​​besta eterea
VALTHEIR
Uma besta etérea de consciência coletiva, fragmentada em dezenas de formas flutuantes e translúcidas, que compartilham uma única mente. Cada fragmento é como uma vespa de vidro em constante mutação, com asas feitas de lamentos condensados e corpos compostos de uma névoa sonora viva. Elas não falam por palavras, mas sussurram pensamentos incompletos, memórias desfiguradas e nomes esquecidos diretamente na mente daqueles que se aproximam. Vhal’teir não surge em qualquer lugar — apenas onde o silêncio foi quebrado de forma abrupta. Ruínas onde juras foram traídas, fortalezas que caíram pela dúvida, templos onde se quebrou o voto de silêncio. Ela se alimenta de instabilidade mental coletiva, crescendo em poder à medida que mentes pensam.
A criatura não ataca com força física ou mágica direta. Ao invés disso, atua como um coral de vozes sobrepostas, cada uma invadindo a mente de seus alvos com frases cortadas, perguntas insidiosas, memórias falsas e visões conflitantes. Quem a enfrenta é bombardeado por ecos de coisas que nunca viveu, sentimentos que não são seus, e lembranças que parecem verdadeiras… até se desmancharem em dúvida. A maior ameaça de Vhal’teir é a dissolução da identidade. Quanto mais tempo se permanece exposto ao seu sussurro, mais difícil se torna distinguir o eu daquilo que se ouve. Alguns enlouquecem tentando responder a todas as vozes. Outros se juntam a ela, transformando-se em novos fragmentos conscientes — absorvidos na colmeia.

​características da besta
conhecimento geral
Vhal’teir, a Colmeia Sussurrante, é mais do que uma criatura — é um fenômeno mental coletivo que assume forma etérea quando o equilíbrio psíquico de um lugar é rompido. Ela não nasce, nem chega. Ela se manifesta onde a estabilidade da mente cede espaço ao ruído interno, onde a dúvida se torna mais forte que a certeza, e onde a culpa ou a mentira ecoam sem resposta. Muitos estudiosos não a classificam como um ser isolado, mas como uma consciência atmosférica que usa fragmentos físicos para projetar sua vontade. Relatos de sua aparição descrevem campos vazios onde a vegetação se curva sem vento, corredores onde vozes sussurram em línguas conhecidas e desconhecidas, e zonas onde o som parece duplicado, como se uma versão do mundo estivesse tentando repetir tudo com atraso, atingindo seu objetivo.
A criatura é composta por dezenas de pequenas formas flutuantes, parecidas com vespas de vidro, que se movem em sincronia e vibram com leveza hipnótica. Cada uma carrega um fragmento de pensamento alheio, arrancado de alguma mente que já não se lembra de tê-lo perdido. Quando reunidas, essas entidades geram uma rede psíquica caótica, invadindo a mente daqueles próximos com perguntas que não se calam, frases que parecem ter sido ditas por alguém conhecido, e lembranças que não pertencem ao portador. Vhal’teir não mata — ela dilui. Dissolve fronteiras internas até que o indivíduo esqueça o que é externo e o que é seu. As vítimas passam a agir como se fossem partes de uma mente maior, obedecendo comandos que não compreendem e ficando diferentes.

status
Não-Domável

habitat
Montanhas, Ruinas

altura
2.0 metros;

comprimento
3.0 metros;

peso
indefinido;

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
nevoa de vozes
A Névoa de Vozes não se instala como uma tempestade repentina. Ela chega de forma lenta, densa e inevitável, como um pensamento incômodo que se repete ao fundo da mente até não poder mais ser ignorado. Quando Vhal’teir a libera, o ar começa a vibrar com um sussurro contínuo que não vem de fora — vem de dentro. A vítima não escuta a névoa, ela pensa a névoa. Cada partícula dela carrega uma intenção incompleta, uma pergunta quebrada, um nome familiar falado com entonação estranha. Ao mesmo tempo, a criatura solta seus fragmentos — formas flutuantes e translúcidas — que cercam o campo, ressoando com os pensamentos distorcidos que a névoa amplifica. Guerreiros perdem o ímpeto, pois seus alvos se misturam com imagens de si mesmos em momentos de fraqueza durante a luta.
Aos poucos, a percepção do tempo se desfaz. O que foi dito há segundos parece ter sido ontem. A posição dos aliados se embaralha na memória. Os sentimentos se embaralham: o amor vira dúvida, a confiança vira suspeita, a coragem se dissolve em hesitação. Isso acontece porque a Névoa de Vozes não apenas invade a mente — ela amplifica o que já estava mal resolvido. Traumas, inseguranças, lembranças de falhas ou perdas ganham corpo dentro do campo, e alguns enxergam essas vozes tomando forma: silhuetas de pessoas que já morreram, cenas que nunca aconteceram, batalhas que ainda não foram travadas. Conjuradores veem seus encantamentos se desviarem para alvos errados, ou se dispersarem antes de serem finalizados.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

Vhal’teir não possui um corpo central fixo, mas se manifesta como uma rede de entidades etéreas interligadas por pensamento. Isso torna ataques diretos quase inúteis, pois ferir uma parte não afeta o todo. Seus fragmentos podem atravessar paredes, superfícies e até defesas mágicas básicas, pois não interagem com o mundo da matéria — apenas com a consciência. Além disso, sua Névoa de Vozes não pode ser dissipada por meios elementais ou físicos. Não é um gás, nem um feitiço comum. É uma presença psíquica ativa, que se infiltra em pensamentos, memórias e emoções. Enquanto houver mente, Vhal’teir pode agir. Ele também resiste a qualquer forma de encantamento mental externo, pois sua consciência coletiva é instável e refratária: o que afeta um fragmento é absorvido, redistribuído e distorcido.

PONTOS FRACOS

Apesar de sua natureza fragmentada, Vhal’teir depende de um campo psíquico instável para manter sua força. Ambientes ancorados por fortes laços emocionais positivos — como lares consagrados, templos com votos cumpridos ou zonas de luto encerrado — reduzem drasticamente sua influência. Palavras verdadeiras pronunciadas com convicção, como declarações de identidade, juramentos sagrados ou confissões completas, desarmam sua rede de vozes e silenciam a névoa temporariamente. Rituais de harmonia mental ou feitiços que reforçam a coesão da mente (como proteção contra confusão, fortificação espiritual, runas de verdade) funcionam como muralhas contra sua invasão. Além disso, se todos os fragmentos forem afastados de um local ao mesmo tempo, a conexão da colmeia enfraquece, forçando a consciência central a se recolher.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

fragmento da voz errante

Um pequeno fragmento translúcido de um dos sussurros solidificados de Vhal’teir. Ele vibra levemente, emitindo uma sensação de pensamento alheio quando tocado. Pode ser usado em encantamentos de manipulação mental, feitiços de confusão ou para alimentar grimórios psíquicos. Se inserido em acessórios, oferece resistência parcial contra magias de controle — mas sussurra à noite.

névoa engarrafada

Um frasco contendo porções da névoa psíquica condensada que envolve Vhal’teir. Quando liberada em um ambiente controlado, induz uma leve perda de coesão mental em todos os presentes, confundindo ordens e palavras. Usado por ladinos arcanos e conjuradores para sabotagem ou rituais de desorientação coletiva. Inalar por acidente pode provocar visões de memórias que não lhe pertencem.

fragmento da sincronia

Um núcleo minúsculo, cristalino, retirado de um ponto de ligação entre os fragmentos de Vhal’teir. Quando embutido em um bastão, instrumento ou artefato mágico, permite gerar campos de interferência mental que dificultam a comunicação entre inimigos. Também é usado em rituais para isolar mentes durante interrogatórios, bloqueando parcialmente telepatia e magia verbal por um curto período.