede dons incompreensíveis à mente humana: o pactuante torna-se capaz de anular matéria e energia com o toque, abrir fendas minúsculas de Vácuo que podem desintegrar objetos, sufocar magias ou apagar traços de existência. Com o olhar, pode induzir esquecimento absoluto, removendo memórias, nomes e até a noção de presença de alvos, como se nunca tivessem existido. Mas o preço é incalculável: quanto mais o poder do Vácuo é utilizado, mais o corpo e a identidade do pactuante se desfazem, esvaindo-se como poeira na ausência. Aos poucos, suas emoções apagam-se, suas memórias são engolidas pela fenda no peito, e sua presença no mundo torna-se cada vez mais etérea, até que não reste mais do que um vestígio — uma sombra silenciosa, indistinta e invisível, que vaga como um espectro do não-ser, consumindo o que encontra sem desejo ou intenção. O Vazio Encarnado não escolhe mais os seus caminhos: ele é atraído automaticamente por pontos de desequilíbrio, lugares onde a realidade está frágil ou onde forças de criação excessiva ameaçam romper tudo.
poder da besta
anulaçao absoluta
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O poder supremo de Tharnoz, o Bahamut do Vazio, é conhecido como a Anulação Absoluta — uma força que não destrói no sentido tradicional, mas que apaga completamente a existência, desintegrando não só a forma física, mas também a essência metafísica, a memória e a possibilidade de retorno. Diferente do fogo que consome ou do ácido que corrói, a Anulação de Tharnoz é silenciosa e inevitável, atuando como a força final que arrasta tudo de volta ao não-ser primordial. Quando Tharnoz ativa plenamente sua Anulação Absoluta, a realidade ao seu redor começa a colapsar em silêncio. Não há luz, não há som, não há resistência: apenas a súbita ausência. O espaço onde a força se manifesta sofre uma compressão impossível de descrever; os limites entre o que é e o que não é se desfazem, e tudo — desde as maiores montanhas até as menores partículas, das entidades corpóreas aos conceitos abstratos — é sugado para um vórtice de inexistência.
Este vórtice não se assemelha a uma explosão ou a uma implosão: ele simplesmente subtrai. O ar desaparece, a matéria evapora sem combustão, as almas perdem coesão e são arrastadas para um ponto de não-retorno onde o tempo, o espaço e a memória não existem. A marca mais terrível da Anulação não é a destruição visível, mas a ausência completa de qualquer vestígio: onde Tharnoz passou, não restam ruínas, cadáveres ou poeira — apenas um vazio absoluto, um buraco na continuidade do mundo que não pode ser preenchido. O alcance da Anulação Absoluta é teoricamente infinito, mas Tharnoz raramente a manifesta em sua totalidade, pois sua presença sozinha já é capaz de aniquilar tudo ao redor lentamente. Normalmente, ele concentra sua força em áreas ou alvos específicos: uma cidade que ousou desafiar o equilíbrio cósmico, uma criatura que transcendia os limites naturais, ou um plano inteiro corrompido pela criação excessiva. Além da aniquilação física, Tharnoz possui a capacidade única de apagar conceitos e leis naturais. Se assim desejar, pode anular a presença da gravidade em uma região, fazendo com que tudo flutue até se desfazer; ou extinguir o próprio princípio da magia, tornando qualquer feitiço, runa ou encantamento impossível de ser concebido naquele espaço. Mais aterrador ainda, Tharnoz pode apagar a memória coletiva de algo ou alguém: uma cidade inteira pode ser sugada pela Anulação e, com ela, todas as lembranças e registros que a sustentavam, como se jamais tivesse existido. Durante o ápice da manifestação desse poder, o ambiente entra em um estado conhecido como o Silêncio Pleno: um campo onde não há sons, cores, nem sensações táteis.
informações adicionais
dor eterna
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Tharnoz, o Bahamut do Vazio, é uma entidade que transcende os limites da compreensão, representando não apenas uma criatura ou força, mas o próprio conceito de fim absoluto. Ele é aquilo que existia antes da luz, antes do tempo, antes da matéria — e aquilo que inevitavelmente espera ao final de todas as coisas. Onde os outros Bahamuts representam aspectos elementais, forças primordiais ou arquétipos de criação e preservação, Tharnoz é a antítese silenciosa: o não-ser, a negação última de tudo o que é. Diferente de entidades que manifestam poder através da força ou da vontade, Tharnoz não deseja, não busca e não escolhe. Sua presença é uma consequência inevitável da existência: tudo o que é gerado, tudo o que respira, tudo o que sonha, move-se inconscientemente em direção ao Vazio que ele representa. Por isso, ele não se considera um predador ou um juiz; é simplesmente a força natural que corrige o excesso, apaga a falha e dissolve o transitório.
Em antigas cosmologias, Tharnoz é descrito como A Fronteira Final, um limite invisível que paira além das estrelas, onde até mesmo as leis fundamentais da física começam a desintegrar-se, e onde a existência não tem mais como sustentar-se. Alguns acreditam que ele reside nos abismos interdimensionais entre os mundos, nas fendas do espaço-tempo que nunca foram tocadas pela criação, ou até mesmo no centro silencioso do multiverso, onde a expansão do cosmos cessa e começa a retração. Apesar de sua imensurável força, Tharnoz não é uma entidade que se manifesta com frequência. Sua presença direta é rara, pois o Vazio não precisa correr para engolir o ser: ele simplesmente espera, enquanto o tempo e a entropia fazem seu trabalho. Contudo, há relatos em textos proibidos e ruínas ancestrais de que Tharnoz já se manifestou em momentos críticos da história cósmica: quando uma civilização ousou romper os limites da criação e se aproximar do status de deuses; quando planos inteiros se tornaram fontes de corrupção incontrolável; ou quando, simplesmente, uma realidade tornou-se insustentável e precisou ser subtraída para proteger o equilíbrio maior. Essas aparições são sempre silenciosas e rápidas: cidades desaparecem sem deixar ruínas, constelações apagam-se da noite sem que alguém perceba, deuses desaparecem dos altares e das memórias, como se jamais tivessem existido. Quando Tharnoz age, ele não deixa história, não deixa testemunhas, não deixa sequer o eco. Há ordens esotéricas e cultos silenciosos, como os Vazianos ou os Monolitas do Silêncio, que veneram Tharnoz não como um monstro, mas como o ciclo necessário da existência: o fim que confere sentido ao começo, o descanso final de todas as coisas que, de outra forma, se corromperiam pela eternidade. Esses cultos, estranhamente, não praticam sacrifícios nem rituais sanguinários: sua devoção é feita através do silêncio absoluto, do auto-isolamento e da busca pela completa anulação do ego e da presença, na esperança de fundir-se ao Vazio sem dor, sem resistência, com aceitação plena e dizimadora.