besta eterea
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Thirzael é uma criatura colosal que habita as profundezas esquecidas das florestas onde o tempo parece não avançar. Ele não nasceu — foi cultivado, crescido como um tumor mágico pela própria terra para manter selado algo que jamais deveria ser despertado. Seu corpo é feito de raízes espessas, troncos fossilizados e minerais antigos trançados em formas quase humanoides, mas sem rosto, sem olhos e sem boca. Ele é uma prisão viva, um guardião ancestral que não protege por vontade, mas por função. Quando caminha, o chão se deforma em placas que se entrelaçam novamente, como se a própria floresta estivesse se moldando ao seu redor. Seu rugido é o som das árvores caindo, das pedras se quebrando — mas jamais de fúria. Ele luta apenas para manter o equilíbrio daquilo que não deve ser tocado.
Sua forma é monstruosa e imponente. O tronco que lhe serve de torso lembra uma árvore milenar petrificada, com galhos retorcidos surgindo dos ombros como espinhos naturais. Seus braços, formados por raízes nodosas entrelaçadas com minério bruto, se arrastam pelo chão, movendo-se lentamente como serpentes de terra. Não possui rosto visível — em seu lugar há um entalhe natural que emana uma leve luz âmbar, como se guardasse ali uma memória eterna do que ele selou. De seu corpo brotam pequenos fragmentos de musgo antigo e cogumelos fluorescentes, indícios de sua ligação com os ciclos de apodrecimento e renascimento da floresta. Quando ele se move, não pisa: ele se incorpora ao solo e ressurgem membros à frente, atingindo sua forma.
características da besta
conhecimento geral
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Seu andar é lento, mas implacável. Ao se erguer, tudo ao redor começa a repetir-se — ventos que sopram em círculos, folhas que caem do mesmo modo, sons que ecoam de maneira idêntica. Thirzael transforma o ambiente em um loop, como uma estagnação que domina o presente. Guerreiros já relataram que, ao lutar contra ele, se viam presos em coreografias de batalha já realizadas antes, como se estivessem amaldiçoados a repetir cada erro. Magos viam seus feitiços falharem porque seus gestos repetitivos eram interceptados por raízes antes mesmo de serem finalizados. A função de Thirzael é clara: selar, manter e sufocar. Ele guarda aquilo que nunca deveria retornar, enterrado sob sua floresta — e por isso mesmo, sua morte pode ter consequências imprevisíveis, atingindo seus objetivos.
Muitos não ousam enfrentá-lo por medo do que pode emergir no instante em que sua prisão cair. Seu rugido não é orgânico. É um som que ecoa como o estalar de troncos sendo partidos, como árvores ruindo uma sobre a outra em uma tempestade. Quando ele se agita, a floresta inteira parece responder. Raízes se contorcem em sua direção, o solo se ergue como ondas de terra viva, e o céu parece escurecer por reflexo. Mesmo que derrotem Thirzael, os combatentes muitas vezes não saem vitoriosos — pois o que ele guardava, libertado, pode ser muito pior do que a besta em si. Se desejar, posso elaborar o que está selado sob o corpo de Thirzael ou expandir o cenário da Zona Enraizada com criaturas auxiliares, armadilhas naturais e segredos esquecidos, tornando as coisas ainda mais difíceis.
status |
Não-Domável
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habitat |
Montanhas, Ravinas
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altura |
12 metros;
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comprimento |
25 metros;
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peso |
30 toneladas;
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
eco profundo
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Iszarel não fere diretamente — ele dilui a realidade, desfazendo a linha firme entre o que é e o que poderia ter sido. Quando ativa seu poder, o ar ao redor torna-se denso como sonho, as cores se distorcem e os sons começam a se repetir com atraso. Nesse instante, múltiplas versões de sua forma aparecem ao redor do campo, cada uma vagamente diferente, como reflexos imperfeitos em poças espelhadas. Esses ecos não são ilusões comuns — são possibilidades reais de sua existência, instabilidades que se alimentam da dúvida e da memória dos oponentes. Algumas dessas manifestações reagem como se fossem Iszarel, outras permanecem imóveis, olhando. E pior: para cada mente perturbada presente, mais cópias surgem, permitindo que suas capacidades se tornem ainda mais poderosas.
Durante esse estado, ataques físicos, mágicos ou sensoriais têm alta chance de atingir a versão errada, dissipando-se em névoa e luz pálida. Magos tentam lançar magias e veem seus próprios feitiços se desviarem, combatentes tentam golpear e sentem a lâmina atravessar uma figura oca, sem peso, que olha com a máscara rachada. Além da distorção visual, o Eco de Si Mesmo invade a mente dos oponentes. Visões surgem: memórias antigas, possibilidades não vividas, rostos esquecidos. A vítima se vê confrontando versões dela mesma — fracassadas, corrompidas, ou nunca realizadas. Em combates longos, isso enfraquece a vontade, reduzindo resistência emocional e anulando feitiços que dependem de foco de quem está lutando diretamente contra ele.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSIszarel é uma entidade cuja força reside na manipulação da realidade através da incerteza, da dúvida e da multiplicidade de possibilidades. Sua presença no campo de batalha altera não apenas o espaço ao redor, mas também a forma como o tempo e a percepção operam. Ele é extremamente poderoso em confrontos onde há várias mentes perturbadas ou instáveis, pois é nesse ambiente que suas versões alternativas florescem. Cada cópia que surge não é apenas uma ilusão, mas uma variação concreta de si mesmo, gerada pelas possibilidades latentes do que ele poderia ser. Isso o torna quase impossível de rastrear ou de antecipar, especialmente por magias ou habilidades baseadas em lógica linear.
PONTOS FRACOSPorém, ele não é invencível. Sua maior fraqueza está justamente naquilo que o define: a ausência de forma fixa. Iszarel não é um combatente direto. Ele raramente ataca de maneira convencional, o que o torna vulnerável contra adversários objetivos, focados e com grande capacidade de resistência mental. Enfrentar alguém cuja mente seja blindada contra ilusões, ou que atue com fé cega e determinação implacável, reduz imensamente sua eficácia. Da mesma forma, locais onde a realidade é mais "fixa" — templos sagrados, zonas de ordem absoluta, planos onde a verdade é uma constante — interferem em sua habilidade de manifestar cópias e distorcer os sentidos. Existe também um risco intrínseco em sua técnica: as versões alternativas de si mesmo, embora normalmente obedientes ou passivas, às vezes emergem com fragmentos de vontade própria, de maneira geral.
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recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
cadeira vaziaSempre que Iszarel está presente em uma sala, mesmo disfarçado ou invisível, uma cadeira comum próxima torna-se ligeiramente mais gasta, como se alguém tivesse passado anos sentado ali. Essa cadeira parece sempre virar-se na direção de quem mais desconfia da realidade no ambiente. Em locais onde não há móveis, pedras se reorganizam, folhas se acumulam ou sombras tomam formas que sugerem uma presença sentada e paciente. Dizem que, caso alguém se sente nessa “cadeira” sem ser convidado, experimentará, por alguns minutos, a sensação de ser todas as versões.
voz atrasadaA fala de Iszarel nunca coincide exatamente com o movimento de seus lábios. Às vezes, sua voz chega alguns segundos antes; outras vezes, se arrasta atrás do som ambiente, como um eco vindo do futuro. Isso também ocorre com seus ecos: alguns falam em línguas antigas, outros repetem palavras de lembranças do oponente, como se pescassem falas do passado. Em raras ocasiões, uma das vozes diz algo que só acontecerá horas depois — um aviso, uma ameaça, ou uma simples frase fora de contexto que só fará sentido quando for tarde demais.
espelho antigoIszarel carrega, guardado em seu manto ou escondido entre suas cópias, um fragmento de espelho rachado. Ao ser olhado, ele não reflete quem você é — mas quem você poderia ter sido. Cada pessoa vê algo diferente, muitas vezes algo que ela nem sabia desejar. No entanto, quanto mais tempo se olha, mais difícil se torna lembrar qual dessas versões era a real. A exposição prolongada pode causar confusão existencial, perda de identidade ou a substituição espontânea da alma pela versão refletida.
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