besta divina
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Velchior é uma besta divina primordial, reverenciada por tribos oceânicas esquecidas, caçadores de estrelas e navegadores de mundos distantes. Conhecido como o Jacaré das Marés Celestes, ele é uma entidade colossal que habita os oceanos entre os planos, onde o céu toca o mar e as águas carregam não sal, mas constelações líquidas. Seu corpo não nada: ele se funde com arquipélagos inteiros, e há quem diga que certas ilhas flutuantes nada mais são do que partes adormecidas de seu dorso. Velchior é o guardião das rotas estelares náuticas, os caminhos sagrados que ligam mundos flutuantes, portos interdimensionais e continentes celestes esquecidos. Quando essas rotas são violadas — por magia, ganância ou ruptura dos pactos do oceano antigo — ele desperta das profundezas e emerge grandiosamente.
Seus olhos brilham como luas molhadas e seus dentes são formações de coral negro cristalizado, capazes de fechar-se sobre portais cósmicos e selá-los para sempre. Não ataca por fúria. Ele afoga o que não pertence à corrente sagrada. Dizem que uma vez, durante a ascensão de um império planar, Velchior devorou uma ilha inteira — habitantes, templos e deuses menores — e ela nunca mais foi encontrada em nenhuma realidade navegável. Mas nem sempre Velchior é destruição. Os que navegam sob as marés celestes com respeito e silêncio dizem que ele aparece como um conjunto de ilhas móveis, guias vivos entre tormentas estelares. Quem pisa em suas costas com o coração limpo vê o céu refletido nas ondas.
características da besta
conhecimento geral
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Velchior é uma criatura colossal que confunde os sentidos: ele é ilha, é arquipélago, é fera e é correnteza. Seu corpo é imenso a ponto de se perder no horizonte. Muitos navegadores, ao aportarem em certas ilhas repletas de vegetação exótica, solos pulsantes e lagos internos de maré própria, não percebem que estão de fato pisando sobre as costas adormecidas de Velchior — até que o solo se curva, o mar recua e o continente começa a respirar. Seu dorso é coberto por placas escamosas gigantescas, de coloração verde-azulada e roxa escura, cada uma do tamanho de uma cidade pequena, cobertas de algas ancestrais, ruínas esquecidas e rios internos. Há florestas inteiras crescendo entre suas escamas, recifes que se movem junto a seu corpo, e formações montanhosas feitas de osso coralino.
Sua cabeça é como uma muralha viva, com olhos grandes, semicerrados, que refletem o céu mesmo quando ele está coberto. O focinho é longo, formado por rochas negras lisas, com dentes translúcidos que parecem formados de cristal de sal e ossos estelares. Quando sua boca se abre, as ondas recuam e as nuvens se partem, revelando o céu — como se sua garganta fosse um funil entre planos. As patas de Velchior são como pilares submersos, com garras recobertas de carapaças de moluscos antigos e runas marinhas que brilham em marés ascendentes. Ele caminha lentamente pelas correntes interdimensionais, movendo não o corpo, mas o mundo ao redor de si. Ele não nada — o oceano acomoda-se à sua volta, como um manto que deseja carregá-lo, atingindo assim seus objetivos.
status |
Não-Domável
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habitat |
indefinido;
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altura |
indefinido;
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comprimento |
indefinido;
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peso |
indefinido;
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dificuldade |
★★★★★
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poder da besta
mares celestes
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Velchior possui o domínio absoluto sobre as correntes entre os planos aquáticos e celestes, sendo a própria encarnação das marés que ligam mundos, das rotas esquecidas entre estrelas e oceanos. Seu poder não se limita ao físico — ele atua sobre espaço, direção e memória de navegação. Com sua presença, mapas deixam de funcionar, bússolas enlouquecem e até feitiços de localização dimensional entram em colapso. Ele rompe a lógica da orientação, obrigando os viajantes a se guiarem pelo instinto, ou pelo céu... se o céu ainda estiver visível. O poder mais icônico de Velchior é a Reversão das Marés Celestes. Com um movimento de sua cauda, ele pode inverter o fluxo de uma corrente mágica, espiritual ou planar, fazendo portais se fecharem à força, rotas de fuga se tornarem armadilhas.
Se ameaçado, Velchior pode liberar o Rugido Abissal, um som profundo que reverbera não nos ouvidos, mas nos ossos e no espaço ao redor. Essa vibração interrompe a continuidade mágica do ambiente, selando encantamentos, silenciando invocações e fazendo até mesmo deuses aquáticos ou estelares recuarem. As ondas se congelam no ar durante o eco do rugido. A luz hesita. O ar se torna denso como água. Tudo para por um instante, enquanto ele decide se a viagem pode continuar. Em combate, Velchior não persegue — ele cerca. Ele pode mover partes do oceano como braços, criar redemoinhos dimensionais ou abrir fendas abissais de onde surgem correntes feitas de água viva e sal cósmico. Essas águas não afogam — apagam.
pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
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No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.
pontoS forteSVelchior é invulnerável a qualquer forma de ataque que dependa de posição, direção ou foco espacial, pois ele distorce o conceito de lugar ao seu redor. Flechas e feitiços de longo alcance falham em encontrá-lo, portais não funcionam de maneira confiável perto dele, e qualquer invocação que dependa de coordenadas ou linhas de visão é redirecionada ou desfaz-se no ar salgado. Ele é imune a encantamentos de aprisionamento dimensional, selos de teletransporte, magia de rastreamento e ancoragem mágica, já que seu corpo e essência existem em múltiplos pontos simultaneamente — parte dele está sempre em trânsito entre realidades. Nenhum plano consegue conter seu poder, nem mesmo a sua grandiosidade.
PONTOS FRACOSApesar de seu poder vasto, Velchior é lento e deliberado. Ele não reage bem a ataques diretos, precisos e rápidos, especialmente quando executados por indivíduos que não dependem de magia ou encantamentos — guerreiros que agem com brutalidade direta e silenciosa, sem invocar nada além de suas próprias mãos, podem ferir suas regiões mais vulneráveis, como os olhos ou a garganta. Velchior também é vulnerável em águas estagnadas ou planícies sem fluxo natural. Locais onde o mar não respira, onde a magia não circula ou onde não há ventos — como desertos interiores ou prisões divinas construídas sobre ausência — fazem sua essência vacilar, e o desconectam das marés que sustentam sua força. Nessas regiões, ele se torna menos denso, mais visível e exposto, conseguindo dizimar a criatura.
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recompensas da besta
premio de consolação
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No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.
fragmento de escamaUma escama colhida de seu dorso, do tamanho de um escudo, feita de um mineral oceânico que pulsa com estrelas apagadas. Quando fundida a uma embarcação ou peça de armadura, concede ao portador a capacidade de navegar ou mover-se entre planos aquáticos, etéreos ou astrais — como se estivesse seguindo uma corrente invisível traçada pelas constelações. Em combate, pode ser ativada para teletransportar o portador por curtas distâncias, como se tivesse deslizado por uma maré entre planos.
A escama vibra ao se aproximar de distorções mágicas, funcionando também como bússola planar viva. presas de salPresas longas e transparentes como cristal de sal escuro, extraídas da mandíbula de Velchior. Quando empunhadas como adagas rituais, essas relíquias têm a capacidade de selar portais, cortar vínculos dimensionais e perfurar magias de fluxo contínuo — como invocações, elos mentais ou encantamentos que conectam realidades. Uma única incisão feita com uma dessas presas pode interromper uma conjuração entre planos ou desfazer uma ligação maligna com o oceano profundo. São perigosas de usar: elas resistem à presença fora da água, exigindo condução ritual ou sangue encantado para manter sua integridade.
anfora da maréUm vaso de cerâmica antiga, resgatado de dentro do estômago de Velchior, selado por runas náuticas vivas. Dentro dela, há um líquido que não é água, mas sim o reflexo de rotas esquecidas — constelações que nunca mais foram vistas, caminhos submersos que não existem em nenhum mapa. Ao ser aberta sob o luar ou diante de um portal, essa ânfora revela um trajeto alternativo, oculto, entre dois pontos distantes no mundo, mesmo que estejam em planos distintos.
Contudo, cada uso vem com um risco: algo esquecido virá junto, nadando nas marés do que foi perdido. |