​​OITAVO bahamut
zephoriel
Zephoriel é a manifestação suprema da força solar e da justiça celestial, conhecido como o Leão Divino, o protetor dos pactos sagrados e o arauto da ordem cósmica. Ele não é apenas uma besta, mas uma entidade de essência primordial, forjada nas brasas do primeiro sol, quando a luz rasgou a escuridão primordial e deu forma à existência. Sua figura atravessa as eras como um símbolo de poder absoluto, majestade incomparável e retidão inabalável. Em sua forma verdadeira, Zephoriel apresenta-se como um leão colossal, de proporções tão vastas que sua presença altera a atmosfera ao redor. Sua pelagem é composta de fios dourados e incandescentes, que não apenas refletem a luz, mas a geram, irradiando calor e claridade a distâncias inimagináveis, atingindo assim o ápice de seu poder.
O brilho emanado de sua juba é tão intenso que ao se movimentar cria faixas de luz pura que cortam os céus como cometas. As fibras dessa juba vibram em sintonia com os cânticos cósmicos, emitindo um som grave, melódico e contínuo, semelhante ao eco de trombetas celestiais misturadas ao rugido do trovão. Seus olhos são dois sóis eternos, de um ouro líquido e denso, que penetram qualquer véu ou mentira, revelando a essência verdadeira de tudo o que contemplam. Fitar Zephoriel é sentir-se despido de ilusões e intenções ocultas, pois seu olhar revela tanto a glória como a miséria de todas as criaturas.​ Sua boca, quando aberta, emite um rugido que não é apenas som, mas uma onda de força divina, capaz de purificar terras.

​características da besta
conhecimento geral
Zephoriel é reconhecido como um dos arquétipos mais antigos e poderosos entre as entidades celestiais, uma força que transcende a simples ideia de um guardião ou de um guerreiro. Ele é a personificação viva do sol como princípio absoluto: a luz que dá origem, que mantém a ordem, que revela a verdade e que, ao mesmo tempo, consome o que não pode permanecer. Como o Leão Divino, Zephoriel é identificado em diversas culturas como o protetor dos pactos imortais, a centelha da justiça cósmica e o defensor das fronteiras entre o caos e a ordem primordial. Ele não pertence a um único panteão ou plano; sua presença é transversal, sendo descrito em diversas tradições, sob diferentes nomes, como o Guardião da Luz Suprema.
Diferente de outras entidades que se alimentam de adoração ou buscam expandir sua influência através de seguidores, Zephoriel não demanda culto. Ele não aceita súplicas, não negocia, e tampouco interfere nos destinos individuais por compaixão ou fúria pessoal. Sua atuação se dá quando as forças que regem o cosmos são postas em risco: quando pactos sagrados são violados, quando ordens antigas são quebradas, ou quando o caos ameaça suprimir de vez a luz da criação. Nesses momentos, Zephoriel surge como um pilar de claridade irrefutável, impondo não uma justiça moldada por moral ou cultura, mas uma justiça absoluta e impessoal. Relatos antigos descrevem sua presença como avassaladora: uma aurora que não pede permissão para nascer, um calor que não diferencia pecadores de inocentes, mas que simplesmente se impõe, revelando tudo como é, despindo máscaras e ilusões, deixando apenas o essencial — seja para queimar, seja para purificar. Zephoriel é frequentemente associado ao leão não apenas pela imponência e força, mas também pela simbologia do rei soberano, solitário e invencível, aquele que vigia de longe e que, quando avança, não encontra resistência. A imagem de um leão envolto por uma coroa de chamas é encontrada gravada em ruínas milenares, selos de reis-justos, brasões de ordens cavaleirescas e marcas rúnicas de civilizações extintas, sempre representando a aliança com forças superiores que garantem a ordem e a continuidade do mundo. Apesar de sua natureza solar e abrasadora, Zephoriel não é impulsivo ou destrutivo por natureza. Sua intervenção é rara e solene, muitas vezes precedida de sinais: eclipses incompletos, auroras que se estendem por dias, o surgimento simultâneo de leões albinos.

​pacto da besta
investida solar
Firmar um pacto com Zephoriel, o Leão Divino, não é um ato que se realiza por mera vontade ou ambição. Diferente de outras entidades que aceitam súplicas ou que se deixam envolver em trocas e barganhas, o pacto com Zephoriel é uma chamada superior, um julgamento e, ao mesmo tempo, uma consagração que transforma para sempre aquele que se atreve a buscá-lo. O ritual que sela esse vínculo é conhecido como a Investidura Solar, um processo que não envolve oferendas ou palavras, mas a exposição completa e voluntária do ser à luz absoluta. O aspirante ao pacto deve apresentar-se diante de um altar natural: o cume de uma montanha, o centro de um deserto, o coração de uma forja ancestral — qualquer lugar onde a luz do sol brilhe de forma plena e ininterrupta, sem sombra ou abrigo. Ali, deve permanecer imóvel, com o peito e a alma abertos, durante todo um ciclo solar, suportando o calor, a sede, o frio.
Se o aspirante resistir, não apenas fisicamente, mas espiritualmente, aceitando que tudo nele — suas fraquezas, virtudes, culpas e esperanças — seja exposto sob a luz implacável, Zephoriel manifesta-se não com presença corpórea, mas como um raio solar que incendeia o coração e a mente do pactuante. Este fogo não consome a carne, mas purifica e grava, queimando na alma o Selo do Leão, uma marca invisível aos olhos comuns, mas perceptível para todas as criaturas que conhecem a ordem cósmica. A partir deste momento, o pactuante é transformado num Portador da Luz Soberana, um arauto da justiça absoluta, dotado de poderes que derivam diretamente da essência de Zephoriel. Sua presença passa a irradiar uma autoridade silenciosa, impondo respeito mesmo entre aqueles que não o conhecem; sua voz, sempre que erguida em verdade, não pode ser ignorada, e sua palavra, quando dada, não pode ser quebrada sem provocar desequilíbrios profundos. O Portador da Luz Soberana é capaz de invocar a Chama Solar, um fogo incorruptível que não arde como chama comum, mas que purifica ou destrói conforme a natureza do alvo: o justo sente-se confortado e fortalecido por ela, enquanto o ímpio ou o profanador é consumido, reduzido a cinzas sem que haja tempo para defesa ou resistência. Além disso, adquire a capacidade de desvelar as mentiras, percebendo instintivamente quando uma promessa é falsa, quando um juramento é quebrado ou quando a intenção oculta busca corromper a ordem. ​Mas esse pacto não é um presente sem preço. A partir da investidura, o Portador se torna vinculado à Ordem Solar, compelido a agir sempre que perceber um pacto profanado, uma injustiça que ameaça romper o equilíbrio ou uma violação contra as leis naturais.

​poder da besta
verdade benevolente
O poder absoluto de Zephoriel, o Leão Divino, é conhecido como o Rugido do Sol Eterno, uma manifestação sublime da luz primordial que transcende a ideia de destruição ou criação: ele simplesmente revela e purifica. Este poder não é um ataque no sentido tradicional, mas a erupção da força solar em sua forma mais pura, o eco do primeiro instante em que a luz rompeu o vazio e instaurou a ordem sobre o caos. Quando Zephoriel ativa o Rugido do Sol Eterno, ele ergue sua cabeça colossal em direção ao firmamento, e de sua garganta não emerge um som comum, mas uma onda luminosa, uma explosão silenciosa e irresistível de claridade dourada que se propaga em todas as direções, indiferente a barreiras físicas ou espirituais. Essa luz é tão intensa que não projeta sombras: ela apaga todas as trevas, anulando a existência de qualquer coisa que se baseie na mentira, na corrupção ou na violação das ordens cósmicas.
A força desse poder atua em múltiplos níveis simultaneamente. No plano físico, seres corrompidos, demônios, necromantes ou criaturas oriundas do caos são reduzidos a cinzas, consumidos pela intensidade da luz que revela o que são e desfaz aquilo que não pode coexistir com a ordem solar. Estruturas profanas, fortalezas erguidas sobre juramentos quebrados, armamentos forjados para perpetuar a injustiça — tudo se desfaz na presença do Rugido, como poeira que não suporta o peso da manhã. No plano espiritual e metafísico, o Rugido do Sol Eterno penetra até as camadas mais profundas da essência, quebrando maldições, desfazendo ilusões e forçando toda e qualquer entidade exposta a confrontar sua verdade absoluta. Aqueles que mantêm pactos puros, corações íntegros ou vínculos leais são fortalecidos pela luz: sentem-se revitalizados, curados e inspirados, como árvores que, após um inverno longo, recebem o calor da primavera. Já aqueles que carregam culpa, traição ou falsidade não podem suportar a exposição: são consumidos, ou quebram-se por dentro, perdendo completamente a capacidade de ocultar-se. A singularidade desse poder está na sua imparcialidade: Zephoriel não escolhe quem atingirá, nem molda a intensidade conforme vontade ou clemência. A luz simplesmente se propaga, como a aurora inevitável, e quem está diante dela deve ser capaz de suportá-la ou aceitar que será obliterado por sua pureza insuportável. Durante o uso do Rugido, o ambiente ao redor é profundamente transformado. O céu torna-se de um dourado líquido e intenso, a terra esquenta e se solidifica, rios evaporam ou se purificam, e até o ar vibra como se cada partícula estivesse participando do mesmo canto cósmico.

​​informações adicionais
antigas civilizações
Zephoriel, o Leão Divino, é uma entidade que transcende mitos e civilizações, não pertencendo a uma única cultura ou tempo, mas existindo como um pilar atemporal da ordem cósmica. Sua presença é mais sentida do que vista, mais percebida do que compreendida, pois ele não atua para ser venerado, mas para assegurar que os fundamentos que sustentam a existência não sejam violados. Assim como o sol não se ergue para ser admirado, mas porque sua luz é necessária, Zephoriel se manifesta quando o equilíbrio universal é ameaçado, e não há outra força capaz de restaurá-lo. Ao longo das eras, seu nome foi sussurrado por sacerdotes, reis e profetas, sempre associado a momentos de grande revelação ou purificação. Civilizações inteiras atribuíram sua queda ou ascensão ao julgamento silencioso de Zephoriel. Existem relatos antigos de cidades corrompidas que, ao romperem pactos sagrados ou se entregarem completamente ao caos, viram-se subitamente envoltas em uma aurora incomum e abrasadora, e ao fim do dia, nada restava além de um campo de cinzas brancas, onde nenhuma planta jamais voltou a crescer.
Em templos esquecidos, gravuras em pedra e vitrais ainda intactos, a iconografia de Zephoriel aparece sempre com a mesma simbologia: um leão em postura altiva, rodeado por uma mandorla flamejante, com olhos que são representados como dois sóis e, ao redor, inscrições que não suplicam misericórdia, mas apenas reconhecem a sua vigília constante. Em alguns ritos secretos, há registros de ordens de cavaleiros e magos que juraram sua fidelidade não a um império ou a um deus, mas diretamente a Zephoriel, comprometendo-se a manter a palavra dada, a proteger a justiça e a enfrentar qualquer força que busque instaurar o caos, mesmo que isso significasse o sacrifício das suas próprias vidas. Zephoriel não tem exércitos, não precisa de arautos físicos, pois sua essência é autossuficiente. Todavia, os que são marcados por ele — aqueles que, de forma direta ou indireta, cruzaram seu caminho ou receberam parte de sua luz — são facilmente reconhecidos. Eles carregam uma aura silenciosa e solar, um magnetismo inquebrantável que inspira confiança e respeito, mas também temor, pois sua presença recorda que a ordem e a verdade são forças invioláveis, e que o preço por traí-las não é imposto por uma vontade caprichosa, mas pela própria natureza da existência, da qual Zephoriel é o guardião. ​Alguns sábios discutem se Zephoriel é consciente no sentido humano, ou se sua manifestação é uma força que simplesmente atua conforme a necessidade universal. Para os teólogos, ele é a mão do Criador; para os filósofos, a encarnação da lei natural; para os guerreiros, o juiz silencioso; para os desesperados, a esperança de que a justiça, ainda que tardia, virá com a força inevitável de um novo amanhecer, de maneira geral.