Em eras remotas, quando o som da criação ainda vibrava entre os alicerces do mundo, existia um ser que não pronunciava palavras — apenas revelava verdades. Chamado outrora de Ithuriel nas crônicas esquecidas do Éter, ele não era anjo de trombeta nem guerreiro de espada flamejante. Ele era o olhar que atravessava a ilusão, a lâmina que desvelava o disfarce, o sensor do falso. Mas a visão de Ithuriel tornou-se um fardo. Em meio às mentiras dos deuses e aos pactos feitos entre sombras e luzes, sua imparcialidade tornou-se insuportável. E então, ele caiu — não por pecado, mas por excesso de discernimento. E caiu em silêncio, sem condenação, sem salvação. Apenas exílio. No mundo material, o eco de sua essência cristalizou-se como Thurak — não mais uma entidade, mas uma linhagem, um código.
E em sua presença, máscaras tremem, votos são revelados e corrupções se contorcem à luz do olhar que não julga, apenas constata. Eles não pregam justiça. Não seguem doutrinas. Eles simplesmente desnudam o véu, arrancando as tintas que cobrem a verdade. Seja num campo de batalha, numa câmara de rituais ou nos becos de uma cidade corrompida, a presença de um herdeiro de Thurak é o prenúncio do despertar inevitável. Alguns os chamam de inquisidores da alma. Outros os temem como sussurros do fim da mentira. Mas a verdade é mais simples: eles apenas são aquilo que resta quando todas as ilusões morrem. Dizem que uma única palavra de um herdeiro de Thurak pode calar uma legião. Que seu toque em uma inscrição pode torná-la ilegível — ou revelá-la como maldita. E que quando eles olham nos olhos de alguém, algo dentro se move, se torce.
história do legado
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Ele não veio do céu como um milagre, nem da terra como um fruto. Veio de entre os dois — nasceu no intervalo entre o sagrado e o profano, entre o que é mostrado e o que é temido. O mundo conhece muitas forças: o fogo que purifica, a luz que consola, a escuridão que consome. Mas Thurak é mais antigo que todas elas, porque ele não queima, não acalenta, nem destrói — apenas revela. Na origem do nome está Ithuriel, guardião que um dia fora convocado para discernir o real do ilusório, o divino do usurpado. Era ele quem tocava a carne de reis disfarçados de santos e, ao simples contato, fazia ruir os encantamentos de glória. Não havia julgamento em seus olhos, apenas a verdade despida — e isso era insuportável, tornando a batalha contra seus inimigos ainda mais fácil, quando se trata de limites.
E então ele desapareceu do mundo dos nomes e tornou-se função, eco, linhagem sem sangue: o primeiro herdeiro de Thurak. Não um profeta, nem um inquisidor, mas um reflexo de tudo o que se recusa a ser visto. O legado de Thurak não é invocado com orações. Ele desperta. Em meio a mentiras institucionalizadas, a feitiços que sustentam a tirania, a encantamentos que vestem de luz os mais sombrios, ele surge como um ponto de interrupção. Seus herdeiros não pertencem a exércitos nem a religiões. Eles são solitários. Não por escolha, mas por consequência. A verdade isola. A verdade exige coragem para não se calar diante do que fere. Thurak é a lâmina que não sangra, mas desnuda. É o silêncio que, ao invés de ocultar, grita. É o gesto que, sem palavra alguma, desmancha milagre e mentira. Aqueles que herdarem o nome de Thurak devem entender: seu maior dom não é o que fazem os olhos verem. É o que a presença deles faz o mundo confessar, mesmo sem querer. Pois não se mente diante de quem nunca pergunta. Apenas se treme, deixando uma marca em suas almas, eternamente.
habilidades passivas
primeiro desbloqueio
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Em Midrel, os Legados não são apenas marcas narrativas ou títulos honoríficos — eles são fontes vivas de poder. Ao serem adquiridos, cada Legado desperta habilidades passivas únicas, profundamente ligadas à essência do herói, figura ancestral ou entidade que o originou. Essas habilidades são desbloqueadas automaticamente no momento da compra, como se o próprio mundo reconhecesse o vínculo selado entre o personagem e a história que ele agora carrega. Essas passivas agem de forma constante e espontânea, sem exigir ativação. Cada Legado possui uma ou mais dessas passivas exclusivas, e nenhuma pode ser obtida por outros meios de forma geral.
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véu cortado |
A presença do herdeiro de Thurak afeta os tecidos sutis da realidade. Ilusões visuais, mágicas disfarçadas, encantamentos de ocultação e camuflagens mágicas ou espirituais são menos eficazes contra ele — pois sua mente, guiada pelo instinto de revelação, rejeita aquilo que é falso por natureza. Mesmo que não ative uma habilidade, sua percepção costuma detectar o que está escondido. Essa habilidade se ancora na SABEDORIA interpretativa, que lê os sinais do mundo, na FÉ silenciosa, que confia no real sem precisar de dogmas, e na PRECISÃO espiritual, capaz de distinguir nuances.
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julgo sem julgar |
A simples presença do herdeiro é desconfortável para mentirosos, entidades corrompidas ou possuídas, e conjuradores que dependem de manipulação mágica. Sempre que se aproxima de alguém que oculta intenções ou está sob influência, essa influência tende a enfraquecer, seja uma possessão, uma mentira encantada ou uma dominação mental. Ele não precisa confrontar — basta que permaneça perto. Essa passiva é sustentada pela RESISTÊNCIA à corrupção mental, pelo CARISMA incorruptível que força os outros a hesitar, e pela SABEDORIA ética que permite discernir o momento certo de falar — ou se calar.
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primeiro toque |
Todo herdeiro de Thurak carrega, de forma invisível ou literal, uma marca — o resquício do primeiro instante em que foi tocado pela essência da Revelação. Essa marca não apenas o protege de feitiços de subversão e dominação, mas cria uma espécie de campo psíquico ao seu redor, onde a realidade se torna mais densa, mais difícil de manipular. Inimigos próximos a ele têm mais dificuldade em manter ilusões ativas, e magias que tentam distorcer a percepção sofrem instabilidade.
Essa passiva depende da VITALIDADE espiritual que sustenta o campo revelador, da RESISTÊNCIA arcana herdada do exílio de Ithuriel e do PODER interior. |
habilidades ativas
conhecimento geral
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Em Midrel, os Legados não se limitam a conceder apenas habilidades passivas — eles também despertam habilidades ativas exclusivas, profundamente enraizadas na essência heroica, espiritual ou mítica da figura que originou o legado. Essas habilidades ativas representam manifestações diretas da vontade, do poder ou da memória viva do ancestral, sendo únicas, poderosas e, muitas vezes, transformadoras. Ao adquirir um Legado, o personagem desbloqueia automaticamente uma habilidade ativa vinculada ao núcleo simbólico daquele legado. Essas técnicas carregam um peso narrativo enorme e são respeitadas por todos aqueles que estão ao seu redor dentro de uma missão, aliados ou não.
[NÍVEL I] Toque do Desmascarador - Ao estender a mão ou apontar a lâmina, o herdeiro de Thurak desfaz toda e qualquer ilusão sobre um alvo único — sejam feitiços de invisibilidade, disfarce mágico, transformações, runas de confusão ou proteção ilusória. O alvo retorna à sua forma ou estado real. Além disso, qualquer criatura com intenções ocultas sente um calafrio profundo e, por um turno, hesita. Essa habilidade é alimentada pela SABEDORIA penetrante que reconhece o que está por trás das aparências, pela PRECISÃO mágica que canaliza o gesto com perfeição, e pelo PODER de interferência, que atua diretamente sobre a camada ilusória do mundo que todos nós vivemos.
[NÍVEL V] Palavra do Real - Nem toda verdade precisa ser gritada. Às vezes, uma única palavra basta — e ela reverbera como um trovão interior. O herdeiro de Thurak invoca um termo primitivo, uma frase que não pertence à linguagem comum, mas sim ao alfabeto secreto que Ithuriel leu nos ossos da criação. Ao pronunciá-la, ele quebra vínculos de encantamento coletivo: um exército enfeitiçado pode hesitar, um culto em transe pode despertar, e uma mente dominada pode recuperar o senso de si. Aliados são tomados por uma clareza súbita, como se tivessem emergido de um sonho longo. Inimigos, ao contrário, sentem descompasso — como se a mentira em que se apoiavam perdesse consistência.
Baseia-se no CARISMA oculto, que dá peso à palavra; na FÉ firme, que a ancora; e na SABEDORIA interpretativa, que entende o momento exato de falar.
[NÍVEL X] Reflexo Rachado - Não há proteção quando o reflexo te acusa. O herdeiro evoca um espelho que ninguém vê, uma superfície que reflete intenções em vez de rostos. A partir do momento em que essa habilidade é ativada, qualquer ataque mágico, encantamento ou maldição direcionado ao herdeiro pode ser revertido contra seu conjurador, ou se tornar inofensivo. Mais do que uma barreira, é um juízo. A própria feitiçaria hesita, se contorce, recua. Inimigos que atacam com intenções ocultas sofrem com o peso da própria energia sendo desdobrada. Esse julgamento exige RESISTÊNCIA espiritual, SABEDORIA profética e uma VITALIDADE oculta, capaz de sustentar o espelho mesmo diante das forças mais densas.
[NÍVEL XV] Véu Antigo - Com um gesto que corta o ar — como se estivesse rasgando o tecido de uma tapeçaria invisível — o herdeiro abre uma fenda na realidade ilusória. Esse rasgo não provoca destruição material, mas rompe encantamentos que sustentam disfarces, maldições em forma simbólica, magias de projeção, ou entidades que operam entre planos. Durante breves segundos, todos dentro da zona de efeito estão expostos como são de verdade: aliados sentem-se mais inteiros, mas vulneráveis; inimigos, por outro lado, veem sua camada de proteção se desintegrar. Entidades ocultas são forçadas a se revelar — e mesmo os planos próximos tremem diante da abertura. A fenda exige PODER simbólico, SABEDORIA dimensional e PRECISÃO ritual, pois abrir tal corte sem colapsar a estrutura.
[NÍVEL XX] Silêncio da Lâmina - Não há som. Não há gesto. Apenas a existência do herdeiro, imóvel, ativa uma zona onde a mentira não respira. Durante essa habilidade, ele se torna o centro de uma realidade mais densa, onde feitiços de ilusão, possessões, máscaras espirituais e manipulações mentais não funcionam. Não é uma barreira mágica. É uma ausência. Um campo de realidade pura onde tudo o que depende da distorção falha. Criaturas encantadas se desfazem, magias silenciam, palavras falsas perdem peso. Aliados encontram estabilidade. Inimigos, desespero. Essa habilidade é sustentada por uma FÉ implacável, CARISMA silencioso e SABEDORIA transcendental — a tríade de atributos que não impõe, mas revela, e ao revelar, obriga o mundo a obedecer.
[NÍVEL V] Palavra do Real - Nem toda verdade precisa ser gritada. Às vezes, uma única palavra basta — e ela reverbera como um trovão interior. O herdeiro de Thurak invoca um termo primitivo, uma frase que não pertence à linguagem comum, mas sim ao alfabeto secreto que Ithuriel leu nos ossos da criação. Ao pronunciá-la, ele quebra vínculos de encantamento coletivo: um exército enfeitiçado pode hesitar, um culto em transe pode despertar, e uma mente dominada pode recuperar o senso de si. Aliados são tomados por uma clareza súbita, como se tivessem emergido de um sonho longo. Inimigos, ao contrário, sentem descompasso — como se a mentira em que se apoiavam perdesse consistência.
Baseia-se no CARISMA oculto, que dá peso à palavra; na FÉ firme, que a ancora; e na SABEDORIA interpretativa, que entende o momento exato de falar.
[NÍVEL X] Reflexo Rachado - Não há proteção quando o reflexo te acusa. O herdeiro evoca um espelho que ninguém vê, uma superfície que reflete intenções em vez de rostos. A partir do momento em que essa habilidade é ativada, qualquer ataque mágico, encantamento ou maldição direcionado ao herdeiro pode ser revertido contra seu conjurador, ou se tornar inofensivo. Mais do que uma barreira, é um juízo. A própria feitiçaria hesita, se contorce, recua. Inimigos que atacam com intenções ocultas sofrem com o peso da própria energia sendo desdobrada. Esse julgamento exige RESISTÊNCIA espiritual, SABEDORIA profética e uma VITALIDADE oculta, capaz de sustentar o espelho mesmo diante das forças mais densas.
[NÍVEL XV] Véu Antigo - Com um gesto que corta o ar — como se estivesse rasgando o tecido de uma tapeçaria invisível — o herdeiro abre uma fenda na realidade ilusória. Esse rasgo não provoca destruição material, mas rompe encantamentos que sustentam disfarces, maldições em forma simbólica, magias de projeção, ou entidades que operam entre planos. Durante breves segundos, todos dentro da zona de efeito estão expostos como são de verdade: aliados sentem-se mais inteiros, mas vulneráveis; inimigos, por outro lado, veem sua camada de proteção se desintegrar. Entidades ocultas são forçadas a se revelar — e mesmo os planos próximos tremem diante da abertura. A fenda exige PODER simbólico, SABEDORIA dimensional e PRECISÃO ritual, pois abrir tal corte sem colapsar a estrutura.
[NÍVEL XX] Silêncio da Lâmina - Não há som. Não há gesto. Apenas a existência do herdeiro, imóvel, ativa uma zona onde a mentira não respira. Durante essa habilidade, ele se torna o centro de uma realidade mais densa, onde feitiços de ilusão, possessões, máscaras espirituais e manipulações mentais não funcionam. Não é uma barreira mágica. É uma ausência. Um campo de realidade pura onde tudo o que depende da distorção falha. Criaturas encantadas se desfazem, magias silenciam, palavras falsas perdem peso. Aliados encontram estabilidade. Inimigos, desespero. Essa habilidade é sustentada por uma FÉ implacável, CARISMA silencioso e SABEDORIA transcendental — a tríade de atributos que não impõe, mas revela, e ao revelar, obriga o mundo a obedecer.