eterna queda
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ACESSO |
Bloqueado
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LINGUAGEM |
Nevalthar
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território |
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cultura |
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influência |
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informações do continente
torre de babel
A Torre de Babel, em Thornwald, é o maior e mais terrível monumento já erguido por mãos mortais — não como um símbolo de ambição, mas como um grito desesperado contra o destino. Ela se ergue no centro do continente como uma agulha colossal, perfurando os céus doentios de Thornwald, coberta por runas queimadas, marcas de sangue e escamas de pedra que exalam calor residual de rituais há muito esquecidos. Sua origem remonta à primeira era após a chegada da entidade sombria que amaldiçoou Thornwald. O continente, envolto pela influência de um ser insondável conhecido apenas como Aquele que Persiste, mergulhou em desespero e degeneração. Os antigos habitantes — cultos, reis, profetas enlouquecidos — decidiram que não poderiam mais viver sob a presença constante daquela entidade sem enfrentá-la. E assim nasceu a ideia da Torre: uma ponte forjada para alcançar os céus e invadir o domínio da divindade, mas obviamente isso caiu por terra.
A construção levou séculos, erguida por gerações que nunca veriam seu fim. Cada andar era mais complexo e distorcido que o anterior, como se a própria realidade resistisse à sua conclusão. Magia proibida, sacrifícios impensáveis e tecnologias arcanas foram empregadas em sua edificação. Mas a Torre de Babel não era apenas uma estrutura física — ela era também um vórtice de intenções, culpas e promessas, carregando as vontades quebradas de toda uma civilização. Quando os últimos andares estavam prestes a tocar o véu entre mundos, a entidade despertou de sua apatia. Em um ato de repulsa e defesa, ela rasgou os céus sobre a torre, corrompendo seus andares superiores e selando o caminho para seu trono. Os construtores enlouqueceram. As escadas se curvaram para dentro de si mesmas. Portais se abriram para lugares que não deveriam existir, e o topo da torre se perdeu em camadas distorcidas de tempo, onde o chão pulsa como carne viva e o ar tem sabor de arrependimento, mas também de glória.
cultura do continente
aquele que persiste
Aquele que Persiste é a entidade primordial que domina o continente de Thornwald — uma divindade que não reina com luz, justiça ou caos, mas com a agonia da continuidade. Ele não destrói, não redime e não perdoa. Ele permanece. E essa permanência é a essência da maldição que cobre o continente. Ninguém sabe ao certo de onde veio. Algumas lendas dizem que ele foi o primeiro pensamento consciente do desespero, nascido no vácuo entre a vida e a morte. Outros acreditam que foi um deus menor esquecido pelos planos divinos, corrompido pela solidão absoluta. Há quem jure que ele não foi criado — apenas descoberto, esperando imóvel no âmago do mundo até que alguém ousasse olhar fundo demais. Sua presença em Thornwald não é física no sentido convencional. Ele habita os espaços entre os pensamentos, os instantes entre um sussurro e um grito, os segundos entre o último suspiro e a morte real. Seus olhos não são vistos, mas são sentidos — como um peso na nuca, como o ar parado antes de uma sentença.
Seu nome verdadeiro foi removido da existência. Aquele que Persiste é apenas a designação que os mortais conseguiram conceber para referir-se a ele sem enlouquecer. Sua maldição é paradoxal: todos em Thornwald são, de certa forma, abençoados por ele. Mas essa bênção é sempre um fardo. Alguns veem o passado de todos que tocam e são incapazes de esquecer; outros recebem a habilidade de curar, mas cada cura retira algo de si. Há os que não podem morrer, nem dormir, nem esquecer. Nada vem sem o toque do sofrimento. Para ele, o sofrimento não é punição — é preservação. Ele acredita que a dor é a única verdade constante, e por isso, aquele que sofre jamais desaparece. Ele odeia o fim. E tudo que ameaça o encerramento — seja da vida, de uma ideia, de um ciclo — atrai sua atenção. Por isso, ele destruiu os últimos andares da Torre de Babel: não porque temia os mortais, mas porque eles ousaram concluir algo. Para ele, conclusão é traição. Persistir é o único caminho digno. Existem cultos em Thornwald que o reverenciam, não por adoração, mas por sobrevivência. Eles fazem pactos, entoam orações invertidas, ofertam lembranças e cicatrizes em troca de mais tempo, mais visão, mais persistência. Mas ninguém realmente escapa de seu preço: quanto mais vive, menos deseja viver.
pontos fortes
desespero eterno
Desespero Eterno não é apenas uma condição em Thornwald — é a natureza fundamental da existência sob a sombra de Aquele que Persiste. Ele não chega de forma repentina, como uma tragédia súbita, mas se infiltra lentamente, como uma névoa que nunca se dissipa. É um estado de ser onde o sofrimento deixa de ser uma reação e se torna a realidade constante. Em Thornwald, viver é desespero. E morrer… é um luxo nem sempre concedido. O Desespero Eterno é a maldição invisível que paira sobre tudo: sobre o céu doente, sobre as cidades sem esperança, sobre os sorrisos vazios das crianças que já nascem cansadas. Os habitantes não têm ilusões de salvação — eles apenas continuam. Sobrevivem por instinto, por hábito, ou por medo do que pode vir caso parem. A própria alma varkitanica se desfigura sob essa influência, tornando os sentimentos belos — amor, arte, fé — sombras retorcidas de si mesmos.
Não há paz em Thornwald. Sonhos são frequentemente invadidos por lembranças que não pertencem ao sonhador. Alguns afirmam ouvir, toda madrugada, uma voz sem corpo sussurrando: Ainda não acabou. Outros veem reflexos de si mesmos vivendo uma vida que nunca terão, sempre sorrindo… antes de encarar o abismo. Aqueles tocados mais profundamente pelo Desespero Eterno tornam-se os Ancorados — indivíduos que já não conseguem morrer, mas também não vivem de verdade. Andam entre os vivos com os olhos vidrados, como testemunhas eternas de tudo que se perde. Eles são lembrados, temidos e, em alguns casos, venerados, pois são a prova de que não importa quanto tempo passe, o sofrimento persiste. A Torre de Babel, centro gravitacional desse desespero, amplifica sua presença. Quanto mais alto se sobe nela, mais denso se torna o sentimento de ausência, de perda infinita, de que tudo que você é ou foi jamais será suficiente. Muitos enlouquecem ao tentar resistir àquilo que não tem forma, mas que está em tudo. O próprio tempo dentro da Torre é distorcido, como se o passado, o presente e o futuro gritassem ao mesmo tempo… e ninguém escutasse, pelo menos não vivo.