​​besta divina
volkara
Volkara é uma besta divina de extremos invertidos, cultuada com temor e reverência por povos que habitam regiões áridas e terrenos esquecidos pelo ciclo natural. Conhecida como o Inverno Invertido, ela manifesta-se como um paradoxo encarnado: uma criatura feita de gelo que queima, de frio que consome como fogo, de ausência que sufoca mais do que a presença. Sua chegada marca a negação do equilíbrio climático, o rompimento da lógica entre calor e frio, entre expansão e contração. Diferente das entidades que governam estações ou domínios elementais comuns, Volkara não representa o inverno natural, mas sim o desequilíbrio absoluto do frio onde deveria haver calor, da morte onde a vida insiste em florescer. Ela não vive nas montanhas geladas — ela nasce dos desertos e surge em seus caminhos.
Seu corpo é imenso, reptiliano e fragmentado, como se fosse esculpido a partir de geleiras fundidas com obsidiana, coberta por placas de gelo rachado e brasas negras congeladas no momento da erupção. A cada passo, o chão seca, estala e, em seguida, congela com uma camada de geada incandescente. Seus olhos são duas fendas brilhantes como brasas frias — cristalinas, mas ardentes. De suas mandíbulas, em vez de fogo, escapa um hálito de vapor congelado que destrói tecidos com a mesma velocidade de uma fogueira viva. Volkara surge quando o mundo reclama por silêncio térmico, quando as correntes elementais são corrompidas ou usadas em excesso, e quando a arrogância dos mortais desafia os ciclos climáticos ancestrais.

​características da besta
conhecimento geral
Volkara é uma entidade colossal de presença contraditória e devastadora. Seu corpo serpentino e massivo lembra o de um dragão ancestral, mas com formas fragmentadas, como se tivesse sido moldada a partir de geleiras rompidas e erupções seladas. Seu dorso é coberto por placas de gelo vulcânico — negras, irregulares, que brilham com fissuras de luz azul-acinzentada e soltam vapores brancos a cada movimento. Essas placas parecem arder em silêncio, como brasas congeladas que queimam sem consumir. Seu pescoço é longo e segmentado, com veios que se iluminam lentamente à medida que sua energia circula, como lava congelada prestes a despertar. Dele saem vapores frios tão densos que engolem o horizonte, tornando impossível distinguir o que é céu, chão ou reflexo — um manto.
​Volkara possui quatro patas largas e articuladas, com garras compostas de gelo puro e núcleo de obsidiana escura. Essas garras não perfuram a terra — elas a estilhaçam, transformando solo seco em cristais cortantes, desertos em campos de cacos gelados. Onde pisa, o calor não apenas cessa, ele é arrancado com violência, criando áreas de temperatura negativa mesmo sob o sol mais escaldante. Sua cabeça tem o formato de um capacete natural de cristal negro, liso, que emoldura duas enormes mandíbulas. Dela saem jatos de vapor congelante que se solidifica no ar, criando lanças ou muralhas de gelo fumegante. Seus olhos não piscam, apenas emanam um brilho fixo e incandescente, como se estivessem constantemente olhando para dentro do próprio tempo, a partir de sua grande capacidade.

status
Não-Domável

habitat
indefinido;

altura
indefinido;

comprimento
indefinido;

peso
indefinido;

dificuldade
★★★★★

​poder da besta
inverno invertido
Volkara domina a mais paradoxal e destrutiva das forças elementais: o frio que consome como fogo. Seu poder não é o de congelar por ausência, mas de queimar com gelo absoluto — um frio tão intenso e concentrado que destrói tudo com a velocidade, fúria e irreversibilidade do calor extremo, sem jamais acender uma chama. Onde ela passa, não há gelo acumulado, mas sim destruição molecular causada pelo colapso térmico instantâneo. Seu sopro, conhecido como Geada Ígnea, lança uma onda de névoa cinzenta tão densa que cristaliza a umidade do ar em fragmentos afiados de vapor sólido. Criaturas atingidas não apenas congelam, mas entram em choque térmico letal, como se fossem queimadas de dentro para fora. Armaduras estouram, estruturas colapsam e magias de proteção.
Volkara também emana um campo de entropia térmica, chamado Silêncio do Fogo. Dentro dele, qualquer forma de calor natural ou conjurado — seja chama física, energia vital, calor mágico ou até aura espiritual baseada em ímpeto — é absorvida, invertida ou dissolvida, tornando inúteis feitiços de fogo, regeneração, iluminação e até magias de inspiração e coragem. Guerreiros vacilam sem sentir vida. Armas flamejantes apagam. Conjuradores sentem seus próprios corpos reagirem com letargia extrema. Ela também possui a habilidade de petrificar ambientes com seu rastro. O chão sob seu corpo se transforma em placas de gelo negro, indestrutíveis, que refletem não o céu, mas o que já morreu naquele solo. Ao pisar em um local sagrado, ela desfaz sua santidade. Ao invadir uma muralha, ela não a quebra.

​pontos fortes e fracos
CONFRONTANDO A BESTA
No vasto e selvagem mundo das criaturas, todas as bestas — das mais humildes às mais colossais — carregam em si tanto poder quanto limitação. Nenhuma é invencível, pois cada uma foi moldada pelas forças naturais, mágicas ou divinas que lhes deram origem, e essas mesmas forças impõem um equilíbrio inevitável. Se uma besta domina o fogo, ela pode ser vulnerável ao silêncio ou à ausência de oxigênio. Se carrega uma couraça impenetrável, talvez sua mobilidade seja lenta, ou seus olhos incapazes de enxergar em ambientes de pura luz. Se voa entre as tempestades, talvez não suporte a gravidade das profundezas.

pontoS forteS

Volkara é absolutamente imune a qualquer forma de magia baseada em calor, fogo, combustão ou radiação térmica. Ataques que envolvem chamas, explosões, magma, ou mesmo energia vital ligada à temperatura — como curas por calor interno ou feitiços de vigor — são completamente anulados, revertidos ou absorvidos por sua presença. Ela também desativa ambientes mágicos que dependem de equilíbrio elemental: locais sagrados do fogo tornam-se frágeis, fornalhas sagradas apagam, e criaturas associadas à luz ou calor (como fênix, salamandras, anjos solares ou magos pirotécnicos) perdem parte de suas habilidades ou entram em colapso espiritual próximo a ela, de maneira geral.

PONTOS FRACOS

Apesar de sua força implacável, Volkara não resiste bem a realidades em constante transformação. Ambientes mágicos onde os elementos se fundem em harmonia — como florestas encantadas onde gelo e fogo coexistem, templos de dualidade, ou locais protegidos por pactos de equilíbrio elemental — reduzem sua presença, fazendo sua aura de entropia oscilar e enfraquecer. Além disso, ela é extremamente vulnerável a manifestações puras de energia vital, desde que não estejam associadas ao calor. Magias de regeneração espiritual, feitiços lunares de cura profunda ou cânticos de renovação baseados na força do renascimento rompem seu campo de estase e restauram partes do mundo afetado por sua passagem.

​​recompensas da besta
premio de consolação
No coração do desconhecido, além do medo e do fascínio que as bestas despertam, existe um outro motivo pelo qual tantos ousam enfrentá-las: as recompensas. Cada besta carrega em si algo único, precioso e, muitas vezes, inatingível por qualquer outro meio natural. Seja um fragmento de sua essência, um mineral que só cresce sobre seu dorso, ou uma glândula que destila poder ancestral, as bestas são fontes vivas de relíquias, materiais raros e segredos perdidos. ​Essas recompensas não são simples espólios de batalha — são partes do mundo que não podem ser encontradas em minas, lojas ou bibliotecas.

coração congelado

​Um fragmento negro e pulsante do núcleo entálpico de Volkara, ainda emanando frio ardente. Quando embutido em uma arma ou foco mágico, permite ao usuário converter calor em gelo instantâneo, transformando feitiços de fogo em rajadas de geada ou impactos flamejantes em estilhaços congelantes. Em rituais, pode ser usado para anular magias que consomem energia vital por calor, sendo uma defesa rara contra autossacrifício mágico ou conjurações de desgaste. Portar este fragmento exige controle: se o usuário vacilar emocionalmente, a peça começa a congelar suas emoções também.

placa de gelo

​Um pedaço de carapaça de Volkara, rígido como metal mas frio como o vazio entre as estrelas. Pode ser fundido em escudos ou armaduras, garantindo imunidade total a queimaduras, explosões térmicas e feitiços de fogo intenso, e conferindo uma aura que diminui a temperatura local ao redor do portador, dificultando o uso de magias ígneas em combate. Em locais desertos ou ambientes quentes, essa placa também permite ao usuário caminhar incólume por zonas de calor extremo, tornando-o uma espécie de anomalia viva nos desertos ou fornalhas.

bruma da geada

Guardada em um frasco de cristal encantado, essa névoa prateada é feita da respiração congelada de Volkara capturada no instante de sua queda. Quando liberada, cria uma neblina que inverte as propriedades térmicas de tudo ao redor por alguns minutos — chamas se apagam, gelo se expande, armaduras aquecidas tornam-se frágeis, e magias de calor se tornam feitiços de exaustão. Pode ser usada ofensivamente ou como cortina protetora, pois dentro dela, todo conceito de temperatura é suspenso ou trocado, confundindo tanto inimigos quanto aliados.