​​besta terrena
virelith
Virelith é uma das criaturas mais traiçoeiras que habitam as florestas tropicais esquecidas e pântanos antigos. Para o olhar desatento, ele é parte do terreno: uma saliência coberta de musgo, um tronco curvo demais para ser árvore, uma sombra enraizada num canto do brejo. Mas por trás dessa quietude, pulsa um predador perfeitamente adaptado à arte da espera. Virelith não caça — ele embosca. Ele não corre — ele surge.​ Seu corpo reptiliano e flexível é coberto por uma pele esponjosa viva, revestida por placas irregulares de tecido vegetal endurecido, formando uma couraça de aparência inofensiva, mas totalmente letal. O dorso abriga linhas de espinhos retráteis, que crescem como galhos ocos e carregam em seu interior uma toxina orgânica de origem vegetal conhecida como Selestre, um veneno poderoso.
Durante séculos, povos nômades e caçadores tribais relataram surtos de febre e delírios em regiões onde o solo estava “mais úmido do que o normal” ou onde “o vento não soprava”. Hoje se sabe que esses são sinais passivos da presença de Virelith, que altera o ambiente ao seu redor apenas com sua proximidade. Plantas secam, a umidade aumenta e os insetos somem, como se a própria natureza recuasse para não interromper o seu trabalho. ​Virelith é um ser extremamente paciente. Pode permanecer imóvel por horas ou dias, absorvendo nutrientes do solo e das plantas ao redor até que algo entre em seu “domínio sensorial”. Seu território muda com frequência, mas segue um padrão de locais escondidos, abafados e naturalmente protegidos.

​características da besta
conhecimento geral
Virelith, o Esconde-Espinhos, é amplamente conhecido entre herbalistas, caçadores de criaturas e guias de regiões tropicais como uma das bestas mais traiçoeiras e difíceis de detectar da fauna terrena. Embora seu porte não seja colossal, sua letalidade reside em dois fatores principais: o veneno paralisante que carrega nos espinhos retráteis e sua impressionante capacidade de camuflagem orgânica. Quando está imóvel, sua pele se mimetiza com o ambiente a tal ponto que nem mesmo olhos treinados ou magias de detecção simples conseguem notá-lo com facilidade. É comum que vítimas sejam atingidas por seus dardos venenosos sem nunca terem visto de onde vieram. Seu veneno, chamado Selestre pelos alquimistas.
Algumas vítimas chegam a lutar contra aliados achando que são inimigos, ou caem no chão desorientadas antes mesmo de perceberem que foram feridas. Por isso, Virelith é especialmente perigoso em missões de reconhecimento ou expedições em selvas densas, onde trabalha como um predador de oportunidade — atacando, recuando, e esperando que o veneno complete seu serviço. Apesar de sua natureza predadora, ele não é uma criatura violenta por instinto. Virelith age por autoproteção territorial e costuma evitar zonas de magia intensa ou regiões onde a presença de outros predadores é forte. No entanto, quando perturbado ou caçado, torna-se extremamente perigoso, utilizando armadilhas naturais e terreno em seu favor, tornando as coisas ainda mais poderosas mediante seus limites.

status
Não-Domável

habitat
Pântanos, Florestas

altura
1.5 metros;

comprimento
4.0 metros;

peso
780 kg

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
espinho da cova
O poder mais temido de Virelith não está em sua força, velocidade ou ferocidade, mas em sua capacidade de transformar o próprio ambiente em uma armadilha viva.
Quando decide atacar diretamente, Virelith arqueia seu dorso silenciosamente, e uma pulsação percorre sua espinha — como um sussurro nas folhas. Em seguida, ele libera uma rajada de espinhos ocos, verdes e enrijecidos, disparados com a força de flechas, cobrindo um arco largo à sua frente. Esses espinhos são compostos de tecido vegetal mineralizado, mas oco por dentro, preenchido com a toxina Selestre — um veneno orgânico extraído da própria circulação de Virelith, projetado para incapacitar, não para matar imediatamente. Aliados envenenados podem atacar uns aos outros por engano, tropeçar em armadilhas naturais.
Magos e conjuradores têm sua concentração quebrada com facilidade. O que torna esse poder ainda mais perigoso é o efeito secundário ambiental: parte dos espinhos não atinge alvos vivos, mas crava-se no solo, entre raízes, em galhos, pedras e arbustos, tornando o terreno instável e ameaçador. Mesmo após o ataque, a área torna-se uma zona contaminada, dificultando avanço e forçando os inimigos a pisar com cautela. Quem pisar em um espinho oculto sofre o efeito do veneno com intensidade reduzida, mas ainda o suficiente para enfraquecer corpo e mente. Basicamente essa criatura consegue dizimar tudo que está no seu caminho, um veneno completamente destrutivo.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

O maior trunfo de Virelith é sua camuflagem perfeita, resultado de uma simbiose entre sua pele e a vegetação do ambiente. Ele é capaz de se fundir com o cenário de forma quase absoluta, adaptando não apenas cor, mas textura, umidade e até temperatura superficial, tornando-se virtualmente invisível em florestas densas, pântanos e regiões tropicais sombreadas. Magias comuns de detecção falham contra sua assinatura natural, e seus movimentos são silenciosos, como o rastejar de raízes sob a terra. Seu veneno Selestre também o torna especialmente perigoso, pois não age apenas no corpo, mas nos sentidos. Os alvos atingidos pelos espinhos ficam confusos, lentos e vulneráveis à ilusão e ao erro de julgamento, tornando-se presas fáceis mesmo.

PONTOS FRACOS

Apesar de sua letalidade camuflada, Virelith é fortemente dependente do ambiente natural para manter sua vantagem. Fora da selva ou pântano — em campos abertos, locais iluminados artificialmente, terrenos áridos ou pedregosos — sua pele não consegue mimetizar texturas ou luz adequadamente, expondo sua silhueta e anulando seu maior trunfo. Além disso, sua estrutura orgânica é altamente sensível a fogo, calor intenso e luz mágica concentrada. Magias de chamas, tochas abençoadas ou ataques solares podem incendiar sua pele esponjosa, danificando sua couraça viva e impedindo que produza novos espinhos. Purificações, antídotos druidistas e a presença de criaturas que emitem luz natural também interferem em seu ciclo de caça, forçando-o a fugir ou se enterrar.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

espinho camaleônico

Espinho rígido coletado do dorso de Virelith, ainda pulsante com a magia natural de adaptação. Quando tratado e polido por um artesão especializado, pode ser embutido em armaduras leves, mantos ou capas, conferindo efeito de camuflagem parcial em ambientes naturais. Também pode ser moído e usado como reagente para poções de invisibilidade curta ou encantamentos de camuflagem viva.

gandulas de toxina

Órgão glandular interno que produz o veneno característico de Virelith. Após refinamento, rende pequenas doses de toxina que provoca paralisia leve, febre sensorial e confusão mental. Utilizada por alquimistas e assassinos para envenenar lâminas, dardos e munições, ou na criação de poções de alucinação controlada para rituais xamânicos.
Altamente instável fora de ambientes úmidos — deve ser armazenada com cuidado.

membrana de pele

Fragmento da couraça externa de Virelith, composta de fibras orgânicas adaptativas. Mesmo após retirada do corpo, ela reage à luz e à temperatura, escurecendo ou clareando com base no ambiente. Combinada a tecidos raros ou couro mágico, pode ser usada na confecção de vestimentas que reduzem a chance de detecção visual, muito buscadas por patrulheiros, druidas e caçadores de monstros. Também usada como ingrediente raro em filtros de detecção sensorial.