​​besta terrena
velkhar
Seu surgimento não está ligado a um momento exato, mas a um acúmulo lento e inevitável de matéria esquecida, restos de batalhas, ossadas de animais, folhas secas e espíritos abandonados pela passagem do tempo. Onde a vida murcha e a morte apodrece, a vontade natural de continuar toma forma — e essa forma é ele. É descrito por alguns eremitas como uma besta que se arrasta entre as árvores, com o corpo pendendo como troncos tombados cobertos de fungos, e por outros como uma floresta viva compactada em uma única criatura. Seu dorso é arqueado, recoberto por placas de madeira fossilizada, musgos negros e colônias de cogumelos que respiram ao ritmo de seu corpo. Alguns brotam ao longo do combate, soltando esporos que pairam como névoa espectral que se aproxima de tudo.
Suas patas são grossas como raízes, arrastando matéria orgânica consigo. Seus movimentos são lentos, mas constantes, e a cada passo, flores brotam e murcham sob ele. A trilha deixada por Velkhar não é apenas destruição — é um ciclo contínuo de decomposição e renascimento, uma simbiose entre fim e recomeço. Ele não persegue presas como um predador tradicional. Ao invés disso, espera que o campo morra primeiro. Suas habilidades visam apodrecer, corromper e esgotar a vitalidade daqueles que ousam permanecer por perto. Guerreiros veem seus metais enferrujar, seus escudos se encherem de musgo. Magos sentem as runas de seus grimórios se desfazerem em mofo. Até animais recuam diante da sua presença.

​características da besta
conhecimento geral
Velkhar, o Decompositor Primevo, é conhecido entre botânicos arcanos, druidas antigos e caçadores de criaturas como uma entidade rara e poderosa — não apenas uma fera, mas uma força viva da natureza em seu estado mais bruto e impiedoso. Sua presença indica que o ciclo da morte e da decomposição atingiu um ponto crítico, a tal ponto que a própria matéria morta ganhou consciência através do acúmulo. Ele não foi invocado, criado ou nascido: ele surgiu, cresceu, lentamente, como um fungo gigante alimentado por séculos de abandono. Relatos de sua aparição são sempre os mesmos: o ambiente se torna silencioso, a vegetação apodrece com uma beleza doentia, e um cheiro doce — como mel fermentado — toma o ar. Animais fogem, plantas se curvam e corpos não enterrados florescem.
Estudiosos o classificam como um “agente natural da purificação decadente”. Onde a natureza foi morta por violência, negligência ou mágica destrutiva, Velkhar restaura o equilíbrio — mas não como era antes, e sim como um novo ecossistema baseado em fungos, esporos, raízes tortas e vida parasitária. Ele é especialmente atraído por áreas devastadas por guerra, necromancia ou onde o solo foi profanado por corrupção alheia à natureza. Apesar de sua aparência grotesca e seus efeitos devastadores, Velkhar não ataca por fúria ou fome, e sim por necessidade cíclica. O que está em desequilíbrio será digerido. Aqueles que se aproximam de sua zona de influência sem preparo rapidamente se veem sufocados por esporos, enfraquecidos, e eventualmente usados como solo fértil, de maneira geral.

status
Não-Domável

habitat
Pântanos, Florestas

altura
3.0 metros;

comprimento
5.3 metros;

peso
1.600 kg

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
explosao de esporos
O ápice da presença infecciosa de Velkhar, o Decompositor Primevo. Ele não precisa correr, rugir ou golpear com brutalidade — basta que sinta o ambiente ameaçado ou seus inimigos próximos demais para iniciar sua resposta orgânica. Velkhar curva seu dorso lentamente, e uma série de estalos ocos reverbera de dentro de sua couraça viva, como galhos se rompendo por dentro. Em seguida, suas glândulas fúngicas se dilatam em silêncio e liberam, com uma pulsação única, uma nuvem massiva de esporos pálidos que se espalha como névoa viva ao redor de seu corpo. Essa nuvem se expande até dez metros em todas as direções, formando um halo sufocante e silencioso de cor verde-amarelada, cintilante, que flutua em rotação lenta como se respirasse, carregando um ar de poder e grandiosidade em suas ações.
Ao ser inalado ou tocado, esse ar carrega um efeito quase ilusório: a criatura sente o corpo pesar, os olhos ficarem turvos, e uma estranha sensação de calor e dormência se instalar. A força física começa a falhar, a mente oscila e, se a vítima permanecer exposta por tempo suficiente, começa a notar pequenos pontos negros surgindo na pele, nos equipamentos orgânicos e até em armaduras de couro. São os primeiros sinais do crescimento parasita.  Esses fungos, alimentados pela vitalidade do hospedeiro, brotam como fios finos, enfraquecendo cada movimento subsequente. Cada feitiço conjurado, cada golpe desferido, cada esforço físico acelera o crescimento fúngico, drenando lentamente a energia da vítima, consumindo tudo que ela uma vez foi.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

Velkhar é uma criatura que representa o ponto mais avançado da simbiose entre putrefação, natureza e renascimento. Seu maior ponto forte é a capacidade de se regenerar constantemente ao absorver matéria orgânica ao seu redor. Ele não apenas cura ferimentos, mas os preenche com musgo, seiva e carne vegetal viva, o que o torna absurdamente resistente a ataques físicos convencionais. Qualquer área tomada por raízes, cadáveres ou umidade se torna um campo fértil para sua regeneração, fazendo dele praticamente indestrutível em seu habitat natural. Além disso, sua presença transforma o ambiente: o campo de batalha torna-se seu corpo estendido. Mesmo que não esteja atacando, Velkhar está colonizando seus inimigos.

PONTOS FRACOS

Porém, mesmo criaturas nascidas da decomposição têm fraquezas. Velkhar é profundamente dependente de um ambiente fértil, úmido e vivo. Em regiões áridas, de solo seco, ambientes com pedra estéril, fogo intenso ou gelo constante, sua regeneração falha. A falta de matéria para se alimentar faz com que seu corpo resseque e enfraqueça. Ele torna-se mais lento, seus esporos menos eficazes, e até seu odor natural se dissipa. Magias de fogo, feitiços de luz solar concentrada e encantamentos de purificação divina desestruturam sua biologia, fazendo seus fungos murcharem e sua carne vegetal apodrecer de dentro para fora. Além disso, ele é vulnerável a técnicas que neutralizam o campo: se for removido de seu território, forçado ao deserto ou separado de suas raízes.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

tecido fungico

Fragmento da carapaça mineral polida da criatura, ainda vibrando em frequência baixa e constante. Quando aplicada a armaduras leves, capas ou escudos, essa placa reduz o som emitido por quem a usa, tornando passos, movimentos e ações discretas quase inaudíveis. Em ambientes fechados ou escuros, anula ruídos involuntários, conferindo bônus em furtividade e tornando o usuário imune a detecção por audição.

semente da decomposição

Um órgão enrijecido, semelhante a um núcleo de raiz negra envolto por fibras fúngicas. Quando enterrada em solo fértil, ela não gera uma árvore ou flor, mas sim um círculo de vida decadente: um anel de cogumelos, musgos e raízes torcidas que consomem tudo o que está morto por perto e transformam em novos brotos. É um item valioso para alquimistas do ciclo natural, magos necrobióticos e druidas extremos, pois fornece ingredientes únicos e cria zonas de magia natural.

glandula de esporos

Uma bolsa carnosa e pulsante que, mesmo separada de Velkhar, continua a emitir finas nuvens de esporos quando exposta ao calor do corpo ou da luz. Essa glândula é altamente instável e poderosa. Quando destilada corretamente, pode ser utilizada para criar bombas de esporos que afetam um campo inteiro, ou poções de invisibilidade fúngica, nas quais o usuário se cobre com um manto de fungos vivos que o torna quase imperceptível em florestas e pântanos.