deus do contrato
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conhecendo a divindade
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O Pacto Dourado não é apenas o título atribuído a Valdrix — é também a mais antiga e poderosa manifestação do acordo absoluto. Ele é, ao mesmo tempo, conceito, ritual e entidade metafísica. Quando alguém “firma um Pacto Dourado”, está, de fato, entrelaçando sua essência com o tecido imutável da promessa divina. É um juramento mais profundo que o sangue, mais permanente que o tempo, e mais exigente que qualquer contrato mortal. Segundo os devotos, o primeiro Pacto Dourado foi selado antes mesmo da contagem do tempo, quando duas forças primordiais — uma de criação, outra de destruição — chegaram a um impasse. Ao invés de se aniquilarem mutuamente, aceitaram a mediação de uma entidade neutra, nascida do desejo de equilíbrio: Valdrix. Acordaram, então, um pacto que impediria ambas de cruzarem os limites uma da outra, selando o caos dentro de uma fronteira que deu origem aos mundos.
Toda promessa feita diante de um símbolo de Valdrix — mesmo que não verbalmente invocada — pode, se verdadeira e de pleno consentimento, gerar uma marca dourada invisível. Essa marca sela a alma das partes envolvidas. Só seres muito sensíveis ou entidades místicas conseguem percebê-la. Essa marca impõe uma compulsão: a de cumprir o acordo. Aqueles que resistem sentem dores físicas, lapsos de memória, azar crescente ou até a perda de dons e talentos — pois a alma sangra ao trair o elo dourado. Ritual arcano raro e perigoso. Usado apenas em acordos de extrema importância — como tratados de paz entre nações, fusões de entidades imortais, ou alianças entre raças cósmicas. É escrito com tinta feita do próprio desejo de ambas as partes, misturada com um grama de pó de Promissa — um mineral lendário que só brota em fendas entre planos.
Esse contrato é assinado com a própria essência vital. Uma vez firmado, ele se materializa como uma lâmina dourada de fogo etéreo, que corta qualquer coisa que atente contra o juramento. Se uma das partes tentar romper o acordo, essa lâmina aparecerá diante de Valdrix, que decidirá a punição — muitas vezes, eterna. Quando um juramento é selado com o verdadeiro símbolo do deus — o Anel, uma relíquia que dizem estar perdida — o Pacto Dourado se torna absoluto.
Esse contrato é assinado com a própria essência vital. Uma vez firmado, ele se materializa como uma lâmina dourada de fogo etéreo, que corta qualquer coisa que atente contra o juramento. Se uma das partes tentar romper o acordo, essa lâmina aparecerá diante de Valdrix, que decidirá a punição — muitas vezes, eterna. Quando um juramento é selado com o verdadeiro símbolo do deus — o Anel, uma relíquia que dizem estar perdida — o Pacto Dourado se torna absoluto.
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limites da criação
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Nos Pactos Dourados, as cláusulas não são apresentadas em listas frias ou burocráticas, mas entrelaçadas no texto como serpentes de ouro envolvendo as palavras, transformando cada linha em um encantamento sutil. Quando um contrato é selado sob os olhos de Valdrix, ele começa com uma introdução solene — algo como: “Seja esta a vontade selada, cujo peso ultrapassa o tempo e cuja luz não pode ser apagada.” A primeira cláusula costuma se manifestar na forma de proteção da oferta inicial: "O que for oferecido com vontade plena não poderá ser tomado à força, nem mesmo por deuses." Isso cria uma barreira invisível que impede a violação ou a tomada injusta do que foi prometido, protegendo tanto o doador quanto o próprio juramento. Em seguida, surgem cláusulas sobre o pagamento e o cumprimento: "A dívida jurada sob o nome de Valdrix há de cobrar-se até o fim da alma — ou do tempo." É uma forma elegante de dizer que não há como fugir das consequências, e que a dívida será eterna.
Os contratos falam também sobre a palavra e sua integridade, registrando em uma linha quase poética: "Palavras trocadas sob a luz dourada não podem ser negadas nem esquecidas." Isso significa que, mesmo que o juramento seja selado em silêncio ou em meio a metáforas, a intenção verdadeira será eternamente preservada. Caso alguém tente torcer o sentido do que foi dito, outra cláusula sussurra em dourado pelas entrelinhas: "Silêncio não é quebra, mas distorção será punida." A verdade, segundo Valdrix, é maleável — mas a malícia será sempre cobrada com juros. Para garantir que nenhuma brecha escape, os pactos são selados com a advertência: "A quebra de um só termo arrasta o peso de todos os outros." Uma falha pequena pode gerar o colapso completo, pois o Pacto Dourado não aceita desequilíbrio. E quando o juramento envolve sucessores ou linhagens, há a cláusula final: "Se uma parte desaparecer, o pacto buscará herdeiros." O elo nunca morre; ele apenas muda de mãos. E aqueles que ignoram isso costumam ser surpreendidos por maldições antigas ressurgindo em seus descendentes. Mesmo entre os deuses, poucas cláusulas são tão temidas quanto: "O pacto selado com sangue só pode ser desfeito com o sangue de todos os envolvidos." Ela é reservada para alianças profundas, onde não há volta — onde a traição é punida com a dissolução da alma em fragmentos de ouro.
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Passos finais
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Dentro da tessitura dos Pactos Dourados, há algo mais perigoso e profundo do que as cláusulas visíveis: os Desejos Ocultos. Eles não são escritos, nem falados. São intenções profundas, enterradas na alma daqueles que firmam o pacto — e Valdrix, cuja natureza é pesar vontades, sempre os percebe. Um Desejo Oculto é tudo aquilo que alguém deseja mas não tem coragem de declarar em voz alta. Não importa se é vaidade, vingança, amor reprimido ou ambição ancestral — se estiver presente no momento da assinatura, o pacto o absorve. E o mais assustador: ele se molda discretamente para atender esse desejo não dito, distorcendo o cumprimento do contrato de forma sutil, muitas vezes trágica para aquele que está assinando.
Um homem que pede poder para proteger sua família, mas cujo desejo oculto é ser temido, pode receber esse poder — mas ver sua família se afastar, temendo-o. Uma mulher que jura fidelidade em troca de sabedoria eterna, mas guarda no coração o desejo de ser lembrada, pode obter conhecimento imortal — mas ser condenada ao esquecimento pelos vivos, tornando-se uma voz sussurrante em ruínas antigas. Um reino que firma um tratado de paz, enquanto seu rei deseja conquistar em segredo, verá a paz transformada em submissão disfarçada, onde os inimigos cedem voluntariamente... até que suas vontades sejam corroídas. Valdrix não pune os desejos ocultos. Ele os realiza — da forma mais literal e irônica possível. Seus contratos, por mais justos que pareçam, sempre se adaptam à verdade profunda da alma. Por isso, devotos mais antigos dizem que, antes de firmar um Pacto Dourado, é preciso jejuar dos próprios sentimentos, silenciar o ego e enfrentar o espelho da alma — pois qualquer faísca oculta será transformada em fogo permanente. Alguns acreditam que, no fundo, o próprio Valdrix é o acúmulo de desejos ocultos de todo o multiverso. Que ele não nasceu da diplomacia, mas da dissimulação. E que cada pacto assinado com ele reforça não só o acordo, mas a teia invisível onde os desejos não ditos movem os fios do destino.