A família Voraaz, de Pathdashgal é envolta em mistério e temor nas terras de Midrel, uma linhagem antiga marcada pela presença de seu sinistro patriarca, Neph Voraaz, o Anfitrião Eterno. Ele foi o primeiro de seu nome a erguer o legado da casa, mas também o responsável pela maldição que se abateu sobre toda a linhagem. Um homem de gênio brilhante e sede insaciável por conhecimento proibido, Neph mergulhou nos recessos da magia ancestral e invocou forças esquecidas — entidades além da compreensão dos deuses menores. Diz-se que Neph jamais morreu de fato. Durante um ritual proibido, ele selou sua alma em uma máscara de obsidiana cravejada com símbolos do Vazio, transformando-se em um ser imortal, mas também imutavelmente ligado às sombras do mundo, um poder antigo e sombrio.
Brasão dos Voraaz
Em um escudo negro como a ausência de luz, repousa uma máscara de obsidiana, de feições indefinidas, como se estivesse em constante metamorfose — ora serena, ora irada, ora enlouquecida. Seus olhos, vazios e brilhantes, são representados por gemas de ametista profundo, insinuando o olhar onipresente de Neph Voraaz sobre todos os mortos.
bonificações da familia sangue da maldiçao
A bonificação da família Voraaz, conhecida como Sangue da Maldição, não é apenas um dom ou uma vantagem — é um pacto silencioso com as trevas herdado de Neph Voraaz, o primeiro a desafiar o equilíbrio entre vida e morte. Aqueles que carregam este sangue amaldiçoado são tocados por uma energia ancestral que pulsa entre planos, sussurrando segredos esquecidos e alimentando sua essência com um poder que jamais deveria ter sido despertado. Quando um Voraaz sofre, seu corpo responde de maneira antinatural. Em vez de enfraquecer, suas feridas parecem alimentar sua alma, incendiando suas artérias com sombras vivas. A dor torna-se combustível, e quanto mais próximos da morte, mais aterrorizantes e imprevisíveis eles se tornam. Seus olhos brilham com uma luz pálida e maligna, seus corpos exalam uma aura pesada se tornando perigosos.
Esse efeito é amplificado em locais onde a morte já deixou sua marca: campos de batalha antigos, criptas, cemitérios ou qualquer lugar onde o véu entre os mundos foi dilacerado. Ali, a bonificação da linhagem atinge seu ápice — os Voraaz se tornam quase imparáveis, e as forças vivas e mortas se curvam ao eco da maldição. Pode tomar a forma de uma sombra flutuante atrás do portador, ou de um sussurro gélido que paralisa brevemente o inimigo. Em momentos críticos, pode até agir por conta própria: desviando um golpe fatal, interrompendo um feitiço, ou fazendo com que a realidade vacile por um segundo, tempo suficiente para um Voraaz virar o jogo e atingir seu objetivo dentro de uma missão.
TERRITORIO DA FAMILIA fortaleza de thal'zhur
O território da família Voraaz, conhecido como Nhar’Khal, é uma terra onde a luz do sol parece hesitar. Localizado nas bordas esquecidas do mundo conhecido — uma região envolta por névoas densas, pântanos silenciosos e vales corrompidos por energias antigas — Nhar’Khal é um espelho da própria maldição que habita o sangue de seus senhores. Nenhum viajante chega ali por acaso, e poucos retornam com suas memórias intactas. As florestas ao redor são retorcidas, com árvores de casca negra e folhas púrpuras, que exalam um cheiro doce e narcótico. Os ventos sopram carregados de lamentos, como se o próprio território sussurrasse histórias não contadas de traições.
O coração de Nhar’Khal é dominado pela Fortaleza de Thal’Zhur, construída sobre as ruínas de uma antiga prisão de espíritos, onde Neph Voraaz realizou os primeiros rituais que selaram o destino da linhagem. A fortaleza é uma espiral invertida de pedra negra e ossos, com torres que perfuram os céus e câmaras que descem até os confins da terra. Suas paredes são vivas de alguma forma, pulsando com magia residual, e as chamas em seus corredores ardem em tons de verde, azul e cinza. Os habitantes do território são estranhos e silenciosos, descendentes de linhagens esquecidas, muitos com marcas físicas da maldição: olhos que brilham no escuro, pele pálida como mármore, ou vozes que ressoam com ecos duplos. Apesar da aparência hostil, há uma ordem rígida mantida pelos Voraaz: nenhum estrangeiro pode entrar.
poder bélico portadores da maldiçao
O poder bélico da família Voraaz é tão temido quanto incompreendido. Seus exércitos não marcham ao som de trombetas nem sob bandeiras flamejantes — eles se erguem do solo corrompido, silenciosos como a noite, letais como uma prece proibida. Conhecidos como os Portadores da Maldição, os soldados Voraaz não são apenas guerreiros — muitos deles são ressurrecti, almas ligadas aos ossos por pactos necromânticos, soldados que lutam mesmo após a morte, movidos por um juramento eterno aos descendentes de Neph. A infantaria da família é formada por unidades híbridas: guerreiros humanos com carne entrelaçada à essência sombria, capazes de resistir a magias sagradas e armas convencionais, mesmo sendo destrutivas.
Já os generais da linhagem são chamados de Xah'Varn, os Condenados Vivos — estrategistas imortais que possuem visões de batalha ao sonhar, guiando as forças do clã com táticas quase proféticas. Em batalha, o céu sobre Nhar’Khal se enche de Corvos de Cinza, aves corrompidas que servem como vigias e batedores. Mais do que simples animais, essas criaturas agem em sincronia com os encantadores voraazianos, podendo mergulhar em ataques incendiários ou ofuscar a visão inimiga com nuvens de poeira mágica. O clã também domina a arte dos Espelhos Obscuros, artefatos ritualísticos que permitem invocar projeções de aliados caídos, criando cópias espectrais com parte de suas habilidades originais. Em campos de batalha escuros, essas imagens causam pânico, confundindo inimigos.
segredos de FAMÍLIA deus silenciado
Os segredos da família Voraaz são envoltos em véus de sombras tão antigas quanto os primeiros sussurros do mundo. Nenhuma outra linhagem é tão marcada por pactos silenciosos, maldições não dissolvidas e verdades que, se reveladas, poderiam romper a delicada membrana entre vida e morte. O maior dos segredos está diretamente ligado ao próprio Neph Voraaz, o fundador amaldiçoado da casa. Dizem que Neph não foi apenas um homem poderoso — ele foi o Anfitrião de um Deus Silenciado, uma entidade que os deuses superiores enterraram nos confins do mundo espiritual após um conflito primordial. Para sobreviver, o deus prisioneiro dividiu sua essência em sete fragmentos, e Neph absorveu o primeiro, tornando-se seu avatar terreno, mas também seu carcereiro para atingir seu objetivo.
A linhagem Voraaz carrega, sem saber, os outros fragmentos adormecidos dessa entidade, misturados ao sangue e alma dos descendentes. Por isso, cada membro da família tem lapsos de memória, sonhos vívidos, ouve vozes ou sente presenças que os outros não percebem. Esses fragmentos, conhecidos como os Véus de Hûr-Vael, buscam lentamente se reunir. Caso isso ocorra, o deus esquecido — conhecido apenas como o Suspirante das Criptas — poderá retornar, com a família Voraaz como seu novo corpo. Outro segredo profundamente guardado está nos Espelhos de Sangue ocultos nas criptas antigas, usado nas eras passadas.
profecia do oraculo retorno das sombras
Diz-se que a profecia dos Voraaz não foi escrita por mãos humanas, mas sussurrada por entre os vapores tóxicos do pântano de Nhar’Khal, quando a terra ainda se contorcia sob os ecos da maldição de Neph Voraaz. Passada de geração em geração, carregada em pesadelos e visões fragmentadas, essa profecia fala de um tempo onde o véu entre os vivos e os não-nascidos se diluirá — e com ele, a própria realidade se dobrará à vontade de algo mais antigo que os próprios deuses. Os anciãos murmuram que, quando as estrelas se alinharem sobre os ossos do pântano e a lua sangrar pela sétima vez, o Suspírio — uma entidade esquecida ligada à maldição da família — voltará a ser ouvido. Fragmentos de uma essência ancestral, sete no total, se manifestarão em corpos mortais. Seis já caminham sob nomes que não lembram mais quem foram, e o sétimo repousa dentro de um herdeiro ainda não nascido, carregando em si o poder.
O retorno de Neph Voraaz, o Anfitrião, não se daria por rituais ou sacrifícios, mas através da fusão de seus descendentes — carne, alma e espírito em um só. E quando o último elo for unido, quando a serpente de olhos de âmbar devorar o tempo e o sangue do espelho tocar a terra sagrada do pântano, o esquecido despertará. Seu retorno não trará gritos, apenas o sussurro eterno. No fim, o destino dos Voraaz repousará sobre um herdeiro de sangue amaldiçoado, que terá diante de si a escolha derradeira: romper os grilhões da eternidade e libertar o horror adormecido — ou sacrificá-lo para sempre, ao custo de si mesmo e de tudo que ainda ama. A profecia não diz quem é esse libertador. Talvez ele nunca venha. Talvez já tenha nascido e perecido sem entender seu papel. Mas entre os sussurros do pântano, entre as raízes retorcidas que murmuram em línguas mortas, a profecia continua esperando o momento de retornar.
