Nas profundezas além dos véus dimensionais, onde nem mesmo os ecos do tempo ousam entrar, existe Thulgaroth, o reino do vazio absoluto. É um plano anterior à luz, formado nos primórdios da existência a partir da negação do ser, da rejeição da criação, um lugar onde até os deuses hesitam em olhar. A escuridão aqui não é ausência de luz, mas uma entidade viva, densa e consciente, que envolve tudo em um silêncio sufocante. O próprio chão de Thulgaroth parece pulsar com uma energia negativa antiga, como se estivesse vivo, faminto por emoções, calor e alma. Os poucos ecos que ressoam nesse mundo são lamentos distorcidos, ecos de almas perdidas que jamais encontraram repouso. As terras de Thulgaroth são compostas por vastas planícies de cinzas negras, montanhas quebradas que gotejam um sangue petrificado, e vales preenchidos por nevoeiros etéreos que diluem a sanidade dos que ousam atravessá-los. Torres de ossos se erguem do solo como dedos de uma entidade colapsada, vestígios de civilizações corrompidas que tentaram se erguer neste plano — e falharam.
Governante Vazio
Aquela que guarda o mundo além de Thulgaroth é conhecida como Vorakul, a Sussurrante do Abismo. Antiga como as trevas primordiais e forjada no silêncio entre os batimentos do tempo, Vorakul reina nas profundezas do vazio absoluto, onde a luz teme adentrar. Seus sussurros percorrem os ventos estagnados de Thulgaroth, guiando os espectros, vampiros e entidades das sombras que ali habitam. Dizia-se que apenas aqueles que abraçam a total escuridão conseguem ouvir sua voz sem perder a sanidade.
limites do mundo terras desoladas
As terras de Thulgaroth são verdadeiramente desoladas, moldadas por uma escuridão que não apenas envolve, mas corrompe tudo o que toca. Este reino, situado além dos limites da realidade, existe em um estado de eterna penumbra, onde a luz do sol jamais ousou penetrar. O céu está eternamente coberto por nuvens negras, girando como um redemoinho de tempestade contida, carregadas de relâmpagos silenciosos que iluminam por breves segundos os contornos distorcidos da paisagem. A topografia de Thulgaroth é um pesadelo de pedra e trevas — montanhas erguidas como lanças em direção a um céu que nunca responde, vales que sussurram com vozes esquecidas, e desfiladeiros que parecem querer engolir qualquer um que olhe fundo demais. O solo é feito de uma rocha negra e quebradiça, que emana um frio antinatural e recusa-se a sustentar qualquer sinal de vida em sua visão.
O vento de Thulgaroth é mais do que apenas ar em movimento — ele é a própria vontade do vazio, cortando a pele como lâminas finas, sussurrando insanidades antigas nas orelhas daqueles que caminham a esmo. Ele não sopra... ele arrasta. Ele exige silêncio. Neste mundo sem som, o silêncio é um peso. Um vazio quase físico. Nenhum canto de pássaro, nenhum eco de água — apenas o rumor abafado de passos que não parecem seus, e o ocasional grito distante, como se o próprio reino lembrasse aos intrusos de sua vigília eterna. E quando esse grito ecoa... a escuridão se move. A desolação de Thulgaroth não é natural. É a consequência de eras de consumo. O próprio tecido do mundo foi drenado pelas forças sombrias e demoníacas que ali se refugiaram, entre elas os espectros dos exilados, os vampiros de antigos impérios extintos, e horrores forjados no vazio pela própria divindade que governa este lugar: Vorakul, a Sussurrante do Abismo. Em Thulgaroth, a esperança é uma memória distante. Tudo o que cresce aqui, cresce distorcido. Tudo o que vive, vive sedento de alma. Tudo o que dorme... sonha com a morte de todos os mundos existentes.
conhecimentos extras LAR DOS ESQUECIDOS
Thulgaroth é um reino que se alimenta das trevas e do desespero — um abismo sem fim onde a própria realidade parece apodrecer. Suas terras desoladas são o reflexo de uma natureza corrompida, um espelho quebrado do mundo original, onde toda beleza foi obliterada por séculos de decadência. O reino do vazio exala uma energia negativa ancestral, uma força pura de corrupção que permeia tudo. Essa energia flui como rios invisíveis pelo solo estéril, elevando pântanos negros que jamais secam, alimentando monólitos profanos que sussurram em línguas esquecidas. Ela exerce um chamado instintivo e irresistível sobre criaturas demoníacas, espectrais e mortos-vivos — um sussurro constante que reverbera em seus ossos, chamando-os de volta para o seio das trevas.
Criaturas de reinos distantes, banidas por seus próprios povos, vagam por planos em busca deste domínio sombrio. Aqui, suas essências não apenas sobrevivem, mas florescem. Alimentadas pela podridão viva do reino, tornam-se versões distorcidas e mais poderosas de si mesmas. Algumas até se fundem com a essência do vazio, transcendendo a forma mortal e tornando-se entidades semi-etéreas, parcialmente conscientes do próprio ciclo corruptor do lugar. A atmosfera é tão densa com trevas que o próprio ar parece resistir a ser respirado. O frio é espiritual, e não térmico — um frio que enrijece a alma e entorpece a esperança. A maioria das formas de vida comuns não apenas morrem aqui... elas se desfazem, como se fossem meras ilusões banidas pela força esmagadora da realidade distorcida. Caçadores de relíquias, estudiosos profanos e aventureiros sem alma atravessam planos para encontrar os artefatos mágicos proibidos que dizem repousar nos salões esquecidos de Thulgaroth. Espadas que sangram sombras, grimórios que murmuram com a voz de deuses mortos, coroas que concedem domínio sobre as marés do vazio... Estes são os tesouros que fazem tolos se tornarem lendas em seus mundos reais.
ACESSO AO MUNDO portoes DO VAZIO
Nos dias primordiais, quando o multiverso ainda engatinhava sob os olhos vigilantes dos Titãs e a tessitura do tempo ainda era maleável, Sovas, o deus supremo e arquiteto do equilíbrio, viu a ameaça que se formava no horizonte da criação. Seres corrompidos pela ambição, entidades nascidas da anomalia do vazio e ecos dos pesadelos de mundos que jamais deveriam ter existido começaram a se mover, desafiando a ordem dos deuses. Essas criaturas não pertenciam a lugar algum, e ainda assim almejavam dominar tudo. Elas não desejavam poder para governar, mas para devorar, subverter e apagar o que havia sido criado. Sovas compreendeu que nem mesmo a destruição total seria suficiente. Esses seres retornariam, reformados pelas falhas do tempo, pelas rachaduras do espaço, pelas intenções dos mortais. Era preciso algo final. Inquebrável. Eterno.
Foi assim que nasceu a ideia dos Portões do Vazio — não como uma mera prisão, mas como um abismo dimensional selado, onde o conceito de existência seria desfeito. Uma cela feita não de muros, mas de negação absoluta do ser. Sovas ascendeu à Forja da Eternidade, um plano secreto criado pelos Titãs para moldar as Leis da Realidade. Ali, no centro do fogo que não consome e da luz que cega os próprios deuses, ele trabalhou com a matéria-prima do universo: Fragmentos de Criação Primordial. Com suas próprias mãos divinas, fundiu poder celestial, essência cósmica e partículas do Tempo Infinito. Cada batida de seu martelo reverberava pelos planos, gerando ondas de pura ordem que estabilizavam os tecidos do multiverso. Cada deus jurou um voto eterno diante dos Portões, um Juramento Cósmico que vincula sua essência à integridade da prisão. Eles não poderiam romper o selo, nem mesmo por vontade própria, a menos que o próprio Sovas retornasse para permitir — um evento que jamais ocorreu desde os Tempos Primordiais. Desde então, os Portões permanecem selados, guardando horrores tão antigos quanto a própria Criação, inclusive entidades que antecedem os próprios deuses. Os poucos que tentaram encontrar os Portões se perderam em realidades despedaçadas, sendo consumidos antes mesmo de compreenderem o que estavam buscando.