​​besta tITÂNICA
ural
Ural é uma besta titânica ancestral que não toca o chão — ele se forma entre o céu e a terra, como uma coluna viva de tempestade condensada. Conhecido como o Véu de Tempestade, Ural é a manifestação viva do clima selvagem, do trovão que nasce sem aviso, do relâmpago que cai onde ninguém previa. Ele não é apenas ar ou vento — é o desequilíbrio atmosférico tornado consciência. Onde ele aparece, o céu escurece sem ciclo, as nuvens se agitam como músculos vivos e o trovão antecede o grito de qualquer criatura. Sua origem se perde nas eras em que os primeiros mortais ainda temiam o céu como divindade. Dizem que Ural nasceu do choque entre o último sopro de uma deusa dos ventos extintos e a primeira raiva dos céus rejeitados, tornando-se assim uma criatura poderosa.
Ural aparece em tempos de desequilíbrio atmosférico extremo, mas também quando as próprias forças do mundo são invocadas sem respeito: magos que manipulam o céu, torres que ultrapassam limites naturais, máquinas que tentam escravizar os ventos. Ele não responde como punição, mas como um reflexo do excesso. Ele vem porque o clima foi esquecido como força viva — e então, ele lembra. Não possui rosto, mas em meio às nuvens densas que compõem seu corpo, olhos elétricos surgem brevemente: círculos de luz azul-branca que observam com julgamento silencioso. Seu corpo inteiro é feito de ventos giratórios, eletricidade contida e massas de nuvem densa que se deslocam como carne atmosférica de maneira poderosa.

​características da besta
conhecimento geral
Ural é uma criatura titânica cuja forma jamais permanece a mesma por muito tempo. Ele não possui um corpo rígido como outras bestas — é uma entidade viva composta por tempestade, ar condensado, eletricidade bruta e nuvens densas como ferro. Sua silhueta oscila entre o formato de um gigante sem rosto e o de um ciclone vertical, como se o próprio céu tivesse decidido se curvar sobre a terra e caminhar sem jamais tocar o chão. Do centro de sua massa se forma, em alguns momentos, um tronco etéreo gigantesco, feito de nuvens negras comprimidas e faixas giratórias de vento que se fecham como músculos. Em meio à névoa e aos turbilhões, surgem olhos relampejantes, íris circulares de luz azul-clara ou branca, que surgem e desaparecem sem padrão fixo — como se fossem janelas.
Suas extremidades são mutáveis: braços feitos de relâmpagos compactos podem se formar a partir das nuvens para atingir alvos ou canalizar descargas, e tentáculos de vento comprimido se projetam para desestabilizar construções e levantar os céus em furacões localizados. Onde Ural passa, o ar ganha massa — torna-se denso demais para voar, leve demais para permanecer em pé. É comum que pessoas e criaturas com asas percam o controle do voo, e conjuradores que dependem de ar para entoar feitiços simplesmente não consigam respirar. Seu corpo gira o tempo inteiro, como uma torre viva de atmosfera violenta. O centro de Ural é o que mais assusta: uma espiral de vento envolvida por anéis de eletricidade, que parecem fundir-se com a própria energia do plano onde ele está, em sua essência.

status
Não-Domável

habitat
Templos

altura
4.5 metros;

comprimento
9 metros;

peso
250 kg;

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
ventos eternos
O poder de Ural reside no domínio absoluto sobre o céu instável, a atmosfera viva e a pressão invisível que cede apenas para a tormenta. Ele não ataca com garras ou dentes, mas com o colapso do ar, a ira dos ventos e a memória elétrica do mundo. Onde Ural aparece, o tempo enlouquece — o sol desaparece, a luz pisca como em agonia, e os céus assumem tons roxos, verdes e cinzentos que não existem em nenhum outro fenômeno natural. Sua presença cria um campo atmosférico de instabilidade extrema: ventos que sopram em todas as direções, pressão que se intensifica até colapsar pulmões frágeis, e relâmpagos que nascem da terra em direção ao céu, invertendo toda lógica. Nenhuma criatura voadora permanece em controle próximo dele; o ar se fragmenta em zonas de vácuo, causando sua destruição.
Ural pode convocar tempestades localizadas instantaneamente, formar colunas de vento sólido que se movem com a velocidade de um golpe, ou liberar raios concentrados que atravessam camadas mágicas e armaduras sagradas com precisão cirúrgica. Diferente de outras bestas colossais, seus ataques são velozes, implacáveis, e quase sempre invisíveis até o momento do impacto. Um trovão seu pode ressoar antes mesmo que o raio tenha sido visto — e quando o relâmpago cai, leva consigo lembranças térmicas, calor, e às vezes até identidade mágica do alvo. A habilidade mais devastadora de Ural, porém, é a manipulação da pressão e da vibração atmosférica. Ele pode esmagar cidades com ondas de choque causando a dizimação.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

Ural é quase intocável por meios convencionais. Seu corpo feito de nuvem condensada, vento comprimido e eletricidade viva não oferece superfície sólida para ataques físicos, tornando lâminas, flechas e projéteis praticamente inúteis. Ele é imune a venenos, fogo e ataques que dependam de combustão ou fricção, pois sua estrutura consome o calor e redistribui a energia em rajadas de ar. Magias baseadas em ar, trovão, água ou gelo simplesmente não funcionam contra ele — são absorvidas, redirecionadas ou perdem coerência em seu campo de instabilidade atmosférica. Além disso, Ural gera um ambiente de pressão tão desorientadora que impede concentração mágica, comunicação precisa e até movimentos coordenados. Criaturas voadoras caem, feitiços que dependem de palavra falada falham, e tentativas de leitura mágica do ambiente retornam distorcidas. 

PONTOS FRACOS

Apesar de sua força devastadora, Ural depende de movimento constante e instabilidade ambiental para manter sua forma. Ele não se sustenta em ambientes de clima selado, cúpulas mágicas com equilíbrio atmosférico fixo ou áreas protegidas por pactos de silêncio climático. Campos de contenção que impedem variação de pressão ou circulação de ar lentamente o desestabilizam, forçando partes de seu corpo a se dispersarem. Além disso, magias que manipulam o vazio, o silêncio ou a gravidade absoluta têm grande eficácia contra ele, pois rompem a dança natural de ar e vibração que ele necessita para existir. Ural também é vulnerável a rituais de ancoragem terrena, que puxam sua essência etérea de volta para o solo, tornando-o parcialmente tangível — e, por um breve período, atingível. E por fim, a harmonia: locais protegidos por antigos pactos entre os povos e o céu.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

olho da tormenta

Um núcleo de luz azulada e pulsante, cristalizado no instante em que Ural perdeu sua coesão. Essa relíquia brilha suavemente e emite um sopro constante de vento frio ao redor. Quando acoplada a um artefato ou utilizada em feitiçaria, permite cancelar temporariamente efeitos de clima hostil ou desativar magias baseadas em vento, eletricidade ou som. Também pode ser usada para criar um campo de estabilidade atmosférica, anulando ruídos e impedindo alterações bruscas de pressão dentro de uma área.

véu fragmentado

Um pedaço ondulante e leve do corpo condensado de Ural, que flutua como névoa mesmo quando guardado. Pode ser costurado a mantos, capas ou armaduras, concedendo leveza sobrenatural, redução de atrito e resistência a quedas. Quando ativado em combate, o Véu permite ao portador desviar de ataques ao manipular correntes de ar ao seu redor, dificultando acertos físicos e mágicos. Em rituais, pode ser queimado para invocar ventos ancestrais que dispersam neblinas, gases tóxicos ou confusão mágica.

raio aprisionado

Um fragmento de trovão aprisionado no momento final do colapso de Ural, envolto em âmbar escuro rachado por dentro, como se ainda contivesse relâmpagos vivos tentando escapar. Esse item pode ser lançado uma única vez para desencadear uma descarga elétrica massiva que segue múltiplos alvos, mesmo através de barreiras não metálicas. Alternativamente, pode ser canalizado em armas para conferir impacto trovejante e efeito de desorientação sonora, ou usado em mecanismos mágicos que exigem energia fulminante imediata. Seu uso, no entanto, esgota o âmbar — e há quem diga que ele também carrega memórias breves do próprio Ural, sussurradas em trovões.